A sua mentira em abril (Noav...

By Castrokemilly

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Algumas mentiras vem para o bem, Principalmente aquelas que escondem uma inevitável verdade. Farta de tanto... More

prólogo 🍃
capitulo 1🍃
capitulo 2🍃
capitulo 3🍃
capitulo 4🍃
capitulo 5🍃
capitulo 6🍃
capitulo 7🍃
capitulo 8🍃
capitulo 9🍃
capitulo 10🍃
capitulo 11🍃
capitulo 12🍃
capitulo 13🍃
capitulo 16🍃
capitulo 14🍃
capitulo 15🍃
capitulo 17🍃
capitulo 18🍃
capitulo 19🍃
capitulo 20🍃
capitulo 21🍃
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capitulo 25🍃
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capitulo 28🍃
capitulo 29🍃
capitulo 30🍃
capitulo 31🍃
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capitulo 35🍃
capitulo 36🍃
capitulo 37🍃
capitulo 38🍃
capitulo 39🍃
capitulo 40🍃
capitulo 41🍃
capitulo 43🍃
Epílogo♥️

capitulo 42🍃

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By Castrokemilly

" Deixe ir. Se quisesse estar com você, estaria..."

— Desconhecido

Orlando/ 02 de abril/ 22:15 PM

— Então... — Limpando os resquícios de lágrimas do rosto, shivani se recompôs, decidindo saber como ele a encontrou. — Cadê a morena que te deu meu verdadeiro endereço?

Ela brincou. Sabia perfeitamente que a única capaz daquilo tudo, e que a conhecia como ninguém, era Sabina.

— Ah... sobre isso... — Noah demorou um pouco a responder. Preferiu deixar que ela mesma presenciasse a verdade, com os próprios olhos. Shivani talvez não acreditaria se ele dissesse que os pais dela foram capazes de sumir, sem culpa ou qualquer arrependimento. — Vem comigo..

Sem mais o que dizer, ele segurou sua mão, a deixando confusa, mas o seguindo mesmo assim.
Os dois caminharam em silêncio para o apartamento, subindo os degraus e parando no segundo lugar, encontrando apenas uma única porta aberta naquele corredor vazio e estreito.

Quando finalmente começara a entender o que poderia estar acontecendo, Shivani se desvencilhou de Noah, puxando um pouco o vestido para cima de forma que pudesse correr, e antes mesmo que pudesse pensar, ela já estava na porta, encarando o apartamento completamente revirado, e Sabina tomando cuidado para não esbarrar em algumas coisas que estavam no chão, antes de vir até ela.

— Eu sinto muito Shiv... — Ela murmurou, não sabendo como encarar a amiga. Nem mesmo ela estava acreditando que Renata havia sido capaz de abandonar a própria filha. A troco de quê, afinal?

— E-ela...

Shivani olhou transtornada para a sala revirada, a medida em que ia entrando para dentro. Os porta-retratos  penduradas nas paredes, agora estavam jogados de qualquer maneira no tapete veludo da cor preta, totalmente destruídos. Fotos de família, fotos suas, fotos do seu verdadeiro pai...

Seus trofeus de quando era pequena e corria em maratonas, agora estavam quebrados ao lado de suas medalhas, um verdadeiro caos.

Ela correu até o seu quarto, aonde pôde confirmar que não estava muito diferente dos demais cômodos. Estava completamente revirado, suas roupas jogadas, seus pertences mexidos... E foi então que procurou sua caixinha.

Desesperada, ela se enfiou debaixo da cama, sendo acompanhada por Josh e Sabina, que silenciosos, observavam ela tentar encontrar alguma coisa debaixo de sua cama.

— Não está aqui... — Ela exclamou com pesar, não encontrando a caixa no qual escondia suas economias, para que quando não suportasse mais tudo aquilo, pudesse fugir.
Antes mesmo de decidir sumir, ela já havia feito suas malas dezenas de vezes, e juntado um dinheiro, sem contar para ninguém.

Mas ao que parecia, sua mãe já havia o descoberto naquele esconderijo não tão bom assim.

— Inacreditável... — Fôra tudo o que conseguiu dizer, ou melhor, sussurrar, antes de sentar sobre seus calcanhares e processar tudo aquilo, de uma só vez.

A mãe não a teria deixado para trás, não é?

Sua mãe não fôra capaz de fugir, não era mesmo?

— Shiv...

— Espera... — Ela interrompeu Sabina, ainda sem acreditar.

Todo o inferno que passara, no fim, foi em vão?
Toda a pressão que sentira durante todos esses anos, com aquela responsabilidade sendo depositada em cima de si, que na época, era apenas uma adolescente, servira apenas para ferrar com sua vida?

Que tipo de pessoa Renata era, para fazer aquilo com ela?
Ou melhor...será que Claude era assim tão importante para sua mãe, que não era nem mesmo preciso pensar duas vezes antes de deixá-la para trás?

— Espera... — Ela voltou a murmurar, com sua mente a todo momento lhe dizendo o que ela não queria acreditar.

