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By ClaraHouri

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Nick nasceu em uma família de bruxos, não bruxos de histórias fantásticas com poderes extraordinários, e sim... More

Witches and Bitches
Stories, Tarot and Him
It All Begins
The Dinner
Snowfall
The Attempt

Family Issues

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By ClaraHouri

  Fiquei parado encarando o bilhete, ele basicamente comprovava o que meu pai tinha dito sobre ser um crime de ódio. Mas quem tinha feito isso? Pior, essa pessoa seja lá quem for me conhece, e ainda está me marcando.

  Não consegui prestar atenção no resto das aulas direito. Do jeito que esse ano estava, minhas notas definitivamente iriam cair. Saí da escola e fui correndo para casa, mostrei para meus pais o bilhete.

"Meus deuses... " disse minha mãe com a mão na boca e os olhos aterrorizados

"Precisamos descobrir quem são essas pessoas o mais rápido possível" meu pai falou inquieto andando de um lado para o outro.

"Eu estava conversando hoje de manhã, antes de encontrar os... o bilhete, com a Claire e o Luke, falamos sobre fazer um feitiço para rever a noite do assassinato e descobrir quem foram os... " minha voz vacilou um pouco "os monstros que fizeram isso".

"Não" Ângela respondeu "deixe isso comigo e com o seu pai. Vamos reunir o nosso coven e tentar descobrir quem foi" meu pai confirmou com a cabeça apoiando-a.

"Mãe, eu quero ajudar. Você sabe que eu posso"

"Nicolas! O último feitiço que você fez quase te deixou sem os movimentos das pernas! E isso porque foi um feitiço pequeno que você fez no seu quarto. Não quero você se arriscando com algo tão grande" ela gritou alterada. Não adiantaria muito discutir, então subi para o meu quarto com raiva.

  No outro dia fui para a escola, expliquei para Claire e Luke o que havia sido discutido em casa.

"Ainda acho que seria melhor se ajudassemos" disse Claire

"Eu concordo mas eles nunca deixariam. Quanto mais pessoas, melhor será o resultado da magia"

"Principalmente com alguém como voce" ela falou sorrindo

"Vocês me colocam em um nível que eu não estou ainda" disse enquanto ria.

  Na escola as coisas não foram tão bem humoradas. John não foi para o terraço, quando procurei ele pela escola vi ele fugindo de mim e fingindo que não me via, abaixava a cabeça ou olhava para o teto quando eu passava ao seu lado.

  Não foi muito difícil descobrir onde o John morava, para minha surpresa não era tão longe, e para descobrir isso nem precisei de magia. Apenas de internet.

  Sai de casa ao entardecer pronto para gritar com ele, no caminho estava pensando em como eu diria para ele que ele não pode apenas me deixar com um bilhete de poucas palavras e sumir do nada. Não pode me ignorar na escola e ignorar o fato de que rolou algo entre a gente, que ele me beijou, sim, ele começou o beijo. Fui andando furioso pela rua, mas não pude deixar de notar a beleza do pôr do Sol. Cheguei em frente a uma porta de madeira dupla e enorme. Toquei a campainha, uma das portas se abriu e John olhou para mim incrédulo. Eu encarava o inimigo em seu próprio território. Ou talvez eu só estivesse dramatizando a cena mesmo.

  Nos encaramos por mais alguns segundos, todas as palavras programadas para o meu roteiro espetacular, ficaram travadas em algum canto da minha boca.

"John? Quem é na porta? " ouvi uma voz feminina gritar do interior da casa.

"É um amigo da escola!" Ele gritou em resposta "Pelo amor de Deus" ele dizia sussurrando entre dentes meio que suplicando "Tira o anel e o colar por favor".

  Reagi rápido, fiz o que ele mandou. Logo quando guardei os objetos no bolso, uma mulher de cabelos castanhos apareceu ao seu lado. Ela tinha o cabelo preso em um penteado complicado, seus olhos eram cinzentos como os de John e ela vestia trajes que mostravam uma mulher de negócios, e ao mesmo tempo, com muita classe e estilo, do tipo que diz "sou uma mulher trabalhadora, mas, eu não poderia decepcionar Coco Chanel".

"John! Onde estão os seus modos?" Ela o repreendeu, ele revirou os olhos "entre querido" disse sorrindo e abrindo a porta para mim.

  Agradeci e pedi licença enquanto entrava na casa. As palavras ainda estavam agarradas na garganta, mas aos poucos consegui ao menos responde-la.

"Muito prazer" ela estendeu a mão para me cumprimentar "sou Sarah. A mãe do John".

  Fomos adentrando a casa, olhei para John e ele me olhava com sinais de repreensão. Ele não tinha problemas com a mãe? Então por quais motivos ela me acompanhava casa adentro?

