Ficamos por alguns minutos abraçados ali, até que Arthur apareceu.
— John temos que ir. - Arthur fala com uma voz suave, meio envergonhado de interromper.
— Eu tenho ir, você vai ficar bem? - Acaricia meu rosto e olha em meus olhos preocupado.
— Claro que vou, pode ir. - Sorrio faço e faço um movimento com a cabeça lhe dando permissão para ir.
Em silêncio John me olha por breves segundos e então se levanta arrumando o sobretudo , logo indo se juntar aos outros. Arthur ainda parado a minha frente solta uma tosse e se senta rapidamente ao meu lado.
— Ta tudo bem Hana? - O mais velho pergunta.
— Ta sim Arthur, são só algumas coisas que ficam atormentando meus pensamentos, nada demais. - Suspiro fundo apoiando minha cabeça em minha mão.
— Qualquer coisa você sabe que pode falar com a gente não é? O John eu sei que as vezes você não quer preocupa-lo, mas você pode falar comigo ou com o Tommy. - Coloca a mão em meu ombro.
— Eu sei que posso contar com meus dois irmãos velhos. - Falo em tom de brincadeira.
O mesmo se levanta rindo e vai embora, fico por alguns minutos ali sentada até que decido ir para casa tomar um banho. Chegando em casa subo as escadas e entro em meu quarto, me despi e entao comecei a me lavar. Enquanto passava a água pelo meu corpo, comecei a pensar no que eu faria daqui pra frente, eu estava certa de que teria que conhecer minha irmã, e isso nem era tanto por mim, e sim por minha mãe.
Terei que ir morar naquela casa para descobrir quem é a minha irmã, e isso era algo que eu nunca planejei em minha vida, se eu pudesse nunca colocaria os pés naquela casa. Minha mente bagunçada estava começando a ficar em ordem, mas eu ainda sentis uma dor enorme em meu coração, ir para aquela casa e deixar todos que amo aqui era difícil, mesmo que eu não planejasse ficar lá por muito tempo.
Assim que eu aquele homem mandar me entregarem uma mensagem, eu terei que ir. Peguei a toalha e me sequei, passei um pouco de perfume e me sentei sobre a cama. Abri a pequena cômoda que havia ao lado da cama e retirei algumas de minha mãe, calada observei cada foto e imaginei como ela teria sido um pouco mais feliz se soubesse que seu primeiro bebê estava vivo, era por ela, por ela eu iria fazer o sacrifício de ir para aquela casa.
[...]
A lua já estava alta no céu e a noite estava um tanto refrescante, enquanto olhava a lua pela janela, senti meu corpo ser consumido por uma grande ansiedade. A ansiedade de não saber até quando eu ficaria em Birmingham, eu nunca fui alguém que vivesse com medo, sempre que podia vivia os momentos como se fossem os últimos. Por isso calcei meus sapatos e sai de casa indo em direção ao ao pub.
Abri a porta do pub e passando pelo meio da multidão de homens cheguei até o balcão sorridente.
— Vai beber o que querida? - Meu tio James pergunta sorridente.
— O Tommy me disse que agora começaram a vender Gin, um copo de Gin então por favor tio. - Respondi ainda com com o sorriso no rosto, enquanto apoiava meus cotovelos no balcão.
— É pra já! - Pisca pra mim e ri.
Enquanto esperava meu Gin me sento no banco e olho ao redor, eu não conseguia explicar a sensação que estava sentindo, cresci praticamente correndo por esse pub e agora nem sei quando irei voltar aqui.
Arthur e Thomas entram pela porta e ao me verem no balcão me chama para a cabine, pego meu copo de gin e vou até lá. Me sento na mesa enquanto thomas se serve de uísque e Arthur fuma um charuto, começamos a conversar e como sempre eu não conseguia segurar a risada com Arthur, em meio as risadas Thomas coloca um cigarro na boca me olha.
— Arthur disse que você parecia não estar bem hoje mais cedo, esta com algum problema Hana? - Tommy pergunta.
— Já estou resolvendo, não é nada que vocês precisem se preocupar. - Dou um gole no Gin.
— Nós estamos preocupados com você e não com a gangue. - Aponta pra mim com o cigarro entre os dedos.
— Eu sei eu sei, é algo que eu preciso lidar sozinha, relaxem. - Sorrio sem mostrar os dentes.
— Sabe que pode falar com a gente de precisar. - Encosta suas costas na cadeira e volta a fumar.
