"Muitos de nós não estamos vivendo nossos sonhos, porque estamos vivendo nossos medos."
Jasmine Ward
— Apolo? – Tentei chamar sua atenção.
— Não sei o que aconteceu com ele hoje, parece que está no mundo da lua. – Addie estalou os dedos na sua frente fazendo ele despertar.
— Está preocupado com a chegada do teu irmão? – Mel perguntou pegando em uma das suas mãos.
— Um pouco. – Ele admitiu. – Mais estressado do que preocupado.
— Já sabe, se quiser ir lá em casa pode. – Sorri.
— Valeu gente, mas vou enfrentar isso de cabeça erguida.
— Vou pegar um pouco dessa sua coragem e usar pra levar Amelie conhecer meus pais hoje. – Addie sorriu.
— Sério?! Isso é maravilhoso. – Puxei ela para um abraço apertado.
Estava realmente muito feliz por ela, era um grande passo na sua vida, ia torcer pra que tudo ocorresse bem, odiaria ver ela magoada de alguma forma.
— Então, Cristina voltou mesmo? – Apolo fez cara de nojo olhando pra mim.
Ele não gostava dela.
— Sim Apolo. – Falei o encarando.
— O que? Não sou obrigado a gostar de todo mundo. – Rolou os olhos. – Ainda mais o tipo de gente que gosta de roubar namorado de todo mundo.
Eu não tinha muita noção do que tinha acontecido entre os dois, a única coisa que eu sabia é que ela era o Apolo na versão mulher, mas nada fora do comum.
— Então Mellory, já oficializaram o namoro? – Ad perguntou mudando o assunto.
— Sim. – Ela sorriu de lado.
— WHAT? – Praticamente gritei.
Como ela ainda não tinha contado nada? Vadia.
— Como assim vadia?! E contar para os amigos? – Apolo questionou indignado.
— Calma gente, ele pediu ontem a noite. – Respondeu com um sorriso bobo no rosto mostrando o anel que eu nem tinha reparado até então.
—Quem diria. – Apolo a abraçou. – Andrew namorando é uma coisa que achei que não veria nunca, Mellory então... Os dois juntos então! O que esta acontecendo? Parece que estou em um universo paralelo.
— Menos Apolo. – Ela riu lhe dando um beijo na bochecha.
— Estou muito feliz por você. – Puxei ela para um abraço.
— Eu também, pena que agora não vamos poder mais se beijar. – Disse piscando pra mim.
— Quem sabe escondido. – Pisquei de volta.
— Vocês são duas encubadas. – Apolo disse jogando uma almofada no meu rosto.
— Vai a merda. – Falei rindo.
— Já falou pra sua mãe? Ela vai enlouquecer. – Ad perguntou sorrindo.
— Ainda não, queria falar pra vocês primeiro.
— Ai que fofa. – Apolo mandou beijo no ar. – E você Mine?
— Lá vem. – Rolei os olhos. – Eu o que Apolo?
— Vai oficializar o namoro quando?
— Não estou namorando.
— Talvez devesse. – Ele respondeu sério.
— Não Apolo, você sabe muito bem do que se trata tudo isso. Você sabe quem ele é, por mais divertido e maravilhoso seja ficar com ele nós sabemos muito bem que nunca vai rolar algo sério. – Falei. – Além do mais, tenho tanta coisa pra me preocupar agora... Tanto pra estudar, e ainda vou perder meu emprego.
— Por que? – Ad me encarou confusa.
— Porque Cristina está de volta. – Apolo respondeu por mim. – Viu, estou certo em não gostar dela.
— Você vai achar outra coisa Jas. – Ad sorriu tentando me animar.
— Espero que sim. – Sorri.
Esse negócio de futuro incerto estava me deixando louca, eu não sabia pra qual faculdade iria, e se caso precisasse sair da cidade? Não tinha nem ideia do que fazer, muito menos como iria me manter.
Ficamos conversando por mais algum tempo e resolvi ir pra casa, Addie me deu carona. Pelo jeito dela dirigir podia dizer que seu nervosismo estava enorme.
— Addie, vai dar tudo certo.
