Lucky Strike

De savethequeen__

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[FINALIZADA] Ela carrega consigo a dor de um passado traumático. Após anos morando longe do pai, Alessia deci... Mais

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Point of View Alessia Sarri Dybala
Doha, Catar - 05 de dezembro de 2022

Os últimos dias foram resumidos em passeios e hotel. A cidade está lotada e consequentemente os locais mais famosos também. Os fotógrafos têm aproveitado o tempo para fotografarem as famílias dos jogadores e por isso decidi diminuir as saídas. Apesar de ficarmos parte do dia dentro do hotel, sempre arrumamos alguma coisa para fazer e distrair Chiara, que sente a falta do pai.

Eu e Georgina tentamos arrumar um dia na agenda para nos encontrarmos, mas as cidades de jogos eram completamente diferentes e ela havia se hospedado na cidade de Lusail, junto com a família de Cristiano. Hoje, que o jogo da Argentina é em Lusail, ela vai até Al Rayyan assistir o jogo de Portugal. Ou seja: Falhamos na missão de nos encontrarmos no Catar.

- Você está melhor? - Camila me pergunta e eu concordo, já que o enjoo que eu senti de manhã cedo havia passado rapidamente após eu tomar um comprimido do remédio para enjoos que eu carregava comigo sempre.
- Graças a Deus, sim! Já estou prontíssima para o jogo de hoje. - digo a ela, que sorri ao me ver realmente pronta e com cara de saudável.

Saímos do quarto em que eu e Chiara estávamos hospedadas e descemos de elevador até o lobby do hotel. A família estava toda reunida lá. Chiara estava grudada no colo de Gustavo e eu sorri ao vê-la brincar animadamente com o tio. Não demorou muito para entramos na van e partirmos em direção ao Estádio Lusail, em Lusail.

- Eu estava vendo hoje e eles podiam ter dado nomes mais criativos para os estádios. Vocês não concordam? - Gustavo pergunta e eu gargalho, porque eu havia pensado a mesma coisa.
- Pensei nisso esses dias. - confesso e todos riem junto com a gente.

O caminho foi extremamente rápido e eu agradeci por isso, porque estava com medo de acabar ficando enjoada novamente. Entramos no estádio e nos acomodamos nos assentos reservados para nós. Paulo começaria o jogo na reserva e eu confesso que fiquei bastante irritada quando a escalação saiu e eu vi o nome do meu marido entre os suplentes.

- Por que você está tão irritada? - meu pai pergunta e eu respiro fundo antes de responder.
- Meu marido marcou um hat-trick no último jogo e agora ele vai começar no banco de reservas. Isso não tem o menor sentido! - exclamo revoltada, fazendo meu pai rir fraco enquanto me olhava. - Não estou desmerecendo quem fica no banco de reservas, mas parece que ele é perseguido dentro dessa seleção. - digo e Mariano suspira. - Ele começa todo jogo no banco. Só começou de titular no jogo passado porque o Icardi sentiu a posterior da coxa e decidiram poupá-lo. - digo e meu cunhado me abraça, enquanto tenta me confortar.
- Tenta ficar calma. Ficar assim não adianta nada. - ele diz e eu nego.
- Eu não consigo ficar calma. Ele se esforça tanto pra dar o melhor dele em campo, tanto para o Real Madrid quanto pra Seleção, e acontece isso. - digo e Gustavo sorri fraco para mim.
- A verdade, Alessia, é que o Paulo só vai ter chance mesmo na Seleção quando o Messi se aposentar. - Gustavo diz e eu suspiro enquanto sinto meus olhos se encherem de lágrimas.
- Isso não é justo. - digo e me sento no meu assento ignorando qualquer tipo de assunto que eles puxavam comigo.

[...]

O jogo começou tranquilo. O estádio, com capacidade para 80 mil pessoas, estava lotado. Algumas faltas desnecessárias foram cometidas pela Colômbia, mas nada que machucasse algum jogador. O primeiro tempo acabou e ninguém havia balançado a rede.

- Você está mais calma? - minha mãe pergunta e eu nego rapidamente.

