Gakuen Alice - Yeonbin

By bronquite

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[Concluída] Gakuen Alice nunca fora dedicada a gênios, ou melhor, nunca somente a eles, mas não era essa a ún... More

Bem vindos à Gakuen Alice
Entre as árvores do oeste
Classe latente
Estudos na biblioteca
Janelas abertas
Festival alice
A enfermaria
As memórias de Huening
Estranha calmaria
☆ Especial! Guia alice
Sustos doces
Beomgyu no país das maravilhas
Caindo aos pedaços
Os meses perdidos
Verdades Indesejadas
As chamas azuis da floresta
Após dois dias

Dormitórios

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By bronquite


Soobin piscou duas vezes, incrédulo com a resposta seca que recebera. Eles haviam acabado de se conhecer, não havia motivos para falta de educação. Alguns alunos ao redor cochichavam, tentando ser o mais discretos possíveis, mesmo que falhando miseravelmente.

Alguns segundos depois de encarar a nuca de cabelos azuis tentando engolir o acontecido, Soobin sente algo tocar seu pulso e, finalmente, muda a sua atenção para outra coisa. Atrás de si, um garoto de cabelos negros como os seus, um tanto mais ondulados, o encarava com uma expressão cansada.

— Vem logo, não perde seu tempo com o Yeonjun — disse o garoto, baixo o bastante para que somente os dois ouvissem.

Seu colega o puxa mais para o fundo da sala, até última das mesas do lado direito, e senta-se em um dos lados, esperando que Soobin fizesse o mesmo. Não demorou a perceber que aquele deveria ser Beomgyu que Taehyun havia comentado. Soobin acomodou-se ao lado do mais novo colega, que estava com a cabeça deitada na mesa, encarando-o com um sorriso sapeca.

— Son Tobin?

— Choi Soobin — corrigiu automaticamente, mesmo que ninguém antes tivesse errado seu nome tão grotescamente.

— E sua alice é Iluminar?

— Ilusão.

— Faz muito mais sentido. Achei que você fosse uma lanterna humana. — Beomgyu levantou-se da sua posição, para apoiar-se agora em seu braço. — Não que não possa existir, claro.

— Você já conheceu alguém assim? — perguntou Soobin, genuinamente curioso. Tudo aquilo ainda era muito novo para si.

— Não, nunca conheci. Mas há todo tipo de alice, por mais que tipos peculiares sejam incomuns. — Suspirou. — Ou talvez não, eu não presto muita atenção nas aulas.

Soobin soltou uma leve risada. Beomgyu parecia ser uma pessoa bem despreocupada, com aquele jeito preguiçoso de deitar na mesa.

— Você é Beomgyu, né?

— Choi Beomgyu. Já sabia que o Taehyun ia te mandar para cá quando ouvi "aluno novo" — respondeu, com um claro sorriso. — Eu até tinha um colega de mesa, mas ele não anda vindo mais para as aulas.

— Por quê?

Beomgyu ergueu uma das sobrancelhas.

— Achei que você estaria mais interessado no Yeonjun, já que até foi falar com ele. — Beomgyu fez um gesto com a cabeça, apontando para o colega de cabelos descoloridos.

Soobin olhou na direção de Yeonjun, podendo ver só um pouco de seu rosto, devido ao ângulo. O rosto dele era familiar de uma forma que não podia ser engano e isso estava fazendo sua cabeça doer.

— Yeonjun, é? Eu só achei que o conhecesse. Ele foi bem grosso — comentou, ainda com o rosto virado, como se pouco se importasse em ser discreto.

— Choi Yeonjun, alice de fogo. O cara é quase um repelente de pessoas, como já viu — explicou Beomgyu, como se estivesse narrando o começo de um filme adolescente. — Mas ele é respeitado pela sala, estaria no lugar do Taehyun como representante de sala se não tivesse se oposto ao cargo. Cuidado com o que irá falar sobre ele.

