Por Trás das Aparências (RETI...

By tetelmoreira

100K 18.1K 9.1K

***OBRA RETIRADA*** APENAS TRÊS CAPÍTULOS DISPONÍVEIS PARA DEGUSTAÇÃO Nós éramos jovens quando aquilo aconte... More

|Introdução|
|Prólogo|
|Capítulo 1| I e II
|Capítulo 2 | I e II
|Capítulo 2 | III e IV
|Capítulo 2 | V e VI
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
Livro retirado
|Capítulo 7 | V
|Capítulo 7 | VI
|Capítulo 7 | VII
|Capítulo 8 | I
|Capítulo 8 | II
|Capítulo 8 | III
|Capítulo 8 | IV
|Capítulo 8 | V
|Capítulo 9 | I
|Capítulo 9 | II
Livro retirado
|Capítulo 9 | III
|Capítulo 9 | IV
|Capítulo 9 | V
|Capítulo 9 | VI
|Capítulo 9 | VII
Livro retirado
|Capítulo 10 | I
|Capítulo 10 | II
Livro retirado
|Capítulo 10 | IV
|Capítulo 10 | V
|Capítulo 10 | VI
|Capítulo 11 | I
|Capítulo 11 | II
|Capítulo 11 | III
Epílogo

|Capítulo 10 | III

1K 235 266
By tetelmoreira

III.

Um som molhado é a primeira coisa que eu escuto quando meus sentidos despertam. Algo como swash, splash que se repetem em meus ouvidos conforme minha consciência retorna. Eu me sinto sonolenta e com um pouco de frio.

Devagar, obrigo minhas pálpebras pesadas a se levantarem. Elas obedecem de forma dolorosa, parando só por um segundo para meus olhos se acostumarem a luz.

Eu não quero acordar, penso com preguiça.

Gostaria de voltar para o sonho onde eu abraçava Samwel dentro de um elevador e ele me dizia que ia ficar tudo bem. Seus braços estavam ao meu redor e eles estavam quentes, me protegendo de tudo. Me protegendo da vida. Mas estava muito bom para ser verdade.

Eu sei que Samwel não está aqui. Eu posso sentir sua presença quando ele está por perto e nesse momento eu me sinto muito sozinha. Vazia. Meu corpo está dormente. Há aquele formigamento característico aqui e ali, comendo minhas extremidades, parecendo pequenos insetos. Minha mente está aérea, mas vai ganhando estabilidade conforme abro os olhos e pisco preguiçosa para o mundo.

Então, eu vejo azul.

Não como tinta azul, mas como um filtro dessa cor que tinge tudo o que toca. Sendo mais específica, eu vejo as minhas pernas. Meu pescoço está inclinado para frente e minha cabeça caída porque eu peguei no sono.

Eu quase posso ouvir minhas vértebras rangendo quando me esforço para levantar a cabeça e tirar alguns fios de cabelo que tampam meu rosto. E assim que olho para cima, eu posso ver o céu. A noite está linda através desses vidros do teto. Vidros que eu reconheço da área da piscina do prédio de Samwel. Eu me lembro de admirá-los na última vez que os vi, achei incrível poder ver a lua depois de tudo aquilo.

E então eu vejo David.

Ele está logo à frente, perto da porta, na sombra de uma pilastra. Observando.

Seu vulto vacilante, também azulado, se mostra visível para mim e seria difícil para um estranho identificá-lo, mas eu consigo. Eu sei que é ele pela postura confiante e pelo vislumbre de sua pele imaculada refletindo a iluminação trêmula.

Vê-lo ali parado, olhando para mim, faz as lembranças voltarem. Eu me lembro de estar com medo. Sim, aquilo era medo. Eu me sentia amedrontada quando voltava para o elevador. Eu estava fugindo. Eu estava fugindo dele. E quando me virei, senti uma dor forte na cabeça e apaguei. Algo me atingiu. Ele me atingiu, empurrando minha cabeça em uma parede de tijolos.

Eu sei que foi ele.

Agora ele sabe que estou acordada. Seu olhar de lobo branco perfura o meu rosto, averiguando o meu estado, sondando a minha vitalidade. E em algum momento entre a minha concentração de piscar e respirar, ele decide se aproximar. Seus passos avançam em minha direção e eles não vacilam.

Todo o meu corpo responde a isso.

Eu me agito, mas meus movimentos são restringidos. Isso me surpreende. Algo segura meus braços para trás e minhas pernas para baixo. Eu estou presa a uma cadeira.

O filho da puta me amarrou a uma cadeira?

Pela textura do material, ele usou o elástico para treino que eu vi no apartamento. O ferro do assento machuca meus braços na parte de trás quando eu forço para me soltar. Mas o que é estranho é que eu mal sinto o meu peso. Tudo parece flutuante e fantasioso, como se não houvesse gravidade.

Eu pisco meus olhos para afastar o embaçado e, depois de um momento, consigo enxergar ao redor. Eu estou sentada em uma cadeira. No meio da piscina. A água iluminada pelas lâmpadas reflete nas paredes e no teto, dando um ar sombrio e balançante ao local já assustador.

Por isso o frio e a leveza.

Por isso o som da água.

Ele concretizou o meu pior pesadelo: estar submersa e indefesa.

Como na Alemanha.

Eu juro que a minha alma deixa meu corpo por um milionésimo de segundo. Um sentimento de pânico me invade, esbugalhando meus olhos e alterando a minha respiração para expirações curtas. Acho que é nesse momento que eu realmente acordo. É nesse momento que realmente me dou conta da gravidade da situação.

Isso não é uma brincadeira.

Isso é sério.

David avança para dentro da piscina. Ele desce os degraus sem se importar com os shorts que veste, encharcando o tecido conforme afunda. Sua camisa branca fica transparente onde a água a toca. A única coisa que ele parece ter tirado são seus tênis, jogados perto de um banco do lado de fora.

Meu corpo começa a tremer.

Eu não sei o que está acontecendo. Não sei o motivo de ele estar fazendo isso, mas acho que a essa altura, isso não importa. O homem me fez desmaiar e me amarrou. Isso é confuso, mas suas intenções são claras. Ele quer me fazer mal. Ele quer me machucar. E pela expressão raivosa em seu rosto, ele vai fazer isso.

— David — solto seu nome quando ele está perto.

O som sai como uma súplica. Um apelo pela minha história. Um apelo por mim. Sua mão sobe até a altura do ombro e depois desce rapidamente em minha direção, pousando direto no meu rosto. Um som de estalo se propaga pela água e ecoa no local, parecendo alto e alarmante.

Um tapa.

Um tapa com a parte de trás da mão.

Duro e forte.

Minha cabeça dispara para a esquerda, antes de minha bochecha começar a arder como fogo.

— David! — grito de surpresa.

Ele acabou de me bater.

Ele me bateu!

Caralho.

— Eu tinha vontade de fazer isso há anos — ouço sua voz fria.

Meu músculo da face começa a latejar, acompanhando as batidas do meu coração. O espanto nos meus olhos permanece intenso e eles tentam se focar no homem à minha frente.

Antes que eu consiga estabilizar a cabeça novamente, outro tapa desce sobre mim. Dessa vez, é do outro lado, empurrando meu rosto para a direita.

Outra agressão.

A palma de sua mão masculina atinge minha lateral com mais força do que da primeira vez e eu sinto gosto de sangue quase de imediato. A parte interna da bochecha é cortada ao tocar meus dentes, espalhando sangue pela língua. O gosto é metálico e amargo. A ação atiça uma dor no meu crânio, provavelmente adormecida pelo desmaio, mas que ainda está ali, pulsando depois de ter sido batida na parede.

— Porra. É bom finalmente descontar minha raiva em você — diz com uma voz aliviada.

Meu olhar lívido retorna para ele e sua expressão morta me diz que ele está familiarizado com isso. Esse tipo de violência é natural para ele e isso me assusta mais do que qualquer coisa.

— Meu Deus. Por que você fez isso? — guincho com horror.

Eu quero entender o motivo. O que eu fiz para esse cara me bater desse jeito?

Será que foi algo que eu disse?

Será que eu fui má para ele?

Ele ri.

Fuck. Por onde eu começo?

Eu gemo de dor.

— Que merda é essa? Eu nunca te fiz nada. Me solte, Dave.

Seu olhar já obscuro se altera para um raivoso. Ele aproxima seu rosto do meu. Sua voz vem baixa e gélida.

— Você nunca me fez nada?

Ele agarra meu queixo com a mão e aperta meu rosto, fazendo minha boca enrugar em um bico. De perto, posso ver as veias esverdeadas colorindo sua pele branca angelical e dando a impressão de envenenarem seu corpo.

— Porra, garota. Você não faz ideia, não é?

Sua mão espreme minha mandíbula, liberando ainda mais sangue. Eu posso senti-lo vazando por meus lábios.

— Você tem noção do quão estúpida você é? Se metendo entre nós desse jeito. Com essa cara de sonsa.

Ele me solta com desleixo e dá um passo para trás.