O intervalo passou rápido e, para minha surpresa, Scaloni não mexeu no time. A Colômbia parecia pressionar mais a Argentina do que no primeiro tempo, o que foi o suficiente para me deixar ainda mais nervosa. Camila, que estava ao meu lado, falava para que eu tentar ficar calma, mas estava difícil.

Aos 30 do segundo tempo, quando Messi sente alguma dor no tornozelo esquerdo, Paulo é chamado. Meu marido entra em campo e eu rezo mentalmente para que ele faça uma boa partida.

- Fica calma... Você não pode se estressar! - Camila diz baixinho para mim e eu apenas assinto.
- Vou tentar. - digo e ela ri fraco.

Paulo entra no jogo e entra bem. O jogo continuava sem gols até os 43 do segundo tempo. Em uma cobrança de falta, Paulo abriu o placar. Eu não consegui comemorar. Chorei. Rezei para que não demorasse para o juiz apitar o final da partida. E foi isso que aconteceu.

A Argentina está classificada para as quartas de final da Copa do Mundo. Com um gol de Paulo.

A volta para o hotel foi tranquila. Todos conversavam animadamente, mas eu fiquei quieta. Se eu disser que estou tranquila, estarei mentindo. Estou decepcionada. Estou com o coração apertado, por Paulo. Não gosto de ver o homem que eu amo nessa situação, que eu considero humilhante.

Chegamos no hotel rapidamente e eu me despeço de todos com um pequeno aceno. Subo para meu quarto junto com Camila e Chiara. Assim que chegamos, jogo-me na cama enquanto Camila dá banho na minha filha.

- Pode ir... Eu termino daqui. - digo sincera quando Camila sai do banheiro com Chiara enrolada em uma toalha.
- Tem certeza? - ela pergunta e eu concordo. - Tudo bem... Se precisar de alguma coisa, me liga! - ela diz e eu sorrio enquanto concordo.

Arrumo minha filha com o pijama favorito dela, da Frozen, e coloco-a para dormir. Em dia de jogo ela não tem a menor dificuldade para dormir. Vejo-a dormindo calmamente e sorrio fraco enquanto caminho em direção ao banheiro. Deixo a porta aberta, para que eu possa ouvir caso ela acorde enquanto eu tomo banho, e tiro a minha roupa.

Paro por um minuto e, pela primeira vez, admiro a minha silhueta na frente do espelho. A barriga ainda está quase que imperceptível. Quase. Olhando bem, quando eu viro de lado, já é possível ver um pequeno volume. Muito pequeno mesmo. Passo a mão delicadamente por cima desse volume e suspiro ao sentir meus olhos cheios de lágrimas.

Tomo meu banho calmamente e aproveito para lavar os cabelos. Saio do banho vestindo apenas um roupão branco, enquanto o cabelo estava enrolado em uma toalha branca. Ouço meu telefone tocar e pego-o rapidamente para que Chiara não acordasse. Sorrio ao ver o nome de Paulo no visor e atendo a ligação, vendo meu marido me olhar sorrindo fraco.

FaceTime ON

- Oi, mi amor! - digo e ele sorri.
- Oi, linda! Como você está? - ele pergunta e eu sorrio fraco para ele.
- Estou bem e você? - pergunto e ele dá de ombros.
- Indo... - ele diz e é o suficiente para meus olhos marejarem. - Amor... - ele diz e eu nego rapidamente.
- Me dói tanto te ver nessa situação. - eu digo e ele suspira. - Eu sei que eu não deveria estar te falando isso. Eu deveria estar te apoiando e te incentivando, como sempre, mas eu não consigo. Eu não consigo mais ver tudo isso acontecer e simplesmente agir como se nada tivesse acontecendo. - digo e ele concorda em um suspiro.
- Eu juro que te entendo, minha linda. Eu me sinto da mesma maneira. - ele confessa e é o suficiente para eu soluçar. - Mas, ei! - ele diz e eu olho para ele rapidamente, vendo ele tentando abrir um sorriso fraco para mim. - Eu não quero que você fique assim. De verdade! - ele diz e eu nego.
- Eu não consigo, Paulo! - eu digo e ele concorda.
- Me promete que você vai ao menos tentar? - ele pergunta e eu suspiro. - Por mim, por favor. - ele pede e eu apenas assinto. - Eu não vou conseguir ficar tranquilo aqui, sabendo que você está assim. - ele diz e eu nego rapidamente.
- Tudo bem... Eu prometo! - digo firme e ele concorda em um suspiro aliviado.
- Vocês duas são tudo para mim, Alessia. Não existe Seleção, não existe Real Madrid, não existe nada que seja mais importante do que a minha família. - ele diz e eu concordo.
- Eu te amo, meu amor. Você é tudo para a gente! - eu digo e sorrio ao imaginar a reação dele ao descobrir da minha gravidez.
- Eu preciso descer para jantar. Mas a gente se fala depois, pode ser? - ele pergunta e eu concordo. - Tudo bem... Se cuida! - ele diz e eu sorrio fraco.
- Se cuida! Eu te amo! - digo e ele sorri fraco.

