[DEGUSTAÇÃO] Não Foi Amor À P...

By KelCosta

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Magnólia: gata, gótica, estranha, ganhadora do troféu dedo podre, a caçadora. Eros: irmão de Odin, cafajeste... More

LEIA ANTES DE INICIAR
♫ Avisos ♫
♫ Personagens ♫
♫ Capítulo 1 ♫
✩ Capítulo 2 ✩
♫ Capítulo 3 ♫
✩ Capítulo 4 ✩
✩ Capítulo 6 ✩
♫ Capítulo 7 ♫
✩ Capítulo 8 ✩
♫ Capítulo 9 ♫
♫ Capítulo 10 ♫
BOOK TRAILER LIBERADO

♫ Capítulo 5 ♫

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By KelCosta

Bom dia boa tarde boa noite, amores de my life todinha!

Como vocês passaram a semana? Espero que bem! Por aqui eu ainda tô em marcha lenta, não consegui focar muito ainda na escrita, ando procrastinando muito. O calor também não ajuda, descobri que trabalho muito melhor no frio 🥵🥵🥵

Bora ler? Tem Magnólia e Eros se bicando por aí. O nome do livro podia ser ódio à primeira vista. Que tal?

🍀

Quanto tempo antes do nosso aniversário a gente costuma entrar no período de inferno astral? Gostaria de descobrir porque eu tinha certeza absoluta de que já estava passando por essa fase há alguns meses, porém, tudo piorou de forma bem drástica nesta festa. Devia ser apenas mais um trabalho como qualquer outro, coisa que eu fazia muito bem. Sempre fui uma funcionária exemplar para meu cunhado.

Mas não hoje. Nem me surpreenderia mais se Zélia Machado riscasse o nome da Dono do Sabor do mapa depois que chegasse ao conhecimento dela as maluquices que cometi no decorrer da noite. Primeiro aconteceu com Odin e aquela minha língua que não coube dentro da boca no pior momento de todos. Passei a festa inteira me culpando por ter começado com o pé esquerdo com ele, justo um homem tão incrivelmente lindo — tive que concordar com minha irmã sonhadora. E depois, para fechar com chave de ouro, o ataque ao outro Montenegro, algo bem pior do que tinha acontecido com Odin.

Juro que não sou esse tipo de pessoa, que sai agarrando e beijando bocas de forma desgovernada. Não estava absolutamente em meus planos nada disso. Eu só queria falar com o Odin e pedir desculpas a ele, implorar para que não me odiasse, e minha irmã era a culpada, certamente. Foi ela que ficou enchendo a minha cabeça com um monte de baboseiras sobre os irmãos e eu devo ter me deixado contaminar.

Tudo bem, eu confesso: precisava concordar com ela. Os dois eram muito bonitos, mas claramente Odin possuía algo a mais, ele era especial. Inicialmente, eu até cheguei a pensar que o mais novo parecia só mais um moleque rico da Barra da Tijuca, com aquela aura de playboy cafajeste e sorriso de quem já devia ter comido todas as mulheres da festa. O típico boy tóxico de quem eu sempre gostava de manter distância porque não agregaria em nada na minha vida. Mas o Odin... Logo vi que ele era elegante, sério e se parecia muito com alguns protagonistas de romance, alguém que colocaria a lua aos nossos pés.

Passei a festa inteira tentando me aproximar o suficiente para conseguir falar novamente com ele. A porra da festa toda mesmo, mas minhas tentativas foram um fracasso. Até que eu pensei que o destino ia me dar uma ajudinha. Tinha entrado para usar o banheiro social já que o de visitas que ficava no jardim estava ocupado e eu, muito apertada. No caminho para lá, vi que Odin estava andando em círculos pela sala de estar e decidi que assim que terminasse de fazer meu xixi, falaria com ele.

Tomei um tempinho rápido me encarando pelo espelho depois de ter lavado as mãos e tentei imaginar se ele tinha reparado nos meus piercings, pois não parecia alguém que julgaria pela aparência.

— Não importa — repeti para meu reflexo e ajeitei alguns fios que teimavam em escapar do coque.

Estava com a mão na maçaneta quando a música que tocava na casa inteira parou de repente e abri a porta para flagrar o final de uma frase dita por Eros Montenegro:

— ... A próxima vez que eu quiser me enrolar nos lençóis com uma... rola gostosa como essa eu... Ah, enfim, terei mais cuidado ao viver minha vida dupla de gay que finge ser hetero e...

