Capítulo 30

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Estou na sala organizando os últimos detalhes da nossa mesa de jantar improvisada. Como não tínhamos sala de jantar na república, estou usando a mesa de centro da sala de estar.

Coloquei um pequeno vaso com flores e algumas velas aromáticas. Não havia descanso de pratos na república, então cobri dois discos de vinil antigos que iriam ser jogados no lixo, acredito que por Heva, com o tecido florido de um lençol velho que eu havia encontrado no guarda-roupa do meu quarto. Os pratos e talheres seriam os simples que usávamos no dia-a-dia, mas por sorte no armário encontrei duas taças de vinho. Nossas cadeiras seriam duas almofadas do sofá.

Angelina e Liza já haviam saído, não juntas, é claro, e Heva estava, como sempre, trancada em seu quarto.

- Que cheiro maravilhoso, Lara Jean! – Trisha comenta. Ela está na cozinha, aparentemente vasculhando algo para comer da geladeira.

O meu filé ao molho de laranja estava no forno. Seria acompanhado por aspargos. Eu havia escolhido um prato rico em proteínas para combinar com a dieta que Peter estava seguindo por causa do lacrosse.

- Espero que ele goste! – eu digo, um pouco insegura, enquanto procuro a melhor posição para as velas sobre a mesa.

- Se não gostar, pode bater na porta do segundo quarto do térreo, porque vou estar esperando. – Trisha diz e se senta no sofá, de frente para mim.

Era muito fácil conviver com Trisha, na verdade até mais fácil do que conviver com Angelina. Ela era uma pessoa de hábitos discretos e sempre fazia comentários agradáveis, como aquele que fizera sobre o jantar, embora fosse um pouco reservada, como eu.

- Você não fica um pouco... nervosa? – ela pergunta de repente.

- Nervosa?

- Sim... nervosa. Com o fato de passar o final de semana assim... com o seu namorado aqui...

Penso um pouco antes de responder, e sinto minhas bochechas corarem levemente.

- Bem, eu fico um pouco. Mas... mas é muito bom quando estamos juntos, sabe?

- Não... eu não sei... – ela diz um pouco sem jeito. Eu a encaro sem entender. – Eu e o Amil, nós nunca... nunca...

Eu assinto com um aceno de cabeça, entendendo o que ela estava querendo dizer.

- Há quanto tempo vocês não se veem? – eu pergunto.

- Desde que eu me mudei da Índia, há três anos.

- Uau!

É tudo o que eu consigo dizer. Três anos sem ver o noivo? Para mim parecia impossível! Eu e Peter brigávamos porque não conseguíamos nos ver toda semana.

- Mas por que ele não vem lhe visitar? – eu pergunto.

- Nosso relacionamento é um pouco diferente do namoro que os americanos mantêm, Lara Jean. – ela explica, de forma tranquila. – Mas estou juntando um dinheiro para ir à Índia nas próximas férias.

- Tenho certeza de que ele vai amar ver você! – eu digo e ela sorri em resposta, mas não um grande sorriso, um sorriso discreto, assim como tudo em Trisha.

A campainha toca e corro para atende-la. Abro a porta e ele está lá. Meu Peter Kavinsky, com os braços cobertos por caixas e sacolas.

Ele passa pela porta, deposita todas as coisas no chão rapidamente, e depois me puxa pela cintura e me beija.

- Uau, Covey! Se eu soubesse que você estava assim, eu tinha me arrumado um pouco mais... – ele comenta, me observando.

Estou usando um vestido vermelho de tecido leve e fiz cachos no cabelo, porque sei que ele gosta. Coloquei até um pouco de maquiagem para parecer mais apresentável.

Toda sua, Lara JeanWhere stories live. Discover now