Destinada ao Rei

By dudavenetillo

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Desde o ventre de sua mãe, Isobel Manteufell teve o destino traçado, todavia, ela só soube aos 18 anos que ir... More

♛Introdução♛
♛CHRISTOPHER♛
♛AVISO♛
♛PRÓLOGO♛
♛CAPÍTULO 1♛
♛CAPÍTULO 2♛
♛CAPÍTULO 3♛
♛CAPÍTULO 4♛
♛CAPÍTULO 5♛
♛CAPÍTULO 6♛
♛CAPÍTULO 7♛
♛CAPÍTULO 8♛
♛CAPÍTULO 9♛
♛CAPÍTULO 11♛
♛CAPÍTULO 12♛
♛CAPÍTULO 13♛
♛CAPÍTULO 14♛
♛CAPÍTULO 15♛
♛CAPÍTULO 16♛
♛CAPÍTULO 17♛
♛CAPÍTULO 18♛
♛CAPÍTULO 19♛
♛CAPÍTULO 20♛
♛CAPÍTULO 21♛
♛CAPÍTULO 22♛
♛CAPÍTULO 23♛
♛CAPÍTULO 24♛
♛CAPÍTULO 25♛
♛CAPÍTULO 26♛
♛CAPÍTULO 27♛
♛CAPÍTULO 28♛
♛CAPÍTULO 29♛
♛CAPÍTULO 30♛
♛CAPÍTULO 31♛
♛CAPÍTULO 32♛
♛CAPÍTULO 33♛
♛CAPÍTULO 34♛
♛CAPÍTULO 35♛
AVISO
♛CAPÍTULO 36♛
♛CAPÍTULO 37♛
♛CAPÍTULO 38♛
♛CARTA ABERTA À ISOBEL MANTEUFELL♛
♛CAPÍTULO 39♛
♛CAPÍTULO 40♛
♛CAPÍTULO 41♛
♛CAPÍTULO 42♛
♛CAPÍTULO 43♛
AVISO
♛PENÚLTIMO CAPÍTULO♛
♛ÚLTIMO CAPÍTULO♛
♛EPÍLOGO♛
OI, GENTE!!!!

♛CAPÍTULO 10♛

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By dudavenetillo

Quem tá vivo sempre aparece, né não? 

Odeio demorar assim, mas acontece que eu tive que escrever esse capítulo 3 vezes, porque deu um erro no aplicativo que eu estava escrevendo e não salvava nada do que eu escrevia, mesmo eu achando que já havia resolvido o problema. Mas agora consegui resolver tudo!!

Vamos a leitura, e não se esqueça de comentar e nem de votar!

Me senti um pouco culpado pelo que fiz a Isobel, estava de cabeça quente, não aguentava mais ter que ficar ouvindo desaforos de uma menina de 18 anos. Não dá para se manter impassível sempre, ela me xinga, me bate e eu tento ter paciência, mas já não tenho mais idade para ficar levando tapas por motivo nenhum.


Fico chateado porque queria ter um bom relacionamento com Isobel, não ficar brincando de gato e rato com ela. Já fazem duas semanas que não nos falamos, duas semanas que nem sequer a vejo, e nem parece que moramos debaixo do mesmo teto. Eu trabalhei exaustivamente a semana toda, almoçando e jantando no gabinete para chegar em casa e só ir deitar. Adiantei o máximo de coisas possíveis e planejei tudo para ter um hiato do meu dever e poder tentar recuperar a minha relação com Isobel. Vai ser a minha última tentativa.


Sai do gabinete, estou cansado e estressado demais por conta de todas as coisas que vem acontecendo. Antes de ir para casa, eu achei melhor ir conversar com meus pais. Os dois estavam juntos vendo reportagem na televisão.


— Lembrou que tem pais? — Minha mãe veio me abraçar, assim que me viu.


— Desculpem a minha ausência, é que ando ocupado. — Também abraço meu pai e me sento na poltrona, ao lado do sofá.


— Isobel vem lhe deixando ocupado? — Meu pai pergunta.


Minha mãe enche uma xícara de chá e me entrega. Eles sempre tomam chá quando está começando a anoitecer.


— Não da maneira que eu gostaria. — Resmungo. Achei que as coisas seriam mais fáceis quando ela chegou.