Seus dentes rangem. Seu olhar raivoso sobre mim.

— Droga! Eu deveria socar esse nariz até o crânio! — grita com raiva.

Eu tremo com a explosão.

— Meu Deus, Dave — me desespero. — Eu não sei o que eu fiz, mas não foi a minha intenção. Isso não é certo. Você tem ideia do que está fazendo? Você me bateu! — aponto para o óbvio.

Minha suplica desencadeia lágrimas bloqueadas pelo meu horror, mas que agora descem pelo meu rosto.

— Me solte e a gente resolve isso. O que eu fiz para você? — choro.

Será que eu devo gritar por socorro? Estamos no último andar, Samwel disse que ninguém escutaria meus gritos daqui de cima.

Merda.

A dor na minha cabeça aumenta para um latejar forte. Eu penso em traumatismo craniano.

Esse lunático fraturou o meu crânio.

— O que você me fez? — sua boca quase espuma ao falar isso. — Você me tirou o que eu mais queria.

— Quê? Eu nunca... — começo, mas ele interrompe.

— Você me tirou Samwel — grita alto.

E essa afirmação ecoa pelo recinto. Ele parece tão chateado com isso que eu pisco confusa.

Ele acha que eu afastei Sam dele?

Ele ficou louco, porra!?

— Samwel é seu amigo. Eu nunca afastaria vocês dois.

— Amigo? Você acha que nós somos amigos? — ri como se fosse uma piada.

Seus dentes alinhados parecem se multiplicar nesse sorriso.

Como os de um tubarão, penso sombriamente.

— Nós somos mais do que isso, sua puta! — grita no meu rosto. — E poderíamos ser um casal se você não se intrometesse!

A raiva deixa seus olhos vidrados e loucos. É tão estranho ver essa transformação nele. David sempre foi sorridente e amigável. Que diabos está acontecendo com ele?

Um casal?

David acha que Samwel e ele são um casal?

Mas que merda...

Ele é gay?

Karen me disse que ele pegava recrutadores para conseguir mais trabalho, mas eu nunca pensei que eles fossem homens. Na verdade, eu nunca o vi com um homem antes.

Que merda está acontecendo aqui?

— Você acha que gosta de Samwel? — pergunto com calma para não alimentar seu temperamento. — Quer dizer... Você ama Samwel mais do que um amigo? — desconfio.

— Nós amamos um ao outro, sua estúpida. Ele apenas está confuso com você.

Será que Samwel e ele... ?

A resposta acerta uma flecha no meu coração, mas descarto a possibilidade. Eu não posso acreditar. Não depois de todas as coisas que Sam me disse.

Eu tenho certeza de que Sam nunca teve nada com David. Esse louco está delirando com um amor não correspondido.

David é apaixonado por Samwel.

Ele acha que eu estou atrapalhando a relação deles.

Meu deus.

Que loucura.

— David, — tento ser amável como uma mãe — você precisa conversar com Sam. Isso entre vocês, eu não sei... Não faço parte disso. Samwel pode esclarecer as coisas e te explicar sobre nós...

Então, como um ataque de tubarão, rápido e mortal, ele se joga em mim. O movimento é bruto e raivoso, e eu não tenho como reagir. Ele alcança meu pescoço com as mãos e me empurra para trás. A cadeira desliza na água e despenca. Meu corpo bate na piscina com um splash alto. Eu não tenho tempo de sugar ar para os pulmões, afundo inesperadamente antes de soltar um grito surpreso que é abafado pela água.

David me empurra para o fundo, apertando minha garganta com força, inibindo o ar de entrar ou sair.

A dor é agonizante.

Eu tento me debater, lutar contra isso, mas estou presa. Inibida de me defender desse psicopata. E aqui estou eu novamente caminhando para a morte através da água.

A falta de oxigênio é dolorosa depois de cinco segundos. Ou dez, eu não sei. A única coisa que consigo me concentrar é no vulto do rosto de David do lado de fora, gritando coisas sem sentido.

— Você acha que o tem na palma da mão, não é, sua puta? — consigo distinguir a frase.

Como se a culpa de me reaproximar de Samwel depois de tanto tempo fosse minha.

— Ninguém mandou vocês terem o mesmo carro! — dessa vez ele grita e sua voz chega bem nítida aos meus ouvidos.

Eu grito também.

Grito mesmo debaixo d'água, porque meus pulmões estão ardendo e eu estou tão assustada. Há tanto medo me atingindo agora que eu acho um milagre não desmaiar. E com isso água entra pela minha boca e invade meu corpo.

