ACADEMIA OF THE SHADOWS
PENÚLTIMO EP
- Talvez o destino seja culpado de muitas coisas que acontecem... Sim, eu imaginei que você me olhasse assim, eu faria o mesmo. Mas de um tempo pra cá eu venho pensando no quão sortudo eu sou de ter você comigo. - disse o rapaz de olhos marcantes acolhido nos braços de seu parceiro.
Eles se olharam e de alguma forma puderam ver que algo estava, faltando, eles dois sentiam isso.
- Confesso que quando tudo aconteceu, pensei que fosse a última vez que eu estaria contigo... Todas minhas preocupações eram só você, queria muito fazer de tudo para poder te ter de volta, e foram os dois dias mais angustiantes que eu tive, em toda minha vida. - Ele dizia enquanto via seu parceiro se levantando da cama, pondo sua calça, se levantando em seguida e indo até a janela e ficando lá, pensativo. - Você... não gostou de ter transado comigo? - Ele perguntou ficando um pouco envergonhado.
Ucifer respirou fundo e tentou pensar, ficando calado ainda por alguns segundos. O rapaz na cama permanecia com certa aflição no olhar.
- Me desculpa...
- Porquê você está se desculpando, não fez nada de errado... - Enquanto falava ele foi interrompido por um gesto de Ucifer.
- Cara, eu não aguento mais... você já notou isso, eu sei. Eu simplesmente não consigo me lembrar de ter tido algum momento de afeto com você, é como se a vida que eu tenho aqui nunca tivesse existido, e tentar forçar algo que ambos sabemos que não flui... é tolice. - Arfou com certa tristeza em seu olhar.
- Eu sei que não tem sido fácil pra você desde que tudo aconteceu. Como eu já te expliquei antes, estávamos em um recital de encantos no instituto quando você pareceu estar tendo um infarto que o fez cair e bater a cabeça na pedra do sacrifício. Depois o levamos ao hospital do próprio instituto e, cheguei a pensar que nunca mais te veria, que era o fim, e após dois longos dias de espera e incertezas, você acordou e pôs fim na minha agonia, no entanto me deixou chateado pois acordou gritando por um tal de Chris, que até agora quero saber quem ! - Exclamou Rars - Mas eu quero que isso passe e posamos e vamos superar juntos.
- Eu não consigo fingir Rars. Tem sido uma tortura pra mim estar aqui nesse lugar que não sei o que é, mas tenho certeza que não é meu lar. Então... Me desculpe te ter feito perder horas de atenção, cuidando de mim. Você é uma pessoa boa, por isso não quero permanecer te enganando. Eu vou embora. - Isak passou por perto de Rars e tocou seu ombro em sinal de pena. - Ah, e meu nome é Isak. Não Ucifer! - pontuou, saindo em seguida do recinto, deixando ainda o ambiente com a tenção criada na conversa.
...
Após alguns instantes depois da saída de Isak, Rars foi em direção a uma gaveta e pegou um celular. Digitando alguns números ele esperou uns segundos até que alguém atendeu.
- Ele acabou de sair, eu tentei ao máximo segurar ele, até mesmo transando, Lucy! Você sabe que sou bom ator, mas não gay. - Arfou - Agora está em suas mãos, ele não quer acreditar na versão que falei. Pensei que como o corpo manteria o raciocínio de Ucifer. Porém, ambos nos enganamos. - Finalizou desligando o celular seguida e ficando pensativo.
...
TEMPO ANTIGO
Todo o ambiente parecia silencioso, como em instantes antes de uma presa ser atacada por um predador. Era de se esperar o silêncio, em uma casa tão afastada do vilarejo e, tão perto da floresta. Houvera horas atrás, uma grande batalha que batizaria aquele solo, como berçário da morte, a repetição da história, novamente.
Pensar o conceito do tempo, naquela época, até para os seres místicos era algo desconhecido para grande maioria. Alguns no entanto não encaravam esse assunto como algo nunca ouvido antes. A ideia de mundos paralelos ao nosso, era loucura para os que mal acreditavam na realidade, quando mais numa outra nunca vista.
1 dia antes...
- Eu acredito que o senhor faria qualquer coisa por sua família certo? - Perguntou Christian, sendo respondido pela afirmação de Orfeu que lhe olhava no fundo dos olhos. - Acredito que o senhor já saiba quem sou eu e meus amigos, afinal, o senhor está aqui porquê acredita que possamos impedir o nascimento de seu filho, bem esse foi meu primeiro objetivo, porém eu não seria capaz de fazer tal atrocidade, já o senhor... Digamos que sabemos que o senhor faria qualquer coisa para manter seus dias de vida e da pobre Eurídice, mais digamos... longos.
- O que você quer quiser Christian. Seja direto. - Ele disse em um tom impaciente.
- Ambos sabemos o que vai acontecer se este bebê for apresentado como receptáculo para seu chefe. É esse p preço que você quer pagar? - Christian indagou, em seria postura.
