ᴅᴏʟʟʜᴏᴜsᴇ | ᴋᴛʜ + ᴍʏɢ

By SOSCrystal

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❝Lugares, lugares, vão para os seus lugares Vista seu vestido e coloquem seus rostos de bonecas Todos pensam... More

1. The birthdays
2. Carrot cake
3. Welcome to the neighborhood
4. Dollhouse
5. Love really hurts without you
6. The doctor character
7. His body is like an art
8. Inside the house
9. You make me begin
11. Baekhyun
12. Thank you
13. Shit!
14. Memories
15. It was that motherfucker tattoo!
16. Friendly neighborhood poltergeist
17. Shining through the city
18. Ambrosia
19. The Call
20. Gathering information
21. The truth untold
22. Daddy's boy
23. Hit Academy
24. A new doll
25. I will always be with you
26. Just wait, Taehyung
27. Pain
28. Taking him home
29. Cold
Epílogo
Agradecimentos

10. BunnyKookie

1.5K 325 1.4K
By SOSCrystal

A noite cai lá fora assim que deito na cama, exausto de mais um dia de trabalho no hospital.

De olhos fechados, retiro meus sapatos, porque a dor na minha cabeça está mais forte do que nunca. Permaneço parado enquanto o latejar em cima do meu olho esquerdo se assemelha com baquetas acertando uma bateria.

Consigo ouvir cada batida do meu coração, e isso me deixa impaciente, quase irritado. É agoniante. Mas é necessário.

Uma música começa a tocar na minha cabeça, o som do meu coração não é mais meu coração, mas o grave da música que tocava naquela balada há alguns anos atrás. Como eu parei lá? Não lembro, não importa. Ela importava. Sim! Eu estava lá porque ela gostava de dançar, descobri isso depois de observá-la por longos meses. Minha querida Jisoo ama música.

Ela apagou depois dos comprimidos que coloquei em sua bebida, carregá-la para aquele carro não foi difícil. Mas eu não podia levá-la de qualquer jeito, a polícia procuraria. Por isso que roubei o carro daquele homem, ele estava chapado demais pra se lembrar de qualquer coisa, além do quê, ele  não viu meu rosto já que eu usava máscara. Coloquei o lenço da Jisoo no bolso dele, fiz questão de deixar o sangue dela no tecido. No outro dia, ele era o principal suspeito. Um mês depois, ele foi acusado de assassinato. O enterro de Jisoo foi feito dois meses depois, com um caixão fechado, porque não havia corpo.

Caso arquivado.

Abro os olhos, porque de repente estou sem ar. Tento respirar, me concentro no ato de inspirar e expirar, mas um medo irracional diz que não vou conseguir oxigênio suficiente. De novo, está acontecendo de novo, sempre acontece de novo, tem que parar de acontecer de novo.

Será que ele se sentiu assim?

Me agarro ao lençol da cama com força, mesmo sabendo que isso não vai me fazer ficar. Eu não pude fazê-lo ficar, porque nunca fui suficiente, mamãe também não era.

Inspiro e expiro, penso em Seokjin... melhor.

Inspiro e expiro, penso em Namjoon... melhor.

Inspiro e expiro, penso em Jimin... melhor.

Inspiro e expiro, penso em Jisoo... melhor.

Inspiro e expiro, penso em Hoseok... melhor.

O ar volta a circular direito pelos meus pulmões, tusso por alguns segundos, lágrimas idiotas escorrem dos meus olhos, maldita dor de cabeça.

Levanto e praticamente me arrasto até estar em frente ao espelho, uma olhada rápida e vejo uma marca de corda rodeando meu pescoço, o deixando avermelhado. Pisco, não está mais lá. Nunca esteve, estava nele, porque ele não tinha motivo pra ficar.

Eu tenho. Sempre vou ter.

Sento na cadeira da escrivaninha e abro meu notebook. Suor escorre pelas minhas costas e nuca quando digito o nome "Kim Taehyung" na barra de pesquisa do Google.

