-memento mori

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A gente passa a vida inteira buscando estabilidade, imagina que vai chegar um momento em que tudo vai estar bem. Que você vai conseguir balancear sua vida amorosa, financeira, seu trabalho, amigos e família. Fica esperando a chuva passar, as crises diminuírem, a política estar favorável e os planetas se alinharem para seu signo sair do inferno astral. Eu esperei minha mãe parar de reclamar do meu cabelo, meus chefes pararem de me estressar, minha vida voltar ao lugar...

Mas quando paro pra pensar... Quando foi que ela esteve? Não me lembro de uma ÚNICA vez em que não estivesse preocupada, ansiosa ou estressada e estou começando a entender que a vida é isso aí, nunca houve um momento onde tudo estivesse bem e talvez nunca haja. As vezes tudo que você tem que fazer e segurar a si mesmo bem firme em meio ao caos e é suficiente, é suficiente saber que você consegue sobreviver a essa vida... Que você consegue VIVER essa vida, seja ela como for.

Se eu pudesse fazer um pedido a meia noite seriam reviravoltas surpreendentes, daquelas que fazem o cinema suspirar, beijar na chuva, transar no carro, dançar tanto que eu sinta minha perna falhar. Ouvir música, cantar no banho e aceitar o c a o s que a vida pode me proporcionar, eu quero olhar para tudo que possa ser admirado, sentir tudo que possa ser tocado, experimentar tudo que possa ser provado, viver tanto quanto eu for capaz. Eu vou segurar o sol com minhas mãos e observar meu corpo explodir em chamas e não aceito nada mais do que o demônio se ajoelhando pra se redimir, agir como uma idiota de 20 anos por que a vida é curta de mais e todo mundo vai partir. Quero aproveitar cada segundo com o fogo de cada experiência e sentir que não estou deixando meus anos passarem diante dos meus olhos, sentir que não estou assistindo a vida acontecer. Estou envelhecendo, não quero me arrepender.

Eu venho admitindo minha imaturidade com mais frequência ultimamente...
ando terrivelmente humana.

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As coisas que escondo do espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora