A teoria do caos

By AyzuSaki

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Alguns eventos moldam as pessoas. Acontecimentos que transformam o caminho de alguém totalmente, por terem um... More

Capítulo I - O homem que trabalha com lixo
Capítulo II - O menino que brinca com lixo
Capítulo III - Que tipo de herói você quer se tornar?
Capítulo IV - Os gatos de rua de Hosu
Capítulo V - Aqueles encontros predestinados
Capítulo VI - Desvios imprevisíveis
Capítulo VII - Convergindo
Capítulo VIII - Endeavor precisa esfriar a cabeça
Capítulo IX - Sua mãe nunca te ensinou a mentir, mas deveria
Capítulo X -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte I
Capítulo XI -Aizawa questiona as suas escolhas na vida - Parte II
Capítulo XII - O gato e o novelo de lã
Capítulo XIII - A órbita de um Midoriya
Capítulo XIV - O poder por trás de um nome
Capítulo XV - Os rolês aleatórios de Nora
Capítulo XVI - Um interlúdio antes da desgraça
Capítulo XVII - O paradoxo da força irresistível
Capítulo XVIII - Aquelas reuniões familiares com parentes que tentam te matar
Capítulo XIX - O menino e os monstros
Capítulo XX - As promessas que fazemos e que nos quebram
Capítulo XXI - O Inverno está chegando
Capítulo XXII - O paradoxo de Epicuro
Capítulo XXIII - Uma fúria feita de gelo
Capítulo XXIV - O inverno está aqui
Capítulo XXV - Efeito bola de neve
Capítulo XXVI - O guia prático de como criar caos, por Izuku Midoriya
Capítulo XVIII - A ponta do fio
Capítulo XXIX - Os galhos da árvore
Capítulo XXX- Izuku é uma calamidade de bolso

Capítulo XXVII - Um cego guiando um cego

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By AyzuSaki

Notas iniciais

Surpresa? Dia 28 Teoria do caos faz DOIS ANOS. Então para comemorar, eu fiz esse capítulo. Porém estou postando antes da data no spirit e wattpad por motivos de não quero esperar.

Nas demais plataformas será só dia 28 mesmo, assim como a tradução do capítulo (eu posto ela em inglês e português no ao3) :)

Obs: A arte  no final desse capítulo foi feita por mim no paint, a de início é comissão da Clara. 


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"Pegue minha mão. Há dois de nós nesta caverna.

O som que você ouve é água; você vai ouvir isso para sempre.

O chão em que você anda é de pedra. Eu já estive aqui antes.

As pessoas vêm aqui para nascer, para descobrir, para se beijar,

sonhar, cavar e matar.

Cuidado com a lama."

— Lisel Mueller, "The Blind Leading the Blind"

Dois anos, seis meses e 20 dias atrás

Shigaraki, por definição, não era uma pessoa curiosa. Ele não perdia seu tempo com esse tipo de desvio, sempre mantendo os olhos no seu objetivo, em vencer seu jogo.

Ele odiava a sociedade heroica. E se algo não estava bom, deveria ser destruído. Simples, sem complicação.

E então havia as exceções.

Eraserhead, por exemplo, era um herói que podia admitir que era maneiro. Kurogiri costumava assistir os vídeos dele e Shigaraki, para o bem ou para o mal, conseguia admitir que ele tinha estilo. Isso não o salvaria de Shigakari no final, mas ele poderia admirar algo assim.

E então tinha aquela curiosidade sobre aquela cobaia. Havia algo nele que o incomodava, mas ao mesmo tempo não queria o destruir, como fazia quando algo o incomodava. Ele havia comentado isso com sensei e Kurogiri. Sensei o mandou levar a cobaia até ele, Kurogiri não falou nada, mas ele tinha a sensação que ele não aprovava isso.

De qualquer forma, naquele momento, Shigaraki ficava feliz por não ter o matado, porque ele havia se provado mais interessante do que o esperado.

"O que vai fazer agora?" Shigaraki o observou, fitando os containers com os noumus.

Um deles tinha uma criatura menor, flutuando na água, deformada e feia, com o encéfalo amostra e os dentes arregalados, o corpo contorcido em apenas músculo e espinha. Ele parecia especialmente focado nessa, tocando o vidro com mãos trêmulas.

Em outro momento teria até se incomodado com os soluços, mas estava interessado demais para isso no momento. A cobaia havia criado um curto-circuito na base e aberto às celas, fugindo dentro da base. E no entanto não havia saído dela, mas ido ali.

Quando Shigaraki chegou e viu o caos, ele se guiou por essa curiosidade. Sensei disse que iria eventualmente se livrar daquela gente, então não viu problema em desintegrar quem via em seu caminho, consequentemente o ajudando. Ou a porta daquela sala quando o viu tendo dificuldade em abri-la. Algo devia ter acontecido nos últimos dias em que não veio, porque ele parecia mais fracote do que o normal.

E ele era muito fracote, apenas recebendo o que aqueles idiotas faziam sem poder fazer nada. Era meio triste até. Será que ele esperava que alguém viesse o salvar ainda? Não iria acontecer.

(Shigaraki sabia bem como isso funcionava, ninguém viria. Ninguém nunca vinha.)