— E quando você irá dar o anel a ela? Está demorando, não acha? Esse país precisa de uma rainha, e você já está passando da idade de se casar, Chris.


— Eu sei, mãe, mas eu quero ter mais tempo com Isobel antes de pedi-la em casamento. Quero conhecê-la melhor, fazer as coisas como devem ser. — Respondo. Minha mãe sempre fica me pressionando quanto a isso, e por esse motivo eu tenho evitado de vê-los.


— Eu fico preocupada com as mulheres desse país em geral, você é homem, não deveria lidar com as questões dos direitos das mulheres e das crianças. Por isso precisamos de uma rainha imediatamente.


— Eu estou dando o meu melhor, mãe, vai por mim. Isobel e eu não estamos nos dando muito bem.


— Como não? A menina é um doce. — Meu pai diz, parecendo surpreso. Eu rio um pouco, porque eles não imaginam o cão que ela se torna quando está comigo.


— Vocês não sabem de nada.


— Pelo que eu lhe conheço, filho, você é um sem vergonha e deve ter feito algo de errado. — Minha mãe pontua.


Preferi não responder. Me despedi dos meus pais e fui até o meu apartamento. Só que algo estava estranho, porque notei que os meus funcionários me olharam esquisito. Pedi para que algumas pessoas ficassem aqui até um pouco fora do horário normal para arrumar as minhas coisas para a viagem que iremos fazer. Dei boa noite as empregadas, e elas responderam, porém, esconderam um sorrisinho. Nunca se comportaram assim antes. Sempre foram simpáticas e educadas comigo.


Fui até o meu quarto e a mala já estava pronta e disposta perto do recamier, tirei meus sapatos e sentei na cama, para relaxar um pouco. Ainda tenho que chamar uma pequena fera e pedir para ela cooperar comigo.


Fui pegar um remédio de dor de cabeça que eu sempre deixo no meu criado mudo, mas quando olho para cima do móvel vejo um frasco de um remédio que eu nunca vi na minha vida. Pego-o e leio o rótulo, e só então entendo o porquê de os funcionários do palácio estarem me olhando de forma diferente.


— Isobel! — Grito alto o suficiente para que ela possa me ouvir de seu quarto. Com toda certeza isso é obra dela.


Isobel aparece na minha porta com a cara mais deslavada do mundo, usando um vestidinho amarelo e curtinho. Ela cruza os braços e vem para perto de mim, e finge que não vê o que eu estou segurando o frasco na minha mão.


— Por que me chamou? — Pergunta de forma cínica.


— Que porra é essa? — Fico de pé perto dela e levanto o viagra para que ela veja.


— Um remédio. Achei que você fosse precisar. — Sorriu para mim.


A minha nuca latejou. Isobel quer realmente me tirar do sério. Ela propositalmente colocou a porra do viagra no criado mudo para os funcionários que arrumam o quarto ver e fazer fofoca com os outros. Intenção clara de me ridicularizar.


— Então você acha que eu preciso disso?


Solto uma risada nervosa. Sou um homem muito paciente, mas eu já estou de saco cheio de ser tratado assim por uma menina de 18 anos. Acho que mereço ao menos um pouco de respeito, já que eu sempre me esforço para ser bom para ela. Só que paciência tem limite.


Peguei Isobel pelos braços, e a menina ficou estática na minha frente. Arregalou os olhos e tentou puxar os braços. Parece que não aprendeu nada com o tapa que eu dei nela. A imagem de Isobel debruçada sobre a mesa mexeu com os instintos masculinos mais primitivos que há dentro de mim. Ela saiu da sala, me deixando terrivelmente excitado depois de uma discussão aflorada, e me senti culpado por sentir excitação. Não sou nenhum sádico, ou coisa do tipo. Mas a excitação já estava presente mais uma vez.


— Responde a minha pergunta, Isobel! — A sacudo levemente. — Não tem coragem?


Isobel permanece parada, me olha assustada. Poderia facilmente beijá-la, mas não quero dar isso a ela, mesmo morrendo de vontade de sentir seus lábios grossos novamente. Solto seus braços e pego em sua cintura, a movendo para a beirada da minha cama e a jogo deitada nela. Isobel ia fugir, mas eu sou mais rápido e a puxo pelos tornozelos.


— Meu Deus do céu, para com isso! — Ela reclama, me olha, e vê bem o volume que formou em minha calça. Isobel fica horrorizada e com o rosto todo vermelho. Se ela soubesse que essa nem a minha potência total...


— E se eu não quiser?


Agarrei a perna de Isobel, e a puxei mais para perto de mim, a deixei um pouco abertas e me deitei sobre ela. Prendi seus braços acima de sua cabeça e fiquei a poucos centímetros do seu rosto, mexendo meu quadril para que ela abra mais as suas pernas e deixe que eu me encaixe perfeitamente. O corpo de Isobel se mexe sob o meu, mas ela não faz muito esforço para me tirar de cima dela.


Em um momento a baixinha me olhou nos olhos. Soube naquele momento que ela havia se entregue. Isobel ergueu um pouco o queixo, como quem estivesse esperando por um beijo. Abaixei um pouco a minha cabeça e fui até a pele clara de seu pescoço, sentindo o seu cheiro gostoso de morango. Beijei-a ali, ouvi um suspiro saindo da pequena invocada, então continuei. Beijei seu pescoço, seu ombro, movi meu quadril contra o dela, fazendo-a abrir mais as pernas. Meu pau estava louco dentro da minha calça, pedindo para participar da festa, mas não era a hora.


Beijei o outro lado do seu pescoço, rebolei entre as suas pernas e Isobel soltou um gemido fraco. Eu poderia deixar meu autocontrole de lado, e também poderia esquecer de toda malcriação dela e simplesmente transar agora, mas não o farei. Não há como deixar Isobel impune de seus atos, e por isso eu fiquei de pé novamente, a deixando deitada na minha cama e imóvel.


A visão de Isobel estirada na cama, um pouco ofegante, de olhos fechados, com o vestido todo levantado e um pouco da calcinha também azul a mostra, pode ser considerada um atentado ao pudor. Só de vê-la assim me faz ter vontade de chutar o pau da barraca e me enfiar entre as suas pernas, mas irei aguardar.


— Parece que o brocha aqui não é tão brocha. — Falo, enquanto tiro a minha camisa.


Isobel se senta na cama, carregando em si uma expressão que eu só vi uma única vez, que foi quando nos beijamos no quarto de sua avó. Ela está excitada.


— Você... Você... É um idiota. — Ela diz. Ajeita o seu vestido e se senta na cama.


— Idiota que deixa a sua calcinha molhada. — Respondo. Ela me olha horrorizada. — Não venha dizer que é mentira, porque eu sei quando deixo uma mulher excitada.


— Você estraga tudo! — Ela grita.


— Eu? Desde o dia em que você chegou eu tenho tentado fazer o possível para te deixar bem, para que tudo seja agradável para você. Engoli xingamentos, ofensas e até tapas de você eu levei, mas relevei. — Gritei também. Isobel se encolheu um pouco. — Eu posso ser um ótimo marido para você, posso ser seu companheiro, carinhoso, te satisfazer de várias formas possíveis e te dar tudo que você quer, mas se eu for tratado desse jeito sempre, pode esperar o pior de mim também, Isobel!


Nunca tinha gritado com alguém na minha vida, mas eu precisava fazer isso, ou a situação iria piorar bastante, e eu não queria que isso acontecesse. Também não queria fazer Isobel chorar, mas foi isso que aconteceu, seus olhos encheram de lágrimas e eu me senti péssimo, mas não poderia dar o braço a torcer.


— Vou para o meu quarto. — Ela fala baixo.


— Você precisa arrumar uma mala para ficar uma semana fora. Iremos fazer uma viagem. — Falo.


— O quê? Não mesmo.


— Sim, e agora. Eu vou tomar um banho e quando acabar quero a sua mala pronta. Vê se coopera com alguma coisa pelo menos uma vez na vida, honre com a porra do contrato que seus pais assinaram.


Entrei no banheiro sem ouvir uma resposta dela, pois precisava urgentemente de um banho longo. Fiquei mais tempo que o necessário apenas para dar tempo a ela de arrumar as suas coisas, e eu ainda arrumei alguns itens de higiene pessoal em uma necessaire, porque prefiro eu mesmo fazer essa parte, jamais iria pedir a nenhum funcionário — ainda mais uma mulher — para por camisinhas em minhas coisas.