— Eu espero Mine. – Disse séria. – Minha irmã vai estar lá pra me ajudar. Eu só não quero que de tudo errado e acabe estragando minha relação com a Amelie, esta tudo indo tão bem... – Ela disse encolhendo os ombros.
— Eles vão amar ela Ad. – Sorri pegando na sua mão quando estacionou na frente da minha casa.
— Então... Quer falar sobre você e o Zach?
Naquele nomento meu coração disparou, como se fosse saltar pela minha boca e sair correndo pela rua.
— Eu sei que não tenho sido muito respectiva quando se trata desse assunto... – Ela deu um sorriso de lado. – Não que eu não goste dele...
— Você não gosta.
— Talvez isso seja verdade. – Ela fez uma cara estranha.
— O que foi?
— Nada, não é da minha conta.
— Agora fala Addie. – A encarei.
— É aquele rolo dele e da Amelie...
— Sim ele ficou com a namorada dela, eu sei. – Franzi a sobrancelha.
— Mas não foi só isso, ele se apaixonou por ela.
— Ah... – Falei indiferente.
— Bom, depois disso ela foi embora e acho que nenhum dos dois nunca mais soube dela. – Terminou de explicar. – Mas agora a Amelie já superou, acho que finalmente. Em fim eu sei que ele faz bem pra você... Mas, me promete uma coisa?
— O que? – Pedi confusa.
— Promete que vai pular fora antes que se apaixone por ele de verdade.
— Prometo. – Sorri.
— Eu juro que só não quero ver você sofrendo, é só isso. – Sorriu. – Sabe que você é minha irmã. Não sei do que eu seria capaz se alguém te magoasse daquele jeito de novo.
Aquelas palavras fizeram meu coração ficar apertado, ela estava certa, se algo do tipo acontecesse de novo eu ficaria destruída.
— Eu te amo. – Sorri pra ela.
— Amo você. – Me deu um beijo na bochecha.
— Me liga mais tarde pra me contar como foi.
(...)
Cheguei na escola quase atrasada, Mellory tinha ido com o Andrew e eu tive que ir caminhando, além de ter acordado um pouco atrasada ainda estava morrendo de sono.
Addie havia me ligado e ficamos conversando por um bom tempo, segundo ela o jantar tinha sido tranquilo, finalmente os pais dela estavam aceitando quem ela realmente era.
— Vaca. – Mostrei a língua pra Mel que estava parada na minha frente.
— Desculpa Mine, juro que não deixo mais você sem carona.
— Era só mandar mensagem pro Zach que ele passava te buscar. – Andrew sorriu descontraído. – Cadê ele falando nisso?
— Como eu vou saber? – Questionei.
— Scott estava te procurando.
— Andrew... – Mellory o encarou.
— Se ele mencionar meu nome de novo manda ele se foder, obrigada. – Sorri falsamente.
— Até que em fim mano, pensei que ia faltar de novo. – Andrew disse fazendo um toque com ele.
— Não tô afim de ser morto pelo meu pai. – Ele sorriu olhando pra mim em seguida. – Oi Mellory.
— Oi Zach. – Ela sorriu pegando na mão do Andrew e saindo em direção ao prédio.
— Bom dia Jasmim. – Me deu um beijo na bochecha.
— Bom dia Zach. – Sorri tímida sentindo meu rosto corar.
— Podemos estudar de tarde? Temos prova de física amanhã, e apesar de estarmos na mesma sala aposto que você não vai querer me passar cola. – Sorriu de leve.
— Eu vou ter que ir na biblioteca de tarde... Te mando mensagem a hora que eu estiver saindo.
— Não quer que eu fique lá com você?
— Na verdade... Acho que hoje é meu último dia lá.
— Como assim? O que aconteceu? – Me encarou curioso.
— Minha prima voltou, provavelmente ela vai ficar no meu lugar. – Sorri de lado.
Devo admitir que eu estava triste com essa situação, eu realmente estava gostando de trabalhar lá. Mas eu estava pensando que talvez fosse melhor assim
— Eu sinto muito Jasmim. – Sorriu de lado. – Vai tentar achar outra coisa? Posso te ajudar...
— Pensei bem, e acho que não. – Dei os ombros. – Vou tentar estudar pra receber bolsa integral e não precisar de dinheiro pra me manter na faculdade.