A atenção de Soobin parou nas palavras "alice de fogo".

— O que uma alice de fogo faz?

— O que a sua alice de ilusão faz? — retruca, rindo baixinho com a pergunta.

Soobin remexe-se na cadeira, envergonhado, mas, ao mesmo tempo, interessado. Tentava agir tranquilamente entre todas aquelas pessoas incríveis de habilidades que ele nem podia imaginar, mas só conseguia ficar mais curioso.

— Wow! —  exclamou Beomgyu, aproximando-se mais do novo colega. — Que cicatriz enorme você tem aí. Não sei como eu não havia notado antes. — Os olhos dele brilhavam, e um sorriso surgia em seus lábios.

Soobin, lembrando-se que o seu pescoço estava exposto, colocou sua mão sobre a antiga cicatriz. Beomgyu estranhou a ação repentina.

— Não vai me dizer que você tem vergonha?

Soobin revirou os olhos.

— Cara, ela é muito legal. Deixa você mais intimidador, mesmo que tenha cara de criança —  confortou-o, do seu próprio jeito.

— Sério? — Tentou sorrir, ignorando a parte onde foi chamado de criança.

— Claro! — Sorriu Beomgyu.

De repente, um barulho alto soou por toda a sala, vindo do enorme quadro negro à frente das mesas. Com o apagador em mãos, a mulher, que conseguira um uniforme mais cedo para ele, os encarava com um olhar de julgamento. Toda a sala aquietou-se e, como um imã, a cabeça de Beomgyu encontrou-se com a mesa.

—  Que horas são, Taehyun? — perguntou a mulher, com os olhos passando pelos alunos nas cadeiras. — Incrível, a sala está cheia. Até o Yeonjun está aqui.

— São uma e vinte. Está vinte minutos atrasada, professora Taeyeon. — Sentado em seu lugar bem na frente da sala, Taehyun a respondeu.

Taeyeon suspirou e soltou o apagador, pegando um dos gizes brancos.

— Desculpa, por chegar atrasada, tivemos uma novidade hoje ― falou em um tom mais alto, para o resto da turma poder ouvir, enquanto encontrava seu olhar com o de Soobin. — Choi Soobin.

O mais novo estremece, um tanto assustado. Taeyeon sempre falava de forma firme, como se nada a abalasse.

— Sim? — respondeu o mais alto que conseguiu, mas mesmo assim em um tom bem mais discreto que o da professora.

— Se tiver dúvidas pode falar comigo, eu dou boa parte das aulas aqui. O Heechul não serve. — Seu tom ao falar parecia decepcionado, mas era claro que tinha uma boa relação com o professor mencionado.

Soobin sorriu pequeno, sem jeito. Talvez ela não fosse tão rigorosa quanto pensara.

— Então, — Taeyeon coça a garganta ao olhar os papéis em sua mesa. — Onde paramos mesmo? Equação da circunferência?

Taehyun faz um sinal positivo à mais velha. Soobin, que estava um tanto quanto ansioso para saber como seria a sua primeira aula em Gakuen Alice, franziu as sobrancelhas em desgosto.

— Matemática? —  murmurou.

— Vocês não tem matemática lá fora? —  indagou Beomgyu.

— Sim, mas... Achei que aqui fosse ser diferente — resmungou, apoiando-se na mesa.

— Você está falando de aulas especiais? Nós temos isso, você só deu azar.

Soobin revirou os olhos e tomou a mesma posição que Beomgyu na mesa.

[...]

Algumas horas depois, quando as aulas da tarde finalmente acabaram, Soobin estava exausto. Não por falta de sono ou coisa do tipo, só não aguentava mais processar as aulas de Taeyeon, pareciam ser muito mais difíceis do que qualquer coisa que teve que enfrentar durante seus anos escolares. Choi nunca foi um aluno exemplar, conseguia manter-se facilmente acima da média, mas agora estava duvidando se seria capaz. Já queria voltar para casa.

