Banquete de Sangue

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Uma chuva forte e torrencial caí em uma nebulosa floresta, onde, por toda a sua extensão, nada mais é possível ver, a não ser as grandes árvores que estão por toda a sua extensão. Cada árvore mais alta do que a outra, dando um ar sombrio a todo o ambiente.

Vários hectares de árvores e mais árvores, uma névoa densa cobrindo toda esta obra da natureza, enquanto a chuva não para de cair.

Raios e trovões cortam todo o céu, fazendo barulhos ensurdecedores e, por pequenos segundos, clareando a noite sombria e, são nesses raros segundos de claridade que é possível se ver, no meio de uma colina e, escondido por muitas árvores, um antigo castelo.

Com torres tão altas quanto as árvores, as grossas pedras do castelo parecem tomadas por limo e, como o castelo está literalmente no meio do nada, dá a impressão de que ele não é habitado, mas, a verdade é outra completamente diferente.

O barulho de passos é ouvido, e, a cada passo, parece que a pessoa que caminha pisa em poças d'água, pois, o barulho que é ouvido é exatamente o de alguém que pisa com pressa por possas d'água.

Não demora muito e, a silhueta de uma mulher é vista, completamente molhada. Ela carrega um saco em suas costas, e, embora o saco que ela carrega pareça ser deveras pesado, a mulher simplesmente parece não se importar com o peso que carrega em suas costas.

Os longos cabelos negros da mulher, completamente encharcados, caem por suas costas, por cima do saco que ela carrega. Seu rosto, muito pálido, exibe um sorriso de triunfo, e, passo após passo, ela caminha em direção ao castelo. Ela usa um manto negro, que cobre completamente seu corpo.

O saco em suas costas parece se mexer, como se algo estivesse vivo dentro dele, mas, ela simplesmente não se importa, continuando a sua caminhada em direção ao castelo.

Enquanto caminha, escuta sons, como se fossem uivo de lobos, o que só serve para deixar a noite mais fria e horripilante, mas, ela simplesmente não se importa com os uivos das criaturas sombrias. Para ela, parece que eles simplesmente não estão ali, seus uivos são como uma extensão da noite sombria.

Continua sua caminhada para o castelo, sem se importar com a chuva torrencial que continua a cair, os pingos cada vez mais grossos em contato com suas costas não a incomodam nem um pouco, tampouco os movimentos cada vez mais frequentes que vem do saco que ela continua a carregar.

Não demora muito e, ela chega as grandes portas duplas que dão acesso ao castelo. E, como mágica, as portas se abrem para que ela adentre o castelo e, tão logo seus pés adentra o interior da construção, as portas voltam a se fechar, de forma tão misteriosa quanto elas se abriram.

A mulher não perde tempo e caminha por um sombrio corredor, onde não há qualquer tipo de janela, e, no final do corredor, uma porta que, tal como as portas duplas da entrada do castelo, se abrem tão logo a mulher se aproxima.

Assim que ela adentra o recinto, as portas se fecham atrás de si.

E, diferente do resto do castelo, o salão em que ela chega está completamente iluminada por velas e castiçais.

Não há qualquer janela no salão, assim como não há qualquer tipo de decoração ali.

No centro do salão, há uma mesa grande e redonda, com alguns desenhos e inscrições. Fora esta mesa, o único móvel no salão é uma cristaleira, com várias taças e garrafas, que parecem ser de vinho.

Sem perder tempo, a mulher se aproxima da mesa e, de forma brusca, ela joga o saco ali, para em seguida se livrar da capa completamente encharcada que ela está usando. E, tão logo ela tira a capa, é possível ver que a mulher usa um vestido gótico, bem como um colar, também gótico, em seu pescoço.

Ela ouve barulho de passos, como se alguém estivesse se aproximando e sorri, pois sabe exatamente quem vem ali.

A porta se abre e um homem adentra o salão. E, tal como ela, ele tem a pele extremamente pálida e os cabelos negros, bem como as orbes de seus olhos são completamente vermelhas.

Com passos lentos, a mulher começa a caminhar em direção aos dois jovens, e, enquanto Amélie perdeu a fala ante a terrível visão a sua frente, Adrian ainda está tentando abrir as portas, que permanecem trancadas, e, por isso mesmo, ele ainda não viu a mulher que surgiu ali.

― Você demorou, Carolyn. – fala o homem, se aproximando da mulher e sorrindo para ela.

― Acha mesmo, Neil? – Carolyn responde, sorrindo de forma debochada para o homem a sua frente e, em seguida, o chamando com o seu dedo indicador – Pois eu acho que estava apenas caprichando para o nosso banquete, afinal de contas, esta noite é muito especial para nós!

Vendo o chamado da mulher, Neil não perde tempo e se aproxima da mulher, tomando-a em seus braços em um abraço forte e íntimo. Seus olhos se encontram e seus bocas estão a centímetros uma da outra.

― Cem anos que nossos caminhos se cruzaram, Carolyn. Cem anos que você usou sua magia infernal para me prender a você.

― A magia que você chama é apenas charme, Neil. Eu já disse mil vezes para você, não preciso de magia para fazer qualquer macho cair a meus pés.

― Você sabe que não deixarei macho nenhum se aproximar de ti. Sabe o que fiz a cada um que tentou chegar perto do que me pertence.

Carolyn gosta das palavras de Neil, gosta do poder que exerce sobre ele e sobre como ela consegue deixar um dos mais poderosos de sua raça simplesmente a seus pés. Gosta da forma como se completam e de como seus objetivos sempre estão juntos.

O sorriso que toma os lábios da fêmea não passa despercebido por Neil que, está prestes a tomar os lábios dela nos seus quando um barulho no saco que ela trouxe chama a sua atenção.

― Está na hora do nosso banquete. – a voz de Carolyn se faz ouvir.

Os dois então se separam e, Neil se aproxima da mesa, abrindo o saco que Carolyn trouxe e, revelando ali dois bebês recém-nascidos, que não param de chorar.

― Dessa vez você caprichou mesmo, Carolyn. – comenta Neil – Nada como crianças em uma noite tão especial como esta.

― Sim, meu caro. Agora, vamos ao nosso banquete, pois a noite é uma criança e ainda temos muito o que aproveitar.

Ao mesmo tempo, Neil e Carolyn pegam cada qual em seus braços uma das crianças, para então abrirem suas bocas e exibirem seus caninos, cravando-os em seguida nas artérias jugulares daquelas crianças.

E, conforme eles vão drenando o sangue dos bebês, eles vão se calando, perdendo suas vidas enquanto tem seu líquido vital sugado em um sombrio baquete de sangue.

Por: Thais Grigorio.

Contos para se aterrorizar: porque o perigo espreita as sombrasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora