Já havia se passado algumas semanas desde que fui, pela segunda vez, embora de Birmingham e já era natal. Graças as economias que eu havia guardado desde New York consegui finalmente, ter meu próprio negócio de bebidas, agora eu podia cuidar de mim mesma sem precisar de ninguém. Comprei também a minha própria casa em Durham. Todas minhas memórias do passado foram guardadas em uma pequena caixa sob minha cama, era lá que eu queria deixar todos os horrores e alegrias que vivi com a família Shelby, era o meu recomeço.
Conheci uma nova amiga, o nome dela era Lucy, esse natal ela passaria comigo e sua família em minha casa. Eu a contratei para cuidar do dinheiro em que entrava em meu negócio, as coisas estavam dando certo, depois de muito tempo tentando eu apenas queria deixar fluir.
Assim que cheguei em minha casa para aprontar as coisas, Harper, que era a minha governanta, me entregou uma carta com um selo vermelho atrás, aquilo logo me intrigou. Subi para meu quarto e assim que cheguei no cômodo tranquei a porta e me sentei em minha poltrona. Encarei aquela carta como se fosse uma pedra preciosa, estava curiosa e ao mesmo tempo receosa pelo que poderia estar escrito. Respirei fundo e tomei coragem, fui bem devagar abrindo a carta e a primeira palavra que vejo é: Saudade
''Saudade, é isso que sinto quando olho para as pinturas em seu antigo quarto, Anastácia. Eu errei tanto com essa família, eu errei tanto com você. Mas agora não posso mais tentar resgatar aquilo que se foi perdido, sei que em algum lugar, em um futuro que pode demorar mas eu sei, Ana, eu sei que nos encontraremos novamente. Espero que toda dor que sente, que eu lhe fiz sentir, passe. Espero que toda nossa família possa superar o buraco que John deixou em nossos corações. Você bem sabe que nunca fui bom com palavras, você sempre foi o meu primeiro amor.''
Com admiração, carinho e respeito, Thomas Shelby.
Finalizei a leitura daquela carta não com lágrimas mas com um sorriso em meu rosto. Peguei a caixa que estava embaixo de minha cama e coloquei a carta lá. Se eu responderia? Talvez futuramente, meus sentimentos por Thomas mudaram, eu me sentia livre. Logo fui me aprontar para a ceia, separei um vestido vermelho longo e confortável, junto um salto preto.
Assim que terminei de me arrumar, desci para recepcionar Lucy e sua família que haviam acabado de chegar no lugar. Me aproximei da mulher logo lhe dando um abraço apertado e em seguida cumprimentei o marido da mulher com um simples aperto de mão.
- E esses são seus filhos? - Acariciei os fios de cabelo do mais novo. - São tão lindos.
- São eles sim, Ana. São uns amores de crianças, tenho certeza que vai adorá-los. - Lucy confirmou.
- Bom, tenho certeza que sim. Venham, vamos à mesa.
Caminhamos então a mesa de jantar e a ceia começou a ser servida. Eu estava tão feliz naquela noite, Lucy havia se tornado uma irmã para mim em tão pouco tempo, cuidou de mim depois de toda minha perda.
- Bom, eu proponho um brinde. - Lucy iniciou pegando sua taça. - Um brinde a você, Anastácia, por ser essa mulher incrível, forte e capaz de superar todas as dores que a vida lhe proporcionou. Eu sou grata por ter lhe conhecido e é por isso que eu tomei a iniciativa de chamar alguém aqui. - Ela sorriu ao finalizar e logo seus olhos foram de encontro a porta de entrada da casa.
- Boa noite, Ana. - Disse a mulher com uma rosa em sua mão e um sorriso de canto nos lábios.
- Polly? Meu Deus, Polly você me achou. - Me aproximei as pressas da mais velha e a abracei com toda força de meus braços. - Como eu senti sua falta.
- Eu não poderia deixar esse natal passar sem te ver, minha menina.
- Esse foi o melhor presente que eu poderia receber, obrigada por vir.
Nos sentamos a mesa e iniciamos a ceia, foi uma noite de muitas risadas e nada poderia acabar com aquela alegria. Eu me sentia em casa mais uma vez.
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Oi princesos e princesas, fiz esse capítulo pequeno mas com muito amor pra desejar a vocês desde já um Feliz Natal! Obrigada por tudo que vocês me proporcionaram esse ano.