Eu conheço essa sensação. Mas, ainda assim, o pânico penetra na minha alma como veneno.

A ideia de morrer não me assusta, mas a maneira como isso pode acontecer é o que me preocupa. E ser afogada por um desequilibrado como David é o pior tipo de morte para alguém como eu.

Então eu rezo.

Eu não sou uma pessoa que vive pedindo coisas para o Deus que acredita. Minha mãe me ensinou a agradecer mais do que pedir e eu levei isso comigo, mas hoje eu faço um apelo. O maior pedido da minha vida.

Se alguém aí em cima gosta de mim, se eu sou uma pessoa digna de intervenção, por favor, por favor, me ajuda a sobreviver a mais essa prova. Eu não sei mais o que fazer.

Meus sentidos vão perdendo força. Eu noto minha visão escurecendo nas laterais e minha pele perdendo a sensibilidade ao toque da água. E, quando eu acho que acabou para mim, que vou apagar de vez, meu corpo recebe um puxão para cima e meu rosto está de volta à superfície.

O som que sai de mim em seguida é assustador.

Meu sistema respiratório está em colapso, desesperado por oxigênio, e quando ele se torna disponível, a sucção para os pulmões é abrupta. O som parece sair de um filme trash. Afobado. Alto. Agoniado.

Então eu o ouço rir.

Ele está rindo do meu desespero.

— Eu deveria ter previsto essa merda de carro — diz ao colocar a cadeira de pé novamente.

Eu respiro e tusso. Meus olhos fechados para aguentar todas as dores que sinto. Tanto no corpo quanto na mente.

Espera.

Samwel também possui um Ranger Rover?

Como o meu? É por isso que ele o dirigia tão bem?

— Carro? — tusso a pergunta.

Eu estou tão confusa.

— Eu aproveitei os ataques dos fãs da Jaqueline. Foi o disfarce perfeito para o que eu tinha em mente. Achei que se a produção do programa pensasse que esses fãs lunáticos estavam furiosos com Samwel ao ponto de queimar o carro da garota que ele está trabalhando, eles tirariam um de vocês por medida de segurança. Eu esperava que fosse você, por isso resolvi queimar o seu carro — solta como um desabafo, como se precisasse dizer isso para alguém. — Também achei que se você se assustasse, sairia por conta própria, mas não foi isso o que aconteceu, não é? Você enfiou as suas garras nele novamente — fala com rancor.

— Foi você — minha voz está gasta como se eu tivesse fumado mil cigarros.

— Sim — ele ri um pouco. — Eu não podia deixar vocês se reaproximarem. Ele não podia descobrir tudo depois de todo o meu esforço para manter vocês separados. Não depois de todos esses anos.

Oh meu Deus.

— Mas você não ateou fogo no meu carro, você explodiu o carro de Samwel!

— Eu não sabia que era o carro dele! O que ele estava fazendo lá, afinal? Eu só vi um Range Rover preto idêntico ao seu e agi. Estava muito fácil, logo ali parado na calçada, eu nem me preocupei com a merda da placa. Só precisava acabar logo com aquilo antes que alguém me visse. Mas vocês são tão patéticos que têm o mesmo carro! Que merda de ligação esquisita é essa? Eu sabia que deveria ter cortado essa merda antes. Eu sabia, porra! — David grita.

— Você explodiu um carro! — grito e tusso, minha garganta queimando.

Minha visão está balançante. Eu acho que foi pela falta de oxigênio.

— Eu não explodi nada. Eu só joguei álcool e acendi um fosforo. A explosão não estava nos meus planos. Acho que eu tive sorte — ele me dá um sorriso doentio.

Oh meu Deus. E se ele ferisse alguém? Ele não parece sentir remorso.

— Você é louco. Meu Deus — sussurro.

Então ele me afoga novamente.

Eu consigo puxar ar para os pulmões antes de afundar dessa vez. Mas não dura muito tempo. Quinze segundos. Ele só quer me assustar. Ele gosta de ver o meu desespero.

Mas me deixa exausta. Sentir dor é exaustivo e, quando vem misturado com medo, é ainda pior. Minha energia está em quinze por cento e precisando de uma recarga. Urgente.

— Você sabe como a minha irmã Madeleine morreu? — pergunta, de repente.

Eu estou muito fraca para responder. Apenas olho para uma pequena mancha do meu sangue colorindo a água de vermelho.

Mad era uma medalhista olímpica de natação, você sabia? Um prodígio. Meus pais tinham tanto orgulho dela. Aquela fedelha pretensiosa. Sempre tão esforçada e brilhante que tudo o que ela sabia fazer era chamar a atenção — sua boca entorta em desgosto. — Mas isso não durou muito tempo.

