𝐒𝐄𝐍𝐒𝐈𝐓𝐈𝐕𝐄 | 𝐣𝐤+𝐣𝐦

By undertael

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❝ Onde Jimin perde a visão e precisa lutar para sobreviver. ❞ • hiatus. More

𝟏; 𝐋𝐚 𝐜𝐡𝐚𝐥𝐞𝐮𝐫.
𝟑. 𝐓𝐮𝐞-𝐦𝐨𝐢 𝐜𝐨𝐦𝐦𝐞 𝐮𝐧 𝐬𝐞𝐫𝐩𝐞𝐧𝐭.
𝟒. 𝐂𝐨𝐦𝐦𝐞 𝐮𝐧𝐞 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐨𝐧𝐧𝐞𝐭𝐭𝐞.

𝟐. 𝐋𝐞 𝐜𝐨𝐮𝐬𝐢𝐧.

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By undertael



— Tem certeza de que ficará bem?

A voz de Sunmi abraça meus ouvidos em um tom preocupado. Me fazendo sentir-me ainda mais insuficiente, por mais que essa não fosse a intenção.

— Jungkook chegará em uma hora, tente não se arriscar e...

— Sunmi, eu vou ficar bem. — Abraço o seu corpo de forma demorada e espero sua presença ir embora junto com o som do carro na pista molhada, este que iria levar a mesma até o local onde a cerimônia aconteceria.

Eu não iria para a celebração e ela já estava ciente disso. A loira sabia que não me sentiria nem um pouco confortável com os olhares pesados dos outros convidados sobre mim e concordou com a minha decisão. O fato é que, desde o ocorrido, eu nunca mais fui para festas e muito menos sai de casa. Não queria ser visto por ninguém daquela forma.

Jungkook chegaria em pouco tempo, então decidi preparar algo para comer. Algo simples. Caminho em passos lentos pelos corredores, me apoiando em móveis antigos vez ou outra. Tenho sorte de ainda conseguir lembrar onde fica cada cômodo, mas chegar até eles continua sendo uma missão um tanto complicada de se cumprir, já que a casa tem um pouco mais de mil metros quadrados contando com o jardim nos fundos.

Chego na cozinha depois de alguns minutos caminhando vagarosamente e vou em direção a grande ilha que ficava no meio do cômodo, entre a pia e o resto dos armários. Sigo o mármore gelado e me encontro de frente para ela agora, pensando no que poderia fazer.

— Nada de facas. — Suspiro lentamente e procuro o armário, pegando uma tigela redonda de vidro e possíveis cereais, mas acabo me atrapalhando ao saber onde a ilha de mármore ficava e deixo a tijela de vidro cair. Me assustando levemente com o barulho.

Droga, Jimin.
Nem comer sozinho você consegue.

Tento caminhar mas penso que não seria uma boa ideia já que provavelmente haveriam vidros pelo o chão de toda a cozinha, então me agacho lentamente, tocando suavemente alguns vidros no chão e começo a juntar os cacos cuidadosamente.

Após presumir que já havia juntado uma quantidade considerável, resolvo me levantar e colocar os vidros em cima do mármore. Respirando forte antes de começar a chorar compulsivamente.

— Eu não consigo... — Senti a dor familiar rasgar o meu peito, a insuficiência gritava em todos os lados da minha cabeça. — EU NÃO CONSIGO!

Grito, socando os cacos de vidro em cima do mármore, deixando a dor dos cortes em minha mão invadir o meu corpo. Tudo doía. Sentia que poderia explodir a qualquer momento.

A dor de saber que sempre irei depender de alguém.

Fico alguns minutos ali, debruçado sobre a ilha, sentindo a dor interna e externa. Tentando fazê-la parar. Meus pensamentos são rapidamente interrompidos pelo som da campainha. Jeon havia chegado e ele não pode me ver nesse estado.

Merda.
Merda!

Limpo as lágrimas rapidamente e tento achar qualquer coisa que possa me ajudar com o sangue naquele momento, prendendo um grito doloroso na garganta ao pisar em um pedaço de vidro esquecido no chão.

A campainha tocou outra vez.

— Cacete... — Em uma ação mal pensada, resolvo cobrir a mão machucada com minha própria blusa e caminho em passos rápidos até a porta, esbarrando e tropeçando em móveis pelo percurso.

— Me desculpe por demorar tanto. — Falo rapidamente assim que consigo abrir a porta. — Jeon Jungkook, certo?

— Sim, mas pode me chamar de Jungkook. — A voz rouca invadiu os meus ouvidos rapidamente. — Céus, o que houve com a sua mão? — Sinto o calor de seu corpo próximo ao meu, então abro espaço para que possa entrar com suas coisas.

— Alguns cortes com vidro, nada demais. — Falo de uma forma nem um pouco convincente e sinto sua mão gélida tocar meu pulso com delicadeza.

— São cortes profundos, Jimin. — Jungkook manuseava minha mão devagar, provavelmente atento as minhas expressões de dor. — Vamos cuidar disso. Onde fica o banheiro?

— No segundo andar, última porta do corredor.

Jungkook me deixou no sofá da sala de estar e seguiu minhas instruções até o banheiro, não demorou muito para que voltasse, nesse meio tempo me dediquei a ouvir o barulho da chuva grossa lá fora. Era algo relaxante.

— Não tinha muita coisa. — A voz de Jungkook toma conta da sala repentinamente. — Irei comprar alguns curativos amanhã. — O espaço à esquerda de meu corpo foi preenchido. Escuto a pequena maleta de primeiros socorros ir ao chão coberto pelo tapete macio e em seguida sinto a mão de Jungkook sobre meu pulso outra vez.