Ele queria saber o que ele faria, antes de o levar até Sensei. Ele não havia surtado quando o viu matando as pessoas na base, seu foco em entrar naquela sala. Shigaraki queria entender a razão.

Então ele lembrou da pirralha que sempre estava agarrada nele, em como ela não estava agora.

— É sua...amiga? — A palavra soou estranha em sua boca, apontando para o monstro feio na água.

— Eu cheguei tarde, a gente quase conseguiu, tão perto...tão perto.

O garoto parecia quase catatônico. Eles haviam tentado fugir? Isso explicava o estado dele, ele parecia meio fora de si. Ou talvez também fosse o corpo da pirralha flutuando na água e os outros ao redor.

O pirralho seguiu para os computadores ainda soluçando, tropeçando na cadeira no processo. Shigaraki o seguiu em silêncio e o olhou destruir as informações.

Ele deveria o parar nisso, não sabia se sensei iria gostar.

Shigaraki não o parou. Ele queria ver. Saber.

Viu as mão pequenas parando no teclado por alguns segundos, indo até uma das chaves. Olhou por cima do ombro dele, vendo o que era, e sorriu, ainda mais curioso.

"Interessante."

— Se apertar isso, vai parar o processo, certo? Abrir todos eles. — Perguntou com certa diversão. — Se ela ainda estiver viva lá dentro, vai matar sua amiga se fizer isso.

Shigaraki realmente deveria o parar. Seria um prejuízo para sensei, não seria?

—Não posso deixar ela assim. Eu prometi. — A voz dele quebrou, ainda sem o olhar. — Eu prometi a Yana.

Deu de ombros, não se importando tanto com o resultado. O nome, no entanto, o fez pausar.

Yana. O nome lhe lembrava algo, algo parecido.

Sentiu algo tocando sua perna e olhou para baixo, encontrando a mão do pirralho em sua blusa. Não entendeu a razão e olhou o gesto, mistificado.

O pirralho continuava olhando para a alavanca, paralisado. Tinha a sensação que ele iria apertar de todo jeito, mas a demora lhe dava nos nervos. Shigaraki havia matado todos no corredor, mas logo viriam mais. Ele não se importaria de os matar também, mas o trabalho o irritava. Eles tinham que acabar com isso logo.

— Yana...

"Yana. Yana.Yana. Hana?"

O nome o fez sentir dor de cabeça e fechou os olhos.

"Quem diabos é Hana?"

Shigaraki não saberia explicar a razão de ter feito aquilo. Ele diria a si mesmo que para acelerar logo aquilo, o levar logo até sensei. De parar aquele choro que estava lhe dando nos nervos.

Shigaraki removeu a luva.

— Não é como se ela estivesse viva. A queda da energia deve ter fritado todos eles. Ela está morrendo lentamente agora. — O garoto deu um pequeno soluço, se agarrando com mais força em sua blusa. Por conforto? Ele não parecia ter medo dele, nunca teve.

O pirralho era um idiota.

(Por alguma razão, em sua mente, veio a imagem de uma mão pequena diante dos seus olhos, se erguendo em direção às costas de uma garota. Se segurando no braço dela como o pirralho fazia com ele agora. Talvez por isso não o sacudiu.)

O garoto pareceu entender de imediato sua intenção.

— Eu não... — A mão pequena se agarrou no seu braço e o olhou, levemente aborrecido. —Ela não vai sentir nada?

Shigaraki rolou os olhos, mas assentiu. Mais rápido do que a coisa morrer lentamente.

O garoto assentiu de volta e soltou seu braço, o deixando ir até o container.

"Sensei não vai gostar nada disso."

— Obrigado. — A voz baixa o fez olhar para trás. — Por fazer isso por ela.

Shigaraki o odiou naquele momento por o fazer sentir dor de cabeça.

Quando virou as costas ouviu o barulho da chave girando e os containers começaram a se abrir.

Shigaraki sorriu com isso.

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Atualmente

Shigaraki não era uma pessoa de pensar em possibilidades que não serviriam, mas naquele momento ele se pegou pensando em uma.

Vendo do outro lado da tela o pirralho fazer aqueles filhotes de herói de estúpidos, ele pensou como seria se anos atrás ele tivesse conseguido o trazer para Sensei. Se o merdinha não tivesse lhe esfaqueado pelas costas e cuspido na sua oferta. Ao invés de ficar agradecido, ele havia tentando convencer Shigaraki que sensei era o errado na história, que ele que precisava ser salvo.

Talvez se ele não tivesse tentado arrancar a cara dele fora ao ficar puto, poderia ter o apagado e trazido para sensei. Eventualmente ele veria que estava certo, Sensei trataria disso.

Não era uma visão ruim de se ter. Ele com certeza sabia como criar problemas.

"Eu posso trazê-lo ainda."

Talvez o matar não fosse a única opção.

Shigaraki sorriu com esse pensamento, a imagem do pirralho apertando aquela alavanca anos atrás.

— Ei, Kurogiri. Quero falar com sensei.

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Eles não falaram nada durante todo o percurso da enfermaria até um dos túneis vazios que levavam ao estádio. Diferente do silêncio usual entre os dois, esse não era confortável. Havia algo pesado no ar, uma tensão que caia como um cobertor sufocante.

