Cidade dos anjos

By keilaAlencar123

135 46 22

CIDADE DOS ANJOS conta a história de uma garota chamada Kyra Moore, filha única de uma repórter investigativa... More

Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7

Capítulo 1

14 7 8
By keilaAlencar123


Minha vida é um purgatório!

É tudo o que eu consigo pensar olhando para a floresta de pinheiros que passava por mim como um vulto pela janela do carro. Eu não queria mais ter que acompanhar minha mãe nessas viagens malucas, principalmente quando precisávamos visitar minha cidade natal. As memórias de minha infância insistem em me atormentar enquanto percorremos o vasto caminho de carvalho.

A luz do fim de tarde irradia meu rosto, a rajada de vento frio bate contra meus cabelos trazendo uma sensação de conforto e paz, mas essas sensações agradáveis não irá durar por muito tempo. Hoje, minha mãe e eu estamos indo para nossa antiga cidade, para desvendar alguns despedimentos que estão ocorrendo em volta da cidade. Eu nem lembro quando foi a última vez que pus meus pés lá, mas a simples ideia me apavora. A princípio não consigo entender este desconforto que estou sentindo, mas gosto de acreditar que é apenas medo de não me adaptar neste lugar novo, conhecido como cidade dos anjos.

Dedico meu tempo tedioso para observar a paisagem ao redor, me acomodo para aproveitar a vista, encosto minha cabeça no vidro do carro e deixo meus olhos vagarem pelas extensas plantações de trigo que dominavam a paisagem, vi passar campos e mais campos de um verde e amarelo vibrantes.O céu azul estendia por quilômetros, as nuvens fofas pairavam vagarosamente sob o sol de fim de tarde.

"Estamos perto, mãe?"

Ela sorrir alegremente.

"Seja paciente, Kyra. Falta apenas mais alguns quilômetros", disse ela, batucando os dedos no volante do carro de acordo com o ritmo da música que tocava baixinho.

Paciente? Estamos neste maldito carro a mais de quarenta e oito horas! Eu amo minha mãe, mas no momento quero acertar o rosto dela no volante!

"Fala, sério! Eu estou farta disso tudo! Não suporto mais essas suas viagens malucas!", esbravejo, com meus dentes trincados. Pareço um animal selvagem no momento, mas pouco me importa!

"Filha, você tem que entender que este é o meu trabalho e eu amo o que eu faço. Se eu não o tivesse como nos sustentaria?", ela questiona, irritada.

Bufo, revirando meus olhos.

"De todas as profissões do mundo. Você tinha quer ser logo uma repórter investigativa? Você poderia ser tudo! Menos isso! Este seu trabalho consome todo o seu tempo, este seu trabalho não permite passar mais de uma semana em casa! Eu já mudei de escolas três vezes ano passado e por incrível que pareça eu consegui terminar o ensino médio."

Minha mãe fica em silêncio por alguns segundos, o único barulho que meus ouvidos absorviam era os dos pneus deslizando pela estrada de carvalho.

"Não vamos discutir sobre isso, filha, tenho um grande mistério a resolver e não tenho tempo para ouvir seus chiliques", ela balança a cabeça em descrença.

Suspiro alto, não sei por que ainda acompanho minha mãe nessas aventuras sem fim.

Ah, claro! Se eu não acompanha-la eu terei que ficar com meu pai, mas isso jamais acontecerá, o homem que se diz ser meu "pai" não dá a mínima para mim. Ele só dá importância a assuntos banais, como por exemplo, um rabo de saia, sem dúvidas, meu pai me trocaria por qualquer par de pernas depiladas.

"Ah, tinha esquecido que a senhora só liga para o seu trabalho idiota", resmungo como uma criança birrenta.

Minha mãe me olha pelo quanto no olho.

"Não fala assim, filha! Você sabe o quanto eu amo você", disse, fazendo beicinho.

"Se me amasse como diz, faria de tudo para que eu tivesse uma vida normal como a de uma garota de dezessete anos! Mãe, eu quero ter amigos, quero frequentar lugares legais, quero ter algum animal de estimação e quem sabe até um namorado", digo exaltada, com a respiração acelerada.

Minha mãe entra em uma via de cascalhos, árvores altas e coloridas surgiam ao longo do caminho.

"Prometo que assim que terminar essa reportagem, iremos ter uma vida normal", disse, porém sei que era apenas mais uma de suas mentiras deslavadas.

Minha mãe nunca irá deixar o trabalho que tem, pois demorou muito para chegar onde está hoje, ela é uma das melhores repórteres do mundo, trabalha em uma grande e renomada emissora de televisão, suas reportagens têm uma enorme audiência, pois ela não tem medo de enfrentar o perigo.

Suas reportagens abordam assuntos diversos, como por exemplo, já estivemos diante de muitas coisas, quando eu digo muitas coisas é porque são muitas coisas bizarras, estou me referindo a absolutamente a coisas sinistras, já estivemos na linha de frente de assassinatos, sequestros, casas assombradas e também estivemos na mira de políticos tiranos, pois minha mãe descobriu uma série de crimes cometidos por um grupo de políticos corruptos.

Viajamos mundo a fora, a procura de um mistério macabro, minha mãe tem faro para notícias bombásticas.

"Você sempre diz isso!", encaro Elizabeth, minha mãe.

"Mas desta vez é verdade, querida."

Minha boca se abre em um "o" perfeito.

"Se nós saímos de lá vivas, né?", murmuro,a contra gosto.

Minha mãe franze o cenho, como se não entendesse.

"Mãe, o lugar para onde estamos indo é muito estranho, é totalmente fora da nossa zona de conforto, além disso, você sabe muito bem que todos os jornalistas que foram investigar o lugar não voltaram com vida", expliquei.

Minha mãe rir, como se toda essa situação fosse engraçada.

"Já enfrentamos coisas piores, mais para a sua tranquilidade, temos isso", ela disse tranquilamente, mostrando uma arma que estava no porta luvas.

"Como se isto servisse para alguma coisa", reviro os olhos.

Ela mostra-se indiferente, pois é uma mulher corajosa e não é de ficar com medo facilmente. Tenho que convence-la que ir para este lugar é burrice.

"Eu fiz um pesquisa antes de virmos, para ter uma prévia de que buraco estava nos metendo dessa vez e descobri que nossa antiga cidade, saiu do mapa e não está aparecendo no Google, este lugar deveria se chamar a cidade fantasma ", um calafrio sobe a minha espinha ao proferir tais palavras.

"Eu sei, muito estranho mesmo."

"Você sabe o porquê disto?", pergunto.

Ela balança a cabeça negativamente.

"Isso é muito bizarro! E se essa cidade estiver sendo atacada por algum serial killer?", a questiono, apreensiva.

Ela desvia os olhos da estrada e diz:

"Seja lá o que for, eu desvendarei todos os mistérios guardados na cidade dos anjos"

[...]

"Filha, chegamos", minha mãe me desperta, sem perceber acabei caindo no sono.

"Hummm?", murmuro, sonolenta.

Me aconchego no banco, apesar de estar horas sentada em um carro, a posição estava muito confortável para me mexer, ainda não estava preparada para acordar, pois me sinto cansada da longa viagem.

"Cuide, mocinha! Eu sei que está cansada e eu também estou, mas temos que levar as malas para dentro", ela me sacode mais uma vez, antes de bater à porta com força ao sair.

Abro meus olhos vagarosamente quase como se estivesse com medo de acordar, pois não sei o que irei encontrar quando abrir minhas pálpebras.
Esfrego meus olhos, ainda sonolenta, ponho meus pés para fora e se eu não estivesse segurando na porta do carro com certeza eu teria caído no chão de tão assustada.

Minhas pernas ficaram trêmulas, um calafrio subiu a minha espinha, assim que meus olhos se ajustaram na escuridão sombria. Observo ao redor, meus olhos não acreditavam no que estavam vendo.

"Que merda é essa?", pergunto, espantada.

"O lugar que iremos ficar por alguns meses", minha mãe responde, abrindo o porta-malas.