Coloquei um conjunto de moletom preto, porque gosto de ficar confortável nas minhas viagens aéreas, ainda mais quando são 17 horas de voo. Dei uma olhada na minha mala e tudo escolhido me agradou bastante, o que me faz pensar em dar um acréscimo no salário das minhas funcionárias esse mês.


Passo um pouco de perfume e penteio meu cabelo com as mãos, apenas para não ficar muito bagunçado. Levo a minha mala até a sala e subo novamente para ver se Isobel já está pronta.


Entrei em seu quarto e vi que há uma mala sobre a sua cama, dentro dela há produtos de higiene pessoal e roupas íntimas. Isobel sai do closet carregando um bolo de roupas em seus braços, e joga tudo na mala, percebo que são pijamas e camisolas.


— Eu não tenho a mínima ideia de onde iremos, não sei nem que tipo de roupa levar.


— Você precisa de biquínis, e de roupas frescas. — Respondo.


— Eu não tenho nenhum biquíni. — Ela reclama, e coloca a mão na testa.


— Como assim não tem biquíni? Você mora em Aregan, Isobel, todo mundo aqui tem roupas de banho.


— Eu não sou todo mundo. — Faz bico.


Vou até o closet de Isobel e vejo que há uns vestidos pendurados nos cabides, separo os mais frescos e leves, e coloco-os em sua mala, ela me olha incrédula com o que eu estou fazendo.


— Vai me ajudar, ou vai ficar parada aí?


Isobel bufa, mas volta comigo para dentro do seu closet, apenas a observo mexer em algumas gavetas, ela vai separando bermudas, calças e camisas. Separa uma sapatilha e a coloca, e também pega seu All-Stars branco, o sapato de salto que compramos quando fomos ao shopping e uma sandália sem salto.


— Preciso de alguma coisa chique? — Pergunta.


— Iremos passar no shopping, já que você não tem biquíni.


— Não preciso de biquíni.


— Irá precisar sim, deixa de ser teimosa por pelo menos uma vez na vida.


Saio do seu quarto, já puto, estressado e com vontade de cancelar tudo, porque não sei se Isobel realmente merece a minha consideração por ela. A minha paciência já está se esgotando, e se for necessário eu apenas caso com ela no papel para sanar a vontade de nossos pais.


Aviso a Lawrence que iremos até o shopping, e peço para ele evacuar e fechar o andar de uma loja de departamentos que há lá, assim como foi feito quando levei Isobel lá pela primeira vez. O shopping é uma das minhas propriedades pessoais, desde muito novo eu queria algo que fosse meu, e não do país, e durante anos eu economizei o que ganhava como rei para poder investir, minha primeira tentativa foi com o shopping, e deu certo, fui comprando as ações, até ter a maior parte delas. Segundo eu montei um clube de golfe, que foi o local onde eu pude fazer mais contatos com pessoas ricas. Por fim, eu entrei de cabeça com o resort, minha última aquisição pessoal, e parece estar dando certo para o meu bolso e para o bolso do país, já que os turistas estão vindo com tudo para cá.


Arthur pegou as malas prontas, e eu levei uma mochila com alguns eletrônicos. Isobel entrou no carro, com a cara amarrada e os braços cruzados. Eu fiquei quieto durante todo o caminho até o shopping. Estava vazio como eu imaginei. Fomos direto para loja que eu havia escolhido, e ela ficou olhando atenta as diversas roupas nas araras e manequins, até dispensou a ajuda da vendedora. Eu fiquei de longe a observando, e vendo se algo me atraia, mas eu não conseguia tirar os olhos da pequena invocada.


Penso se seria mais fácil caso eu a conhecesse antes, ou caso ela soubesse dos planos de nossos pais. Eu lembro que soube quando eu tinha meus 12 anos, a principio eu não sabia ao certo o que pensar, era novo, mas a revolta veio com o tempo, e isso gerou discussões com meus pais. Jurei de pés juntos que não iria me casar, ou que se me casasse eu iria ser o pior marido do mundo. Então a doença do meu pai veio para me assombrar. Senti tanto medo de perdê-lo, diversas vezes o via fraco, ou internado na UTI de um hospital, isso me destruiu, mas ao mesmo tempo eu deveria ser forte para conseguir lidar com todas as responsabilidades que me veio quando ele renunciou o seu cargo como rei para se cuidar.


