— Eu não gosto dela. — Foi a primeira coisa que a loira disse depois de ter colocado um pouco de ração para o Sr. Blue. Seu pai franziu o cenho parando no meio da escada em seu caminho para o quarto.
— Quem?
— Elena.
— E por que você não gosta dela? — Questionou cruzando os braços e apertando os olhos em direção a filha.
— Não sei dizer, só tenho uma sensação.
— Aninha, você ainda não a conhece direito. Garanto que ainda serão amigas.
— É por isso que você quer ficar aqui? Por ela? — Stefan, que já se virava para voltar ao seu caminho, novamente voltou sua atenção para a filha.
— Do que está falando?
— Você gosta de acreditar que sou a pessoa mais inocente do mundo, pai. Mas não é essa a verdade, eu vi os sorrisos e olhares clichês lá.
— Ana, acho que aqui é um bom lugar pra você viver, é seguro. É por isso que viemos pra cá.
— Você disse que íamos visitar o tio Zach, e de repente, decidiu que ficaríamos. — O vampiro se aproximou tentando negar, mas Briana levantou uma das mãos o parando. — Esta tudo bem você namorar pai, não me entenda mal. Mas eu só não quero que as coisas mudem, não gosto de pensar que podem.
— Ei... — Começou ele abraçando a filha e descansando seu queixo no topo da cabeça da mesma. — Nada vai mudar, será sempre eu e você contra o mundo. Você é minha parceira, afinal.
Sorrindo contente a garota apertou a cintura do mais velho dentro de seus braços e suspirou. Ela acreditou nisso.
Contudo, meio hora mais tarde, depois de ter tomado o seu banho, pensou que poderia fugir para a cama de seu pai e dormir com ele como sempre fez enquanto crescia. Mas a conversa lá dentro a fez parar, não estava tão perto da porta, mas as vozes estavam altas o suficiente para escutar.
Tio Zach parece bravo com o papai. Ela não conseguia escutar as respostas de seu pai claramente, isso queria dizer que ele estava mantendo a calma. Pensou em entrar e fazer o homem deixar Stefan em paz, mas a próxima fala a fez congelar no lugar.
— Você não está pensando na garota também. Se tudo vier a tona, você acha que será o único prejudicado? A diferença é que você é um vampiro, e a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. — Houve um longo momento de silêncio até o homem voltar a se pronunciar. — Voltar aqui foi um erro.
Ao escutar barulhos de passos no assoalho, Briana entrou no quarto vazio mais perto e esperou Zach passar.
Do que eles estavam falando? Como eu seria prejudicada? E se existe essa chance... Por que papai quer continuar aqui?
Havia uma possível resposta para sua última pergunta, mas incomodava até mesmo o pensamento de acreditar naquilo. Seu pai disse que a única razão pra permanecer em Mystic Falls era ela e sua segurança. Ele nunca mentiu pra ela antes, não queria acreditar que faria isso agora.
O próximo dia de aula foi tranquilo para todos, mas Briana estava um pouco decepcionada. Respondeu apenas umas sete perguntas do professor de história, o quê pra ela não era nada, antes que ele parasse de lhe dar a oportunidade pra isso. Segundo ele, os outros também precisavam responder, entretanto, ninguém sabia nada e o professor sempre ignorava sua mão levantada com ansiedade para dar respostas que sabia estarem certas. Então o professor foi grosseiro com Elena e seu pai iniciou um showzinho em sua defesa.
Briana sentiu uma cutucada do seu monstrinho verde, mas ainda assim achou incrível a atitude de seu pai. E ele era tão inteligente. Ao final da resposta do mesmo, ela bateu palminhas com um olhar estampando admiração.
Mais tarde, no caminho para a tal festa, Ana passou o tempo todo reclamando de como aquele professor estava tentando apagar o seu brilho, bem no seu momento. E Stefan apenas ria de sua indignação infundada.
— Pai, vou procurar pelo Jeremy. — Anunciou a garota assim que desceram do carro. Seu pai franziu o cenho em sua direção.
— Agora você são amigos? Achei que não gostasse da Elena.
— Os dois poderiam até compartilhar o mesmo rosto, mas continuam sendo duas pessoas diferentes.
O olhar no rosto de seu pai transmitia que aquela frase o atingiu de alguma forma. Então ela se lembrou da mulher na foto novamente. Katherine. Será que ela foi o primeiro amor de seu pai? Por isso ele estava encantado pela Gilbert mais velha?
Dando um beijo na bochecha do vampiro, com a intenção de acalentá-lo, ela se afastou depois de escutar um toma cuidado vindo do mesmo.
Briana só foi encontrar um Jeremy bêbado e abatido um bom tempo depois. Antes disso já havia conversado com mais da metade da festa, até um casalzinho mais ousado de viciados do nada se aproximou para convidá-la para uma festa particular entre os dois mais tarde. Então ela, inocentemente, teve que explicar as razões de ser perigoso sair sem companhia tarde da noite, e que só poderia comparecer no pós festa se seu irmão fosse junto para ficar tranquilo sobre sua segurança. O casal trocou olhares confusos e saíram sem nem mais uma palavra. Acho que eles não querem que meu irmão vá.