Vejo casas e mais casas aparentemente abandonadas, algumas parecendo até está saqueada, pois tem janelas e portas quebradas. A escuridão dominava a rua onde estávamos, apenas poucos postes de energia elétrica funcionavam, não percebo nenhuma pessoa da vizinhança passeando pela a luz do luar.

"Cadê a recepção dos vizinhos? Não vejo ninguém, parece que somos as únicas nesse bairro!", exclamo chocada.

Minha mãe parou o que estava fazendo e começa a rir da minha expressão aterrorizada.

"Fique calma, filha, claro que temos vizinhos apesar de muitos terem indo embora a algum tempo, mais o que restaram estão trancados em casa, pois não saem a noite", ela diz.

O que? Que história é essa que ao escurecer ninguém sai?

"Mais um motivo para irmos embora", faço beicinho, tentando convencê-la a mudar de ideia e voltarmos de onde vinhemos.

Minha mãe revira os olhos ao colocar as malas no chão.

"Não se preocupe, nunca a colocaria em perigo... Bem, chega de papo, venha e me ajude com as malas."

Faço o que pede e caminho em sua direção, a ajudando a tirar várias malas e os equipamentos de trabalho.

"É nessas horas que o Fred faz falta", escuto o murmurar da Elizabeth, minha mãe.

Fred é assistente pessoal dela, ele que cuida da parte da gravação e tal, ele não pode vir, pois teve sérios problemas de saúde, como as coisas estão saindo fora do normal nessa cidade, decidimos vim sem ele.

Perdida em meus pensamentos, não percebo quando minha mãe parou em frente à alguma casa, que na minha opinião está caindo aos pedaços. A casa que vamos morar, possui um vasto jardim, porém a grama está sem vida e ressecada, sem sombras de dúvidas, o jardim não é cuidado a muito tempo.

Em termos de aparência, a nossa nova moradia está com um péssimo visual, a casa é de dois andares e a tinta das paredes está descascada, o verde musgo dá nojo só de olhar.

"E antes que você reclame, isso foi o melhor que eu conseguir encontrar", minha mãe me tira do transe.

E logo depois abre a porta para um mundo novo, no qual eu não sabia o que iria encontrar.

"Melhor do que ficar com meu pai", murmuro ao entrar.

Uma vez que estamos dentro do interior da casa, encontramos um completo breu, minhas mãos passeiam pelas paredes, a procura do interruptor.

Quando acendo todas as luzes, dou de cara com vários móveis cobertos por um lenços brancos.

Minha mãe e eu começamos a arrumar todas as coisas, despacotamos nossos objetivos pessoais. Limpamos todos os cômodos, a casa não era grande, continha apenas dois quartos, sala de estar é uma pequena cozinha e o banheiro que terei que dividir com minha mãe, e deu um trabalhão danado limpar tudo isso. Só terminados quando a noite já era dia e só assim pude fechar minhas pálpebras e descansar.

Mas o pensamento de como seria minha vida nesta nova cidade não deixou ter-me bons sonhos.

Olá, galera!
Como vocês estão? Eu estou ótima!
Estou muito feliz em poder compartilhar mais uma de minhas histórias com vocês e espero que possam desfrutar da minha escrita! ♡♡♡♡

Não seja um leitor fantasma! Vote e comente!

Keila Alencar.

Continue Reading

You'll Also Like

2.3K 133 41
gente eu espero que gostem.. essa história não e baseada em fatos reais!! rsrs aproveitem ✨✨
14.4K 1.2K 50
Hunter estava bem levando sua vida pacata na pequena Lakeville onde nada de novo acontecia e todos os seus vizinhos de porta eram calmos e tranquilos...
377K 37.2K 73
E se a história de Rhysand fosse diferente?? e se não fosse Feyre? fosse outra pessoa... e se fosse uma humana de outro mundo? uma fã sua? e se ela f...
50.8K 5.1K 56
E se Percy Jackson, Annabeth Chase e Grover Underwood aparecessem de repente na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e se encontrassem com o Trio d...