— Entendi... – Ele sorriu. – Sabe, eu estava pensando... Tipo, tive uma ideia e preciso que você me diga o quão louco eu estou.
— Fala. – Olhei em seus olhos, seja lá o que ele estava pensando parecia animado.
— Estou pensando em fazer alguns ensaios... Ver se consigo juntar uma grana.
— Zach! Isso é maravilhoso. – Abri um sorriso largo.
Eu sabia o quanto ele gostava de fotografar, toda vez que iamos em algum lugar ele fazia questão de registrar cada detalhe. E também sabia o quão importante era pra ele aquilo, saber que seu pai não apoiava ele dava um aperto no coração.
— Mas eu preciso da tua ajuda.
— Tudo bem. – Sorri. – Mas pra quê?
— Quero fazer umas fotos suas, pra poder mostrar um pouco do meu trabalho... Já que em geral eu tiro foto de paisagens e não de pessoas... Mas dessa vez preciso que não seja somente de calcinha.
— Você é bem engraçadinho sabia? – Falei escutando o sinal bater em seguida.
— Sabia. – Disse me puxando pra perto dando um beijo no meu pescoço.
— Zach... – Tentei relutar, afinal estávamos na escola.
— Te encontro depois no refeitório. – Sorriu e me deu um beijo na bochecha.
Andei rápido até a sala e Apolo estava na última mesa sentado com a cabeça apoiada sobre os braços.
— Bom dia Polo. – Falei mexendo em seu cabelo, o mesmo levantou a cabeça e pude ver que ele não estava bem. – O que aconteceu?
— Meu irmão chegou hoje. – Rolou os olhos. – E eu estou com sono.
— Já falou com ele?
— Não, sai antes que ele pudesse me ver.
— Apolo...
— Isso significa que hoje vai rolar o almoço do século. – Sorriu desanimado.
A aula passou rapidamente, saimos da sala em direção ao refeitório, o fato das duas últimas aulas não serem importantes me fez cogitar a ideia de ir pra casa.
— Até que em fim os pombinhos resolveram se juntar a nós. – Apolo debochou quando viu Mellory e Andrew sentados na mesa que sempre usamos.
— Achou que eu ia abandonar você? – Mel sorriu.
— Achei. – Ele fez bico fingindo estar triste. – Se eu namorasse com um gostoso desse certamente esqueceria minhas amigas.
— Apolo cala a boca. – Falei soltando uma gargalhada ao ver que Andrew ficou sem jeito.
Sentamos e eu me debrucei sobre a mesa.
— Isso aqui não é a tua casa. – Apolo disse puxando uma mecha do meu cabelo com um pouco de força.
— Vai a merda. – Resmunguei.
— Jasmine, pelo amor do senhor, levanta a cabeça que o Zach está vindo aqui. – Disse me cutucando.
Me ergui com rapidez e ele já estava parado na minha frente, um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
— Preciso da tua ajuda, vem aqui. – Estendeu a mão.
— Ajuda pra que exatamente? – Apolo soltou um riso maléfico.
— Apolo, para de ser inconveniente. – Mellory o repreendeu.
Ignorei Apolo e estendi minha mão, ele me puxou pelos corredores, que ainda estavam vazios.
— Aconteceu alguma coisa? – Perguntei confusa.
— Sim. – Falou sério parando em frente ao depósito de esportes. – Estou com muito tesão. – Sorriu abrindo a porta e me puxando pra dentro.
— Zach?
— O que foi? – Perguntou apoiando uma cadeira em baixo da fechadura da porta, espero que seja o suficiente pra deixa-la trancada.
Porque esse tipo de coisa faz a gente perder o juízo? A pouca iluminação da sala fazia tudo ficar mais excitante, podia sentir a respiração dele no meu rosto enquanto nossos lábios se tocavam devagar. Ficamos assim por alguns segundos, até sua boca envolver a minha em um beijo quente.
Sua mão já estava na minha bunda e impulsionei o corpo colocando as pernas ao redor da sua cintura. Zach pressionou meu corpo contra a parede, podia sentir o calor da sua pele mesmo com as roupas entre nós.
O beijo estava cada vez mais intenso, a cada mordida e suspiro eu sentia meu corpo todo vibrar.
