Capítulo 47

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Abro os olhos no outro dia de manhã. Há alguém sentado ao meu lado na cama, mas não é Angelina.

- Papai? – pergunto, enquanto esfrego os olhos e me sento. Ele me observa com os olhos tristes. – O que o senhor está fazendo aqui?

- Filha, o Peter... ele... ele sofreu um acidente.

Olho para ele sem entender.

- Acidente?

- Sim. Ontem de madrugada, na rodovia em direção para cá.

Peter estava vindo para cá? Nada daquilo fazia sentido.

Então observo novamente os olhos tristes do meu pai e o pânico toma conta de mim.

- Como ele está? – pergunto, me levantando da cama. – Como ele está, papai? – eu exijo, em voz alta.

- Calma, filha. Ele está... está bem. – respiro profundamente, me sentindo aliviada. – Está em um hospital aqui na Carolina do Norte.

- Eu quero vê-lo. – eu digo.

Já estou calçando os meus sapatos. Ainda estava vestida com as mesmas roupas da noite anterior, uma calça de moletom e uma camiseta, mas aquilo era o que menos importava no momento.

- Filha... – meu pai me segura pelos ombros. – Ele não está... não está acordado. Peter está passando por uma cirurgia agora.

Pisco os olhos tentando entender o que ele estava me dizendo.

- Mas... ele vai... ele vai ficar bem, não vai?

Meu pai não me diz nada, apenas me abraça.

Sinto o choro se formando na minha garganta. Mas aquele não era o momento. Eu precisava saber notícias de Peter.

- Quero ir ao hospital onde ele está.

Meu pai concorda e seguimos juntos.


Quando chegamos no hospital, meu pai conversa com uma atendente da recepção, que nos encaminha até uma sala de espera.

Lá estão os pais de Peter, sentados lado a lado conversando. Assim que nos aproximamos, a mãe de Peter me olha de uma forma tão acusatória que me encolho ao lado do meu pai. Mas nada do que ela fizesse me deixaria me sentindo mais culpada do que eu já estava. O pai de Peter me cumprimenta à distância. Parece tão preocupado quanto qualquer outro pai estaria naquela situação.

Eu me sento em uma cadeira mais afastada e meu pai se aproxima dos dois. Eles trocam algumas palavras e depois meu pai se senta ao meu lado. Pelo que pude ouvir, a cirurgia de Peter ainda não havia acabado.

Eu encosto a cabeça nos ombros do meu pai e deixo que as lágrimas que eu estava segurando até aquele momento escorram livremente.

Eu não era uma pessoa muito religiosa. Nem me lembrava da última vez que havia entrado em uma igreja. Mas em silencio eu faço uma oração...

Deus, não deixe que ele se vá. Não ele. Peter tem um futuro tão lindo pela frente! Vai fazer tanta falta nesse mundo... mesmo se eu não fizer parte do futuro dele... só não leve o meu Peter K. Deus, eu já perdi tanto nessa vida... não deixe que eu o perca também!


Alguns minutos depois um médico entra na sala e nos avisa que a cirurgia havia acabado. Peter havia fraturado três costelas e um osso da perna esquerda. Estava com várias escoriações pelo corpo, mas não havia sinal de maiores danos, nem sofria risco de vida. Havia perdido muito sangue, então tinha recebido transfusão durante a cirurgia.

Toda sua, Lara JeanHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin