THE TRIP | RABIA

By whopim

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Já faz um ano desde o fim do programa e manu teve o sonho de unir os 'brothers' e fazer uma viagem em comemor... More

✫ personagens ✫
✫ prólogo ✫
✫ capítulo um ✫
✫ capítulo dois ✫
✫ capítulo três ✫
✫ capítulo quatro ✫
✫ capítulo cinco ✫
✫ capítulo seis ✫
✫ capítulo sete ✫
✫ capítulo oito ✫
✫ capítulo nove ✫
✫ capítulo dez ✫
✫ capítulo onze ✫
✫ capítulo doze ✫
✫ capítulo treze ✫
✫ capítulo quatorze ✫
✫ capítulo quinze ✫
✫ capítulo dezesseis ✫
✫ capítulo dezessete ✫
✫ capítulo dezoito ✫
✫ capítulo dezenove ✫
✫ capítulo vinte ✫
✫ capítulo vinte e um ✫
✫ capítulo vinte e dois ✫
✫ capítulo vinte e três ✫
✫ capítulo vinte e quatro ✫
✫ capítulo vinte e cinco ✫
✫ capítulo vinte e seis ✫
✫ capítulo vinte e sete ✫
✫ capítulo vinte e oito ✫
✫ capítulo vinte e nove ✫ - part.1
✫ capítulo vinte e nove ✫ - part.2
✫ capítulo vinte e nove ✫ - part.3
✫ capítulo trinta ✫ - part. 1
✫ capítulo trinta ✫ - part. 3
✫ capítulo trinta e um ✫
✫ capítulo trinta e dois ✫ - part.1
✫ capítulo trinta e dois ✫ - part. 2
oi

✫ capítulo trinta ✫ - part. 2

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By whopim



"Gizelly, o que eu faço com você?" Rafaella questionou a amiga, respirando profundamente antes de colocar uma das mãos sobre a testa, massageando suas têmporas em uma tentativa falha de se acalmar.

Infelizmente, com todo a algazarra das mídias, a notícia de que poderia haver uma possível traição por parte de Rafaella quanto à Léo, havia se espalhado rapidamente, e consequentemente, as críticas à imagem da missionária estavam 'em alta'. A internet estava dividida entre defender e atacar Rafa, e todo esse alvoroço estava deixando a mulher em pânico.

A imagem da mineira, de algum modo, sempre havia sido limpa. Poucas vezes ela havia se metido em um escândalo negativamente, e quando se metia, geralmente eram por futilidades. Além disso, ela normalmente não chegava a receber revolta do público, afinal, quando as notícias de Bianca e Diogo vazaram e o envolvimento de Rafa com a empresária estourou, ela havia sido quase ilesa.

Entretanto, aparentemente, a história dessa vez estava sendo vista com mais seriedade do que ela mesma desejaria. Boa parte das pessoas estavam irritadas com a possibilidade de uma traição por parte da missionária quanto á Leo Chaves, o que era realmente irritante, principalmente pelo fato de Rafaella saber que não era verdade.

Ela sempre havia sido muito cautelosa, sua equipe sempre a apoiava, e portanto, com essa divina combinação, Rafa era vista quase como uma santa... que no momento estava sendo depredada. Então, ela realmente não estava passando por um bom momento em sua carreira, e a ansiedade de ter que vivenciar aquela conjuntura de desventuras, estavam-na consumindo de forma intensa.

"Deus." Ela disse em um suspiro, erguendo-se de seu sofá. Ela observou seu entorno, percebendo a maioria dos olhares da casa direcionados a si. Em seguida, ela inspirou fundo e concentrou-se em suas próprias reflexões, portando-se de maneira agitada ao andar em círculos pela sala, raciocinando.