— Beomgyu... Essa escola é mesmo para gênios não é? — comentou Soobin, com as mãos sobre o rosto.

— Ahn? Não é assim lá fora?

Soobin o encarou, confuso. Ele não sabia como funcionava as coisas fora do campus daquela escola por acaso?

— Você não sabe?

— Meus pais me trouxeram quando eu tinha quatro anos. Eu meio que cresci aqui — respondeu Beomgyu com indiferença.

— Quatro anos? — exclamou Soobin. — Isso não é muito cedo?

— Você que está atrasado! A maior parte dos que estão aqui entraram ou no primário ou no começo do fundamental — retrucou, um tanto irritado com a falta de informação de Soobin. — Você realmente não sabe de nada, não é?

Soobin calou-se, surpreso.

— Beomgyu, cara novo! — gritou uma das garotas do outro lado da sala. — Caiam fora, é meu dia de limpar a sala.

Beomgyu revirou os olhos após olhar para ela.

— Soobin, vamos passear por aí. Vou te apresentar umas coisas.

Soobin levantou-se, ainda fazendo um pouco de corpo mole, mas seguiu logo atrás Beomgyu, preocupado com como seria o seu futuro por ali se as coisas só ficassem mais complicadas.

Focado em seguir o colega pelos corredores, mas preso em seus próprios pensamentos, mal percebia o tamanho da caminhada que estavam fazendo e muito menos os arredores pelos quais passavam. Saíram do edifício do ensino médio, passaram pela parte descoberta — era bem espaçosa e dava abertura para o que se assemelhava a uma pequena floresta — e entraram em outro prédio grande, que possuía uma placa indicando o que era, mas Soobin não chegou a prestar atenção o bastante no que dizia. Já estavam na metade da escadaria quando finalmente voltou a prestar atenção no que estava fazendo.

— Beomgyu... Onde estamos? — questionou-o com um pouco de vergonha. — Você não ia me explicar um pouco sobre como as coisas funcionam?

— Estamos no dormitório do ensino médio, indo para o meu quarto. Vou usar um mapa que eu tenho para explicar os lugares, iríamos demorar uma eternidade se passássemos por todo o campus — explicou, tentando suprir o orgulho por ter tido tal ideia.

— Faz sentido... Bem pensado. — Riu baixinho. — Então eles também irão me dar um quarto?

— Sim, mas temos colegas de quarto, são dois por quarto. Mas há exceções. — Suspirou. — Como o Choi Yeonjun. Se não me engano ele dorme sozinho.

Yeonjun parecia cada vez mais estranho à medida que falavam mais dele e a curiosidade de Soobin apenas crescia.

— Por quê?

— Eu tenho apenas teorias. Nenhuma é certeza.

Finalmente, depois de quatro ramos de escadas, os dois garotos chegam ao quarto de Beomgyu, que possuía o número 404 em uma plaquinha dourada na porta. Assim que Beomgyu a destrancou, Soobin foi apresentado a um quarto bem mais organizado do que esperava, com duas camas de solteiro, uma em cada parede, duas mesas de estudos também viradas para as paredes e um armário enorme cobrindo quase toda a parede da porta. A maior parte das coisas era de uma madeira nem tão clara ou escura, que contrastava com o verde forte das roupas de cama.

— Nossa... Sem querer ofender, mas você passa impressão de quem tem um quarto bagunçado — disse Soobin, passando a mão pela madeira, que tinha alguns detalhes rústicos.

— Depois que o Taehyun virou meu colega de quarto, nunca mais pude ter o quarto bagunçado... — lamentou ao jogar-se na cama esquerda.

A mesa do lado esquerdo estava cheia de coisas, enquanto a do lado direito tinha apenas dois livros grossos. Além disso, apenas o pequeno bichinho de pelúcia na cama de Beomgyu diferenciava os lados.