FaceTime OFF

Depois de desligar o FaceTime com Paulo tento me acalmar. Lembro-me de Camila dizendo que eu não poderia ficar nervosa. Lembro-me de meu marido pedindo para que eu tentasse me acalmar. E lembro-me da criança que encontra-se em meu ventre.

- Ah, meu amor... Seu papai e nossa família ainda não sabem de você, mas a mamãe pode te garantir que você é um bebê muito amado e desejado! - digo baixinho enquanto acaricio minha barriga.

Point of View Alessia Sarri Dybala
Doha, Catar - 09 de dezembro de 2022

Acordo com o telefone do quarto tocando e atendo rapidamente. Falo com Gustavo, que estava preocupado porque eu ainda não havia dado notícias. Olho no relógio, que estava ao lado do telefone e me surpreendo ao saber que já são quase quatro horas da tarde. Combinamos rapidamente o horário que sairíamos para o estádio e desligo o telefone.

De ontem para hoje tive uma insônia tremenda e só consegui dormir às nove da manhã, depois que Camila veio buscar Chiara. É até irônico uma grávida ter insônia, mas isso realmente aconteceu essa noite. Levanto e calmamente tomo meu banho. Peço meu almoço pelo serviço de quarto mesmo enquanto aproveito para secar meu cabelo.

O jogo de hoje, contra a Espanha, vai ser aqui mesmo em Doha. O único problema é que vai ser às 22 horas. Ou seja? Chiara não vai poder ir. Antes de tomar essa decisão, conversei com Paulo e ele na mesma hora concordou comigo. O horário é tarde e o sereno pode deixar nossa filha resfriada.

[...]

- Está mais calma? - Gustavo pergunta quando o nome de Paulo é anunciado entre os titulares.
- Não! Do que adianta ele só escalá-lo como titular porque o Messi está machucado? - pergunto e meu cunhado me olha atento. - Se o Lionel estivesse apto a jogar, Paulo só entraria na metade do segundo tempo. - digo e ele fica quieto, sabendo que eu tinha razão.

O jogo começou pesado e pouco antes dos 30 do primeiro tempo, a Espanha abriu o placar com um golaço de Marco Asensio. A Argentina ainda tentou empatar o jogo ainda no primeiro tempo, mas não deu. No intervalo, Mariano e Gustavo comentavam com o jogo junto com meu pai. Minha mãe e minha sogra comentavam sobre algum babado que elas haviam ouvido falar, enquanto eu fiquei apenas quietinha na minha. Aproveitei para mexer no celular e relaxar um pouco.

O segundo tempo começou e aos 20 minutos, Morata ampliou o placar para a Espanha. Meu coração estava completamente apertado em ver Paulo correndo pelo o campo tentando ajudar o time. Aos 40 minutos, meu marido conseguiu marcar um gol e eu tentei me acalmar, mas não foi possível. Após 4 minutos de acréscimos, o juiz encerrou o jogo.

A Argentina perdeu para a Espanha e estava eliminada da Copa do Mundo.

O caminho de volta para o hotel foi em silêncio. Ninguém parecia ter ânimo de conversar sobre nada. Meu coração estava apertado só de imaginar o estado do meu marido.

- Alessia, Paulo tentou te ligar e não conseguiu. Ele quer saber se pode ir dormir com vocês hoje. - Gustavo passa o recado do irmão e eu concordo rapidamente.

