Oeiras, Portugal - 31 de outubro de 1755. Baltazar era meu grande amor. Quando tinha meus quinze anos, apaixonamo-nos; ele era meu vizinho, uns anos mais velho e recém-casado com uma fidalga, filha dos Braga. Entretanto, Baltazar odiava-a. Ela era uma megera, tão detestável que eu podia ouvir os berros histéricos e desaforos pela janela de meu próprio quarto. Quando via Baltazar metido nos embates, tinha-lhe imensa compaixão. Olhava para seus olhos entristecidos, os cabelos oleosos e sorria-lhe, numa simpatia aconchegante. Tudo correu desta forma. Víamo-nos pela janela todos os dias, falávamo-nos e, certa vez, encontramo-nos em pessoa. Então Baltazar pediu-me a mão, pois me disse que já não mais suportava sua vida e que apenas ao meu lado seria feliz. Já havia arranjado um lugar apenas nosso e até beijou-me, uma única vez, antes de ser apanhado por aquele sargento... E suas últimas palavras foram esta promessa: «Pois acredita, minha pombinha: salvar-te-ei e seremos felizes para todo o sempre!». . . . . » Escrito em português de Portugal, segundo o Acordo Ortográfico de 1990, vigorado até o ano de 2015. *** 🥈 Premiado em 2º lugar na categoria "Conto", do Concurso Champions Awards - Jogos Vorazes. 🥈 Premiado em 2º lugar na categoria "Ficção Histórica", do Concurso Sunflower 1ª Edição. 🏅 Premiado com Menção Honrosa na categoria "Melhor Morte", do Concurso Literário da Jin Miran. 🏅 Premiado em 4º lugar na categoria "LGBT", do Concurso Crystals - 1ª Edição. [História de 4 capítulos || Completa] » Capa feita pela maravilhosa @gialuir
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