Ele congelou com a boca aberta quando minha presença foi notada, mas eu grudei o olhar no chão em que pisava e passei pelos dois irmãos, quase sem respirar, chocada com o que tinha acabado de ouvir e ciente de que não conseguiria abordar Odin depois daquela conversa.

Pois é, a noite só piorava. Agora eu levaria a fama de fofoqueira que tomava conta da vida dos ricos e se minha imagem com o filho mais velho já estava suja, tinha se tornado completamente encardida. Pior ainda, eu percebi que tinha me tornado a pessoa que julga sem saber. Julguei errado o Odin e repeti o erro quando pensei que Eros fosse um hetero do tipo cafajeste, enquanto o rapaz devia estar passando por uma situação difícil com essa pressão de ter que fingir uma coisa que não era.

— Então ele é mesmo gay — murmurei, caminhando pelo jardim, relembrando do momento anterior em que esbarrou em mim enquanto discursava sobre ser ou não ser passivo. Achei que se tratasse de brincadeira entre amigos.

Mas quer saber? Eu não tinha nada a ver com essa história. Se ele era gay ou não, se era assumido ou não, eu fui pega de surpresa e estava apenas fazendo xixi. Não podia deixar que isso piorasse a péssima primeira impressão que Odin teve de mim, portanto, fiz o caminho de volta e entrei correndo na casa. Tinha visto ele subir para o segundo andar e me esgueirei pela escada de mármore até o corredor que se abria para dois lados, bem coisa de mansão que eu nunca teria.

Escolhi o lado onde vi a luz que saía por uma porta aberta e tentei ser o mais discreta possível. Logo me dei conta de que mais uma vez estava tudo errado. Como eu ia pedir desculpas ao cara se estava perseguindo ele? Talvez fosse o momento ideal de retornar para a festa e... Ah, meu Deus, ele estava de cueca.

Fechei a boca com força para evitar babar naquele corpo todo sarado e arregalei os olhos quando percebi que ele estava prestes a ficar pelado. Eu podia ser presa só por estar ali.

— Está perdida? — gritaram no meu ouvido e me virei com o coração saindo pela boca.

Antes de compreender de quem se tratava já estava batendo no rosto da pessoa e empurrando-a contra a parede. Pressionei minha mão contra a boca maldita e só então pisquei, enxergando ninguém menos que Eros Montenegro me encarando com ódio. Eu seria mesmo presa.

— Fica quieto! — implorei, não querendo ser flagrada pelo irmão dele. Eu preferia ser presa.

— Está acontecendo alguma coisa aqui?

E então, ouvi a voz melodiosa de Odin, fazendo meu coração disparar alucinado por ter sido descoberta e só vi uma opção mais ou menos coerente para explicar minha presença ali em cima. Beijei a boca de Eros.

— Ok, seu papo sobre se assumir gay durou a eternidade de cinco segundos. Parabéns, garotão, estou orgulhoso!

Quando a porta do quarto bateu, senti o olhar assassino queimar sobre mim. Tudo bem que não tinha sido um beijo de verdade, eu só encostei nossos lábios — com força —, mas pela forma como Eros me olhava parecia que eu tinha cometido um genocídio.

Eu me afastei dele, tentando me recompor, limpei a garganta e estiquei minha mão.

— Prazer, Magnólia.

Pensei se deveria colocar um sorriso no rosto, mas acho que só faria parecer que eu tinha achado tudo muito divertido, o que era mentira. Então me mantive séria e de ombros eretos à espera da resposta dele.

— Ah! Porra! — Eros fez uma careta e puxou a gola da camisa para cima, limpando a boca com muito afinco como se eu tivesse alguma doença contagiosa. — Que nojo! Por que você está fedendo a camarão?

Funguei e cheirei minha camisa bem discretamente, sentindo-me um pouco culpada por ter roubado vários camarões do buffet, escondido tudo na blusa e levado para o banheiro.

— É impressão sua — respondi e dei o primeiro sorriso. — Olha, desculpe-me por isso. Pelo beijo, não pelo camarão. Foi mal mesmo.

Virei-me para o outro lado do corredor e pensei se devia correr ou andar tranquilamente para não aparentar mais culpa do que eu já carregava.

— Onde pensa que vai? — O bilionário segurou meu braço e me fez virar para ele. — O que queria vindo atrás de Odin?

— Só queria pedir desculpas a ele. Pela segunda vez. — O loirinho estreitou os olhos como se não estivesse convencido. — Falei umas coisas injustas sobre seu irmão.

— E pretendia se desculpar com ele nu?

Pronto, eu seria presa e taxada como pervertida. Não tinha histórico melhor do que aquele, não é? De quase bailarina clássica a professora de dança de salão para detentas. O orgulho da família.