Chegamos no hotel e eu me despedi de todos com um aceno rápido e subi em direção ao meu quarto. Chiara dormiria essa noite com Camila, então o quarto estava vazio. É impossível segurar as lágrimas quando entro no quarto. Pensar que Paulo poderia ter começado mais vezes como titular e ajudado muito mais o time, dói meu coração.

Fico um bom tempo quieta, chorando e pensando em tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Ouço batidas na porta e me levanto sabendo que, provavelmente, seria Paulo. Abro a porta e confirmo que meu pensamento está certo.

Me jogo nos braços de Paulo e acabo não segurando o choro. Sinto algo molhado em meus ombros e concluo que meu marido também chorava. Ficamos agarrados e chorando por alguns minutos, até nos separamos para que ele pudesse entrar e fechar a porta do quarto.

- Cadê Chiara? - ele pergunta e eu suspiro.
- Dormindo com Camila. - respondo e ele concorda, enquanto se senta na beirada da cama. - Você não vai voltar para o hotel? - pergunto ao ver que ele havia trazido suas malas.
- Não... Fomos todos dispensados já. - ele diz e eu concordo.
- Eu sinto muito, mi amor. - digo sincera e ele concorda com um meio sorriso.
- Eu sei, linda... Eu também sinto. - ele diz e eu suspiro.
- Eu queria muito te dizer que nós três temos muito orgulho de você. - digo sincera e ele me olha sem entender.
- Que três? - Paulo pergunta e eu reviro os olhos percebendo que ele é lerdo até nessas horas.
- Eu, Chiara e o nosso bebê. - eu digo enquanto pego as mãos dele e coloco na minha barriga.
- Alessia... - Paulo diz baixinho, com os olhos arregalados, me olhando enquanto suas mãos ainda estavam na minha barriga.
- Sim... - eu digo e na mesma hora meu marido abraça minha cintura, colocando o rosto na minha barriga e chorando.
- Essa é a melhor notícia que eu poderia receber. - ele diz ainda agarrado a mim, chorando e me fazendo chorar junto com ele. - Eu te amo tanto... - ele diz, enquanto se levanta e me puxa para um abraço forte.
- Eu te amo tanto, meu amor... Eu queria muito te dar essa notícia quando você estivesse com a medalha de campeão no peito, mas não vai ser possível. - digo e ele nega.
- Nenhuma medalha é mais importante, relevante ou especial do que essa notícia. - ele diz e eu puxo-o para um beijo. - Obrigado por me fazer o homem mais feliz do universo. - ele agradece, quando nós nos separamos, me fazendo sorrir.
- Eu que preciso te agradecer por tudo, mi vida. - digo e ele nega.
- Quero saber de tudo! De como você descobriu, de quem sabe e de como foram as reações. - ele pede e eu concordo.

Eu e Paulo deitamos na cama e antes de começar a contar tudo, peço comida para a gente. Depois de confirmar os pedidos, começo a contar.

- Eu não suspeitava de nada. Cheguei a passar um pouco mal esses dias, mas achava sempre que era a comida diferente. - digo e ele ri. - Camila que me perguntou e eu neguei, porque, até então, minha menstruação ia descer. Mas a safada acabou atrasando e eu suspeitei. - digo e ele sorri.
- Ai você comprou o teste e fez? - ele pergunta e eu nego.
- Camila comprou pra mim, senão antes de eu pagar teriam milhares de fotos minhas na internet comprando o teste e eu não queria isso. - digo e ele concorda. - Aliás, o teste está nessa primeira gaveta. - digo e ele abre a gaveta da cômoda e encontra o teste de farmácia.
- Isso é muito surreal! - meu marido diz e eu concordo. - E como foi a reação de todo mundo? - ele pergunta e eu dou de ombros.
- Não contei para ninguém ainda. A única pessoa, além de você, que sabe é a Camila. - digo e ele me olha surpreso. - Eu não quero contar antes da gente ir a um médico para termos certeza de que está tudo bem. - digo sincera e ele sorri enquanto faz carinho na minha barriga.
- Tudo bem... Podemos ir ao médico agora? - ele pergunta e eu gargalho com ele. - Não, mas é sério! Assim que chegarmos em Madrid iremos correndo ao médico. - ele diz e eu concordo.
- Vamos sim! - eu digo concordando e ele sorri. - Quando nós voltaremos para casa? - pergunto e ele sorri fraco.
- Amanhã. - ele diz e eu concordo.

