Toda sua, Lara Jean

By Miss_Lari

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Lara Jean Covey começa uma nova etapa em sua vida. Agora que ingressou na UNC, ela enfrentará os desafios que... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
AVISO: CONTINUAÇÃO!

Capítulo 29

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By Miss_Lari


A república onde Angelina morava era um pequeno prédio, vizinho ao campus, onde estudantes do sexo feminino alugavam quartos para ficar enquanto estavam na universidade.

O local tinha dois andares, com cinco quartos, uma cozinha, uma sala de estar e dois banheiros, um em cada andar. No térreo ficavam a sala, a cozinha e dois quartos, e no primeiro andar os outros quartos.

Os quartos eram pequenos, contavam com uma cama de solteiro, em tamanho um pouco maior do que a cama do alojamento, um guarda-roupa e uma escrivaninha. Mas a vantagem de morar em um lugar com um banheiro privativo e uma cozinha fazia valer a pena o sacrifício de dividir o teto com outras quatro estudantes.

Além disso, uma das estudantes que morava no alojamento era Angelina, com quem eu estava me dando muito bem. Restava, então, apenas conhecer as outras moradoras.

Na segunda-feira, no horário do almoço, visitei o lugar com Angelina. Os ambientes comuns estavam organizados, como se esperaria de uma casa onde morassem apenas meninas. A cozinha possuía um fogão, uma geladeira, e poucos utensílios domésticos, mas percebo que havia o suficiente para que eu pudesse cozinhar. A sala de estar possuía dois sofás grandes e uma televisão de tamanho razoável.

Os banheiros, ao contrário do restante da casa, não pareciam tão organizados, pois estavam cheios de cosméticos e roupas sujas espalhadas. O banheiro do primeiro andar contava, inclusive, com uma pequena banheira. O banheiro do térreo, não.

Não entrei no quarto das outras estudantes para verificar como eram, mas o quarto disponível ficava no primeiro andar, ao fim do corredor.

Ao entrar no quarto, vejo a cama no centro e ao lado esquerdo a escrivaninha, abaixo de uma pequena janela. Ao lado direito da cama ficava o guarda-roupa. Então já imagino uma cômoda ao lado da porta do quarto e um espelho de corpo inteiro ao lado do guarda-roupa. Também imagino minha coleção de souvenires espalhadas pelo quarto, e a foto de Peter sobre o criado-mudo, ao lado da cabeceira da cama.

Sim, eu podia me ver morando ali.

Convencer o meu pai sobre a mudança do alojamento para a república fora muito mais fácil do que eu imaginava. Na verdade, ele parecera muito contente por eu ter decidido dividir um teto com outras estudantes. "É um sinal de maturidade", ele dissera, e eu tinha responsabilidade suficiente para isso.

Margot também ficara surpreendida com a novidade, pois ela nunca imaginara a hipótese de eu estar disposta a viver com outras garotas além de uma companheira de quarto, mas ela sabia que cozinhar era parte fundamental da minha rotina, e talvez preencher esse vazio me fizesse bem em relação a todo o resto.

Na terça-feira à noite já estou empacotando minhas coisas no alojamento, com a ajuda de Ambry.

- Meu Deus, Lara Jean, por que você trouxe tantas coisas para a faculdade? – ela reclama.

- E é porque você não viu o meu quarto na Virgínia... – eu digo sorrindo, e ela balança a cabeça em reprovação.

Enquanto estamos trabalhando, eu olho para Ambry pelo canto dos olhos, a procura de algum sinal de tristeza com a minha partida do alojamento, mas ela parece bastante tranquila.

Nós havíamos passado pouco tempo juntas, já que a vida noturna dela era bastante agitada, mas jamais eu me esqueceria de que Ambry estivera comigo em momentos tão importantes em meu começo de relacionamento à distância com Peter.

- Ufa! Acho que acabamos! – ela diz e se senta na cama. – Lara Jean, você me deve uma pizza... – ela aponta.

Eu faço um sinal de positivo com a cabeça, mas não digo nada, pois sinto um nó em minha garganta como se eu estivesse prestes a chorar.

- Nada disso, mocinha! – Ambry diz, enquanto se levanta da cama e caminha em minha direção. – Nada de choro! Eu sei que eu sou uma pessoa maravilhosa e que você se apaixonou por mim nesses quase dois meses de convivência, mas você não vai voltar para a Virgínia, pelo menos não por enquanto, então a gente vai continuar se vendo.

Eu me levanto do chão, onde estava separando a última caixa, e surpreendo Ambry com um abraço.