Alguns segundos se passaram, com os dois em silêncio, até Beomgyu lembrar-se do porquê estarem ali.

— Ah, é verdade. O mapa. — Levantou-se, indo até a pilha de livros e papéis em cima de sua mesa e a revirando sem muito cuidado. — Achei, achei. Consegui com o Taehyun recentemente. — Segurava um papel meio amassado, do tamanho de de uma folha A3, com algumas ilustrações.

Os dois sentaram-se na cama, pois não havia espaço na mesa, e Beomgyu deu uma leve coçada na garganta.

— É bem fácil de entender, temos os fundamental um e o primário perto do bosque do norte, o fundamental dois, do bosque sul e o ensino médio, do bosque do oeste. Estamos cobertos por floresta, como pode notar, o que dificulta ainda mais escapar — explicou ao passar o dedo por cada lugar do mapa.

— Como eu pensei, enorme... — Observava o os desenhos com os olhos quase brilhando. — Alguém já conseguiu escapar?

— Os veteranos dizem que sim, tem algumas histórias. Mas dizem que os professores são muito bons em pegá-los de volta. É uma verdadeira prisão. — Bufou, mais desapontado do que triste. Já estava acostumado com aquela vida.

Soobin o olhou de realce, estava gostando do seu tempo em Gakuen Alice por enquanto, mas não tinha a menor ideia do que era viver toda a vida ali, com o mínimo de comunicação com a sua família.

— Beomgyu... Qual é a sua alice?

Beomgyu ergueu o olhar e soltou um leve risinho.

— Feromônios humanos. O nome deve parecer complicado para você, não é?

Soobin apenas assentiu, ao contrário das outras alices que conhecia, essa parecia ter um nome estranho.

— Quer dizer, basicamente, que eu posso fazer qualquer um se apaixonar por mim em instantes. — Beomgyu joga uma piscadinha na direção de Soobin. — Não que eu precise, claro, olha para o meu rosto.

Soobin faz cara feia.

— Não acho que esteja funcionando.

— Eu sei controlar, seu idiota. — Deu um leve tapa no novo amigo. — Mas quando eu era menor eu não sabia. Todos grudavam em mim — reclamou, imitando a cara feia de Soobin.

— Você já a usou propositalmente em alguém?

— Uso direto quando não consigo chegar na média, eles costumam ainda resistir, mas geralmente é só sorrir — respondeu com naturalidade e Soobin finalmente entendeu como Beomgyu estava passando em suas aulas, mesmo dormindo na maior parte delas.

— Interessante. — Deixou uma leve risada escapar. — Então aquele lado é do Taehyun? — Mudou de assunto, curioso com a falta de pertences do lado direito.

— Sim, eu fiquei um tempo sozinho depois que meu colega de quarto foi embora, então Taehyun decidiu mudar-se para os dormitórios. Mas não quero falar da vida pessoal dele, ele se irrita. — Beomgyu joga-se para trás, ainda com o pequeno bichinho de pelúcia nos braços.

— Você dormia sozinho? Por quê?

— Você faz muitas perguntas, está me irritando — resmunga.

Soobin calou-se, algumas coisas talvez fossem um pouco pessoal demais para perguntar. Assim como evitou falar sobre o colega de mesa, evitou falar sobre o antigo colega de quarto.

De repente, alguém abriu a porta e Taehyun apareceu, com os olhos grudados no livro em sua mão, enquanto murmurava algumas palavras inteligíveis. Sem falar nada, foi direto para sua mesa e deixou o livro ali, continuando a murmurar.

Beomgyu gritou e ele quase caiu no chão com o susto. Taehyun o encarou com um olhar confuso.

— Não vai dizer oi? — disse Beomgyu em um claro tom de deboche. Pareciam amigos, mas ao mesmo tempo agiam como se odiassem um ao outro.

Não houve resposta, só o semblante surpreso de Kang ao finalmente notar a presença de Soobin.