— Eu não sabia que ele estava tirando a roupa — apressei-me em preparar minha defesa. — Achei que seria mais inteligente esperar que se vestisse de novo do que invadir o quarto dele enquanto estava só de cueca.

Ou bastava eu simplesmente bater na porta e não ficar espiando pela fresta. Sim, era isso que eu devia ter feito, mas a curiosidade tinha sido maior, afinal, eu nunca nem vi um homem daquele nível totalmente pelado. O máximo que conseguiria era vê-los de sunga na praia... se eu frequentasse praias.

— Ok, chega. — Eros agitou as mãos e segurou meus ombros, virando-me de frente para a escada, parecia que me empurraria dali de cima. — Você é bem estranha. Dá o fora.

Joguei a cabeça por cima do ombro para poder encarar o homem simpático.

— Não vai contar nada para a Zélia Machado, né?

— Roubou alguma coisa? — perguntou enquanto me fitava como se eu não tivesse salvação.

— Salgadinhos de camarão.

Ele arqueou as sobrancelhas e riu, enfiando as mãos nos bolsos da calça enquanto balançava a cabeça.

— Por isso o fedor.

— Fedor? Não estou fedendo. — Achei bem ofensivo da parte dele, tanto que recuei e cruzei meus braços, tomando o cuidado de não pisar em falso e sair rolando pela escada. — Eu entendo que não faço seu tipo, mas não precisa me ofender.

— Não faz mesmo — disse o idiota, me olhando dos pés à cabeça. — Só que isso não tem nada a ver com seu hálito de camarão.

— Certo, que seja. Não vou me desculpar por ter beijado você. — Sorri. — Enfim, foi um prazer, até nunca mais e... espero que resolva seus problemas e consiga se assumir um dia. Tenho amigos gays que vivem muito mais felizes depois que saíram completamente do armário. Ninguém tem nada com a vida de vocês, sabe?

Quando ele arregalou os olhos de uma forma que parecia prestes a sofrer uma parada cardíaca, eu percebi que não devia ter tocado no assunto. Afinal, escutei a conversa sem querer, não tinha o direito de falar com ele sobre algo tão sensível. E como eu achei que a situação podia ficar muito pior, decidi que aquele momento era o ideal para dar o fora dali o quanto antes. O cara já me detestava mesmo, eu não precisava ser expulsa da festa.

Virei-me e desci a escadaria com pressa, sentindo meu coração acelerado e muito arrependida de querer tentar ser legal. Geralmente quem estava passando por esse tipo de problema não queria uma pessoa estranha se metendo onde não era chamada.

É claro que eu senti que Eros descia logo atrás de mim e prendi a respiração quando cheguei no térreo e ele avançou à minha frente, me obrigando a parar.

— Você acabou de me chamar de gay? — perguntou com a testa franzida.

— Ah, não. Não, não — respondi, erguendo minhas mãos. — Sinto muito, eu não devia falar nada. Prometo que não vou dizer isso a ninguém.

— Por causa do que me ouviu conversar com meu irmão, certo?

Olhei rapidamente em volta, com medo de que aquele assunto escapasse de novo até ouvidos alheios. Não queria ser a causadora de mais um mal-entendido.

— Foi bem na hora que saí do banheiro — expliquei. — Eu não tive culpa, vocês estavam conversando praticamente na porta.

— Sobre eu ser gay. — Eros parecia ter necessidade de frisar aquele detalhe primordial como se ele mesmo estivesse em negação.

— Sim? — respondi meio sem saber o que ele queria.

O homem levou a mão à boca enquanto me encarava e eu comecei a me preocupar com aquela conversa estranha. Puxei o celular do bolso da calça e olhei discretamente o horário, ciente de que estava há tempo demais sem trabalhar e isso significava que o serviço estava desfalcado.

— Eu pareço um homem gay? — perguntou Eros.

— Bem... Eu não sou aquele tipo de pessoa que possui um radar para essas coisas, sabe?

— Dá para perceber — respondeu, sorrindo. — É impressionante como fica pior cada vez que você abre a boca.

Gente, mas que absurdo. Ele era muito insuportável e orientação sexual nenhuma seria capaz de tornar aquele idiota uma pessoa melhor. Queria ter uma bandeja nas mãos só para derrubá-la sobre a cabeça loira, mas como não tinha, apenas respirei fundo e girei sobre meus calcanhares, marchando rumo à tenda onde Cauã estava. Ele com certeza seria capaz de me acalmar e evitar que eu xingasse o dono da festa.