Eu prometi tantas coisas ao safado do meu pai, e uma dessas promessas era ser o melhor marido que Isobel podia ter. Mas como eu faria isso sem saber dela? Só sabia seu nome e conhecia seu pai, mas nem de Jordani eu poderia me aproximar muito, nem uma foto dela eu havia visto, meu pai me proibia até mesmo disso. Meu maior medo era não ter química, tanto física ou mental, entre nós dois. Mas na parte física eu sei que temos, pois meu corpo reage quase que de imediato ao de Isobel, e noto que ela sente o mesmo por mim. Mas creio que um casamente não se resume somente a isso. Foram poucos os momentos em que tivemos conversas agradáveis e sem complicações, mas eu até que gostei delas, se haver evolução será melhor ainda.


Isobel estava carregando diversas roupas em um cesto oferecido pela loja. Ela foi até o provador feminino, e eu me sentei em um sofá que havia perto e fiquei jogando no meu celular. A menina saiu sem as roupas do provador, e ficou andando mais pela loja, olhando em duvida as coisas, e eu nem fui atrás dela. Esperei e ela voltou com mais coisas ainda. Parece que realmente está levando a sério que pode gastar o quanto quiser. Por último Isobel escolheu alguns sapatos, uns 5 e comprou uma mala também, onde já enfiou tudo.


— Obrigada. — Ela diz, enquanto eu carrego a nova mala rosa choque dela até o estacionamento.


— Por nada, Isobel.


O aeroporto não era tão longe, e chegamos rápido até lá. Os funcionários logo levaram as nossas malas para o jatinho. Isobel olhou a aeronave assustada e fincou os pés no chão.


— O que houve?


— Eu não vou. — Falou aterrorizada. — Não, me leva de volta.


— Por que você não vai?


— Nunca andei de avião. — Diz. Podia notar o medo em seu tom de voz.


— E para isso existem as primeiras vezes. Vamos. — Elevei um pouco a minha mão para ela, e Isobel a pegou. Fiquei feliz com esse voto de confiança.


Caminhamos até o jatinho, ele é bem confortável, e há uma área privada para nós dois ficarmos, onde há uma mesa com duas poltronas de frente para a outra e um sofá que vira cama, caso seja necessário. E há dois banheiros, um na área reservada para nós dois e o outro para os seguranças que irão nos acompanhar, os pilotos e o comissário de bordo.


Subimos lentamente a escada, Isobel estava tremendo um pouco, e agarrava a minha mão com certa força. Ela olhou atentamente todo o interior da aeronave, e já ia se sentar na primeira poltrona.


— Nosso lugar é outro. — Falo.


— Tudo bem.


A guio para os fundos do jatinho, e aproveito para fechar a porta que divide os espaços. Ela se senta na poltrona e antes de eu falar alguma coisa já coloca o cinto de segurança. Eu iria rir, mas se eu o fizesse, Isobel provavelmente iria me xingar, e eu não queria aborrecê-la. Me sentei de frente para ela, e fechei as janelas que estavam abertas, talvez isso a deixe com menos medo.


O comissário de bordo veio nos cumprimentar, e observei que os seguranças já estavam em seus lugares. O piloto anunciou que iriamos decolar em poucos minutos, e Isobel ficou com o rosto todo vermelho. O jatinho começou a se movimentar pela pista, e Isobel fechou os olhos com força, e segurou nos braços do banco os apertando. Eu já estava acostumado com isso, por isso não me importei com todo o barulho da decolagem e a diferença da pressão do nosso ar. Já Isobel estava aparentemente estranha, bem pálida, sem cor alguma em seu rosto e boca.


— Isobel? — Chamo a sua atenção.


— Eu estou enjoada, me deixa. — Fala, e leva a mão até a sua boca.


Decido deixa-la na dela, até que o avião fica no ar e o piloto avisa que já podemos soltar nossos cintos. Só então ela abre os olhos, e a sua cor parece voltar ao normal.


— Se sente bem?


— Não. — Responde. — Isso foi horrível.


— Já pode soltar o cinto.


— Estou bem assim. — Responde.