— Quero te chupar. – Sussurou no meu ouvido, pude sentir cada parte do meu corpo se arrepiando e contraindo.
Já podia escutar mais barulhos do lado de fora, mas nada me impediria de ficar ali.
Desci do seu colo e com a sua ajuda tirei a calça junto com a calcinha, Zach se abaixou na minha frente e ergueu minha perna no seu ombro. Com voracidade sua língua entrou em contato com minha buceta que já estava totalmente molhada, com destreza ele chupava, enquanto sua mão apertava minha bunda. Coloquei a mão na boca tentando abafar meus gemidos, e a outra afaguei seu cabelo empurrando ele contra mim.
Senti um dedo me penetrar enquanto a língua brincava com meu clitóris, eu estava indo ao céu e voltando. Algumas falas do lado de fora fizeram eu me contorcer, devido a adrenalina que proporcionava ainda mais tesão.
Sem pensar muito Zach se levantou me colocando de costas pra ele, sentia seus beijos molhados em meu pescoço enquanto ele colocava a camisinha.
Sem pensar muito me penetrou, sua mão na minha boca impediam que qualquer som saísse, a outra mão estimulava ainda mais meu clitóris, as estocadas ficaram cada vez mais rápidas, logo senti minhas pernas ficarem bambas e ele mordeu meu pescoço gozando também.
Me distanciei dele me vestindo rapidamente, seu olhar sacana sobre mim com um leve sorriso nos lábios fazia que querer tirar minha roupa novamente. A maneira que eu conseguia me entregar completamente a ele era tão estranha.
Alguém começou tentar abrir a porta e meu coração ficou ainda mais acelerado que antes.
— Zach! – Encarei ele assustada.
— Calma. – Disse me dando um selinho rápido indo até a porta.
Zach tirou a cadeira com cuidado e forçou o trinco da porta algumas vezes tentando abrir.
— O que vocês estão fazendo aqui? O sinal já bateu. – Sr. Becker professor de esportes nos encarou confuso.
— Foi mal Becker. – Zach sorriu descontraído. – Entramos pegar algumas coisas e levar no campo mas a porta emperrou. Tentei chamar por ajuda mas o barrulho do lado de fora não ajudou em nada. – Sorriu de canto.
— Certo... – Ele não parecia ter acreditado em nenhuma palavra que Zach acabara de dizer, mas o fato dele ser capitão do time influenciou a não fazer mais nenhuma pergunta. – Voltem pra sala antes que percam a aula.
— Desculpa Sr. Becker. – Sorri de lado saindo pela porta. – Eu vou te matar. – Falei nervosa lhe dando um tapa com força no ombro, o corredor estava vazio. Como não ouvimos o sinal?
— Fica tranquila, ele não percebeu.
— Tem certeza?
— Quer dizer... Olhando a tua cara vermelha, teu cabelo bagunçado e essa respiração ofegante... Acho que ele sabe muito bem o que aconteceu lá dentro.
— Zach! – Praticamente gritei.
— Vem, vamos sair daqui. – Me puxou pela mão até sairmos do prédio.
— O que estamos fazendo?
— Agora entrando no carro.
— E a aula?
— Quer voltar?
— Não. – Sorri e ele ligou o carro acelerando em seguida.
Quando eu estava com ele meu mundo parecia outro, todas as coisas importantes simplesmente paravam de fazer sentindo. Eu tentava bloquear meus pensamentos, o que vem sendo inútil já que ele esta sempre presente neles.
O que me trazia uma questão, eu estava gostando dele?
Bom, eu esperava que não, o medo de sair magoada se tornava cada vez mais real.
— Pensando em que? – Perguntou estacionando no lugar de sempre.
— Nada de importante. – Sorri de lado saindo do carro.
— Que tal a gente fazer algumas fotos suas agora?
— Tem certeza? – Encarei ele confusa. – Pode ser de tarde? Ai eu uso uma roupa mais legal.
— Você está linda. – Sorriu sentando no gramado. – Mas pode ser sim.
Andei devagar e sentei ao seu lado apoiando a cabeça em seu ombro.
O dia estava lindo, o calor não estava ruim, ao contrário, estava extremamente agradável.