Eu sabia que não seríamos mais próximas a partir de agora. O que nos unia era o quarto 23, do alojamento Whaus. Não fosse por isso, eu jamais teria me aproximado de Ambry. Eu jamais teria tomado o meu primeiro porre na universidade, nem jamais teria enviado a minha primeira foto sensual para o meu namorado... eu não teria ido à primeira festa em uma fraternidade e sequer teria tido coragem de viajar às pressas para a Virgínia, quando eu e Peter tivemos nossa primeira vez. Talvez nós ainda estivéssemos brigados, pois eu não teria coragem de fazer uma declaração de amor pública em minhas redes sociais.

Acho que eu precisava de alguém como Ambry comigo para cada um desses momentos, mas agora eu não a teria mais.

- Você vai me visitar, não vai? Na república... – eu peço, enxugando uma lágrima teimosa que insistiu em escorrer.

- Lara Jean, eu não prometo o que sei que não vou cumprir... – ela diz, com sinceridade. Era uma das qualidades que eu mais admirava nela. – Mas se precisar de um conselho amoroso qualquer... é só ligar para a mamãe aqui.

Misturo as lágrimas a um sorriso, torcendo para que a partir de agora eu não precisasse mais dos conselhos de Ambry, mas guardando aquela carta na manga para um caso de necessidade maior.

No outro dia, após as aulas, faço a minha mudança para a república, com a ajuda de Hollis, que me empresta a sua caminhonete. Desde que ela e Billy haviam iniciado um namoro, nós não os víamos mais. Tiffany, no começo, se queixara bastante da distância da amiga, mas agora parecia acostumada à nova realidade.

Pelo que Jake e Tiffany comentavam, os dois pareciam que viviam em uma bolha particular, o que não acontecia antes do namoro.

- Domingo nós estamos combinando de fazer um churrasco no lago. – eu comento, enquanto ela dirige a caminhonete em direção à república. – Você e Billy podiam aparecer...

- Eh... pode ser... – ela diz e pelo seu tom de voz sei que não os veremos por lá.

Enquanto descarregamos minhas coisas na república, não deixo de imaginar se aconteceria o mesmo entre mim e Peter se eu me transferisse para a UVA. Será que viveríamos assim, em nossa bolha particular? Será que Peter se afastaria dos seus amigos quando eu chegasse lá? Não era isso que eu queria, de forma nenhuma.

Enquanto estávamos na escola, vivíamos rodeados de amigos, na maioria das vezes dos amigos de Peter, que acabaram se tornando meus amigos também.

Mas na universidade a situação era diferente. Primeiro, você tem a liberdade de fazer suas próprias escolhas, então você assiste às aulas se e quando quiser. E depois tem a questão do sexo, que muda totalmente uma relação. Como Margot me dissera, era um vínculo muito forte entre duas pessoas. Além disso, eu não podia negar que era um pouco viciante. Se Peter estivesse aqui, por exemplo, eu iria preferir comer uma pizza com os meus amigos ou passar a noite com ele em meu quarto? A resposta, agora, com certeza seria a segunda opção.

Assim que deixo todas as coisas em meu quarto, me despeço de Hollis. Estou começando a organizar minhas roupas no guarda-roupa, quando ouço uma batida na porta. Corro para abrir a porta, pensando que era Angelina quem viera me dar as boas-vindas, mas é Liza Simpson quem está me esperando fora do quarto.

- Então você é a nova moradora da república... – ela diz, com a sobrancelha arqueada e seu costumeiro ar de superioridade.

- Sim.

- Bem, não sei se Angelina lhe adiantou, mas temos algumas regras aqui, ok?

- Ok. – eu falo, me sentindo um pouco intimidada.

- Cada uma tem uma prateleira sinalizada no armário da cozinha, e na geladeira as suas coisas também devem ser sinalizadas com o seu nome. Se sujou, tem que lavar a sua louça. Os banhos não podem durar mais do que 15 minutos, afinal todas nós quem rachamos a conta. E nada de deixar as luzes ligadas quando não estiver em um dos cômodos. Ah... e nada de festas por aqui...

- Não se preocupe, não penso em dar nenhuma festa...

Ela não deixa que eu termine a frase. Vira de costas e vai embora.

Ok. Eu não esperava ter que dividir um teto com alguém como Liza Simpson, mas era algo com que a partir de agora eu teria que aprender a lidar. Além de estudarmos juntas em algumas disciplinas, teríamos que conviver na república. Além desses fatos, não parecia que tínhamos mais nada em comum.

Eu estava fechando a porta do quarto quando vejo Angelina se aproximar no corredor. Ela cruza com Liza, mas as duas não se cumprimentam. Quando Liza já passou por Angelina, ela revira os olhos para mim e eu prendo um sorriso para que Liza não escute.

- Ela é uma vaca, mas é totalmente inofensiva, então não se preocupe com isso. – Angelina diz, assim que entra no quarto.