— Soobin! Eu estava te procurando. Vou te dar a chave para o seu quarto. — Finalmente sorriu, aliviado, e aproximou-se mais da cama onde estavam sentados. — É o 309. — Taehyun colocou a mão em seu bolso traseiro, e depois de alguns segundos retirou uma pequena chave, a qual tinha uma plaquinha fina dourada com o número do quarto, presa à chave por um cordão vermelho.

— Obrigado... — Agarrou o objeto, e levantou-se brevemente para guardá-la em seu bolso. — Eu terei um colega de quarto?

— Uhum... — Pareceu pensar um pouco. — Não. Não há lugares vagos.

— O Yeonjun não está dormindo sozinho há algum tempo? — intrometeu-se Beomgyu.

Taehyun fechou a cara, claramente meio incomodado.

— Eu fiz a mesma pergunta ao meu pai hoje... Mas ele disse que eu não posso saber de todos os detalhes.

Não podia negar para si mesmo, pensou na possibilidade de virar o colega de quarto de Yeonjun no momento em que recebeu as chaves, assim seria muito mais simples tentar escalar aquele morro de arrogância que o circundava, então perguntou no mesmo momento se dividiria o quarto com alguém. Queria também ter perguntado o porque de Yeonjun não ter um colega de quarto, mas já estava se achando invasivo o bastante, ficou satisfeito ao ter as palavras tiradas de sua boca.

Mas não ficou satisfeito com a resposta.

— Seu pai? — questionou quase que automaticamente. — Você pode ver seus pais?

— O pai dele é o diretor — explicou Beomgyu, passando seu braço pelos ombros de Taehyun. — Por isso ele tinha um mapa da escola.

Taehyun estava visivelmente cada vez mais desconfortável. Assim como Beomgyu havia falado, não aparentava gostar muito de falar sobre sua vida pessoal.

— Já que você já sabe também... Não, eu não consigo te tirar daqui, nem conseguir uma oportunidade de você falar com seus pais — explicou, já parecendo estar acostumado a dizer aquilo.

— Tudo bem, não vou te incomodar com isso. — Soobin tentou abrir um sorriso sem graça.

— Obrigado. — Soltou um suspiro ao soltar-se do colega. — Agora que tal você dar uma olhada no seu quarto?

[...]

Soobin deixou Beomgyu e Taehyun para trás, descendo para o terceiro andar, onde estava o seu aposento. Disse que queria ficar sozinho aos dois, que também só aparentavam estar oferecendo companhia por pura educação — especialmente Beomgyu, que jogou-se na cama e quase caiu no sono.

O quarto era quase igual ao dos outros dois, a única coisa diferente eram as roupas de cama, que no quarto de Soobin tinham uma coloração alaranjada. Gostava de laranja. Ao lado da mesa do lado esquerdo já estava a sua pequena mala e alguns livros. Provavelmente, os livros que precisou durante as aulas de Taeyeon, o que o deixou com um pouco de desgosto. Estava exausto.

Escolheu a cama esquerda e jogou-se assim como Beomgyu, fechando os olhos no mesmo instante, caindo no sono.  Amanhã já seria o seu segundo dia em Gakuen Alice, mas ainda tinha os seus pensamentos cobertos por perguntas. Ainda não sentia saudade de sua família, mas pensar que ficaria por ali por mais muito tempo o dava a sensação de solidão. Estava fazendo amigos, mas mesmo assim, não era como acordar todos os dias com o som da sua irmã batendo na porta...

Batendo na porta?

— Soobin! Abre a porta!

A voz era familiar. O garoto levanta-se um pouco devagar e sonolento, caminhou até a porta. Ao abrir, recebeu um olhar de cima a baixo de Taehyun.

— Dormiu?

— Que horas são?

— Sete horas da noite. É hora do jantar, não se esqueça desse horário. Podemos comer até as nove, e as dez as luzes são apagadas nos corredores — explicou, já aproveitando para dar outras informações, mas seus olhos estavam grudados nas roupas de Soobin. — Mas acho que você deveria tomar um banho antes, seu uniforme já está todo amassado...

