Nothing To Lose¹ • JJ

By itadwori

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"- Quando meu pai me olhou daquele jeito, eu sabia que tinha encontrado algo grande." ───────────── 𝙖𝙧𝙩 𝙘... More

apresentações
prólogo
um
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dez
onze
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treze
quatorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e dois
vinte e três
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
Epílogo
ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄᴀ̃ᴏ

três

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By itadwori

Outer Banks


Agatha com certeza chegaria para deixar um estrago grande o suficiente para as pessoas ficarem consertando tudo até o final do verão. O céu estava escuro mesmo sendo a tarde, estava coberto de nuvens escuras carregadas e barulhentas, indicando que ora ou outra a tempestade se aproximaria para deixar todos dentro de suas casas, o comunicado foi claro: garanta abrigo protegido durante o furacão e não saíam nas ruas. E estando aqui onde estou acho que estava quebrando todas as regras possíveis que a polícia e os repórteres deram durante toda a semana.

Coloco os pés na areia sentindo o contato gelado dos grãos e leio a placa "perigo, praia fechada", talvez surfar durante uma tempestade seja loucura demais. Mas ao olhar para o tamanho das ondas a voz do meu pai vem logo na minha cabeça: "é toda sua, vai lá e arrebenta."

O mar estava agitado, ondas por toda sua extensão e bem mais altas do que em todos os outros dias de surf que já tive na ilha. Elas quebravam até mesmo fora da zona de arrebentação mas logo criavam outras apontando para todos os lados possíveis, estava claro que o mar estava puxando só de ver a violência com que o mar batia nas rochas.

Prendo o leash no meu pé logo deixo todos os meus pensamentos de lado ao entrar correndo na água, pulando em cima da prancha e sentindo no mesmo momento a água gelada arrepiar todo o meu corpo, conforme furava as ondas meu cabelo ia ficando molhado pela água que espirrava e começava a sentir os fios encharcados batendo contra minhas costas, que até então estavam secas, e essa sensação de frio, o arrepio, a adrenalina de fazer algo que você sabe que não deveria estar fazendo me motivou a remar até a parte das rochas, onde as ondas conseguiam ser mais consistentes e quebravam menos.

– E vamos lá -Brinco comigo mesma ao chegar no outside e olho para o mar completamente agitado atrás de mim.

Minha prancha mexia conforme a ondulação do mar e sabia que deveria ter muito equilíbrio para não cair da prancha e estar sujeita a me chocar contra as rochas que não estavam muito longe de mim. O perigo do mar agitado e da maré alta é a água ter coberto outras rochas e eu passar por cima delas.

Remo contra uma onda média que vinha e me levanto rápido forçando os pés a descer da crista até a base da onda -o drop-, forcei meus joelhos fazendo curvas na onda, indo para cima e voltando para baixo com auxilio dos meus braços -a rasgada-, e não menos importante quando peguei aceleração o suficiente subo na onda com a prancha e deixo a ponta dela apontar para o céu enquanto meu corpo ficava completamente inclinado, forço meu pé que estava na frente para a prancha voltar deitada para a água e caio em pé girando, finalizando a manobra.

Volto a remar para o outside e quando me viro vejo duas pessoas agitadas e felizes entrando no mar, eram dois garotos sem camisa, eles estavam em uma parte mais longe de onde eu estava, a parte "segura", os dois garotos pareciam animados e acho que eram os mesmos que eu via sempre na praia, um garoto que anda com eles surfa muito bem.

Volto ao meu foco de tentar treinar aéreos, mas as vezes acabava rindo das más escolhas deles com as ondas oque fazia com que eles caíssem dela varias vezes -e ainda bem que não estão na parte das rochas se não com certeza já teriam se chocado contra elas-.

Volto para a base da onda acelerando cada vez mais e quando sinto aquela sensação de estar no ar coloco rapidamente a mão no nose da prancha e giro, sinto minha cintura doer um pouco por conta do roxo e quando percebo que fiz o giro completo foi o exato momento que a prancha se chocou contra a água, me fazendo perder o equilíbrio e firmar os pés e erguer os braços para me manter em pé.

Reviro os olhos com o meu quase tombo e deito na prancha remando de volta para a parte mais funda, eu não acredito que não consigo fazer essa manobra.

– EI -Ouço um grito, e por terem só três pessoas na praia, duas estando juntas então sem a necessidade de gritar, acho que estavam se dirigindo a mim, viro para a cabeça para a parte que os garotos estavam vendo um de cabelos mais compridos me olhando enquanto o outro me olhava saindo da água – CUIDADO, TÁ AGITADO -Ouço os gritos do pogue e sorrio assentindo, mas caso esteja muito longe para ele ver, faço um joinha erguendo o braço para cima e vejo ele assentir saindo da água.