- Mas eu não tenho nenhuma opção de escapar dessa situação. Eu estou preso a ele. Não sei como me libertar. - Orfeu lamentou.
- Sim, o senhor não tem nenhuma opção, no entanto, eu tenho. Agora iremos ter de trabalhar em equipe para poder conseguirmos enganar seu chefe. - Christian estendeu sua mão direita para selar o acordo, em seguida Orfeu o segurou pela mão e recitou "Ashk Culoin Hak Komak".
...
- Onde estamos?! - Orfeu perguntou eufórico por surgir em outro ambiente que logo depois ele soube onde era. - Porquê você me trouxe aqui? Ele não pode me ver aqui. - disse com muita apreensão no olhar.
- Não seja tolo, vem, vamos nos esconder. - Christian e Orfeu se esconderam sorrateiramente entre alguns arbustos que haviam perto do burgo do palácio, lá não havia como ninguém notar que estavam ali. - Estamos em um momento que você já viveu, quando ele te oferece uma proposta nova, e você aceita sem muito questionar, apenas ambicioso para viver.
- Christian eu... - Orfeu foi interrompido por Christian.
- Olha apenas preste atenção e não seja tolo. Vou te explicar o plano.
Após um certo tempo discutindo os trâmites de como entrar no castelo, eles decidiram efetuar o plano. Tudo era bem básico no final, entrar pelo túnel que havia logo abaixo do burgo, caso e provavelmente apareceriam guardas, então Christian usaria um tipo de feitiço de mutação no ar. Orfeu levaria até os aposentos do Senhorio, que por sinal conhecia bem.
Ao executarem o plano, inicial, eles estavam próximos ao quarto do Senhor, o cenário era digamos, um tanto excêntrico. Várias pessoas nuas no chão, sobre os sofás e em cima da cama junto ao que notoriamente indicava ser o grande senhorio do lugar. Pareciam estarem todos dormindo.
Escondidos atrás de uns móveis, ele pensavam que não faria o senhor nem ninguém notar a presença deles ali. No entanto, aquela voz escarlate penetrou as almas dos dois, que estavam escondidos.
- O que você deseja aqui meu querido Orfeu, pensei que o havia dispensado, quer se juntar a minha cama? Sempre haverá um espaço ao meu lado para você. - Disse o Senhor com uma voz imponente.
Orfeu se levantou e foi em direção ao seu chefe, que afastava uma das pessoas que estavam perto dele. Ele lhe olhava de um jeito penetrante, parecia que havia um desejo feroz entre ambos. Orfeu chegando perto dele, começou a ser tocado e acariciado.
- Por quê você não tira toda essa roupa? - Perguntou de forma sensual, a Orfeu. - Ou... Espere é melhor eu tirar. - fazendo assim como avia dito. Tirando as peças de cima, desabotoando cada botão, apalpando partes do corpo de Orfeu. - Porque estás nervoso Orfeu, você sabe que essa não é nossa primeira vez. - Disse ele ainda beijando o pescoço de Orfeu. - Diga que me ama Orfeu... - Orfeu parou por alguns segundos e parecia pensar em algo...
- Wo ai erxis Akbroavi Morbis Akrox - O olhar do senhor para Orfeu foi algo realmente assustador, naquele momento, ele percebeu que ali não era Orfeu, mais sim outra pessoa, e quando se deu conta, o homem olhou em volta percebeu que já não estava mais no quarto e sim numa floresta, rodeado por outras pessoas que nunca havia visto antes. - E ai, ainda quer que eu diga que te amo? - Christian debochou, saindo logo de cima do Homem.
- Hah! - Ao se levantar ele deu um sorriso. - Eu Devarux Brighton invoco Exendis Horplas - Entidade espiritual "Arckhoi Erct". - Os olhos dele imediatamente ficaram brancos, e atrás dele se formou uma criatura de aparencia nunca vista antes.
Ao redor de Devarux estavam Orfeu, Sardien, Christian, Astrid, Calleb, Mathyl, Allin, Carmen, Everton e Noan. Ele pareceu surpreso em ver aqueles até então estranhos. Devarux estava no centro do circulo formado por todas as 10 pessoas, ele de alguma forma não estava tão desesperado por fuga, era como se ele já esperasse tudo isso.
"Devo admitir, que vocês me pegaram desprevenido, não que eu já esperasse isso, na verdade eu esperava por um ataque lá no meu tempo astral, você com sua magia ascendente" Se referiu a Christian" Você sabia o que fazer e mesmo assim passou um tempo escondendo de seus amigos, que já sabia a resposta. E eu me pergunto, porquê um ser tão cheio de poder ainda faz aqui nesse plano temporal?" Devarux virou seus olhos para Calleb e Allin" Ahhh... Agora eu acho que entendi. De alguma forma eu não havia notado a presença deles por muito tempo, mas agora eu sinto.