Balancei a cabeça positivamente olhando para os dois e me levantei, dei o último gole no Gin e coloquei o copo sobre a mesa.
— Cadê o John? - Perguntei.
— Ele disse que ia em casa trocar de roupa, nos metemos em uma pequena briga e ele acabou sujando as roupas. - Arthur responde.
Soltei uma breve risada balançando a cabeça negativamente e sai da cabine, logo saindo do pub também. Caminhei em direção a casa de John e bati na porta, sou atendida por Ada que me manda subir. Subi as escadas e fui até o quarto de John, a porta estava entreaberta e eu consegui ver o mesmo em pé mexendo em sua gaveta. Ao passar meu olhar por seu quarto avisto um gramofone, isso era algo nome no quarto de John, eu nunca tinha o visto.
— Você tem um gramofone? - Solto uma risada entro no quarto.
— Era da Polly, está quebrado. - Se vira para trás e sorri.
— Mesmo assim podemos dançar. - Falo com uma voz suave, passando minha mão no gramofone.
— Claro, por que não? - John abre um sorriso e vem se aproximando de mim.
O mesmo fica de frente pra mim e nós ficamos nos olhando em silêncio com os olhares transparecendo nossos sorrisos.
— Hana, me concede essa dança?- Disse ainda sem tirar os olhos de mim.
Seguramos a risada e eu aceitei a dança balançando a cabeça dizendo sim, sem demora John entrelaça seus braços em minha cintura e eu faço o mesmo entrelaçando os meus em seu pescoço, começamos a dançar a música lenta com nossas testas coladas e com nossos olhares fixos.
Seu olhar se desviou para meus lábios e com rapidez John iniciou um um beijo em meio a dança, sem pestanejar eu o retribui.
Com um pouco de brutalidade John puxa minha cintura, fazendo nossos corpos ficarem colados, entre os movimentos do beijo sinto nossos gostos se misturarem o que fazia o beijo lento ficar cada vez mais selvagem. Começo a tirar meu casaco e John desabotoa um por um dos botões de minhas blusa, consumidos já pelo desejo tiro a cabeça de John o deixando somente com sua regata branca que marcava seu peitoral e deixava seus músculos a mostra.
Entretidos com o beijo caminhos para trás o que me fez sentar na cama, John se ajoelha em minha frente e retira minha saia e minha delicada meia calça, me deixando somente de roupas íntimas. Com um olhar sedutor e malicioso olho fixamente para o mesmo e me levanto novamente, o mesmo começa a beijar meu pescoço, o que me faz arfar.
— Você me deixa louco... - Susurra em meu ouvido.
— Eu sou sua e você é meu John Shelby. - Seguro seu rosto e digo com a voz ofegante.
— Eu sou seu e você é minha... - Acaricia minha coxa.
O mesmo me puxa novamente para um beijo e me pega no colo, caímos na cama com seu corpo por cima do meu. John desceu seus beijos por meu corpo e ao nossos olhos se encontrarem novamente, ele me encarou em silêncio, eu podia sentir sua respiração ofegante, John então aperta minha coxa com um pouco de força e diz.
— E ninguém toca no que é meu! - Me envolve em um beijo rápido e selvagem.
Enquanto o beijava passava minhas mãos por seu pescoço e a sua nuca. Estávamos ali, apenas nós dois, tão propensos e ao mesmo tempo conectados, eu tocava cada parte de meu corpo como se eu fosse única e eu adorava a sensação de sentir nossos corpos colados, mesmo não admitindo, nos pertencíamos...
[...]
O silêncio tomava conta do quarto e John jogou seu corpo ao meu lado na cama, me dando a visão de seu peitoral descer e subir juntamente com sua respiração ofegante, e de seu abdômen definido. Abracei seu corpo enquanto passava meus dedos por seu peitoral e ele passou seu braço por trás de meu pescoço.
— Eu estava com saudade de sentir isso, de sentir você. - Fala em um tom baixo.
— Como explicar nossa relação John Shelby? Ontem estávamos brigados e hoje olha aonde nós estamos. - Falei com ironia rindo um pouco ofegante ainda.
— Somos complicados demais para sermos explicados Hana. - Riu enquanto acariciava meu braço e beija minha cabeça.
Esses éramos nós, uma hora nos odiando e na outra nos amando, sempre fomos assim, antes mesmo do nosso primeiro beijo. John era como um diamente bruto, o meu diamente bruto.
Opostos e ao mesmo tempo tão iguais, eu me pergunto o que o destino nos aguarda, até onde durará essa nossa relação indefinida...
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