Claro que ele ficou tão chocado quanto eu ao descobrir que não consegui a oportunidade perfeita de ver Odin como veio ao mundo, mas deixei de fora a informação sobre o segredo que Eros Montenegro carregava. Tentei me ocupar enquanto servia bolo para os convidados e me esquivei de todas as perguntas que Sabrina me fez a respeito do meu sumiço repentino. Não sabia como ela reagiria quando soubesse que fui tão bisbilhoteira e quase coloquei a Dono do Sabor em maus lençóis.

Para minha decepção, não vi mais o Odin pelo resto da noite. O som já tinha sido desligado e preparávamos tudo para encerrar o trabalho quando me afastei até o corredor que dava acesso ao banheiro externo, em busca de uma tomada. Queria dar uma carga rápida no meu celular que tinha morrido e tinha acabado de encostar na bancada perto da churrasqueira quando olhei para o lado e vi Eros se aproximar.

— Quero falar com você — avisou quando me desencostei e me preparei para sair. — É rápido.

Ele tinha aquela aparência de fim de festa, camisa de botão aberta até o peito, um lado para fora da calça e o outro para dentro e uma expressão levemente alterada que indicava ter bebido.

— Pode falar — respondi, cruzando os braços e torcendo para o celular carregar logo.

— O que sabe sobre dança?

— Tudo? — Que tipo de pergunta era aquela? — Por quê?

— Seu trabalho foi indicado... — Ele esfregou a nuca de um jeito preguiçoso, como se estivesse odiando ter aquela conversa. — Talvez eu a contrate.  

Ah, nossa, que bondoso.

— Não estou procurando emprego na área.

— Ainda nem falei do que se trata, Magnólia — rebateu, rindo da minha cara. — Preciso contratar um dançarino para ensaiar com um grupo de amigos para uma dança num casamento.

— Não sou dançarina, sou bailarina. E não estou procurando emprego na área.

Virei-me para olhar a carga no celular e escutei uma risadinha sarcástica atrás de mim. O corpo grande de Eros surgiu ao meu lado e notei que ele era bem mais alto que Odin.

— Você é bem insuportável, né? — Estalou a língua e eu lamentei meu telefone só ter carregado dois por cento. — Olha, também não fui com a sua cara, estamos quites. Mas é um trabalho e pago bem. Não deve ser muito diferente do que treinar um flash mob cafona.

Chega! O celular podia carregar sem minha supervisão pelos próximos minutos, mas não dava para aguentar o cirurgião idiota.

— Acontece que eu só trabalho com bailarinos profissionais, mesmo quando monto flash mobs cafonas. Não dou aula para iniciantes.

— Não somos iniciantes, sabemos dançar.

Sorri bem grande para o bonitinho diante de mim e ele sorriu de volta, achando que tinha mandado bem.

— Imagino que saibam. Em boates, bêbados e jogando os braços para o alto. E pensar que estudei desde criança, quando bastava sacudir o corpo numa pista de dança, com uma vodca na mão. — Olhei na direção do jardim e franzi a testa. — Olha lá, meu patrão está me chamando.

Antes que o babaca me prendesse ali naquela conversa e me pressionasse para aceitar o trabalho que deveria ser penoso, corri para bem longe dele e esbarrei sem querer em minha irmã. Ela me segurou pelos ombros e lançou um olhar para a direção de onde eu vim, colocando um sorriso no rosto.

— Primeiro o Odin, agora o caçula? Lia, você não pode fazer os irmãos brigarem por você. Isso seria errado.

— Em que mundo você vive, Bri? — perguntei, preocupada. — Acha mesmo que os Montenegros estão interessados em mim? Vai se surpreender com tudo que tenho pra contar.

— Como assim? — Ela arregalou os olhos.

— Eu conto tudo em casa. Amanhã, de preferência. Hoje só quero chegar e dormir.

Tudo que eu queria era tomar um banho bem gelado para me refrescar daquele calor infernal de quarenta e dois graus, deitar e fechar os olhos, para poder sonhar com um mundo perfeito onde eu nunca teria cometido uma gafe terrível com Odin. Eu não era trouxa, sabia que com ou sem mal-entendido eu nunca teria chance com um homem como ele, mas não custava sonhar. E isso, eu sabia fazer muito bem.

Eu na vida sou a Sabrina, sempre me iludo com tudo! 😂😂😂

E eu se fosse a Magnólia tomava mais cuidado com os meus pertences. Nunca se sabe o que a gente vai esquecer por aí...

Bjo!

Por hoje é só ;)

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