- Eu já conheço a Liza Simpson. Ela morava na minha cidade. Não estudávamos na mesma escola, mas... bem... todo mundo conhecia a Liza. – eu explico.

Agora só restavam mais duas garotas para que eu soubesse quem seriam todas as moradoras da república.

- Você tem que conhecer a Trisha! Tenho certeza de que vocês duas vão se dar muito bem! – Angelina fala, empolgada.

Mais tarde, naquela mesma noite, nos conhecemos. Trisha era uma linda garota de origem indiana, então foi impossível para mim não me lembrar de Ravi, namorado de Margot, quando a vi entrando na sala, enquanto assistíamos a uma série na tv.

Ela já estava em seu terceiro ano de faculdade. Além de bonita, parecia ser muito inteligente. Mas o que mais me chamou atenção em Trisha foi o fato de ela manter um relacionamento à distância com seu noivo, que vivia na Índia. Com certeza eu poderia aprender muito com Trisha enquanto estivéssemos convivendo na república.

Na quinta-feira à noite estou no meu quarto, conversando ao telefone com Peter.

- Eu já passei a lista de tudo o que preciso para Kitty. Por favor, veja se ela não esqueceu de nada.

- Pelo amor de Deus, Lara Jean, quantas vezes você vai me dizer isso? – ele fala, contrariado.

- É só que... eu não sei quando você vai vir aqui de novo... e eu... eu preciso das minhas coisas!

Peter viria na sexta-feira após o seu treino de lacrosse, então chegaria à Carolina do Norte no começo da noite.

Eu havia pedido a Kitty que separasse algumas coisas para que ele trouxesse para mim, principalmente itens de cozinha, como formas de bolo, formas de cupcake e alguns ingredientes.

Com a mudança para a república, minhas despesas haviam aumentado, e minha mesada, em contrapartida, encurtado, então eu não podia me dar ao luxo de comprar tudo o que eu havia pedido para Peter trazer.

Eu estava ansiosa. Na verdade estava muito ansiosa. Desde a quarta-feira à noite, quando eu me mudara para cá, eu já fizera biscoitos e cookies, e agora queria passar para os bolos, tortas e cupcakes. Por enquanto, nenhuma das meninas havia reclamado, já que todas as fornadas estavam sendo compartilhadas.

Peter está prestes a falar alguma coisa, quando alguém liga o som no último volume no andar de baixo.

- Eu... eu não estou te escutando... – eu digo no telefone.

Abro a porta do quarto e estou descendo as escadas. A casa está totalmente tomada por uma música de heavy metal pesado. Angelina desce as escadas e me ultrapassa, chega em frente ao primeiro quarto do térreo e bate com força na porta. O som aparentemente vinha dali.

Uma garota abre a porta do quarto. Ela é magra e de estatura baixa. Sua pele é muito pálida e seus cabelos coloridos de vermelho. Ela veste preto dos pés à cabeça. Ela olha para Angelina com indiferença. Angelina, por sua vez, grita e gesticula tentando ser entendida pela garota, que continua com a mesma expressão. A garota entra no quarto e o som cessa. Depois ela volta para a porta e encara Angelina.

- Satisfeita? – ela pergunta.

- Eu já disse que se você deixar a merda desse som nesse volume eu vou quebra-lo em pedaços, não disse, Heva? - Angelina ameaça e a garota continua a encarando com a mesma expressão vazia.

E então eu finalmente acabava de conhecer a última moradora da república. Eu já começava a pensar que aquele quarto estava desocupado, pois ainda não a tinha visto até aquele momento, mas o nome de Heva estava em uma prateleira do armário da cozinha e em alguns itens na geladeira.

Subo as escadas novamente para terminar a ligação, pois Peter ainda continua na linha.

- Que barulho foi esse? – ele pergunta.

- Nada, só... – respiro fundo. – Deixa para lá...

Em menos de dois dias na república eu já começava a perceber que a convivência entre cinco garotas tão diferentes não seria nada fácil. Mas Peter viria passar o fim de semana comigo, então talvez tudo isso valesse a pena.

- Estou preparando algumas surpresas para você... – eu digo. Estou no meu quarto novamente, deitada sobre a cama.

- Hummm. Agora eu fiquei ansioso, Covey. – ele diz e eu dou um sorriso.

Desde que eu decidira me mudar para a república, comecei a planejar o nosso fim de semana. Para compensar a distância, eu queria que a partir de agora todas as visitas de Peter à UNC fossem perfeitas, então ele não teria do que se queixar quando retornasse para a Virgínia.

- Você vai gostar de tudo, prometo. – com certeza vai, Kavinsky, eu acrescento mentalmente.

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