Não era certo!
Os pais não deveriam abandonar os filhos!
Pelo contrário...eles deveriam passar por aquilo juntos! Sua mãe deveria ter lhe apoiado, e não simplesmente lhe abandonado. Não era justo...

— Ela te deixou isto.. — Noah estendeu o pedaço de papel que encontrara mais cedo pendurado na porta da geladeira, antes de senti-la agarrar a folha, como se quisesse trucida-la.

Shivani  não queria ler...
Sabia que Renata, mesmo já longe, talvez seria capaz de fazê-la se lamentar por ter nascido.

E era o que dizia para si mesma, por dentro.

Ela encarou sem expressão a caligrafia impecavelmente desenhada de sua mãe, antes de passar a ler.
Não custava nada ter um sofrimento à mais na sua vida. Já não mais fazia diferença...

" Shivani...
Se estar lendo isso, talvez seja porque seu padrasto e eu achamos conviniente fugir..."

Ela soltou um sorriso de escárnio, se sentando completamente no chão, inconsolável.

"Sei que fui injusta com você!
Fui injusta em te privar de ser uma garota normal. Fui injusta em te tirar da frente de suas metas. Fui injusta em não querer que fosse feliz. Esse era o meu sonho para você, quando seu pai ainda estava vivo, mas a partir do momento em que me casei novamente, meus objetivos fugiram do controle, de modo que deixei de lado todos os meus princípios.."

Renata não deveria estar fazendo aquilo com ela.
Se fosse para fugir, que sumisse sem deixar rastros, mensagens ou saudades...

"Sei que me odeia, Shivan.
Sei que sempre fui para você, uma péssima mãe, alguém que lhe tirou tudo, até mesmo seus direitos sobre si própria.
Mas eu te criei bem, afinal. Você me serviu muito, durante todos esses anos. Soube dar valor a família à cima de tudo, e apesar de saber que se arrepende amargamente por isso, é, felizmente, uma das coisas que mais admiro em mim mesma, e em você.
Eu, porque fui capaz de lhe ensinar sobre se sacrificar para manter sua família ainda de pé, e você, por ter aprendido tão rapidamente essa lição."

Noah escutou ela soluçar, e assim como Sabina, ele se sentiu incapaz de consola-la naquele momento.
Não havia muito o que poderia fazer. Não era ele quem sentia na pele, a sensação de ter sido deixado para trás.

" Devo começar então, pedindo desculpas. Desculpa não ter te apoiado nas suas escolhas, por ter permitido que o desejo e a ambição sem limites por dinheiro pusesse um abismo entre nós, e por te obrigar a fazer algo no qual não queria. E me desculpa, por ter pego suas economias escondidas, para  fugir. Eu não suportaria ficar na cadeia, tudo por causa das dívidas que seu padrasto se envolveu."

Ela amaçou o pedaço de papel, ao ver que já estava chegando ao fim.
Desculpas não resolveriam seus problemas...
Desculpas não traria de volta o seu coração virtuoso, ao invés daquele desfigurado e ressentido pedaço que pulsava e batia em seu peito.

" Se estar se perguntando o motivo de não ter dito tudo isso na sua frente, a resposta, é bem simples, na verdade. A minha vida inteira, nunca encarei realmente algo de verdade, e encarar você nos olhos, sabendo do estrago que fiz na sua vida, me tornaria pior do que já sou. Um verdadeiro monstro!"

" Estou lhe fazendo um favor, sumindo da sua frente, Shivani. Estou deixando você respirar finalmente, e não artificialmente, como foi durante todos esses anos. Estou deixando o caminho livre, para fazer o que quiser, como deveria ser desde o início. E, sabendo que talvez você não esteja se importando sobre aonde estarei, como e quando voltarei...mesmo assim, irei te dizer. Passarei algum tempo na casa de sua tia na Índia e talvez essa seja a última vez que ouvirá sobre sua mãe...ou sobre a mulher que se diz ser sua mãe."

" Mais uma vez, me desculpa, querida. Vai ser melhor assim...perto de você, eu só vejo estragos, mas longe, talvez eu possa me sentir um pouco orgulhosa da grande mulher que você se tornou."

Por que...?

Shivani  agarrou com força aquele pedaço de papel perto do seu peito, enquanto se curvava para frente e chorava, como uma criança que fôra abandonada no parque de diversões pelos pais.

Por que, mesmo depois de tudo, ela ainda não conseguia odiar Renata? Por que, ainda que lhe doesse cada palavra ali escrita, tudo o que queria era ver a sua mãe, e dar-lhe uma chance de concertar as coisas da forma que deveria?

Era sua mãe, acima de tudo!
E as coisas não deveriam ter acabado assim...

Mas a única coisa que lhe sobrou, juntamente com aquela carta de despedidas e daquele apartamento, foram suas lágrimas.
Aquelas talvez nunca a abandonariam, ou cessariam.

Mas se cessassem, que levassem junto delas à saudades.
Saudades de alguém que muito lhe fez sofrer.

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