Gizelly cruzou as pernas, ainda sentada sobre o móvel. A Tv havia sido desligada e boa parte do grupo estava reunido na sala de estar, enquanto eles, quietos, pensavam sobre o ocorrido. A advogada estava fazendo inúmeras transmissões neurais, à velocidade da luz, tentando ao máximo resolver a situação que havia criado. "Tá tudo sobre controle. Eu já expliquei que tudo não passou se um mal entendido." Ela afirmou, mais para si do que para o resto da turma.

"Você escreveu cinco mensagens, desesperada, falando que eles não estavam namorando." Guilherme disse com um riso preso, enquanto se ajeitava no sofá, pegando uma das almofadas e colocando-a sobre o colo. Ao falar aquilo, ele ganhou uma expressão impaciente de Gi, que emburrada, encarou o modelo. "Eu não chamaria isso de 'sobre o controle'." Completou, debochado.

"Vai se fuder, cachorro de bolsa." A advogada disse em um tom estressado, arrancando uma gargalhada do modelo, que tapou o próprio rosto com as mãos.

"Por favor, ninguém se pronuncia mais em relação a isso, eu vou ter que explicar que não é verdade." Rafaella afirmou, ainda nervosa. Ela encontrava-se no meio da sala, remexendo sua perna e batendo o pé no chão, agitada demais para conseguir ficar parada. "A gente já teve problema o suficiente para três vidas."

"Rafa, eu juro que era só pra descontrair." Gi falou, sentindo-se mal. Seria o cúmulo ser responsável pelo cancelamento de uma de suas melhores amigas, ainda mais quando tudo o que ela estava tentando fazer era ajudar. De algum modo, tudo o que ela fazia parecia sempre dar errado de algum jeito, e ela acabava sempre prejudicando alguém. Ou ao menos, era isso o que ela pensava de si. "Não imaginei que a internet ia interpretar de outra forma."

Rafaella bufou, jogando ar para fora de seus pulmões. Ela sabia que não havia sido intencional, sendo assim, apesar de estar tristonha, ela não via motivo para ficar chateada com Gizelly.

"Acontece, Gi." A missionária disse tentando amenizar o semblante infeliz da amiga. "Eu só vou me acalmar um pouco e esclarecer a situação. Prefiro estar relaxada na hora de falar, pra acabar não dizendo besteira." Ela explicou e engoliu em seco.

Bia, então, levantou-se e ficou ao lado de sua namorada. Ela não sabia ao certo o que fazer, então, apenas abraçou o corpo da mais alta, tentando de algum modo tranquilizá-la. O aperto caloroso de Bianca fez com que os músculos tensos de Rafaella derretessem ao toque, desmanchando sobre a mais baixa.

Era bom ter um porto-seguro... Era a primeira vez que Rafaella se sentia assim em relação a alguém. Então, Bia, com aquele jeito carinhoso e sensível, deixava-a mais leve.

A sensação de ter inúmeras pessoas contra você, escondidas por máscaras virtuais, é única, e a empresária conhecia muito bem. Ela nunca havia acostumado com o sentimento de angústia e desespero que vinham com cada uma das ondas de comentários atacando-a.  Era como levar pancadas, estando vendado. Você não sabe quem o fez, mas continua sentindo a dor por um bom tempo, e as cicatrizes e o medo continuam ali... não saram ou desaparecem.

Ainda mais para uma pessoa pública, a imagem deve ser preservada, ou então existe o risco do apagamento. Então, talvez por isso, que o baque de tudo aquilo estivesse batendo tão fortemente à todos presentes na casa. Bom, com a exceção de alguns dos meninos, que pareciam não se importar muito com o ocorrido.

Bianca separou-se de Rafa, mas ainda permaneceu com as mãos na cintura da outra mulher, circulando-a. Ela abriu um pequeno sorriso ao notar que a figura da mais alta parecia estar menos exaltada.

"Olha, eu disputo a coroa do cancelamento com a Gizelly há algum tempo." Bia disse, com um riso seco. Ela estava tentando descontrair o clima, mas ao encarar os olhos verdes e aflitos da mais alta, ela sentiu seu peito doer. As pupilas estavam tão pequenas que pareciam dois pontinhos pretos sobre uma imensidão esverdeada. "Uma hora as coisas se acalmam, tá?"

"Ai, se eu pudesse eu falava que eu que namorei a porra desse Léo pra todo mundo vir em cima de mim e aquietar o cu." A advogada falou com pesar, observando Rafa a encarar, brevemente.

"Ninguém ia acreditar. Muito sapata." Flay comentou com uma risada, ganhando uma expressão infantil de Gizelly, que demonstrou a língua em sua direção.

"Gi, calma, tá tudo bem." Rafa afirmou, e respirou fundo. Ela procurou a mão de Bianca com a sua própria, e entrelaçou seus dedos nos da mais baixa, apertando-os firmemente. "Eu vou esclarecer as coisas no Twitter antes que isso tudo vire uma bola de neve." A missionária falou, recebendo um aceno com a cabeça de algumas das meninas. Entretanto, ao pegar o seu celular de seu bolso, procurando o aplicativo, ela se surpreendeu com uma notícia diferenciada. "Han?" Ela soltou o som, franzindo o cenho em confusão, e desvencilhando-se de sua namorada.

"Que houve?" Bia perguntou, tentando enxergar a tela do aparelho, preocupada.

"O Léo só pode ter enlouquecido." Rafaella choramingou e respirou fundo, ainda em choque pela maneira como o homem estava lidando com o tumulto midiático.
Ela definitivamente não estava esperando isso da parte dele. Rafa sabia que provavelmente ele estava chateado com o fim de seu relacionamento, mas ela não imaginava que ele iria agir de maneira tão baixa. Isso parecia algum tipo de vingança suja e infantil da parte do cantor. Era algo mais parecido com o feitio de Diogo, o que a deixou levemente desnorteada.

Além disso, o próprio ex namorado de Bianca havia comentado, e com toda a certeza estava adorando toda aquela baderna, ou ao menos, era assim que Rafaella conseguia o imaginar. Era a cara dele ficar implicando por pura atenção, e era exatamente o que ele estava conseguindo.

Bia, então, ao enxergar melhor a tela do celular de Rafa, contorceu seu rosto. "É o Diogo?" Ela questionou e ao receber um olhar mais sério de sua namorada, sua pergunta havia sido confirmada.

"O que o Diego está fazendo?" A advogada disse, sacando o próprio telefone para poder entender sobre o que Bianca e Rafaella estavam falando. No entanto, assim que compreendeu toda a bagunça, um sentimento de indignação chegou até seu interior, e ela sentiu suas veias borbulhando, ferventes com a notícia do complô de cantores. "Meu pai do céu." Ela sussurrou em um sopro, sentindo-se esquentar pela raiva que a tomava.

Gizelly já estava chateada por ter causado as primeiras de notícias, mas ter Leonardo se aproveitando da situação era um pouco demais, principalmente com o apoio de Diogo. Seu limite de paciência já havia sido estourado. Portanto, não demorou muito para ela entrar em chamas, remoendo por completo a postura dos homens.

"O que eu faço, agora?" Rafaella questionou, com o coração à mil. Era como se ela houvesse ficado sem chão. Abalada com tudo o que estava acontecendo, suas pernas estavam bambas e ela mal sabia se conseguiria se mover. "Eu não sei nem se eu me pronuncio." Ela admitiu, passando as mãos pelo rosto, esfregando-o algumas vezes ao o fazer.

"Se você não se pronunciar, você não acha que vai estar dando abertura pra mais mentira?" Thelma questionou, enquanto se aproximava da amiga, tentando de alguma forma acalmá-la.

"Eu não sei..." Rafa respondeu, ainda receosa. Ela estava uma pilha de nervos e, talvez, responder os meninos daquele jeito não fosse a melhor de suas ideias. Na cabeça dela, a melhor opção seria esclarecer aquilo, logo, mas... Mais tarde. Ela não tinha cabeça para o fazer no momento, só que ela também sabia que o tempo seria crucial em um momento como aqueles. Então, existia uma necessidade de agir rápido, e com muita prudência sobre seus atos. "Eu só não quero causar mais drama, agora. Eu não sei nem o que falar."

"Se ninguém se pronunciar, vai parecer que é verdade." Bia explicou com delicadeza, tranquilizando a namorada com o seu tom de voz. A empresária estava tentando demonstrar para Rafa o oposto do que estava sentindo.

Bianca estava com um sentimento bem parecido ao de Gizelly. Ambas estavam completamente aborrecidas com os recentes eventos, porém, elas estavam se portando se modos opostos. Enquanto Bia tentava ao máximo suprimir sua vontade de ter um ataque pelo bem de Rafa, Gizelly estava praticamente quase sofrendo uma erupção, ali mesmo.

"É importante alguém falar algo." A empresária adicionou, erguendo uma mão alguns centímetros para poder fazer uma suave carícia no pulso de Rafaella, tranquilizando-a.

A mais alta permaneceu quieta por alguns segundos, ponderando o que deveria fazer. Ela, enfim, lambeu os lábios, tirando uma conclusão que a satisfazia. "Eu vou falar com a minha assessoria." Rafa afirmou, balançando um pouco a cabeça, enquanto ainda estava satisfazendo-se com a alternativa. Ela virou-se para Bianca, e encarou-a por um momento, até que ela percebeu a mais baixa acenar milimetricamente, e, enfim, ela saiu da sala, preferindo cuidar de seus assuntos em particular.

Porém, antes que qualquer um ali pudesse reagir, mais um Tweet foi postado. Esse, no entanto, era direcionado a Gi.

A primeira a lê-lo, infelizmente, foi Gizelly, que irritada com toda a situação, pareceu não conseguir mais se aguentar. Ela sentiu uma necessidade de responder, como se não aguentasse a sensação de humilhação. "Ai, caralho." Ela bufou, flamejante. "Esse infeliz não tem mais o que fazer, não?" Ela perguntou, irritada, e então olhou ao redor, percebendo que Rafaella já havia saído do cômodo. Gi relutou um pouco antes de chegar à sua seguinte conclusão: "Eu vou responder."

"Você é a primeira que avisa a gente, que nós não devemos fazer esse tipo de coisa pra não dar ibope." Manoela afirmou, tentando conter a amiga.

"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço." A advogada completou, suspirando, com um olhar letal descendo até seu próprio celular.

"Se você ignorar, ele não vai ganhar o que ele quer." Manu afirmou, tentando pacificar o clima tenso. Ela realmente já achava que toda a situação com Mariana era o suficiente para deixar a casa para baixo, mas agora, todos pareciam no fundo do poço.

"E se eu não responder eu vou ser feita de trouxa." Gi disse, dando de ombros. "E aí? O que é melhor?" Ela afirmou, e trincou os dentes.

"Gi, eu também tô irritada com esse desgraçado, mas eu sei que é o que ele quer." A mais baixa voltou a falar. "Você só deve responder em caso de extrema irritação." Ela completou. "E nem mesmo aí, é indicado."

"Eu tô extremamente irritada." Gizelly afirmou, fazendo Manoela bufar. "E sinceramente, eu já comento de tudo na internet, não vai fazer diferença. Tô sempre cancelada, foda-se também." Ela desabafou em um tom completamente frustrado, começando a digitar na tela de seu aparelho celular, e fazendo a amiga esfregar o rosto, aflita.

"Bem-vindos à Terceira Guerra Mundial." Manu falou ironicamente, em um tom de locutora, já preparando-se pelo o que estava por vir.

Ela e Mariana eram as únicas que resistiam aos comentários. Manoela por não querer dar palco nem para Diogo, nem para Léo, e Mari por simplesmente não ter cabeça para lidar com aquilo. E, portanto, elas continuaram resistindo à vontade de retrucar, e assim, apenas observaram enquanto a troca de farpas na internet tornava-se cada vez mais fervorosa.

"Inacreditável." Manoela afirmou, ainda com o celular em mãos.

A cantora estava acompanhando toda a briga de camarote, analisando a turma a sua volta que comentava sobre o assunto entre si, ou então, lendo os inúmeros Tweets que estavam sendo bombardeados na web. Era imensamente angustiante ter aquela visão dupla, e sinceramente, ela já mal estava se aguentando.

Ela trincou os dentes e virou-se para Mariana, que permanecia afastada das mídias, para não deixar nenhum burburinho chegar à sua cabeça. O que a fez largar o próprio telefone foi justamente o comentário de Diogo, que acabou por mexer um pouco com a modelo.

Era ruim ter gente brincando com algo tão recente e que ainda se encontrava tão dolorido. Dessa forma, Mariana estava chateada, mas permanecia quieta, na sua. Ela já estava observando o quão agitados seus amigos estavam e não queria que eles piorassem a briga por sua culpa.

Manu, percebendo isso, e notando a falta de caráter de Diogo, desistiu de qualquer discurso que havia dito há pouco para Gi. Para ela, era surreal ele atingir Mari, que não tinha nada com o assunto. Atacá-la daquele modo, além de ser ridículo, era inconsequente. Para a cantora o pior era que, pelo o que ela havia percebido, a baiana era extremamente sensível e lançar um comentário daqueles era pura maldade.

Portanto, sua próxima ação, não tão bem pensada, foi rapidamente executada, e ela jogou uma resposta à fala de Diogo.

Manoela havia realmente ficado paralisada depois que Diogo chamou Igor daquela maneira. Ela não acreditava na audácia, mas ela estava ainda mais surpresa com o tamanho do desespero que havia surgido em seu peito. A cantora se sentia exposta, mesmo sabendo que o cantor estava claramente delirando ao falar que Manu estaria tendo um caso com Mariana.

Afinal, elas eram amigas... E apenas isso, não era?

No entanto, involuntariamente a cabeça de Manu parecia ter começado a vagar por outros âmbitos ao analisar o que havia sido proposto por Diogo. Ela sabia que estava tendo algumas reações esquisitas durante os últimos dias, mas ela não conhecia a razão de tudo aquilo.

Era esquisito saber que ela constantemente se pegava pensando em Mariana. E quando estava com Mariana ela não conseguia prensar em mais nada. Só que para ela, isso não era mais do que o normal.

Mari era doce, carinhosa... e se importava com ela. Desde que Manoela começou a viagem, em cada uma de suas tramoias para unir Rafa e Bianca, a modelo esteve ao seu lado a ajudando e atrapalhando ao mesmo tempo. Era engraçado analisar os últimos dias e notar quão próximas elas haviam se tornado.

Além disso, assim que Manu machucou seu pé, a primeira que se propôs a ajudá-la foi Mariana. Então, sim, ela refletia sobre Mari, mas ela não sabia ao certo se isso poderia ser mais do que apenas devaneios.

De algum jeito, infelizmente, ela mal se lembrava de Igor. Há algumas semanas, seu namorado era tudo o que ela pensava, e ela sentia tanta saudade... Só que, agora, era como se ela não estivesse sentindo mais esse vazio. Manoela se sentia extasiada, como se houvesse sido anestesiada, e ela se perguntava constantemente o porquê de ter essas sensações, mas era mais fácil tentar deixá-las de lado. E no momento, Manoela tinha mais com o que se preocupar.

A insinuação de Diogo poderia ter causado alguns questionamentos em Igor, e isso a assustava. Já fazia alguns dias que comunicação deles estava escassa e Manu se sentia muito mal por isso. Porém, eram tantos acontecimentos na viagem, que ela parecia não ter tempo para lidar com seu namorado, e então, acabava o ignorando, isso, quando chegava a sequer lembrar dele. Ela sabia que não era certo, mas não conseguia não o fazer.

E Igor... Bom, ele sentia falta de Manu. Ou pelo menos, era isso o que ele demonstrava, ao sempre procurar por ela, ou pedir algum tempo com a namorada. No entanto, o que Manoela não sabia, era que para ele, era como se ele necessitasse se banhar em ouro e ficar reluzente para conseguir um minuto de atenção de Manu, e aquilo estava desgastante. Ele não sabia mais o que fazer e o medo de um possível término com Manoela estava o tomando aos poucos.

Portanto, o comentário de Diogo, de algum modo, acabou por deixá-lo indignado, e ao mesmo tempo confuso. Não que ele acreditasse no que havia sido sugerido, mas ele só estava tão chateado... E Manu não havia nem se defendido, portanto, a cabeça do homem, lamentavelmente, estava uma completa bagunça.

Quanto a Manu, se ela sabia que não era verdade, por qual razão ela parecia tão incomodada ao ser posta contra a parede? Era tão agoniante que ela estava realmente sentindo vontade de simplesmente sumir.

Para os outros, era como se fosse normal Diogo fazer um comentário como aquele, afinal, eles já estavam acostumados com a pose insolente do rapaz. Entretanto, Manu havia ficado afetada, e por algum motivo, ninguém parecia estar tratando a situação da mesma maneira que ela. Ela se sentia como criança que havia sido pega ao planejar uma travessura. E bom, ela sabia muito bem que esse não era o caso.

Conforme Manu pensava no assunto, ela acabava por se sentir cada vez mais devorada por aquelas emoções torturantes. Portanto, em um ato meio desesperado por espaço, Manu ergueu-se com dificuldade do sofá, saindo daquele cômodo. Ela mancou até um dos quartos, ainda com uma leve dor no tornozelo, deixando os amigos confusos no meio da sala. A cantora precisava ficar só, para pensar e talvez... falar com Igor.

Alguns minutos antes, no outro quarto...

Rafaella ainda não sabia ao certo o que fazer, mas ela já estava procurando o contato de sua assessoria o mais rápido que conseguia. Porém, suas mãos trêmulas e sua respiração presa claramente não a estavam ajudando. Ela estava com um friozinho na barriga, e a ansiedade a consumia por total naquele instante.


Rafa respirou fundo, acalmando-se. Ela sentou-se sobre uma das camas do quarto e desligou as notificações de seu celular, concentrando-se apenas em fazer aquele texto que havia sido requerido por sua agente.

Ela tentou uma, duas, três... vezes, mas ela não conseguia escrever nada.

"Meu Deus." Ela disse, esfregando o próprio rosto, enquanto ainda tentava.

No momento, ela estava deitada em cima do colchão, esparramada pelos lençóis e de bruços, com o iPhone em mãos. Ela estava tentando ao máximo dar o seu melhor, mas estava praticamente impossível. Rafa parecia ainda estar bloqueada pelo choque e não restava um pingo de criatividade em sua cabeça, como se a mesma obtivesse uma insana dificuldade em colocar seus sentimentos e os fatos em palavras... Coisa que nunca havia acontecido antes.

A missionária sempre foi boa em se expressar e falar o que passava por sua cabeça, procurando se posicionar ao máximo, mas aparentemente, naquela circunstância, ela precisaria exigir um pouco mais de si para poder se livrar de todo aquele escândalo.


Manoela estava só naquele aposento. Ela permanecia refletindo sobre o assunto de Diogo, Mari e Igor. Era como se uma chave houvesse girado em sua cabeça, e ela praticamente não conseguia se conter de todos os pensamentos que haviam sido desbloqueados naquela Caixa de Pandora mental. Ela estava se afogando em cada um deles, sentindo-se ficar sem ar a cada momento em que eles a atingiam.

Talvez ela estivesse apenas fazendo uma tempestade em um copo d'água. É, provavelmente era isso... Mas era inevitável.

Ela não conseguia parar de sentir-se enjoar ao pensar em toda acusação de Diogo, e ela sabia que ele possivelmente não estava falando sério, mas aquilo havia a atingido certeiramente... E nem a cantora entendia o motivo de ter ficado tão abalada. Manu sentiu seu estômago embrulhar e era como se ela fosse passar mal.

A cantora precisava urgentemente se resolver com Igor. Manoela não fazia ideia do que poderia estar passando pela cabeça do rapaz e enfim, ela não demorou muito para pegar seu próprio celular e começar a discar o número de seu namorado.

Ela escutou o som da chamada por alguns segundos, ainda arrumando coragem para falar com ele. Porém, antes que ela desistisse, ele atendeu, dizendo um simples e seco: "Oi."

"Oi..." Manoela respondeu, ainda sem graça. Imediatamente ela começou a balançar o pé nervosa, chacoalhando-o em agitação. Ela sentiu sua garganta fechar e imediatamente um nó se formou nela. Ela não sabia o que estava a tomando, mas, no momento, ela quase não conseguia segurar a vontade de chorar.

Eles permaneceram ali por alguns minutos, em um silêncio ensurdecedor, que praticamente corroía ambos. Manoela estava tão mal com os últimos dias, e pior ainda por honestamente não ter dado falta de seu namorado, o que não era natural. Porém, Manu engoliu em seco e tentou resistir mais à suas emoções, respirando fundo.

"Me desculpa." Ela soltou dolorosamente, e entreabriu os lábios, buscando ar. "Eu..." Ela inspirou intensamente. "Eu sei que a gente mal anda se falando, e que você me procura..."

"Só eu te procuro." Igor disse impacientemente e limpou a garganta. "Esse é o problema. Você nem se dá o trabalho, e eu me sinto um panaca." Manu conseguiu perceber a voz trêmula do rapaz contra o telefone, e depois um barulho alto demonstrou o suspiro do mesmo. "E, a última coisa que eu quero, na vida, é te perder... E eu tô com medo disso estar acontecendo."

"O que o Diogo falou no Twitter não é..." Ela começou, mas foi interrompida.

"Eu sei que não é verdade." Igor afirmou, trincou os dentes, recompondo-se. "Eu sei, mas é só que... Você nunca ficou tão distante de mim." Ele disse e soltou uma risada seca e baixa, transmitindo uma tristeza pela ligação. "Acho que até quando você estava em confinamento eu me sentia mais próximo a você do que agora, nessa viagem." O homem soltou as palavras, e era mais do que evidente o quão difícil estava para ele conseguir falar. "Então, eu preciso te perguntar uma coisa, e quero que você seja honesta, ok?"

O interior de Manoela se revirou e ela praticamente sentiu um gosto ácido em sua língua, como se ela estivesse prestes a vomitar. Parecia que seus pulmões haviam parado de funcionar e a dificuldade de manter uma frequência respiratória estável estava-a estressando.

Ela entrou em transe por poucos segundos, preparando-se para a pergunta de Igor. "Ok." Ela respondeu, com o coração á mil.

Ele pareceu refletir sutilmente antes de lançar o questionamento. "Você quer continuar nesse relacionamento?" Ele disse com pesar, praticamente derrotado. "Porque eu preciso saber se eu estou lutando por uma causa perdida, ou não."

Manoela com toda a certeza queria, ou...

Ela era tão apaixonada, mas instintivamente, ela parecia ter tido algum tipo de alívio com o que o homem havia dito. Era como se um peso houvesse saído de suas costas e ela conseguisse respirar melhor.

Porém, ela pensou em Igor. Ele estava temendo fortemente as próximas palavras de Manoela, e nem ela sabia o porquê de estar demorando tanto para responder, se já não era óbvio.