Izuku sabia, que acontecesse o que acontecesse, ele não conseguiria deixar Shoto sozinho para lidar com tudo aquilo. Isso nunca havia sido uma opção, desde que o viu sentado naquele banco meses atrás. Izuku havia reconhecido algo nele e, como sua mãe sempre havia lhe dito, não era da sua natureza deixar algo assim quieto.

O problema era, que Izuku não sabia também o quanto ele podia ajudar quando ele nem mesmo conseguia se ajudar. Com Shoto, onde ele havia reconhecido aquilo que via em si mesmo, sempre havia sido um cego guiando o outro e seu maior medo ela despencar Shoto em um barranco com ele.

Quando Shoto parou, Izuku parou também. Ele se sentia bem estranho ali, trocando de uma perna para outra. A pomada que Recovery Girl havia usado na sua mão coçava e Shoto ainda continuava calado, o olhando, buscando alguma coisa em seu rosto, se preparando para falar algo claramente desagradável.

Os gatos, que haviam os seguido pelo túnel, passaram por suas pernas, indo até Shoto logo em seguida. Izuku olhou atento o outro garoto tencionar e ficar bem parado, mas com um miado de urgência ele se agachou e passou a mão e um deles, o outro quase o fazendo cair.

Izuku sentiu um pouco da tensão sumir com isso, sentando no chão com Catchan nos braços e outro dos gatos que haviam vindo escondido subindo em sua pernas.

Shoto o olhou e então, de forma hesitante, o seguiu, se sentando também, um gato em seu colo, outro se esfregando em seu braço.

Observou os ombros dele relaxando mais, cercado pelos gatos. Eles ainda ficaram em silêncio por quase um minuto inteiro, mas era menos desconfortável do que o caminho até ali.

— O detetive. — Shoto comentou, a voz ainda estranha, tensa. — Ele falou que eles tinham algo contra ele. Foi você?

Izuku hesitou apenas por alguns segundos. Ele sabia que aquilo poderia voltar e lhe morder. Se Shoto em algum momento comentasse com Naomasa sobre ele e Naomasa ligasse isso a Noraneko lhe entregando aquele dossier, as coisas poderiam sair do controle.

Ainda assim, Izuku assentiu devagar em resposta. Se Naomasa não havia batido em sua porta ainda, Shoto não havia falado nada, como o prometido. Shoto havia lido o dossier, no fim das contas? Talvez isso explicasse o que estava acontecendo.

— Está zangado comigo?

Shoto o olhou, a expressão levemente confusa:

— Não. Tenho motivos?

Izuku sentiu os ombros relaxarem de vez, soltando o ar devagar. Quando finalmente falou sua voz saiu em um torrente, rápida e um pouco histérica.

— Eu não sei, tem? Eu irrito os outros sem saber direito, Kacchan diz que é minha cara. E a situação toda é tão... Você não...você não respondeu as minha mensagens. E então hoje... — Izuku o olhou de forma perdida. — Não está puto comigo?

— Não. Eu não olhei o telefone esse dias. Fuyumi disse que não era uma boa ideia caso saísse algo que eu não quisesse ver sobre a... situação.

— A situação. — Izuku repetiu devagar e Shoto assentiu. — O que aconteceu, exatamente?

Shoto desviou os olhos para os gatos, a expressão indecifrável.

— Fuyumi se envolveu. — Ele falou, a voz em tom confuso, como nem ele mesmo compreendesse a situação. — E Natsuo. Não vivemos com ele mais. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

Havia muito que ele não estava contando, mas Izuku não iria pressionar por mais, não agora.

— Você está morando onde?

Shoto o olhou com a sobrancelha franzida em impaciência.

— Com Aizawa-sensei.

— Espera, sério? Como vocês...

— Midoriya.

Izuku fechou a boca, engolindo as perguntas.

— Eu não estou irritado com você, mas você é meu inimigo hoje. — Izuku sentiu isso como um tapa em seu rosto e tentou não reagir. A voz de Shoto tinha um tom que odiava. — Porque eu vou ganhar esse festival. E você está no meu caminho.

Izuku tomou um segundo para absorver isso, abraçando Catchan com mais força em seu peito.

— Uma parte minha se sente estranhamente lisonjeada. — Admitiu, parte brincadeira, parte sinceridade. — Por de todas as pessoas nesse festival, com Kacchan no festival, você se intimidar comigo.

— Não foi Bakugou que ganhou o primeiro lugar em duas provas seguidas e me fez usar...— Shoto se interrompeu, a expressão frustrada. — Aizawa-sensei treina você pessoalmente, eu sempre me perguntei a razão.

Izuku abriu a boca para falar que não apenas ele, mas Shoto não o deixou falar.

— Eu sei que deve ser pela situação de vocês. Não vou contar a ninguém. — O fitou confuso. Shoto pareceu um pouco desconfortável. — É um segredo, não é? Que ele é seu pai.

Por alguns segundos, silenciosos segundos regados pelo choque, Izuku não soube se queria rir ou bater a cabeça na parede. A atmosfera pesada se quebrou de forma momentânea.