Realmente estava agitado, mas acho que o maior problema era o mar estar puxando bem mais. Porém, já vi piores.

Pego a próxima onda enquanto via eles correrem encolhidos para fora da praia, e como estava toda molhada nem sentia mais muito frio. Realizo o drop e todas aquelas coisas que para mim eram mais chatas, até subir para o aéreo e fazer a mesma coisa, mão no noise, girar o corpo, mais uma vez meu movimento foi limitado com o roxo na cintura do lado direito, que já latejava e dessa vez acabei me desequilibrando mais e caindo na água.

– QUE SACO -Grito aproveitando a solidão no mar, bato a mão na água enquanto mexia minhas pernas para não afundar e tiro o cabelo do rosto vendo as ondas, só que bem mais atrás vejo um barco quase sendo engolido pelas ondas, como não tinha visto aquilo antes?

Franzo o cenho me sentando na prancha e estranho com o quanto aquele barco era parecido com o do meu pai. A borda alta, escrita azul, barco branco.

Remo para o outside e posso jurar que leio as letras "Canadian" em azul no barco. Arregalo os olhos durante alguns segundos e remo rapidamente para o barco, sem pensar nas consequências, as ondas aqui ficam menos consistentes e quebram varias vezes puxando a prancha para a praia, e quando percebo que o barco tinha 6 metros igual ao do meu pai, tiro o leash do tornozelo e mergulho sentindo a prancha ir para longe de mim, nado no fundo por baixo das ondas e assim que vejo o casco de perto um choque de realidade me atinge ao ler "Grady-White" e não Canadian.

Era um barco de ricos, não o do meu pai.

Aquela ilusão toda se esvai dando um soco no meu rosto e meu coração se aperta me dando vontade de chorar pela minha idiotice, subo no barco vendo que os motores estavam desligados. Quem fica assim em um Grady-White durante uma tempestade?

– Olá? Está tudo bem aí? -Não recebo resposta e começo a sentir frio quando uma onda quebra no barco –Sou Jamay Hesling, precisa de ajuda? -Pergunto confusa e ouço alguns barulhos. Posso jurar que ouvi alguém falar "Hesling?" baixinho e depois um homem com barba grande aparece correndo com uma arma apontada para mim e na mesma hora pulo de susto ao ver a cena.

– SAI AGORA DAQUI -Ouço dois disparos, meu coração parece parar.

Piso para trás caindo do barco e meu corpo treme de nervoso enquanto afundava, vejo algo na superfície e logo entra para um fundo em velocidade, era uma bala e vejo seu trajeto passar perto da minha perna direita, arregalo mais os olhos e começo a nadar o mais rápido possível de volta para a areia enquanto tentava processar tudo.

O dono do Grady-White tentou me matar.

Um homem atirou três vezes contra mim.

Minhas pernas e braços tremiam o suficiente para que eu atingisse a maior velocidade que eu já devo ter nadado hoje, acho que só não estava chorando por estar em estado de choque e de baixo da água.

Acho que no momento que você vê uma pessoa apontando uma arma para você todos os seus pensamentos de se matar evaporam e você vira um adorador da vida.

Puxo o ar somente quando chego na areia e não vejo ninguém atrás de mim, o barco cada vez mais longe e só consigo ver metade da minha prancha voando no mar enquanto a outra metade estava na areia. Que ótimo. Sacrifiquei uma das minhas pranchas pra quase levar três tiros.

Ainda nervosa agarro meu short e chinelos e volto para casa encolhida, tanto pelo medo quanto pelo frio.

As ruas estavam vazias, o vento estava mais forte e o barulho dos tiros soavam na minha cabeça como bombas. Eu nem conheço aquele cara por que ele tentou me matar?

Esfrego meus braços gelados entrando finalmente na minha rua quando começa a chover, não queria nem pensar se meu pai estivesse vivo, porque se tivesse tenho certeza que ele deve estar passando a maior barra.

Entro pela janela molhando meu quarto e vou direto para o banheiro, me coloco de baixo da água e a cena minha no fundo vendo a bala passar do lado da minha perna repassava varias e varias vezes na minha cabeça. Eu nunca mais teria uma boa noite de sono.

Desligo o chuveiro me enrolando na toalha e visto um pijama mais quente enquanto me sento na cama, deveria ter saído da praia junto com os outros dois pogues.

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