Nossa noite acabou da melhor forma que eu poderia pensar: Eu e Paulo deitados, fazendo planos enquanto ele fazia carinho na minha barriga.

Point of View Alessia Sarri Dybala
Doha, Catar - 10 de dezembro de 2022

Acordo com batidas leves na porta e levanto rápido para que Paulo não acorde. Obviamente minha pressão caiu e eu demorei um pouco mais para abrir a porta, mas consegui abri-la antes que Paulo acordasse.

- Bom dia! - Camila diz e eu sorrio ao ver Chiara sorrindo.
- Bom dia! - eu digo para ela e agacho para abraçar minha filha. - Bom dia, meu amor! - digo e minha filha me aperta no seu abraço.
- Bom dia, mamá! - ela diz e eu sorrio.
- Daqui a pouco nós descemos para tomar café. - digo a Camila que concorda antes de voltar para seu quarto. - Quer acordar o papai? - pergunto para a minha filha, que arregala os olhos.
- Papá! - ela diz e eu sorrio enquanto fecho a porta do quarto.

Eu e Chiara caminhamos lentamente até a cama e coloco-a deitada ao lado de Paulo. Minha filha começa a fazer carinho no pai, que nem mesmo se mexeu. Chiara mexeu mais no cabelo de Paulo, que começou a despertar lentamente.

- Papá! - ela diz e ele sorri antes mesmo de abrir os olhos.
- Mi amor! - Paulo diz enquanto puxa-a para um abraço. - Papai sentiu tanto a sua falta, meu amorzinho. - ele diz carinhoso enquanto abraçava Chiara.
- Eu também! - ela diz e eu sorrio.
- Precisamos levantar para nos arrumar e descer para tomarmos café da manhã com todos. - digo e meu marido concorda.

O processo de nos arrumar para descer foi basicamente resumido em Paulo e Chiara brincando, enquanto eu me arrumava e mandava ele se arrumar também. Quando finalmente estávamos todos prontos, descemos de elevador até o restaurante do hotel, onde todos estavam prontos.

- Que horas nós vamos embora? - Alicia pergunta depois que Paulo cumprimenta todos.
- Consegui marcar nosso voo para a hora do almoço. - Gustavo avisa e todos concordam.
- Então vamos tomar café da manhã, subir para arrumar as coisas e depois nós vamos para o aeroporto. - Paulo avisa e todos concordam.

O café da manhã foi razoavelmente tranquilo. Paulo contava sobre como foram os momentos concentrado pela Seleção Argentina, enquanto nós contávamos sobre nossos dias e os passeios que fizemos. Chiara não desgrudou do pai por nem meio segundo, fazendo ele sorrir com o grude.

[...]

Point of View Alessia Sarri Dybala
Madrid, Espanha - 10 de dezembro de 2022

Estar de volta para casa é a melhor coisa do mundo. Nós nos acostumamos tão rápido com a cidade e com a nossa rotina, que Madrid já é a nossa casa há tempos.

- Finalmente, em casa! - digo e todos sorriem.
- Vamos viajar de férias? - meu pai pergunta e eu nego.
- Pensei em passarmos o Natal e o Ano Novo aqui mesmo... - digo e eles concordam enquanto dão de ombros.

Depois de todos se acomodarem, nos recolhemos. O dia havia sido cansativo dentro de um avião por horas. Paulo foi colocar Chiara para dormir e quando entrou no quarto, me encontrou saindo do banho.

- Posso ver? - ele pergunta e eu olho para ele sem entender.
- Ver o que? - pergunto e ele ri fraco.
- A barriga. - meu marido responde e eu sorrio envergonhada.
- Não tem nada ainda. - digo e tiro a toalha, ficando pelada, e virando de lado para que ele pudesse ver.
- Tem um pequeno volume... - ele diz e eu concordo.
- Sim! Mas não parece gravidez. - digo e ele concorda. - Parece apenas que eu engordei um pouco. - finalizo e ele ri.
- É muito louco isso tudo. - ele diz e eu abraço-o, fazendo ele rir. - Você está pelada enquanto me abraça? - ele pergunta e eu sorrio para ele.

[...]

- Será que a gente consegue marcar a consulta para segunda-feira? - Paulo pergunta quando se deita ao meu lado.
- Espero que sim... - digo sincera e ele concorda. - Estou ansiosa... - confesso para meu marido, que me puxa para seus braços.
- Vai estar tudo bem... Fique tranquila. - ele diz e me puxa para um beijo cheio de amor.

Point of View Alessia Sarri Dybala
Madrid, Espanha - 12 de dezembro de 2022

Acordo com meu marido me chamando calmamente e resmungo um pouco antes de abrir os olhos. Lentamente vou acostumando com a claridade e vejo Paulo me olhar sorrindo.

- Bom dia, amor! - ele diz e eu sorrio para ele. - Consegui marcar uma consulta para você com a médica que cuidou da gravidez de Georgina. - ele avisa e eu olho para ele.
- Você falou para Cristiano? - pergunto alarmada e ele nega.
- Não, linda... Só pedi o telefone e ele nem questionou. - Paulo diz e eu concordo.
- Que horas é a consulta? - pergunto e Paulo sorri envergonhado.
- Daqui a pouco. - ele diz e eu concordo. - Pediram só pra você ir em jejum, caso seja necessário fazer algum exame de sangue. - ele finaliza e eu concordo.

Levanto e vou direto para o banheiro. Tomo meu banho tranquilamente e sorrio ao lembrar do dia de ontem. Ficamos o tempo inteiro dando atenção à Chiara. Minha mãe, meu pai e minha sogra ficaram conosco, enquanto Mariano e Gustavo saíram para passear pela cidade.

- Aonde vocês vão? - minha mãe pergunta quando nos vê descendo as escadas arrumados.
- Vamos sair para comprar umas coisas pro Natal. Vocês ficam com Chiara? - ele pergunta, já que eu havia dado alguns dias de folga para Camila.
- Claro! Podem ir tranquilos. - minha sogra responde e eu sorrio para ela.

Me acomodo no banco do passageiro e Paulo dá partida depois de colocarmos o cinto de segurança. O caminho até o Sanitas foi rápido e tranquilo. Assim que chegamos, fomos ao andar indicado pelo segurança e fiz a minha ficha rapidamente. Sento-me ao lado de Paulo na sala de espera e depois de alguns minutos, a médica chama meu nome.

- Oi Alessia! Muito prazer! - Sandra, a médica, me cumprimenta.
- Muito prazer, doutora! - digo e ela sorri. - Esse é o Paulo, meu marido. - digo e os dois se cumprimentam rapidamente.
- Sentem-se e me contem o que traz vocês até aqui! - ela pede e eu sorrio nervosa.
- Eu acho que estou grávida. - digo e ela sorri surpresa.
- Oh! Que boa notícia! - ela diz e eu concordo com um meio sorriso. - Por que você não me parece tão animada? - ela pergunta e Paulo suspira.
- Há dois anos, em novembro de 2020, Alessia engravidou. Mas o bebê não tinha mais batimentos quando descobrimos. - Paulo diz e a médica concorda.
- Era a sua primeira gravidez? - a médica pergunta e eu nego.

Explico tudo para a médica, que concorda enquanto anotava tudo no computador. Depois de alguns minutos conversando, a médica decidiu fazer um ultrassom. Troco a roupa, colocando a tradicional camisola de hospital, e deito na cama. Paulo se posiciona ao meu lado e entrelaça nossos dedos.

- O gel é geladinho, mas daqui a pouco você se acostuma com ele. - ela diz e eu concordo sorrindo um pouco nervosa.

A médica passou o aparelho pela minha barriga e alguns borrões surgiram na tela. Sorrio nervosa para Paulo e a médica aproveita para mexer em alguns aparelhos.

- Parabéns aos dois! - a médica diz e eu sinto, automaticamente, as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. - Está tudo certinho com o bebê de vocês. - ela diz e eu soluço enquanto sinto Paulo me abraçar chorando.
- Está tudo bem mesmo? - eu pergunto e ela ri fraco.
- Está tudo bem sim, fica tranquila. Vocês querem ouvir os batimentos? - a médica pergunta e Paulo responde antes de mim.
- Lógico! - ele diz enquanto enxuga as lágrimas, nos fazendo rir. A médica aperta um botão e logo depois um barulho forte e ritmado soa pela sala, nos fazendo chorar ainda mais. - Obrigado por esse presente, mi amor! - Paulo agradece e eu soluço enquanto ouço o som mais bonito.