  Não pude deixar de notar também a caracterização da casa enorme. Era muito bonita e também muito moderna, pude notar as adaptações para cadeirantes em toda a casa, haviam crucifixos pendurados nas paredes, estátuas de santos e bíblias em cima dos móveis. Uma família religiosa.

  Chegamos até uma sala de jantar. Havia um homem na ponta da grande mesa de vidro, um jantar farto estava servido na mesa, e perto do homem sentava-se uma jovem que sorria para nós.

"Qual é o seu nome querido? " Sarah perguntou

"Nick, senhora"

"Oh! Por favor" ela riu "não me chame de senhora. Pode chamar apenas de Sarah". O homem do outro lado da mesa não conseguia esconder que algo estava errado. Mas não parecia ser comigo e sim com Sarah, a presença dela não deixava-o com bom humor. "Eu insisto que você jante conosco Nick".

"Ele irá" disse John "só vamos no meu quarto resolver umas coisas rápidas da escola e voltamos"

"Tudo bem" pronunciou o homem "só não demorem. Você não deve deixar sua namorada esperando John.  Inclusive seja bem-vindo Nick. Meu nome é Charles sou o pai de John" acenei com a cabeça e segui John. Não pensei que eu teria forças para segui-lo, minhas penas pareciam feitas de gelatina. Namorada?

  Chegamos em um quarto grande e super organizado. Olhei para John e o fuzilei com os olhos. Eram tantas perguntas que eu nem sabia por onde começar, mas para mim, começar voando em seu pescoço não parecia uma má ideia.

"Eu vou explicar tudo" ele começou

"É bom explicar mesmo" gritei com sussurros o que é um pouco ironico. "Você me disse que tinha problemas com a sua mãe! E como assim namorada? Era por isso que você estava me evitando na escola? Foi você que me beijou John!"

"Calma! Fala baixo" eu estava sussurrando como eu disse, mais baixo que isso só calado.

"Você não tem o direito de me exigir nada! " Eu me sentei na cama sem forças.

"Me desculpe. Eu não devia ter te beijado. Sim, eu tenho uma namorada, além disso eu não sou gay, eu nem sei porque te beijei, foi um erro". Ai, eu estava sendo esfaqueado por palavras. "Minha mãe e meu pai são separados, o que é uma abominação de certo modo já que meu pai é pastor e o divorcio não é muito bem visto na religião" Ótimo. Uma religião que abomina gays e queima bruxos.

"Eu fui um erro..." sem querer pensei alto

"Nick... "Ele parecia querer dizer algo mas mostrou que preferia guardar para si mesmo. "Minha mãe é uma mulher de negócios e está sempre viajando. Meu pai descobriu que ela traía ele, e por isso eles se separaram. Porém minha mãe depois de meses sem nos ver, resolveu insistir em um jantar para conhecer a minha... minha namorada" ele fez uma pausa para ver a minha reação. Não me expressei, estava detonado por dentro mas não deixaria ele perceber.

"Continue" eu disse em um tom frio

"Bem" ele pigarreou " esse amável dia é hoje. E você chegou quando eles estavam brigando. Por isso preciso que você fique aqui, se você sair eles voltarão para a briga" ele soava desesperado "isso se já não estiverem se atacando lá embaixo"

"Eu vou ficar" não consegui negar isso a ele. Mesmo estando destroçado, a situação dele parecia difícil. Eu tenho um sério problema, sempre me coloco no lugar dos outros, é muito bom para pensar duas vezes antes de fazer algo, porem fica difícil fazer algumas coisas como negar ajuda a uma pessoa que precisa de verdade. Mesmo que eu esteja com vontade de mata-la.

"Mas tenho mais uma pergunta" continuei, ele me olhou "por que você se afastou de mim? Não podia simplesmente ter me explicado tudo isso? Não tenho problemas em ser apenas seu amigo John" menti, algo me fez mentir, acho que senti que era melhor ter ele ao meu lado como amigo, do que nao ter ele.

"Eu... Eu não sei se eu consigo ser seu amigo"

"Por que?"

"E-eu...  hm... " Ele gaguejava. Neste momento ele estava na minha frente em sua cadeira, me enclinei e lhe dei um beijo. O beijo foi calmo, rápido,  leve, mas ao mesmo tempo cheio de emoções e a parte mais intrigante, ele não me impediu. Quando me afastei dele ele me olhou e respirou fundo. Então eu disse:

"Vamos. Temos um jantar nos esperando".

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆Entãoooo esse capítulo veio em boa hora depois do mistério do ultimo eu acho haha. Espero que vocês gostem. Não se esqueçam de comentar e votar ♡

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