Prestando mais atenção, Soobin coçou seus olhos e percebeu que Kang já não estava usando o clássico uniforme vermelho e preto de Gakuen Alice, mas sim pijamas compridos, simples, com a camiseta branca e as calças quadriculadas em uma cor verde.

— E onde eu posso tomar banho? O quarto não tem banheiro.

— É em conjunto, têm chuveiros no térreo. Eu sei que trouxe roupas, mas se quiser um desses pijamas que estou usando, tem nos armários. — Taehyun deu umas batucadas na madeira do armário rodeando a entrada. — Venha no meu quarto depois de terminar.

Soobin definitivamente pegaria um do dos armários, mesmo que ficasse curto. O único pijama era de ursinhos e isso com certeza chamaria atenção entre os garotos usando camisetas lisas. Abriu o armário e deparou-se com pijamas, um uniforme extra, pantufas e toalhas de banho. Nas gavetas, roupa íntima e meias. A escola providenciara tudo.

Deixou o terceiro andar às pressas, podendo ver mais outras pessoas saindo de seus quartos. Todos conversavam paralelamente, como qualquer bando de adolescentes. Ao chegar no térreo, também pode ver meninas em camisolas longas indo para o refeitório, descendo pela escada do lado oposto do edifício. Era diferente, a separação por gênero não era muito estrita.

Enquanto um grande aglomerado de pessoas foram comer, Soobin seguiu procurando pelos banheiros, não foram muito difíceis de achar, pois era logo ao lado da escada da parte masculina. O das meninas, ficava no mesmo lugar, mas no lado oposto.

Primeiro, um vestiário consideravelmente grande, com várias prateleiras e bancos. Haviam poucos meninos por ali, mas algumas prateleiras estavam ocupadas. Soobin foi até uma das do meio e pode ver, por causa do estilo das prateleiras, outra pessoa se vestindo logo à sua frente, mas alguns pertences bloqueavam seu rosto. Soobin não pensou muito sobre, até a pessoa pegar as coisas na prateleira e seus olhos encontrarem-se com os dele.

O garoto arrogante que Soobin não esquecia. Yeonjun imediatamente virou o rosto, para ir embora, mas Soobin não queria desperdiçar essa coincidência. No entanto, não sabia exatamente o que falar, então apenas falou na primeira frase que veio a sua cabeça, meio gaguejada.

— Não vai dizer oi? — Imitou Beomgyu, mas com bem menos deboche.

Yeonjun o encarou feio.

— Nem os conhecemos.

— Mas eu sou seu colega de classe, é educação, Yeonjun.

Yeonjun engoliu em seco, parecia desconfortável com o que havia ouvido.

— Onde você descobriu meu nome?

— Um colega me contou. Você pode não ter ido com a minha cara, mas não tem como evitar que eu não saiba seu nome. — Já se adiantou em proteger-se do poderia vir.

— Então é isso. — Suspira. — Não fale mais comigo.

Virou-se, indo embora do banheiro e Soobin se irritou.

— Não.

— O quê?

— Você ainda vai gostar de mim — falou sem pensar. Não tinha a menor ideia de como faria isso, nunca fora confiante o bastante.

Yeonjun pareceu suprimir o que parecia ser um sorriso, mas Soobin nem percebeu.

— Isso nós vamos ver.

//
Só para não dar esperanças, não tem Taegyu em GA kkkk Me desculpem. Mil desculpas também pela demora, acho que o ritmo vai dar uma melhorada daqui pra frente.

Perceberam que agora tem bem menos erros na minha escrita? É porque agora tenho uma beta hihi @emyqueiroz ~ Ela faz um ótimo trabalho c:

Espero que tenham gostado, qualquer dúvida eu responderei, e até mais ♥︎

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