Lá está ele. No primeiro link. Uma matéria em inglês, sinto meu rosto formar uma carranca, porque não falo a droga do idioma. Abro outra guia e coloco o Google Tradutor, copio e colo o link na caixa de texto.

Nome: Kim Taehyung.

Data de nascimento: 30/12/1992 (23 anos atualmente).

Altura: 1,78.

Nascido em Busan, aos doze anos foi junto com seus pais para a Califórnia.

Pais: Kim Taehyun e Kim Susie, ambos médicos.

Graduado na California College of the Arts, em Oakland.

Abro outros links e encontro um site de leilão onde várias de suas obras foram leiloadas. Com uns poucos cliques eu acho alguns de seus quadros. Sorrio, porque são muito bonitos, quase posso imaginar as mãos macias dele ao pintar alguma coisa.

Caos, foi pintado em 2008, o quadro retrata o que imagino ser um buraco negro, a natureza parece ser sugada para dentro do círculo escuro. Fecho os olhos, porque tenho a impressão de estar sendo puxado também.

The Sunrise, foi pintado em 2009, o sol está se pondo na pintura, sendo engolido pela linha do horizonte, arquejo baixinho porque quase posso sentir o calor da pintura.

Epiphany, também pintada em 2009, é um auto-retrato seu, mas não necessariamente fiel, seu rosto tem a cor azulada, como se ele estivesse pintando seu reflexo visto a partir da água. Quando percebo isso, quase vejo seu rosto oscilar com uma onda imaginária.

Ships in the night, pintada em 2010, o desenho mostra um barco acinzentado atracado em um porto, as águas são de um azul profundo, quase da mesma cor do céu. Há algo quase melancólico na pintura.

The beauty of darkness, pintado em 2010, a obra por si só é cheia de luz, faíscas douradas como ouro saem de dentro de uma mulher, os traços são tão cuidadosos que acho que impressionariam qualquer pessoa.

While we were kids, pintado em 2011, o quadro mostra duas crianças feitas de luz em uma casa da árvore, folhas de papéis voam soltas pela obra, todas acompanhadas de notas musicais. A obra chama a minha atenção, talvez porque ela pareça deslocada no meio das outras. Então percebo o motivo, ela é muito pessoal, quase como desenhar uma memória íntima no meio das outras.

Passo o resto da madrugada lendo o que escreveram sobre ele, sejam sites de pinturas, professores ou resenhas feitas por compradores das obras. Um comentário chama a minha atenção por ser o único escrito em coreano, é um dos últimos da obra while we were kids:

BunnyKookie: Não esperava menos dele:)

***

Tomo o último gole de café e apoio a xícara no balcão. Subo as escadas e entro no meu quarto, retiro um cinto da gaveta e o ajusto na minha calça. Há duas pequenas olheiras embaixo dos meus olhos, com um pouco de base e pó eu as cubro. Abro dois botões da camisa branca e pego as chaves do carro junto com minha carteira.

Antes de sair do quarto, afasto a cortina. Mas, ao invés de encontrar a casa verde-musgo quieta como ocorre toda manhã que eu observo, me deparo com a mesma picape cinza que estava estacionada no domingo que Taehyung chegou na vizinhança.

Meu coração acelera quando o Kim sai da casa e empurra um óculos de sol nos cabelos. Observando seu conjunto de roupa, uma camisa azul-bebê acompanhada de uma calça jeans rasgada, posso deduzir que não está indo para algum lugar formal.

Me apresso em sair do quarto, desço as escadas correndo e abro a porta o mais natural que consigo. Coloco o celular no ouvido e finjo falar com alguém, deixo meu tom um pouco alto, o suficiente para que ele ouça. Tranco a porta da casa e mantenho meu olhar baixo, como se eu estivesse distraído e não tivesse percebido a presença dele no outro lado da rua.