A sua companhia ficava cada vez mais importante pra mim.
— Quer dar uma revisada no conteúdo agora?
— Pode ser. – Disse passando o nariz pelo meu pescoço.
— Zach...
— Ta bom chata. – Murmurou e andou até o carro pegando o caderno.
Depois de revisarmos algumas coisas, ele largou o caderno do seu lado.
Ficamos um tempo sem falar nada, apenas observando de longe alguns carros que passavam pelas ruas. Deitamos no gramado mesmo, podia sentir sua mão fazendo carinho devagar no meu cabelo.
— Preciso ir. – Falei após finalizar mais um beijo.
Beija-lo era incansavelmente bom.
— Ah. – Murmurou cabisbaixo. – Não me esquece de avisar a hora que sair da biblioteca pra mim passar te buscar. – Sorriu e me deu um selinho.
Rapidamente eu já estava em casa, corri tomar um banho antes que meus pais chegassem.
— Eu sabia que essa história de ir trabalhar com a sua tia não era uma boa ideia. — Minha mãe disse visivelmente irritada.
— Foi bom enquanto durou, esquece isso mãe. – Falei tentando deixar aquele assunto pra lá de uma vez.
— Quer que eu te leve? – Meu pai sorriu, assenti com a cabeça.
Minha tia acabou pedindo mil desculpas, eu falei que não tinha problema. Seria bom ter tempo sobrando novamente.
— Se quiser vir aqui uma tarde dessas passar um tempo comigo pode vir. – Cristina sorriu andando comigo até a porta.
— Pode deixar. – Sorri de volta.
— Falando nisso... Soube de uma festa no final de semana. – Abriu um sorriso. – Você vai?
— Acho que sim. – Dei os ombros.
— Vou ir com você então.
Antes mesmo de abrir pude ver Zach estacionando o carro e saindo dele logo em seguida. Não via a hora de passar a tarde com ele, apesar de não ser uma pessoa que gostava de tirar fotos, com ele era tudo diferente. Fiquei observando ele se escorrar no carro enquanto olhava para a rua distraído.
— Quem é esse Deus grego?! – Cristina disse me despertando dos meus pensamentos abrindo a porta em seguida. – Você conhece? – Me encarou quando Zach olhou pra nós.
— É... Sim, é meu amigo – Sorri de lado.
— Me apresenta então. – Ela abriu um sorriso largo sem tirar os olhos dele.
— Eu...
— Não hoje, deixa pra sábado. Quando eu estiver arrumada e de roupa curta. – Disse passando a mão pelo cabelo.
Naquele momento senti uma pontada de ciúmes, um desconforto enorme. Mas como eu iria falar alguma coisa? Apesar de sermos primas, não me sentia confortável falando pra ela o que eu estava sentindo.
Andei até ele que me deu um beijo demorado na bochecha. Ele estava lindo, como sempre. O rosto um pouco vermelho e o cabelo um pouco mais arrumado que o usual.
— Você está linda. – Ele sorriu quando entramos no carro.
Eu usava short jeans e uma blusinha preta um pouco decorada.
Zach dirigiu até próximo do centro, uma rua não tão movimentada. Confesso que estava nervosa pra tirar as fotos, mas ele parecia bem animado com tudo aquilo.
Me entregou sua jaqueta e eu comecei a tentar fazer algumas poses.
— Se solta. – Sorriu me encarando com a câmera na mão.
— Ta difícil... – Bufei.
— Eu sei, você não está louca de ecstasy dessa vez. – Riu. – Não precisa olhar pra mim, finge que ta distraída.
Tentei fazer o que ele pediu, e depois de um bom tempo ele finalmente decidiu parar de fotografar.
— Estou cansada. – Falei quando ele sentou ao meu lado na calçada..
— Ficaram ótimas. – Sorriu olhando pra pequena tela. – Depois mando algumas pra você postar.
Ele realmente gostava daquilo, era tão triste pensar que o próprio pai não respeitava sua decisão.
— Eu preciso ir pra casa. – Falei olhando a hora na tela do celular. – Perdi completamente a noção do tempo.
Meus pais já deveriam ter chegado em casa, eu tinha esquecido de avisar que não iria para a loja depois de sair da biblioteca.