Isobel abre a janela, e arregala os olhos ao ver que estamos sobre as nuvens, podemos ver o Oceano Índico abaixo de nós, assim como Aregan começando a se acender a noite. Vejo espanto e a admiração no olhar de Isobel, e vê-la assim, faz com que minha raiva por ela diminua um pouco.


Suas pirraças me incomodam demais, me deixam estressado e sem paciência, mas há um lado nela que me alegra, e são nesses momentos que eu me sinto feliz por ter a pequena rabugenta ao meu lado.


Decido esquecer o que houve antes de vimos, e chamo o comissário de bordo para nos atender, ele vem solícito e educado.


— Iremos querer um champanhe. — Peço. Isobel me olha curiosa, e um pequeno sorriso brota em seus lábios, mas logo some quando ela percebe que eu notei.


O funcionário sai e em menos de um minuto volta com o champanhe em um balde de gelo e duas taças. Eu mesmo abro a garrafa e sirvo nós dois.


— Seu plano é me embebedar? — Isobel pergunta, mas não nega a taça.


— Não, na verdade é para deixar você mais tranquila nas próximas horas. — Respondo, e bebo um pouco. Eu gosto, mas um vinho iria cair muito bem.


— Para onde vamos, e quanto tempo irá levar?


— Para onde é uma surpresa, e serão 17 horas de voo.


— 17 horas? Isso é um absurdo, eu nem trouxe roupa para isso. — Reclama. — E eu gostaria de saber, é um direito meu.


— E é um direito meu esconder, aliás, sua roupa está ótima.


— Eu preciso tirar esse sutiã.


Isobel levanta o vestido e eu quase fico feliz, mas a mocinha colocou uma bermuda por baixo do vestido antes de sair de casa. Eu fico olhando como um idiota, tentando entender como ela tira o sutiã sem tirar o vestido. Isobel dobra o sutiã rosa de bojo, e minha visão vai até seus seios, mas a mocinha dobra os braços por cima deles quando notou que eu estava observando.


— Odeio quando você faz isso. — Bufa.


— É inevitável.


— Eu não fico olhando para o seu negócio. — A minha gargalhada é inevitável.


— Bom, não me importaria se você olhasse.


— Eu sei disso, você é safado. — Aponta o dedo para mim, e volta a beber um pouco do seu champanhe.


— Você não sabe ainda.


— Sei o suficiente.


Fico calado, porque minha resposta seria de alto teor sexual, e eu preferi me abster de uma discussão. Ficamos calados, bebendo o champanhe, ela queria mais, porém eu controlei. Não quero nem saber o Isobel iria fazer bêbada em um avião. Perguntei se ela gostava de ver série, e eu falei que poderíamos começar a ver uma, até que Isobel gostou da ideia e se sentou no sofá, longe de mim, mas sentou.


Quando eu menos espero um pé minúsculo é posto em cima da minha perna, parece que Isobel não se tocou do que fez, porque continuou entretida vendo Olhos Que Condenam, que é uma série excelente, por sinal. O ato de fazer carinho em seu pé foi automático meu, mas ela não se incomodou, e colocou o outro pé em cima da minha perna.


— Eu gosto disso. — Fala. — Meu pai sempre fazia carinho e massagem no meu pé.


— Agora eu posso fazer para você.


Ela não falou nada. A fome chegou e o comissário de bordo nos trouxe o famoso Mac n' Cheese que Isobel adora, e eu estou passando a gostar de comer essas coisas também. A acompanhei tomando um refrigerante gelado, e só queria dormir, porque iremos sofrer um pouco com o fuso-horário quando chegarmos ao nosso destino.


— O que você acha de abrir o sofá e fazer uma cama?


— Eu estou bem assim, não irei dormir com você.


— Mas eu preciso dormir, Isobel, acordei bem cedo hoje.


— Tudo bem, eu vou me sentar na poltrona e você dorme aqui.


Não foi dessa forma que eu imaginei a nossa primeira viagem juntos, mas tudo bem. Eu me deitei, e fechei os olhos, mas não conseguia pegar no sono, mesmo me sentindo bem cansado. Virei para ficar de costas para Isobel, queria conseguir parar de pensar nela, é como se a minha vida agora fosse resumida na menina emburrada, porque eu estou dando o meu melhor para vê-la bem, mesmo que eu não receba sua simpatia de volta.  


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