Depois de escrever "As coisas que falo com o espelho" (dos 14 aos 17 anos), um livro que foi durante os 3 anos do ensino médio meu porto seguro de poemas e desabafos, cheio de amores platônicos e corações partidos eu decidi continuar com a poesia ne...
Percorreu minhas linhas com a ponta dos dedos, disse: "pelo menos tenta disfarçar" mas eu sou péssima em mentiras e jogos mas principalmente em me controlar. Eu sou sua, me fiz sua e me deixo levar. Uma pontada atravessa meu coração quando penso no que vou fazer se ela for embora, como é eu me entregaria da mesma forma? Se é a sua impressão digital que me desbloqueia, não sei se conseguiria lidar com a despedida então com a voz embargada peço mais um trago. Mas no fundo quero mesmo parar de pensar no estrago que ficaria se decidisse partir.
Olho pra ela fumando com o cabelo solto num sol de cachos que colocava fogo em todo quarto e dispensava a faísca do isqueiro por ser fraca de mais, cantando uma música enrolada perdida nos pensamentos e enevoada pela própria fumaça como se tivesse sua própria poeira espacial. Flutuando pelo espaço seu cheiro no meu maço é tudo que a gravidade nunca conseguiu fazer, ela me tira do chão em segundos, consegue me levar pra outro mundo feito contos de fadas um beijo é tudo que precisa fazer, faz tempo que já caí nesse feitiço, eu me desmancho a cada toque e contanto que esteja aqui comigo sei que consigo me refazer.
A gente colide nas quatro dimensões das paredes e eu sou arrastada para o buraco negro em seu olhos, por milhares de anos me desdobro sem nenhum sarcasmo reviro os olhos e vejo a via láctea morrer. Não existe nada mais no mundo, foda-se se tudo acabar em questão de segundos, aqui dentro sempre vai ter eu e você. Paradas no tempo e no espaço dividindo um beck em um abraço, eu olhando pros seu cabelo e vendo o sol nascer.
-L.O.
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