Depois de controlarmos a emoção, voltamos para a sala onde a consulta era realizada e a médica começou a anotar algumas coisas.

- Alessia, está tudo muito bem com vocês. O bebê está se desenvolvendo muito bem. Está com o tamanho certinho para a idade gestacional. - ela diz e Paulo aproveita para perguntar.
- Qual é a idade gestacional? - ele pergunta e a médica sorri fraco.
- Alessia está entrando hoje na oitava semana. - a médica diz e Paulo faz algumas contas e logo depois sorri malandro.
- Amor, o bebê foi feito no dia da convocação! - meu marido exclama surpreso, nos fazendo rir.
- Paulo! - eu digo e ele dá de ombros.
Está tudo bem. Semana que vem você entra no terceiro mês. - ela diz e eu concordo. - Eu não posso dizer que não existem riscos porque toda gravidez tem um risco, nem que ele seja mínimo. Mas não é uma gravidez com alto risco. Você e o bebê estão muito bem. - a médica diz e eu concordo. - No final do primeiro trimestre, o risco vai ser menor ainda. Por isso recomendo que não anunciem nada antes de completar as 13 primeiras semanas. - a médica diz e a gente concorda.
- Nem mesmo para nossa família, doutora? - Paulo pergunta e a médica ri fraco.
- Não tem problema falar para a família. Digo mesmo em relação à mídia, porque eu sei como eles são. - ela diz e a gente concorda.

Depois dessa conversa, a médica passa algumas vitaminas para eu tomar todos os dias e nós aproveitamos para deixar a próxima consulta marcada.

- Você gostou? - pergunto a Paulo, quando ele dá partida com o carro em direção à nossa casa.
- Eu amei... Estou tão emocionado! - ele confessa e eu sorrio para ele.
- Eu também estou, mi amor. Obrigada por esse presente. - agradeço e ele sorri negando.
- Eu que tenho que agradecer. - ele diz e eu nego. - Como você vai querer falar para nossa família? - ele pergunta e eu penso rapidamente.
- Podemos falar no Natal. A gente pensa em algum jeito bonitinho de contar. - eu sugiro e ele sorri animado.
- Combinado! - meu marido diz e eu sorrio ao ver que já estávamos entrando no nosso condomínio.

Ninguém entendeu nada quando voltamos sem nenhuma sacola, mas meu marido disse que arrumou um jeito de entregarem os presentes sem que ninguém visse, assim não desconfiariam antes da hora dos donos. Passamos o dia aproveitando nossa bolha de amor. Eu e Paulo só sabíamos sorrir. Durante o dia pensei em vários jeitos de contar a novidade e me surpreendi ao pensar na surpresa perfeita.

Só me resta esperar para que o Natal chegue logo...

________________________________________________________________________________

Oie! Cheguei com um capítulo ENORME e com bastante novidade, exatamente do jeitinho que vocês gostam!

Tivemos Alessia revoltada com o técnico da Argentina, Paulo sendo eliminado, a revelação da gravidez e mais alguns momentos. Me contem o que vocês acharam do capítulo de hoje!

Lá no Instagram tem fotos especiais diretamente de Doha (link: ) Obrigada a todos que seguiram e sempre interagem por lá. Espero que estejam gostando dos conteúdos que estou postando por lá.

Amanhã é o dia. O dia do último capítulo de Lucky Strike. Meu coração está mega apertado de ver que estamos chegando ao fim, mas já adianto que a nova história não vai demorar muito a sair... Peço que comentem bastante, porque acho que esse capítulo merece, né?

Vejo vocês amanhã (08/08)

Xx

PS: Daqui a pouco teremos algumas coisinhas lá no story do Instagram! Espero vocês por lá :)

PS 2: Estou completamente arrasada pelo resultado do jogo de hoje, mas principalmente por ver Paulo saindo enquanto mal conseguia andar e chorando com a eliminação. 

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