— É o que estou dizendo, sunbaenim! — digo ao telefone assim que coloco a chave no bolso e desço casualmente os três degraus. — Vou me atrasar um pouco, só alguns minutos, meu carro está com algum problema. — então levanto o olhar, meu estômago revira ao ver que ele olha pra mim. Levanto a mão e dou um meio sorriso, fico satisfeito quando ele retribui. Nada do dono do carro aparecer. — Vou chamar um táxi, estarei aí em breve, não se preocupe. — chuto uma pedrinha na calçada. — Até mais. — retiro o celular do ouvido e guardo no bolso. — Bom dia! — Taehyung sorri e encosta na porta do carro em uma posição relaxada.

— Bom dia. — ele responde. — Não quero parecer intrometido, mas ouvi sua conversa. Quer carona para algum lugar?

Antes que eu possa responder, um homem sai da casa de Taehyung. O estranho tem cabelos negros que voam rebeldes pelo vento, tem um formato de rosto bastante atraente. Sinto meu sorriso desmanchar aos poucos quando vejo que ele abotoa a calça, deixando que eu tenha um vislumbre de sua cueca da Calvin Klein. O que ele estava fazendo com Taehyung lá dentro? Mordo o interior da minha bochecha.

— Pronto Big Boy, podemos ir? — ele diz sem notar minha presença, mesmo que eu esteja apenas do outro lado da rua.

Big... Boy?

— Ah, você terminou. — Taehyung sorri e então aponta para mim. — Jeon, aquele é Min Yoongi, ele mora na casa da frente. — vejo o tal de Jeon me observar com interesse, um sorriso ladino preso nos lábios. Ele é bonito. — Min Yoongi, esse é meu melhor amigo, Jeon Jungkook. — aceno em concordância e forço meu rosto a sorrir.

— Taehyung me falou sobre você. — levanto as sobrancelhas, surpreso. Por outro lado, o Kim lança um olhar nervoso para o amigo. — Sua mão para bolos é muito boa. — antes que eu possa articular qualquer palavra, o homem continua. — Me pergunto o que mais ela sabe fazer. — ele coloca as mãos no bolso e sorri, parecendo satisfeito em flertar comigo. Taehyung fica branco como papel, o que me faz querer reverter a situação. O flerte descarado do amigo dele pode me ajudar em alguma coisa, afinal.

— Ah, ela sabe fazer muitas coisas. — pisco um olho e pego os dois de surpresa. — Foi um prazer conhecê-lo, Jungkook. — puxo o celular do bolso outra vez. — Preciso ir antes que eu perca meu emprego.

— Precisa de carona? — repete Taehyung, quando o encaro vejo que suas bochechas estão vermelhas, me pergunto se pelo sol ou por vergonha. — Estamos indo ao mercado, podemos te deixar no caminho, não é Kookie?

Eles até têm apelidos...

Respiro fundo, sentindo raiva por estar com raiva. O que importa? No final ele vai ser meu mesmo! Mas não acho que conseguirei segurar essa máscara se eu entrar no carro com eles.

— Por mim tudo bem. — Jungkook dá de ombros abrindo a porta do banco do motorista e entrando no carro.

— Eu já chamei um táxi. — minto. — Mas obrigado pela gentileza!

— Ah... ok então. — Taehyung sorri e dá a volta no carro, antes de abrir a porta ele olha pra mim. — Tenha um bom dia. — diz, educado.

Seu amigo já estragou.

— Vou ter. — retruco. — Tomem cuidado com a estrada.

— Pode deixar, mon amour. — responde Jungkook, buzinando.

Observo Taehyung entrar no carro e partir com o amigo. Encaro o veículo até ele sumir do meu campo de visão.

Só então, a contragosto, ligo para um táxi.

***

Hello, hello, tell me what u want right now...

Cheirinho de cloro, parece estar vindo do pano que vocês passaram pro Yoongi kkkk. Tô brincando gente, vocês podem reagir da maneira que quiserem, desde que, é claro, entendam a situação.

Enfim, depois de vocês tanto mencionarem o filme A casa de cera, eu decidi assistir e... WTF. Que filme doido... gostei. Espero não ter sido a única a ter um crush no Nick.

Minha ideia para os bonecos que o Yoongi faz ainda é um pouco confusa, mas em breve vocês vão saber como é.

Até terça-feira!💙

Beijinhos!💙

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