Calleb e Allin ficaram desconfiados sem entender o que ele queria dizer com aquilo. Christian, Carmen e Orfeu no entanto, não conseguiram disfarçar a preocupação no olhar.
"O que foi pequena loba, está com medo? Pensei que vocês eram destemidos, sem sentimentos, mas agora eu vejo que no fundo de todo pelo e má fama, há apenas um ser que se assemelha a um humano frágil."
Christian saiu de onde estava e socou a cara de Devarux com muita força, deixando os outros surpresos pela ação e Christian. Um pouco de sangue saiu do canto dos lábios de Devarux, que passou a língua por cima ao sentir.
"Não deem ouvidos a ele, está apenas tentando nos enganar e tirar nosso foco." Christian voltou a posição de circulo junto com os outros." Vamos começar!" disse Christian.
"Haha, você sabe que isso não vai dar certo Christian. Seu namorado, estão tão longe..." Nesse instante Christian parou de se posicionar, ficando parado pensando. "Isak, ou melhor dizendo Ucifer... Coexistem há muito tempo Christian, claro que um detalhe não foi contado, toda essa baboseira de filho de satã é uma idiotice, na verdade o que vocês viram foi apenas uma transmutação astral." A reação de surpresa entre todos foi imediata.
"Do que você está falando!" Indagou Everton.
"Vocês acham mesmo que estão aqui pra impedir o nascimento da Primeira encarnação de Ucifer. Bem em certa parte é isso, mas como sabem, o tempo é imutável, aqui é apenas uma realidade do que acontecerá. Vocês estão aqui para pedir ajuda... Eu vejo isso!" Olhou novamente para Calleb e Allin. Todos estavam confusos depois de tanta informação aleatória. Christian começou a notar algo suspeito no sujeito.
"Porquê deveríamos confiar em um Nulo?" - Christian disse deixando todos ainda mais surpresos.
"Haaa... Acredito que você já sabe a resposta." Ele respirou fundo e tentou responder. "Se você Christian realmente ama Isak. Vai precisar fazer um enorme sacrifício, você esta disposto?"
Christian estava com uma enorme incerteza no olhar, mas chegou perto de Devarux e se pôs a escutar o que ele tinha a dizer.
"Há muitas realidades, acredito que você sabe disso. Eu pertenço a uma que não existe, a dos nulos. E foi feita a proposta de trabalharmos para o lado demoníaco, obviamente aceitamos, e começamos a perambular pelo tempo procurando qual seria a melhor maneira de nos infiltrar em uma linha da vida que fosse regido por forças sobrenaturais. E Orfeu e Eurídice eram perfeitos, então eu me infiltrei nesse espaço tempo e ajudei os pombinhos. Claro eu era apenas um peão reprodutor, não havia muito pra mim fazer, apenas fazer que eles tivessem um filho e esse pudesse ser o receptáculo da reencarnação de Ucifer, aqui seria dado início ao ciclo temporal. No entanto, houve algum erro que não tínhamos descoberto ainda, me refiro a você Christian. Não sabemos de onde você veio, simplesmente Você não existe em nenhum outro plano astral. Há variáveis de todo mundo, menos de você. Entretanto, não levamos muito a sério esse fato e deixamos você interagir com Isak. O que quase nos custou a missão completa. E de alguma forma você está aqui. Eu havia notado a presença dos outros menos a sua e dos dois ali" Se referiu a Calleb e Allin "mas, agora eu entendo o porquê. Vocês são celestiais, por isso possuem essas habilidades temporais. Claro que Obviamente não sabem disso por causa que vocês foram limpos. O que também é muito estranho esses dois terem surgido nessa linha temporal de Orfeu e Eurídice. "
"Cara não me importa o quê eu sou ou o que eles são, apenas diga o que é preciso ser feito para salvarmos Isak." Christian bravejou com uma certa autoridade no tom.
"Gosto assim haha" Devarux debochou. "Bem, vou ser rápido. Se vocês querem que tudo que aconteceu seja revertido, há duas coisas a serem feitas: a primeira é a mais fácil e engraçada, vocês terão de buscar Isak no plano temporal que ele está preso e trazer para a realidade temporal em que vivemos, a segunda é a que eu acho mais dramática. Vocês terão de impedir o massacre amanhã, quando tentarem raptar o bebê."
"E o que acontecerá depois que impedirmos" Carmen perguntou.
"Se conseguirem, vocês iram apenas impedir a encarnação de Ucifer, o que não permitira que o mesmo aconteça no futuro. Porém, acho melhor saberem o que vai acontecer com a turminha do futuro." Devarux olhou para Christian, Sardien, Astrid, Mathyl, Noan e Everton. "A linha temporal que tiveram nas relações com Isak, deixará de existir, e tudo será diferente por não haver a influência dos nulos na vida de vocês."
"Isso significa que... Eu e ele nunca iremos nos conhecer?" Christian indagou.
"Basicamente isso. " Afirmou Devarux. "Você será capaz de aceitar Christian?"
Em breve o capitulo final.