As coisas que escondo do espelho

-vai ser foda te esquecer

A parte mais difícil desses fins é que eles são
constantes.
Diários.
Eu vou diariamente sentir falta de te mandar bom dia até o dia que eu esqueça de sentir. Eu vou assistir todos aqueles filmes de comédia romântica de novo e pausar nas partes que você sorri, vou constantemente me lembrar da gente e então retrair quando perceber que acabou. Eu vou te transformar na memória mais linda que tenho porque sei que foi eterno enquanto durou.
Minha mãe vai continuar perguntando sobre você mesmo daqui a um ano eu tenho certeza, e sempre que eu passar naquela ponte vou lembrar do jeito que você me beija, minha vida se moldou ao seu redor e parece tão errado a quebrar, ando sentindo mais culpa do que amor porque sei o quanto vou te machucar.
E eu sei que não vou te perder como quem perde um membro mas como quem perde um sonho. Gradativamente. Lentamente e com a sensação de que deveria se prender ao que está esvaindo, se lembrar do que estava sentindo antes de acordar.
Eu não vou deixar de sentir sua falta hoje, nem amanhã, nem depois. Não há um prazo pro vazio que você vai deixar ou quanto tempo até eu entender que não preciso o preencher. Só aceitar.
Não tem data limite pro quanto posso continuar te amando mesmo depois de escolher partir.
Porque eu vou. Continuar te amando sabe?
Porque esse fim não tem nada haver com falta entende? Nada faltava em nós. Fomos completas e nos transbordamos, somos honestas, nos encaixamos.
Eu te amei e ainda te amo.
Eu ainda te quero, só não da mesma forma que costumava querer.