O rio corria, lento, seu fluxo tão calmo e silencioso, encobrindo tudo dentro de si. Havia ali areia, pedras, peixes, algas e uma casa. Sim, uma casa. Na casa, todos os móveis estavam inundados: a mesa, a cama, o banquinho. E na sala de jantar, um homem tomava um copo de chá. Em seus olhos havia aquele vazio, o tipo de vazio tão cheio que causa angústia só de olhar. Seus movimentos eram lentos e causavam ondas. O homem era o único habitante do rio: era difícil definir se o rio era dele ou se ele era do rio.