Assim que chegou perto do amigo, ao invés de cumprimentá-lo, ela finalmente entendeu.
— Ah, eles queriam sexo à três! — Todos que ainda estavam sóbrios ao redor, olharam em sua direção.
— Porque você sempre faz isso? — Jeremy perguntou sentado na muretinha de madeira com uma garrafa de cerveja na mão.
— Faz o quê? — Devolveu a pergunta enquanto se apressava para sentar ao seu lado.
— Me faz passar vergonha. — Ela apenas deu de ombros sem saber como fez isso. O garoto bufou revirando os olhos.
— O que houve? Vicki de novo? — Com uma inspiração profunda o garoto se levantou afastando-se. Obviamente ela o seguiu.
— Sinto muito, mas não quero conversar sobre isso agora. — Mal conseguiu terminar de falar, enquanto adentrava a mata cambaleando.
— Você está bêbado como um gambá, apesar de não entender porque um gambá beberia. — Logo escutou seu amigo rir mais a frente. — Sabe — Começou desenroscando seu pé que havia ficado preso em uma raiz. — Talvez você devesse apenas procurar por alguém que não fizesse você sentir vontade de ficar bêbado. Porque você já vai estar embriagado de amor.
— Essa é a frase mais ridícula que eu já escutei. — Rindo, ele continuava andando sem olhar para a garota maluca que vinha atrás. — De onde tirou isso? De um daqueles livros enormes que fica carregando pela escola?
— É uma frase original. E pode ser brega, mas é verdade! — Isso fez Jeremy parar para encará-la.
— Você já se apaixonou por acaso? Ou só lê sobre isso nos seus livros fantasiosos?
— Eu nunca me apaixonei, mas quando fizer isso, vou me afastar se perceber que não é pra ser meu. Posso até sofrer por amor, e sei que tem grande chance de acontecer em um relacionamento normal, mas não vou me destruir por ninguém.
Os olhos de Jeremy continuavam no rosto bonito de Briana, sem saber o que falar. Nenhuma palavra vinha a sua mente para responder a altura. Barulho de folhas secas sendo pisoteadas atraíram a atenção do casal para a pessoa que se aproximava. Jeremy revirou os olhos, voltando a se afastar.
— Jeremy! — Chamou Elena logo depois de lançar um sorriso para a loira enquanto passava por ela.
Briana decidiu voltar para encontrar seu pai. No meio do caminho algo estranho chamou sua atenção. Um corvo preto a encarava como se pudesse lhe dizer alguma coisa, logo batendo suas asas de ônix e com um canto arrepiante voou para longe, parecia querer que ela o seguisse. Era estupidez, mas Bria sempre gostou de mistérios e aventuras, então ela o seguiu.
•••
A garota franziu o cenho observando seu bracelete de verbena, balançou a cabeça anuviada e saiu da mata seguindo em direção a um tumulto que estava acontecendo no meio da festa. Parece que a Vicki havia sido atacada por um animal selvagem. Estranhou a presença dos irmãos Gilbert’s, já que podia jurar que eles haviam pegado o caminho mais adentro da mata.
— Onde você estava? — Perguntou Stefan aparecendo do nada para segurá-la pelos ombros e procurar por machucados. Briana parecia bem. — Você está bem?
A garota confirmou com um balançar de cabeça e franziu o cenho.
— O que houve? Eles estão falando que ela foi mordida.
— Vamos embora.
E assim ele a puxou para o carro, longe de todos sem que ninguém notasse, ou era isso que Stefan pensava, já que os olhos desconfiados do irmão da garota atacada seguia cada um de seus movimentos.
Observando a preocupação inquieta de seu pai, a garota suspirou.
— Existem outros aqui, não é? — Seu pai não respondeu, mas sua expressão sim.
Foi um ataque de vampiro, não animal. Mas nem por um segundo pensou na possibilidade de seu pai ter feito aquilo. Ela o conhecia muito bem. O que só queria dizer uma coisa, agora nenhum dos cidadãos da pequena Mystic Falls estavam seguros.
• Quero deixar claro que Bria B. é humana, ela cresceu sozinha com seu pai, com esse sempre a mimando e colocando ela em primeiro. Então é claro que ela vai se sentir possessiva e meio egoísta. Não é uma defesa, é mais um aviso, porque as vezes vai dar um pouco de raiva de suas ações. Quero dizer, eu deixaria meu pai namorar e ser feliz, mas ela o quer só pra ela, como sempre foi. Kkkk
• A vontade de escrever veio do nada e acabei escrevendo no caderno. Foi um sacrifio da minha parte criar coragem para digitar esse capítulo. Por causa da preguiça, é claro. Kkkk Onde estou querendo chegar? Estou morrendo pra revisar, então se encontrarem algum erro antes disso me avisem, por favor. Kkkkk
• Outfit no gif
• O que acharam do capítulo? Essa lacuna que ficou é muito estranha, não é? O que será que aconteceu? Muaha haha
See u guys!! 😚