— Vai ir na casa do Tyler na sexta?
— Acho que sim. – Dei os ombros. – Você vai?
— Acho que sim. – Sorriu de lado. – Podemos ir juntos se quiser.
— Eu quero... Mas preciso levar a minha prima. – Torci a boca.
— Tudo bem. – Ele disse estacionando o carro próximo da minha casa. – Até amanhã, Jasmim. – Sorriu antes de me beijar.
Seu beijo era calmo, envolvente. Sua língua dançava com a minha em um ritmo frequente, como se precisasse do meu beijo pra respirar.
— Até amanhã, Zach. – Sorri com a sua mão no meu rosto.
Meu coração palpitava de maneira descompassada, esse tipo de demonstração de afeto me deixava desnorteada. Eu não sabia o que faria sobre esse sentimento que persistia em crescer, e o fato de que eu pudesse me machucar novamente me fazia querer sumir, mas eu não conseguia me afastar dele, o que me deixava frustrada.
— O que aconteceu? – Minha mãe questionou quando entrei.
— Eu fui ajudar um amigo com umas fotos e perdi a noção do tempo. – Sorri de lado sentindo seu olhar confuso sobre mim, eu sabia que ela teria muitas perguntas pra fazer mas naquele momento eu não queria falar sobre nada. - Vou subir tomar um banho.
— Vai rápido que a janta está quase pronta. – Meu pai sorriu. – E é macarrão com queijo.
Abri um sorriso largo, talvez uma boa pratada de comida melhorasse o meu humor.
— Esse amigo das fotos... É o Zach?
— Sim mãe.
— Hm. – Respondeu apenas, sua expressão estava tranquila. – Vocês são apenas amigos?
— Sim mãe. – Sorri. – Ele esta com uns problemas em casa e resolveu começar fazer uns trabalhos por conta própria, ele é fotógrafo.
— Os pais dele não são aqueles advogados? Miller eu acho. – Meu pai perguntou e eu assenti positivamente com a cabeça.
— Estranho ele não querer ser advogado também.
— Ele não quer de jeito nenhum mãe.
(...)
Entrei no quarto e dei de cara com cinco ligações perdidas do Apolo, merda tinha esquecido dele.
— Apolo!
— Amém vadia. – Ele riu.
— Como foi o dia?
— O almoço não foi dos piores... Mas o jantar, porra Jasmine. – Suspirou.
— Onde você está? Quer vir aqui?
— Estou em casa, tenho algo pra te contar.
— Conta.
— Vai ter que ser pessoalmente.
— Vai se foder Apolo.
— Vou sim e não posso te contar com quem. – Disse dando um riso maligno. – Deixa eu te contar... Meu irmão vai ter um filho, veio pra cá pra poder esfregar sua perfeita vida hétero na minha cara. Falou que eu nunca vou dar esse orgulho pra minha mãe.
— Sinto muito Apolo... Você sabe que nada disso faz sentido e ele é um babaca.
— A esposa dele tentou me defender Mine... Tenho dó dela por ter engravidado dele.
— E seus pais?
— Meu pai tentou evitar briga, como sempre. – Suspirou. – Minha mãe me defendeu, como sempre também. Mas eu saí da casa antes que tudo ficasse pior, cheguei agora que estava todo mundo dormindo.
Continuei conversando com ele por um bom tempo, tentando arrancar dele qualquer informação sobre seu novo crush mas sem sucesso, o que era estranho já que ele amava esfregar tudo na cara da gente.
Eu ficava impressionada com a força dele pra enfrentar o preconceito dentro da própria família, que eu acredito ser o pior, mas ele era um ser humano muito alto astral, dificilmente algo o abatia de verdade.
"Boa noite Jasmim, obrigado pela tarde, espero que goste das fotos, se cuida até amanhã"
Comecei a ver as fotos e por milagre tinha gostado da maioria, iria aproveitar pra postar algumas.
"Obrigada Zach, até amanhã"
Coloquei o celular na cabeceira e fiquei relembrando cada detalhe daquele dia até adormecer.
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DEMOREI MAS CHEGUEIIII
Espero que gostem
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Na mídia uma das fotos do ensaio da Jasmine
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