— Sabe, Shouchan. — O apelido saiu sem esforço, sua voz um pouco histérica. — Temos que trabalhar um pouco nessas teorias.

Shoto franziu a testa: — Então ele...

— Definitivamente não é meu pai. — Shoto abriu a boca e o interrompeu. — Sim, eu tenho certeza. Eu posso ter visto meu pai apenas uma vez na vida, mas a semelhança era inconfundível.

Shoto não pareceu muito certo sobre isso, o fitando de cima a baixo.

— Então você não é irmão do Shinsou?

Dessa vez Izuku não segurou um som incrédulo, escondendo o rosto em Catchan para não ofender Shoto.

— Não! E Toshi não é filho dele também.

— Hum. — Shoto parecia confuso e descrente, mas deixou passar. — De qualquer forma, Aizawa-sensei treina você. Em USJ foi você que salvou todo mundo. — Isso retornou à atmosfera ao clima sóbrio e tenso. Izuku odiou isso. — Midoriya, os outros podem subestimar você por não ter uma quirk, mas eu não vou fazer isso. Você não se comporta como um estudante. Você sempre parece saber o que está fazendo.

Izuku ficou muito parado. Shoto, com todas as suas teorias absurdas, era bem mais perceptivo do que lhe dava crédito. E parecia o observar bastante para perceber. Izuku precisava ter muito cuidado com ele.

—Bem...bom saber que eu sou seu inimigo número um. — Izuku falou com cuidado, ainda tentando manter a voz leve. — Isso soou como uma declaração de guerra.

Shoto assentiu, o rosto muito sério, mas havia conflito ali. Ele não se sentia bem falando isso para Izuku. Havia tanta raiva dentro dos olhos de Shoto no momento, e mesmo sabendo agora que não era direcionada a ele, Izuku sentiu um arrepio percorrer a sua espinha.

— Bem, de qualquer forma, ainda vamos continuar amigos, não importa o que aconteça, certo?

— Amigos? — Shoto repetiu a palavra devagar, a testando como se fosse algo estranho. — Eu não vim para U.A para fazer amigos.

Apesar das palavras o tom dele foi tão confuso que Izuku não conseguiu se ofender.

— Que pena, porque não tem devolução. Eu sou tipo um gato, você não vai se livrar de mim.

Shoto olhou para o gato no seu colo em concentração e então assentiu de forma séria, concordando. Izuku não sabia se com a afirmação ou as similaridades.

Sorriu, sentindo um sentimento agudo de afeição. E de raiva, porque Shoto não merecia isso. Ele não merecia nada do que aconteceu. E agora Izuku tinha que ajudar e ele não queria acabar estragando tudo. E ele sabia o que tinha que fazer, o que não tornava os próximos minutos fáceis.

Izuku controlou sua respiração, se sentando de forma mais confortável.

— E por que você quer tanto ganhar o festival, Shoto? Eu sei que essa não foi uma declaração fácil de fazer.

O outro garoto franziu a testa e o olhou, como se a resposta fosse óbvia e não entendesse porque ele perguntaria algo assim.

Izuku continuou o olhando.

— Eu vou ganhar, usando apenas a quirk da minha mãe. — Shoto falou de forma dura. — Eu vou provar que não preciso dele para nada. Que não preciso dele para ser um herói.

"Um cego guiando outro."

Izuku se perguntou quantos baldes de água gelada ele poderia deixar como armadilhas na patrulha de Endeavor na próxima semana. Não o suficiente.

— Eu não quero a quirk dele, eu não quero nada dele.

"Provavelmente com cimento seria melhor."

— Você pode até pensar que é estúpido, eu não ligo, mas...

— Eu entendo. — Izuku o interrompeu, a voz com uma calma que não sentia. Ninguém, nenhuma criança, deveria passar pelo o que Shoto passou. Ninguém merecia sentir tanta aversão por uma parte de si mesmo assim. — Eu entendo.

Shoto o olhou confuso, tentando entender as implicações disso.

— Como? Você não tem quirk.

Não foi dito de forma cruel, mas Izuku ainda se encolheu um pouco defensivamente com isso, como o costume. Negou com a cabeça, porque aquilo não era sobre uma quirk. Nem para ele, nem para Shoto.

Percebeu a impaciência dele, a confusão com sua demora em responder.

— Quando eu tinha doze anos. — Izuku contou devagar. Ele não queria falar sobre isso, ele nunca queria falar sobre isso, mas não via outra forma de ele entender. — Houve um ataque de vilões. Minha mãe ficou machucado, em coma. Eu fui para o tio Taka, eventualmente. Antes disso...Uma coisa ruim aconteceu.

Shoto o olhou mais alarmado, seu corpo se inclinando em sua direção. Izuku não sabia que cara estava fazendo, mas o outro parecia querer se erguer e ir sentar ao seu lado.

Desviou os olhos para Catchan e focou nele ao invés de olhar Shoto. Tornava aquilo mais fácil.

— Era um grupo, eles pegavam crianças sem quirk, como eu. A mais velha tinha 15. — Miyagi. — A mais nova tinha 6. — Yana. — Ninguém nota o desaparecimento de alguém assim, sabe?

— O que eles fizeram?