David quer falar sobre a sua vida. Acho que ele gostou de revelar todas as suas maldades e resolveu me contar coisas aleatórias. Ele gosta de ouvir o som da própria voz.

Uma risada rachada vem dele.

— Ela gostava de treinar à noite. Burra, tão burra. E, um pouco antes de sua próxima competição, eu esperei seu treino noturno e a matei na piscina que ela tanto amava. Foi difícil. Aquela puta tinha uma força de atleta que quase me superou, mas eu consegui, eu a afoguei e deixei seu corpo boiando na água como uma obra de arte — seus olhos estão vítreos com orgulho.

Oh meu Deus.

Ele matou... A própria irmã?

— Eles presumiram que ela teve câimbras e se afogou durante o treino. Acho que eu sempre tive sorte, não havia pensado no que fazer depois. Até fingi tentar suicídio por perder minha irmãzinha, tudo para afastar as suspeitas de mim. Mas as coisas se resolveram sozinhas.

Eu quero vomitar.

— Então, eu conheci Samwel. Ele foi muito bom comigo quando soube. Ele me ajudou a superar a minha perda — ele diz sonhadoramente. — Sempre tão bom. Eu tinha toda a sua atenção, nós éramos inseparáveis.

Jesus.

Tão bonito. Mas tão louco.

— Mas aí você apareceu — seu olhar se transforma. — "Tatiana não é demais, Dave? Acho que vou chamá-la para sair". Eu não suportava ouvir aquilo. Samwel era meu. MEU! Até você chegar com essa pança gorda. Nós estávamos prestes a ficar juntos, ele estava descobrindo que me amava e você arruinou tudo aquilo. Porra, quando eu me lembro...

Ele avança e me soca com o punho fechado, bem em cima da maçã do meu rosto. Acho que ouvi o estalo de um osso, mas não presto atenção pela enxurrada de dor que me atinge.

Eu urro como um animal na matança.

— Eu fiz de tudo para afastar vocês — ele sobrepõe os meus gritos. — Eu tive que comer a Evelyn para que ela fizesse aquele teatro e obrigasse Samwel a te dispensar. Você tem ideia do quão ruim foi beijar aquela boca de cigarros? Foi terrível.

Eu respiro com dificuldade.

Eu choro mais.

Não sei como tenho forças para permanecer acordada. Mesmo que a dor me atravesse como uma espada, eu a estou sentindo, eu ainda estou viva. E esse pensamento me ajuda a continuar a falar.

— Evelyn não estava apaixonada por Samwel? — grito através da agonia.

Ele ri, debochadamente.

— Apaixonada? É claro que não. Ela só disse aquilo porque eu pedi. E dificultou a sua vida na revista pelo mesmo motivo. Ela queria o meu pau e eu queria você longe. Deu certo para os dois.

Oh Deus. Ele orquestrou tudo aquilo?

— Mas uma oportunidade de ouro surgiu. Ver você perto daquela piscina pareceu muito nostálgico, muito perfeito para não aproveitar.

Do que ele está falando?

— O quê?

— Ah, você não sabe? — ele se aproxima e olha fundo nos meus olhos. — Fui eu que te afoguei naquele dia.

____________

Olá crianças!
Vocês se chocaram com esse babado? Espero que sim!!! kkk Esperem só até saberem tudo o que aconteceu pela visão do David. É de arrepiar os cabelos. Lembrando que PTA está disponível na Amazon com um super epílogo exclusivo e quem puder ir lá dar uma avaliação sobre o livro vai me deixar super feliz. Nós estamos montando marcadores lindos! Logo, logo mostro aqui para vocês!! Obrigada pelo apoio, pessoal. Vcs são demais, é sério!!!
❤️❤️❤️❤️❤️

Continue Reading

You'll Also Like

835K 9.3K 10
(+18) Um reality onde o foco é exibir para o mundo os prazeres carnais.
91.4K 3.7K 48
Kang sn uma jovem, doce e gentil é forçada a se casar com Jeon jungkook, um jovem arrogante e muito mimado, que com um tempo demonstra ser diferente.
3.7M 327K 79
Quando seu mundo desaba sob seus pés logo após descobrir que o seu noivo Brian a traiu com sua melhor amiga, ela aceita assinar um contato absurdo de...
62.1K 3.7K 43
Ele decide ajudar ela a investigar a morte de seu pai, porém ele quer algo em troca. -Nada é de graça meu bem. -O que quer?-Pergunto -Você. Ela só nã...