— Você não precisa...

— Você tem uma mão muito bonita, Jimin. — Jeon disse antes que pudesse me lamentar outra vez. — Não deveria machucá-la desse jeito.

Senti meu corpo congelar por um segundo, deixei de ser agraciado com elogios como esse há muito tempo. A verdade é que eu nem me lembro mais como elas são, às vezes acho que nem me lembro mais de como eu sou.

— Eu nem lembro mais como elas são. — Dou um meio sorriso. — Pode descrevê-las? — Jungkook aplica um possível remédio contra os cortes, me fazendo respirar fundo de dor.

— Desculpe... — Ele diz solenemente. — Bom, são aparentemente menores que as minhas e tão brancas quanto. Suas veias são marcadas assim como as do antebraço e a palma da mão é saudavelmente avermelhada.

— Você observou tudo isso? — Pude me deixar sorrir com a descrição. É estranho não conseguir se lembrar de algo tão simples, mas é possível. — Foi bem descritivo, obrigado.

— Você não precisa me agradecer por isso, Jimin. — Ele deixa minha mão descansar em sua coxa por uns segundos, provavelmente enquanto trocava o algodão que estava passando. — Os olhos, a boca e as mãos são as partes que primeiro chamam a minha atenção numa pessoa. Depois observo o resto, ou ou não. Acho o restante meio indiferente.

— E você conseguiu observar tudo isso desde que chegou? — Deixo uma risada rápida escapar e escuto o riso soprado de Jungkook logo depois.

Não demorou muito para que ele limpasse tudo, incluindo a cozinha. Então decidi tomar um banho rápido, já que ele decidiu preparar o jantar. Jungkook apenas me ajudou com as escadas e o resto ficou por minha conta. Consegui decorar onde estava cada coisa do banheiro, então foi algo relativamente rápido.

Ao terminar, caminhei lentamente até a terceira porta em ordem decrescente da parede em frente ao banheiro, meu quarto. Optei por vestir um sweater grosso e calças de algodão. Quando resolvi descer, desta vez sozinho, pude me guiar pelo cheiro do café que Jeon estava fazendo.

— Ocorreu tudo bem lá em cima? — Ele me perguntou assim que entrei na cozinha.

— Tenho um mapa mental do banheiro, então não precisa se preocupar. — Sento em uma das cadeiras de madeira que haviam em volta da ilha e sinto Jungkook passar por mim vez ou outra.

— Tudo bem. Você sabe que pode me chamar se precisar, não sabe? — O som da cadeira se arrastando no chão indicou que ele estava se sentando-se ao meu lado direito, então viro para o mesmo.

— Eu sei sim. — Suspirei de forma cansada, o dia não foi um dos melhores. — Eu só quero fazer uma coisa sozinho, entende? Não quero ser depender de você e muito menos ser um fardo. — Jungkook leva a xícara de porcelana até a ponta de meus dedos, fazendo-me segurar o objeto com firmeza e bebericar o café em seguida.

— Jimin, eu não quero que se sinta assim. — Seu timbre estava diferente, algo preocupado e triste. — Eu quero ajudar você em tudo que puder e vou fazer isso você querendo ou não, e digamos que sou um tanto teimoso. — Jungkook deixa uma risada escapar, liberando toda a tensão de sua voz.

— Está bem. Eu reconheço que tenho que trabalhar muito pra conseguir viver com... isso. — Assopro o líquido quente antes de beber outra vez. — Bom, agora me conte sobre você.

— Bom... — Escuto o barulho da xícara de Jungkook repousar sobre o mármore. — Na verdade, Sunmi me ligou. Como trabalho em casa e estava procurando um local mais afastado da poluição sonora do centro pra ficar, ela achou que tudo se encaixava e eu concordei.

— Com o que você trabalha?

— Sou professor de francês particular. — Uma feição de surpresa invade meu rosto. Por isso que Sunmi falava tão bem.

— Francês é uma língua bonita. Você que ensinou Sunmi?

— Sim. Posso te ensinar se quiser. Vamos passar muito tempo juntos, isso pode ser um bom passatempo. — Penso em sua proposta enquanto brinco com o dedo indicador na boca da xícara. — Só se você quiser, não quero que se sinta pressionado a absolutamente nada.

— Tudo bem, vamos fazer isso.

Definitivamente já era alguma coisa, já que nos últimos meses tudo que fiz foi apenas me lamentar sobre tudo e nem sair da cama às vezes. Meus pensamentos sempre estavam gritando sobre tudo e quando tinha um resquício de calmaria, não durava muito.

Esse poderia ser um recomeço. Aquela ausência já me doeu por muito tempo, não posso viver assim.

Esse poderia ser um começo.

ou não.

" Falsas esperanças,
falsas palavras,
falso arrependimento,
falso ódio,
falsas verdades vindo de um
falso caso, com falso conhecimento.
Onde a verdadeira atração,
que pode ser física ou não,
geram uma falsa alegria.
Porém, o amor, nem chega a ser falso.
Pois ele nunca existiu.
Diante de toda essa ''boa falsidade'' viciante,
espero ao menos criar um falso vínculo.
Já entrei na sua vida!
E apesar de ter sido surreal.
Vivemos na realidade, melhor dar valor ao que se pode sentir, tocar;
Eu sei que você sabe.
sei que finge estar distante.
Mas sabe que já esteve perto demais.
Então, que desta vez seja novamente surreal.
Ou melhor, falsamente real. "
— Renata Soares.

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