— Nada de bom. — Izuku fechou os olhos, se encolhendo mais. Sangue em chão branco. Choro. Uma mão apertando a sua, alguém gritando por ajuda. Eles não conseguiam fazer nada. — Eu fui o único que conseguiu sair de lá vivo.

Sentiu uma mão em seu ombro e se perguntou quando Shoto havia chegado tão perto.

Abriu os olhos e ele estava ajoelhado na sua frente, o olhando com intensidade e preocupação.

— Algum herói...

Izuku negou com a cabeça, dando uma pequena risada: — Ninguém veio, Shoto. Sabe uma coisa engraçada? Eu sabia que ninguém iria vir. Eu não podia fazer nada sobre isso, ou sobre o que eles estavam fazendo. Eu era muito...

Muito fraco.

E não era isso um pensamento intrigante? Izuku, antes mesmo disso, desde muito criança, sofreu abuso das pessoas por ser considerado fraco. Eles só o deixaram em paz quando começou a revidar, mas sempre existe um peixe maior.

Shoto foi o oposto. O pai dele o considerava forte e por isso o abusou também.

E Izuku odiava isso.

—Então eu entendo. A necessidade de escolha, de ter algum controle. E no fundo, isso é a questão, não é Shoto? — Izuku falou a voz suave, sua mente indo para Haru, tentando remover a imagem do corpo dele pendurado naquela cela. A única escolha que fez na vida sendo como iria morrer. — Você nunca teve uma escolha, ou controle do que acontecia na sua vida. Ele abusou você, sua família e decidiu seu futuro. Não usar o fogo foi a única escolha que já fez sozinho.

Shoto removeu a mão do seu ombro rapidamente. Ele pareceu que iria falar algo, mas não tinha palavras. Sua expressão ainda mais conflito, como se nunca houvesse pensado nisso.

Izuku tentou remover da sua mente mais imagens. Dos noumus nos contêineres, do corpo deles no chão. De uma voz infantil em seu ouvido, em um soluço assustado: "Não me deixe ser um monstro, Izu."

— E eu acho...Eu acho que você conseguiria, sabe? — Izuku continuou, a voz levemente trêmula. — Você conseguiria ser um herói só com seu gelo. Um bom herói até, um dos melhores.

Shoto o olhou, confuso. Ele não esperava que Izuku fosse concordar com ele.

—Mas a questão é que não é só se você conseguiria ou não ser um herói assim. — Izuku pegou a mão de Shoto e observou as marcas ali, apontando para eles. — Você está se machucando por isso. — Shoto arrancou a mão da dele. Izuku deixou. — Sua quirk foi feita para regular seu corpo, ela é uma parte de você. Eu disse que não ia deixar ele te machucar mais, isso inclui você se machucar por culpa dele.

Os olhos dele ficaram conflituosos por momento, mas no fim Shoto balançou a cabeça.

"Eu devia esperar por isso."

Shoto há anos se sabotava por isso, ele não iria resolver em uma conversa, por mais que quisesse.

— Eu não vou usar a quirk do Endeavor.

— Que se foda Endeavor! — Izuku respirou fundo, tentando recuperar o controle. — Ele não está mais...

...Mais aqui. Izuku não conseguiu terminar a frase, porque era cruel e também porque seria muita hipocrisia. Min Han Su não estava mais ali também, ela estava morta. E ainda assim ela parecia uma sombra constante em sua vida, como todos os outros. Cada decisão que havia tomado depois daquilo, tinha haver com ela, com eles.

Endeavor não estava mais ali, mas ele sempre estaria. A sombra dele nunca iria embora.

— Izuku? — O tom de voz de Shoto era menos irritado e mais preocupado novamente.

"Como eu posso pensar em ajudar ele, se nem consigo me ajudar?"

Catchan se contorceu em seus braços e saltou na curva do corredor atrás deles. Uma das gatas o seguiu. Izuku estreitou os olhos.

— Precisamos ir, está quase na hora. — Shoto falou de forma brusca.

— Okay. — Assentiu, soltando o ar devagar, controlando aquela bola girando em seu peito. — Mas eu tenho uma pergunta. Não precisa responder agora, mas pense nela. — Ergueu os olhos e Shoto o olhava de volta de forma guardada. — Por que diabos vocês fica repetindo que essa quirk é do Endeavor?

Shoto o olhou confuso e perdido. Izuku tentou não rir, ele sabia que sua risada sairia histérica.

A voz de Midnight os interrompeu no auto-falante, chamando os participantes de volta. Izuku quase agradeceu por isso, ele não poderia perder o controle na frente de Shoto.

— Pode ir andando, eu acompanho você.

Shoto o olhou ainda mais confuso, a expressão incerta. Izuku resguardou sua própria expressão, sorrindo.

— Pode levar os gatos. — Fez um movimento de shoo. — Guarde meu lugar.

Shoto hesitou, mas se ergueu, o fitando por um longo momento, os olhos em conflito. Izuku esperava que pelo o que falou. No fim ele seguiu pelo corredor, sem olhar para trás, em direção ao estádio.

Apenas quando ele havia sumido Izuku sentiu seus ombros caírem, as cenas tomando sua mente, o cheiro de sangue no ar. Seu peito se expandiu muito rápido, impedindo que conseguisse respirar.

