DESVAIRADAS

بواسطة izzamonteiro

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St. Claire é um colégio preparatório interno para meninas. E Bailey que passou sua vida naquele lugar, já não... المزيد

Bailey & Effie
2. DANGEROUS AND MOVING
3. I ONLY WANT WHAT I CAN'T HAVE
4. YOU AND I
5. ALL THE THINGS SHE SAID
6. NOT GONNA GET US
7. ALL ABOUT US
8. SHOW ME LOVE
9. SPARKS
10. FRIEND OR FOE?
11. LOVES ME NOT
12. GOMENASAI
13. DON'T FORGET (FIM)
AGRADECIMENTOS

1. COSMOS

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بواسطة izzamonteiro


Talvez eu morresse de tédio.

Bom, era praticamente isso. Eu não agüentava mais viver nesse presídio pra adolescentes. Não agüentava mais ter apenas atividades extracurriculares como diversão. Ou os sábados e domingos livres para ir ao centro com as amigas. Como se tivéssemos em um hospício, e tudo o que a gente fizesse fosse vigiado.

Eu só não agüentava mais.

Por toda a minha vida eu estudei nesse colégio interno do inferno.

Por toda a minha vida. Exatamente toda. E meu pai fazia questão de me jogar aqui com várias outras garotas. Sim, um colégio só de garotas. Mas garotos não era exatamente o problema. Porque haviam bastantes por aqui pelas redondezas.

O único problema é meu tédio.

As mesmas pessoas, mesmas personalidades, mesmas atividades, mesma rotina.

Eu me virava bem. Na verdade eu era praticamente a rainha deste lugar, afinal, todos me conheciam desde sempre. Estudo aqui desde mais nova.

E eu sei que meu pai só queria um bom ensino e uma babá integral, então porque não esse colégio do inferno?

St. Claire's Prep. School não é um lugar ruim. É um dos melhores para garotas. Era um lugar bastante moderno. As instalações são novas e de tecnologia de ponta. E tinham uma boa comida e cardápio, bons quartos e conforto.

E não havia tantas confusões, as garotas eram boas, já que não tinham por o que brigar. Mas claro que várias garotas em um lugar só, não prestava.

Garotas não são confiáveis.

Mas tem bastante gente legal aqui. Existiam os grupinhos, claro. Onde não existe? Mas aqui pelo menos se respeita todos.

Por um lado bom, por outro ruim. Afinal... O que iria movimentar o colégio se não confusões?

Nada ruim, na verdade.

Só o tédio.

X

Sai do meu dormitório vazio. Porque minha companheira de quarto tinha sido expulsa por tentar explodir o armário de provas de uma professora de biologia. E como estávamos no meio do ano, provavelmente não iriam colocar ninguém pro meu quarto. O que seria ótimo, porque ele seria todo meu.

O quarto geralmente são para 3 ou 2 pessoas. E o meu era pra duas, já que eu era uma aluna antiga, eu tinha esse privilégio.

Eu conhecia esse lugar como se fosse minha casa. E na verdade era.

Fui até o refeitório que já estava cheio o bastante, e me encaminhei à minha mesa cheia de garotas que brilhavam os olhos ao me ver todos os dias.

- Bom dia, Bailey. – Daisy me cumprimentou.

- Hey, meninas. – Eu sentei com meu rotineiro mau humor, inquietação e tédio.

- Dor de cabeça? – Gabriela perguntou.

Olhei para a mesa com mais de 8 garotas que me encaravam atentas. Daisy e Gabriela eram minhas melhores amigas, porque nossos pais eram amigos. Mas éramos só amigas, não era grande coisa. Sei lá. Eu acho que na verdade eu não me encaixava.

- Um pouco. – Eu apoiei meus cotovelos na mesa e enterrei minha cabeça nas mãos. – Alguma de vocês tem uma bebida?

Todas soltaram risadinhas como se fosse uma piada. Mas na verdade não era.

- Não era uma piada, mas...

- Você sabe que não pode entrar com bebidas aqui.

- Eu sei. Só puritanas no recinto. – Eu me levantei. – Vou pegar algo pra comer.

- Bailey! – Jessica falou no fim da mesa. – Eu peguei seu café da manhã. – Ela balançou a maçã no ar.

- Eu agradeço, Jess. Mas eu preciso de mais que isso.

E sai da mesa atrás de alguma comida que me mantivesse em pé durante o resto do dia.

- Oi Bailey. – Algumas garotas acenaram durante o meu caminho até o buffet.

Por que elas simplesmente não cobriam o rosto? Não agüentava mais ver a cara delas por todos esses anos e ter que sorrir.

Peguei um café forte e pãozinho e ao invés de voltar pra mesa fui logo buscar um livro na biblioteca pra ganhar tempo e depois fui pra minha sala.

Depois de algumas aulas idiotas, era finalmente a hora do almoço. E tínhamos duas horas livres, o que significava almoçar e fofocar.

- Hey Bailey. – Daisy colocou o braço ao redor do meu ombro. – Se seu rosto não fosse tão bonitinho, essa cara de tédio assustarias todas.

- É, eu sei. Esses dias eu não ando com a mínima paciência.

- Eu percebi no café da manhã. – Ela apertou mais meus ombros enquanto andava animadamente comigo pelos corredores. – Eu são não peço transferência pro seu quarto porque Rose me mataria. Você sabe...

- Besteira, Daisy. Não é esse o problema, já que eu nunca falava com minha colega de quarto.

- Mesmo assim... Você parece tão depressiva esses dias... Seu pai ligou?

- Oh, sim. Ele faz seu dever direitinho.

- Você realmente precisa de uma bebida. – A gente riu. – Vai ter uma festa no próximo final de semana, então com isso não precisa se preocupar.

- Como se eu amasse festas.

X

Depois de almoçar, e meu humor ter melhorado em 5% depois da conversa com Daisy, estávamos como de costume em uma das mesas na frente do colégio. Muita gente por ali corria, ou estudava na grama. Alguns treinavam algum instrumento de música, outras jogavam, ou apenas conversavam.

Todo mundo ia fazer o que bem entendesse até as próximas aulas.

E foi naquele jardim completamente verde que eu a vi pela primeira vez.

No momento que ela atravessou o estacionamento depois de ter descido de um carro preto com uma mulher e um homem mais velho, eu não pude tirar minha atenção da sua imagem.

Eu conversava com as meninas. Eu apenas escutava na verdade, e soltava algumas palavras enquanto elas mantinham o assunto.

Ela parou no meio do gramado e todos notaram sua figura. A figura na verdade que ninguém esperava. A desconhecida acendia um cigarro e isso deixou todos mais eufóricos. Ainda era começo de tarde e quase ninguém aqui tinha esse hábito, não na frente dos outros.

Ela vestia roupas normais pra talvez uma modelo rebelde. Shorts jeans, meias pretas, alguma blusa branca, mostrando seu sutiã e um casaco de couro curto também preto. E suas botas surradas.

Sua sombra preta destacava mais ainda seus olhos azuis que realmente chamavam atenção, seu cabelo ondulado eram a moldura perfeita para seu rosto perfeito.

A mulher ao seu lado falou algo tentando a repreender, mas ela não disse ou mostrou alguma reação. Ela apenas continuou fumando, olhando para o nada.

Todas a olhavam, algumas cochichando, outras apenas observando. E ela não parecia se incomodar ou esboçar uma reação em relação a isso. Ela apenas continuou fumando seu cigarro, carregando uma bolsa de lado preta enquanto o homem mais velho carregava duas malas maiores.

- Quem é essa? – Jessica perguntou fazendo todos voltarem a prestar atenção.

- Pelo visto nova aluna. – Angel disse.

- E uma novidade, pelo jeito que todas a olharam. – Daisy falou tentando olhar pra dentro do colégio, mas a garota já tinha desaparecido.

- Eu vou pra aula. – Eu disse sem querer falar nada sobre o assunto.

Eu estava esses últimos tempos tentando evitar todo mundo. Minha família, professores, e amigos.

Eu só queria fazer algo diferente, ou só estudar em um colégio diferente e conhecer novas pessoas. Viajar seria ideal. Porque nada acontecia aqui. A única novidade, era como essa. Uma novata ou uma palestra diferente.

Sentei no corredor com vista para um outro pátio e fiquei lendo um capítulo de algum assunto de história. O sinal tocou e dei graças a Deus pelo tempo passar rápido e eu finalmente ir pra sala.

Mais aulas. E depois corri para meu clube de leitura e enrolar um pouco até o treino de natação. Quando tudo acabou, eu já podia deitar em qualquer lugar e dormir até a próxima semana.

Mas fui para meu dormitório do outro lado do Campus, tremendo de frio, por estar molhada, já que odiava tomar banho naquele lixo de banheiro coletivo.

Subi correndo as escadas e minha chave emperrou até eu abrir e me dá de cara com fumaça. Era tudo o que eu via. Fumaça.

De primeira achei que acho tinha pegado fogo. Mas o cheiro era de cigarro de cereja.

Tossi algumas vezes e tentei afastar a fumaça de cigarro, até ela finalmente desaparecer e eu ver uma figura deitada na cama, agora com um cobertor branco e não rosa, ao lado da minha com cobertor roxo.

Ela dava algumas tragadas de olhos fechados e balançava uma das pernas no alto.

- Oi? – Eu perguntei porque educação ainda me restava.

Ela levantou e me olhou com seu olhar frio e vazio. O mesmo do jardim. A garota nova.

- Oi. – Ela respondeu.

Eu dei de ombros vendo que ela iria continuar em silêncio e corri até o banheiro, vendo novos produtos de higiene perto do chuveiro.

Sai do banheiro já vestida com meu pijama, que era só uma calça moletom e uma blusa velha. E eu nunca iria trocar.

Peguei meu caderno e um livro na bolsa pra começar e terminar minhas tarefas de uma vez por todas.

- Meu nome é Effie Miller. – Ela disse em pé ao lado da minha cama quando eu já estava concentrada.

Olhei pra ela pra ver sua maquiagem um pouco borrada, mas seus olhos eram de um azul vivo. Talvez o azul mais intenso que já tinha visto. Sua roupa estava amassada e seus lábios secos.

- O meu é Bailey. – Sorri sinceramente. – Seja bem vinda.

Ela sorriu e se dirigiu ao banheiro.

Quando ela voltou já vestida. Ou melhor, quase. Apenas com uma calcinha preta e uma blusa preta de mangas.

- Bom, Effie. – Ela olhou pra mim ao sentar na sua cama. – Meu despertador toca as 7:00. Então, não acho que vá precisar de um. Eu demoro 15 minutos no banho, então não será um problema pra você.

Ela olhou atentamente em silêncio pra mim e continuei.

- Você ao arrumar o armário, percebeu que meu lado é o esquerdo. Nem um espaço a mais, nenhum a menos. Quanto as minhas coisas, se precisar de algo você pode me perguntar, mas eu não tolero que mexam nas minhas coisas sem permissão. Caso precise de algo em relação a escola, eu posso ajudar ou você pode pedir ajuda a diretora. A comida é muito boa, mas os horários são rígidos, então se você perder vai ter que pagar na lanchonete, e não é um problema. Mas o serviço não é legal as vezes.

Eu tomei fôlego.

- Nada de garotos no quarto, mas caso precise, eu posso abrir exceção. Não tem problema, posso dormir no quarto de alguma amiga. Temos o sábado e o domingo livres. Se for nova na cidade, qualquer pessoa pode ajudar. A maioria já está familiarizada com tudo. Então... É isso. Toque de recolher é as 10:00. Mas não é um horário rígido. Bom, é isso.

Ela olhou pra mim com o mesmo olhar vazio de sempre.

- Hm... OK. – Ela disse e depois se deitou.

Suspirei. Seria um longo processo.

X

Acordei no mesmo horário de sempre, corri para tomar meu banho e arrumar minhas coisas, eu estava cansada demais, eu só precisava que a sexta chegasse.

Effie continuava dormindo, a chamei e ela só acordou na terceira vez. Enquanto ela tomava banho, arrumei minhas coisas e fui à biblioteca pegar alguns livros para a aula de hoje.

Entrei na cafeteria lotada com aquele mesmo cheiro de sempre que me enjoava. Deixei os livros na mesa das meninas que já estavam tomando café e conversando animadamente sobre o final de semana que estava chegando. Peguei o de sempre, pães e café.

- Obrigada por me chamar. – Olhei assustada para o meu lado e era a novata.

- Tudo bem. Uma mão lava a outra.

- Você quer vir sentar comigo? – Ela perguntou enquanto pegava iogurte.

- Hm, eu estou sentada com minhas amigas. – Apontei para a mesa cheia de garotas. – Quer sentar conosco?

- Não. – E então ela saiu para sentar em uma mesa perto do jardim.

Fui para a mesa e as meninas discutiam sobre um garoto qualquer, e não, eu não estava com vontade nenhuma de aguentar isso novamente. Coloquei os dois livros na bandeja.

- Onde você está indo?

- Vou lá fora. – Não precisava dar detalhes, Daisy iria fazer elas me respeitarem.

Fui até a mesa da novata e ela mexia em seu celular, tomando seu iogurte.

- Posso sentar? – Perguntei e ela me olhou para depois rir de modo prepotente acenando com a cabeça que sim. – Obrigada.

- Mudou de ideia?

- Não sei se aguento mais as minhas amigas.

- São tão ruins?!

- Tente aguentar depois de anos convivendo com elas. – Tirei meus livros da bandeja e coloquei na mesa. Comecei a devorar meu pãozinho.

- Você leva a sério isso. – Ela apontou para os livros.

- Você não? – Ela apenas deu de ombros voltando a mexer no celular. Tomei meu café olhando ao redor pra ver olhos curiosos. – Hm.

- O que?! – Ela levantou a cabeça.

- Curiosos ao redor. – Ela olhou ao redor.

– Essa gente precisa de uma vida.

- Você intrigou elas por acender um cigarro na frente de todos. – Disse entediada.

- Culpada por ser fumante. – E então o sinal bateu.

X

Fui correndo de uma aula para outra, para pegar livros diferentes no armário e deixar uma redação atrasada com o professor e acabei encontrando com a Effie no corredor no fim do dia.

- Oi Effie.

- Oi. Indo para o dormitório?

- Ainda não. Você não vai jantar?

- Não faço muita questão. – Ela balançou um maço de cigarro escondido em sua bolsa.

- Você deveria. Quer se juntar a gente hoje?

- Talvez.

Levei Effie para a cafeteria, pegamos nosso jantar. O dela era tão leve quanto o café da manhã e depois de um dia queimando neurônios eu precisava de muita comida.

- Oi gente. – As meninas estava na mesma mesa de sempre. – Essa é a Effie, ela vai sentar conosco hoje. – Elas estavam surpresas. Muito surpresas, mas mesmo assim ofereceram o lugar da Fiona para ela. Sentei de frente para ela, ao lado da Daisy começando minha refeição.

- Hm, então Bailey, como vocês duas se conheceram? – Jessica perguntou. Só então percebi que precisava mediar aquela conversa e não só ter minha refeição na paz de Deus.

- Se lembra que meu quarto está vazio? Então...

- Você é de onde, Effie? – Eu tinha notado o sotaque da Effie só que não comentei nada, caso ela não quisesse que fosse comentado.

- New York. – Ela parecia não gostar muito do interrogatório.

- Effie é um nome é legal, é nome mesmo?

- Sim, na verdade.

Terminei meu jantar e pelo visto Effie tinha engolido o dela.

- Vamos, Effie? – Ela quase pulou da cadeira enquanto todas davam tchau admiradas.

- Qual o problema com elas? – Ela me perguntou quando já estávamos atravessando o campus.

- Eu disse, você é novidade. – Eu ri.

- Você não me viu como novidade.

- Eu não me impressiono muito facilmente. 

''Nova esperança, novos destinos;

Nós devemos ser sempre livres;

Aqui estamos destinados a ficar juntos.'' - COSMOS

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