Ela estava tão confusa, mas ao mesmo tempo, a sua única certeza era de que Igor era fixo. Era um local seguro, que sempre estava de braços abertos para ela. E além disso, Manu o amava.

E então...

"Claro..." Manu engoliu em seco. "Claro que quero." Ela disse, seca. As palavras pareciam ter rolado de sua língua e ela apenas se confundia ainda mais com o aperto que seu coração deu, assim que respondeu o rapaz.

Igor arfou, aliviado. Ele soltou um pequeno riso nervoso, que acabou saindo abafado pela ligação. "Nossa..." Ele disse, claramente já com uma tonalidade mais animada em sua voz. "Eu tô... Eu realmente achei que a gente ia terminar... Eu tava praticamente já desistindo." Ele disse e engoliu em seco, ainda recuperando a estabilidade de seu ritmo de batimentos cardíacos. "É muito bom ter escutado a sua voz... E desculpa por esse surto, eu só... Tava com tanta saudade e você simplesmente sumiu. Não respondia mais nem uma mensagem."

"Desculpa." Manoela afirmou, novamente, mas dessa vez com mais dificuldade, com o nó em sua garganta machucando-a. "Eu vou tentar falar mais... Acho que tem tanta coisa acontecendo, eu tô surtando por aqui."

"Eu sei." O rapaz riu, caçoando levemente. "Essa última com a Mari... Eu sinto muito. Esse Diogo, também, só gosta de arrumar confusão. Coitada da menina, ainda é julgada e quando você defende ele insinua que eu to sendo corno..." Ele soltou mais uma gargalhada baixa, enquanto os batimentos cardíacos de Manoela se aceleraram. Algo de errado definitivamente estava acontecendo com a cantora. "Sinceramente..." Ele resmungou animado. "Mas olha, sempre que quiser falar comigo, pode me chamar, pra desabafar sobre essas loucuras, ou... Não sei, o que quiser." Igor afirmou, em um tom leve e radiante. Ele estava se sentindo bem mais atenuado, o que era ótimo. "Só que eu vou ter que desligar, porque eu tô com os meus amigos e eles estão implicando, falando pra eu largar o celular. Te amo, viu?"

Manoela estranhou as palavras soltas pelo rapaz, mas espontaneamente retrucou em uma mistura de desânimo com chateação: "Também."

Finalmente, a ligação acabou e Manoela ficou, mais uma vez, só. Ela ficou alguns segundos olhando para um ponto fixo, pensando sobre Igor ao morder seu lábio inferior, comprimindo-os, em seguida.

Era como se ela tivesse ficado ainda pior após a ligação, e ela não estava compreendendo mais nada. Todo o estorvo que há pouco havia saído de seus ombros, tinha voltado com tudo, e a sensação era a de ter que carregar uma tonelada sobre as costas. Inicialmente, seu primeiro pensamento era de que ela precisava resolver as coisas com Igor para poder se acalmar, e agora... Bom, agora, ela nem sabia o que poderia a acalmar.

Manu, então, esfregou o rosto e recostou suas costas sobre a cama, espalhando-se pelos lençóis, esticando-se ao máximo e de barriga para cima, fitando o teto.

Perdida em seus pensamentos, ela parecia estar tentando reviver cada momento com Igor. Era ótimo, ele sempre foi um rapaz bom, mas não era como se ele fosse especial. Portanto, ela bufou, tensionando a mandíbula ao entender, por fim, que existia uma mínima possibilidade de seus sentimentos por seu namorado... terem mudado.

Mas ele não merecia isso. Ele sempre esteve ao lado de Manu, apoiando-a no que fosse necessário. Igor levantava-a quando ela caia, instigava-a quando estava entediada, abraçava-a quando ela precisava de colo... E ela retribuir ele dessa maneira era injusto. Igor merecia seu amor e não sua indiferença. Assim sendo, mesmo que contra sua vontade, ela ficaria sim naquela relação, mesmo que mais por ele, do que por si.

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