Shigaraki, reduzindo o corpo do noumu, de Yana, às cinzas.

— Merda. — Enfiou as mãos no cabelos, todo o controle se esvaindo. — Merda, merda.

Os corpos dos outros naquele chão, as cinzas ao redor. O gosto de sangue na sua boca. A mão de Shigaraki em seu rosto. Ele não havia conseguido salvar Shigaraki também. Ele não conseguia nem mesmo se salvar.

"Um cego guiando o outro. Os dois caindo no abismo."

Pontos escuros tomaram sua visão. Sua cicatriz coçava de forma terrível, como não acontecia há muito tempo.

(Izuku havia matado todos eles. Ele havia cumprido o que havia prometido a eles. A ela. Ele havia matado Yana. Ele era um assassino.)

Voltou a si quando uma mão agarrou seu pulso, o tirando do rosto e longe de onde arranhava a própria pele. Olhos vermelhos o fitaram e um grito se prendeu em sua garganta, por alguns segundos vendo outro par de olhos vermelhos ali.

— Merda. Respira. Deku. — Kacchan estava ajoelhado na sua frente, a gata em suas costas e um arranhão no rosto. Catchan, que estava ainda pendurado nele, saltou para os braços de Izuku. Em um pensamento histérico pensou em como Kacchan e Catchan estavam tentando o ajudar e começou a rir.

A expressão de Kacchan preocupada era tão errada, estranha.

— Ei, Deku. Izuku!

Parou de rir, mas ainda não conseguia respirar. Kacchan puxou seu pulso e o obrigou a colocar a mão em seu peito, respirando de forma exagerada e devagar. Ele não precisou falar mais nada para que o entendesse, como sempre.

"Ele sabe lidar bem com isso. Será que ele tem tantos quanto eu?"

Catchan ronronou em seu peito, os gatos que não haviam ido com Shoto miando ao seu redor, se amontoando. A gata saltou de Bakugou e se juntou à eles.

Apenas quando não parecia que iria apagar mais ele o soltou, mas continuou agachado na sua frente, vasculhando seu rosto. Izuku o sentiu molhado, mas aquilo não era nenhuma novidade.

— O.ouvir a conversa alheia é errado, Kacchan. — Sua voz estava rouca e em um tom falho de repreensão.

— Cala a porra dessa boca. Levanta daí.

Apesar do tom seco, a voz pausada, o toque em seu ombro foi quase gentil. Para os dois, pelo menos.

Quando Kacchan pausou no corredor, entre a saída e em direção a enfermaria, Izuku tomou a frente e seguiu para o estádio. Ele não o parou, mas seguiu ao seu lado. Os gatos seguiam atrás dos dois, em uma procissão estranha.

— Eu quero chutar sua bunda com você bem, ou não vai me servir de merda nenhuma. — Kacchan grunhiu, o olhando de soslaio. — Então não pense em foder comigo, Deku.

"E isso é Kacchan preocupado."

— Você só pensa em lutar?

— Eu penso em ganhar também.

Izuku não segurou uma risada com isso.

Eles já estavam entrando no estádio, claramente atrasados, quando ele tocou seu ombro, devagar, o parando.

— Onde eles estão?

— Quem?

A expressão dele se fechou, a boca se contorcendo. E Izuku entendeu. Ele estava perguntando sobre Min Han Su. Ele devia ter ouvido bem mais do que pensou.

"Bom, pelo menos eu sei que o aparelho funciona bem até demais."

Izuku o olhou no fundo dos olhos. Olhos vermelhos como Shigaraki, como os do seu pai. Izuku lembrava de um dia ter medo dos olhos de Kacchan, porque sempre havia tanta raiva neles.

— Mortos.

Kacchan saber sobre mais uma coisa sobre Izuku não o incomodava.

A mão dele tencionou levemente, e logo relaxou. Ele assentiu e o empurrou para frente, sem falar mais nada.

Não era preciso.

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Cuidem um do outro.

Tia Inko havia se movido, dando um sinal de vida depois de muito tempo.

Katsuki havia ido visitá-la dias antes, se perguntando o quanto ela teria ouvido todos aqueles anos em que ia a visitar diariamente. O pensamento não o incomodou tanto como teria anos atrás.

Cuidem um do outro.

Deku estava lá, chorando como sempre, quando foram a visitar. De vez em quando Katsuki se questionava se estava acordado quando o via lá, depois de tantos anos sentado sozinho naquela poltrona, regulando sua respiração com de uma mulher que nunca abria os olhos.

Cuidem um do outro.

Ele se perguntava às vezes sobre a mudança que tudo aquilo causou. Quem seria ele, se eles não tivessem saído para fazer compras naquele natal anos atrás?

Ele nunca conseguia ter certeza.

Seus olhos fitaram o cabelo verde na sua frente, se perguntando quem Deku teria se tornado se eles não tivessem saído naquele dia. Ou se ele tivesse segurado a mão dele com mais força. Ou se ele tivesse feito alguma coisa quando aquele assistente social veio o buscar no hospital.

Ninguém veio, Shoto. Sabe uma coisa engraçada? Eu sabia que ninguém iria vir.

Desviou os olhos para a frente, apertando os punhos.

Seus olhos caíram nos cabelos vermelho e branco. O meio a meio havia se postado ao lado do Deku assim que chegaram, daquele jeito silencioso e estranho dele.

Ele abusou você, sua família.

Os outros bastardos da sala dele o rodearam, olhando para Katsuki com desconfiança. O bastardo com insônia ergueu uma sobrancelha, o fitando de forma especulativa.

Katsuki não se moveu, os ignorando.

Seus olhos se seguraram em outro par de olhos vermelhos em cima da cabeça do nerd e segurou o olhar, o estreitando.

— Você está encarando um gato. — Ignorou a voz de Kirishima ao seu lado. — Uraraka, ele está encarando um gato.

— Eu sei. É hilário.

Katsuki não seria o primeiro a desviar.

O nerd o olhou de soslaio, o rosto muito pálido. Havia sangue perto do olho dele, onde havia arrancado pele da cicatriz. O rosto de Bakugou também ardia, onde o maldito gato o arranhou.

Deku olhou do gato pata Katsuki e seu lábio tremeu.

— Cala a porra da boca.

— Eu não falei nada. — Ele sussurrou, a voz mais firme do que antes.

Algo agarrou sua perna e quase perdeu a concentração, mas a manteve.

— Tem um gato subindo nele agora.

— Nerd, manda seu gato descer de mim. — Cuspiu irritado, balançando a perna, ainda sem desviar os olhos.

— Ela gosta de você. — O maldito nem mesmo o olhou. Katsuki ainda encarava o gato demoníaco. — O nome dela é Trini.

— Trini? — Cara redonda perguntou com interesse.

— Uhum. De Trinitrotolueno. — O nerd sorriu e Katsuki queria bater na cara dele. — Ou TNT.

Como se Katsuki fosse cair nessa.

— Eu não vou adotar a porra do seu gato, Deku.

Ele fez um muxoxo. Tinha um maldito gato no seu ombro agora e o demônio na cabeça do nerd continuava o encarando.

Midnight mandou que eles se calassem, o chicote batendo no ar.

Katsuki sentiu seus olhos ardendo, mas não os desviou.

— Awn, Bakugou! Que fofo seu gato!

— Eu não tenho um gato. — Ele cuspiu. Uraraka estava no seu ombro, a maldita. Bakugou iria descobrir de quem foi o barulho da câmera.

O nerd sorriu ainda mais: — Você tem sim.

— ..Antes de fazer o sorteio para acertar as combinações do torneio, tenho algo a anunciar!

Katsuki quase ergueu a cabeça em interesse, mas não iria piscar, ele não iria.

— Wow, Eraserhead iria ficar orgulhoso de você, Kacchan.

— Cala a porra dessa boca.

— Olha, Kacchan, somos nós no painel! — Katsuki desviou depressa o olhar para cima.

Ao olhar o quadro, ainda sem as combinações, seus olhos se estreitaram em fúria e tentou pegar o outro pela gola da camisa, mas o maldito já havia escorregado e se escondido atrás de meio-a-meio..

— Seu maldito mentiroso desgraçado!

— Eu disse somos nós para dizer que nosso nome estava lá, não que a gente ia lutar agora!

— Eu vou te matar!

— SILÊNCIO! — Midnight gritou. — Seus merdinhas! Eu não terminei!

— Haha! A classe A, sempre causando confusão.

— Monoma! Cala a boca!

Aquele maldito realmente não tinha senso de autopreservação.

— Bakugou, calma...— Ignorou Kirishima e virou o rosto para explodir a cara do bastardo, mas não foi preciso.

A gata, que ainda estava grudada nele por mais que tenha tentado fazê-la o soltar, saltou na cara do bastardo tão rápido que mal sentiu ela sair dele.

— Ei!Tira isso de mim!

Katsuki podia se considerar impressionado. Ela só soltou quando tirou sangue, caindo de pé no chão e correndo para as pernas do Bakugou.

— Wow, ela é agressiva. — Cara redonda murmurou, parecendo muito feliz. — Bem, não com todo mundo. Ela parece bem bobona com você, Bakugou.

Bakugou arrancou a gata que havia voltado a subir na sua perna e a ergueu na altura do rosto em irritação. A coisa era uma bola de pêlo tão desgrenhada que mal se via onde começava e terminava e tinha cor de água suja. Os olhos muito grandes e verdes (e muito vesgos, o que era meio hilário, mas nunca iria admitir) combinado com a língua de fora a deixavam com uma cara de idiota absurda. O que contrastava com o sangue nela que tinha arrancado do bastardo (que continuava reclamando disso. Ha!).

No todo, a cara de pateta e a explosão de agressividade o fez, curiosamente, criar um paralelo com outro gremlin.

— Olha essa idiota. Parece com você, Gremlin. — Bufou, a soltando no chão.

Imediatamente ela subiu nele novamente.

Porque a maldita tinha que ser teimosa e grudenta como o gremlin também.

Olhou ao redor em aviso que iria explodir quem comentasse alguma coisa.

......................................................

Às vezes Aizawa questionava suas decisões na vida ao ver seus alunos agindo daquela forma.

Seu único consolo é que Maijima parecia pior do que ele.

O problema é que seus alunos pareciam ter uma grande mania de se envolver com os alunos do departamento de suporte, e aquela era uma combinação que ninguém queria.

— Como eu dizia, antes de ser interrompida. — Nemuri anunciou com um sorriso mortal em direção aos alunos, que imediatamente se calaram. — Temos uma novidade de última hora! Com a desistência de três alunos por não poderem continuar, foi decidido que iria se aproveitar essas vagas para quem se aproximou em pontuação na cavalaria e corrida.

Alguns alunos da classe B começaram a comemorar com isso.

— Oh. — Hizashi esfregou as mãos. — Isso vai se tornar interessante.

— Parabéns! Tetsutetsu Tetsutetsu, Juzo Honenuki e Ibara Shiozaki retornam para a competição! Mas tem mais!— Nemuri falou, a voz divertida demais para ser uma boa notícia. O que Nedzu havia aprontado desta vez? — Diante da injustiça que seria escolher apenas alguns participantes da equipe que se aproximou, o diretor Nedzu, em toda sua benevolência. — "Só que não." — Decidiu estender essa chance para toda a equipe e apimentar um pouco as coisas. Então esse ano teremos 17 participantes. Yosetsu Awase, pode vir!

— Isso é um número ímpar. Deve ser a primeira vez que isso acontece. Já tivemos menos participantes, mas não mais. O que acha disso, Shota?

"Que Nedzu está aprontando algo. Ele viu algo na cavalaria e corrida e quer testar isso".

— Que vamos passar o dia todo aqui, pelo jeito. — Resmungou, seus olhos varrendo de longe a arena abaixo. Havia algo de errado com alguns deles. Todoroki, Bakugou, Midoriya. Algo havia acontecido.

— Como devem perceber, isso é um número ímpar.— Nemuri continuou, voltando a acalmar os estudantes agitados. — Então ficou decidido que esse ano fariamos algo um pouco diferente. E como queremos simular a vida de vocês fora daqui e nem sempre vocês enfrentarão um único inimigo ao mesmo tempo... Esse ano nós teremos, no torneio, além do um a um, também batalhas em trio!

Aizawa arregalou os olhos: — Filho da mãe.

— Isso mesmo! Neste ano, alguns de vocês se enfrentarão em trio na arena!

Notas finais

Surpresa :) Esse capítulo veio para comemorar os dois anos da fanfic. Espero que tenham gostado!

E as batalhas, vocês podem imaginar o quanto essa mudança vai gerar drama e caos. No próximo capítulo vamos ver como isso vai funcionar e quem vai batalhar contra quem. Vai servir também para colocar um pouco de destaque na turma B :')

E desculpe Bakugou, mas você totalmente acabou de ganhar um gato. Porque se Izuku tem um catchan, Bakugou vai ter a Trini, o seu gremlin felino.

Obs: Em nota, sobre o flashback. Eu havia deixado algumas pistas no caminho sobre isso, mas é, foi Izuku (e Shigaraki) que destruiu os noumus que eram as crianças sem quirk. Ele não podia apenas os deixar lá, ele havia prometido que não ia deixar Yana se tornar um monstro. Lembrando que ele só tinha 12 anos na época. E então, anos depois Takashi cai nessa situação e ele percebe que poderia ter tido outra solução ( naquela época para ele não havia, mas ele não acredita nisso) e sente a culpa esmagadora pelo o que aconteceu.

Ele também poderia ter deixado Shigaraki apenas destruir os containers, mas assumiu a responsabilidade, porque eles eram seus amigos. Sua responsabilidade.

Hana Shimura era a irmã de Tenko Shimura, ou Shigaraki. Nesse ponto ele ainda não lembrava disso, então o nome o deixou confuso, porque puxou essa memória dele.

A relação de Shigaraki e Izuku é bem complexa e nenhum pouco saudável, mas o que o fez se aproximar dele é porque, no fundo, Izuku naquela época o fazia lembrar de algo que não conseguia entender. E esse algo era Tenko Shimura, antes de se tornar Shigaraki. Izuku também não tinha medo dele, ele realmente havia se apegado a Shigaraki e queria o ajudar, porque o via como uma vítima. Izuku via Tenko Shimura, que poderia ainda ser salvo.

Infelizmente, diferente de Tenko, Shigaraki não pode ser salvo. :')

E relembrando quem está na batalha:

Time Bakugou: Katsuki, Uraraka, Kirishima, Tokoyami

Time Todoroki: Shoto, Momo, Denki e Iida

Time Izuku: Shinsou e Izuku - Aya e Jimin saíram

Time Hiro: Hiro (o que dá vida aos objetos), Nara (O cantor) e Mei - Satou saiu

Time TetsuTetsu: Ibara (mina do cabelo de cipó), Juuzo (cara da areia movediça), Awase (carinha que fusiona as coisas umas nas outras. Também conhecido como o sujeito que protegeu a momo no acampamento, por isso amamos ele nessa casa) e TetsuTetsu (Kirishima de metal).

Trini, pela descrição do Bakugou jsfhssahf

Para quem quiser acompanhar mais fanart pode me achar no twitter como AyzuSaki ou tumblr como aeronocacto :) Quem quiser fazer arte de teoria do caos FIQUE A VONTADE, eu vou amar de verdade. 

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