𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀

By agtpro

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Se o restante da sua vida se resumisse apenas a um dia, você estaria salvo ou condenado? ... More

NOTAS DA AUTORA
epígrafe
piloto
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ARABELLA BLANCHARD

Assim que os lábios de Hunter deixaram o dorso de minha mão, eu senti minha pele formigar. Seus olhos azuis eram uma grande fortaleza em seu ser e sentia cada vez mais ânsia em os desbravar. Ouço uma voz masculina chamar o Hunter e nós três nos viramos para ver quem é, vejo seu pai vestido em um elegante smoking com o semblante severo, assim que seus olhos fixam em mim e Noah ele suaviza a expressão e nos lança um sorriso generoso, mas novamente ele chama Hunter com seus dedos, ele apenas se afasta com um pedido de desculpas e com uma promessa de que mais tarde iremos voltar a nos falar. Seu corpo anda de forma calma até seu pai, que parece irritado, ele pega o charuto inacabado dos dedos de Hunter, enrola em um pequeno pano e o guarda em seu paletó.

– Bella, nem ouse em pensar nisso – Noah se achega ao meu lado enquanto eu termino o meu cigarro.

– Eu não pensei em nada – dou de ombros e fico rindo.

– Ainda consigo me lembrar de quando o Arthur ia em casa e ficava reclamando para os nossos pais de como o filho dele era mal-educado – ele se refere ao pai de Hunter e eu fico rindo.

– E de como somos bons filhos e trazemos uma boa imagem para a família – eu completo o seu pensamento.

Arthur Chermont é um grande diplomata e já trabalhou vezes sem conta com o meu pai. Quando morávamos em Paris, Arthur vivia em casa contando suas histórias de volta ao mundo e como seu filho era uma desgraça para ele. Nunca tive a chance de conhecer Hunter Chermont antes, ao contrário de Noah que já frequentou os mesmos campos de luta e futebol junto a ele.

Deixo apenas uma pontinha do cigarro na piteira e descarto no cinzeiro, ao longe consigo ver meu pai subindo em cima de um pequeno palco planejado e pegando um microfone. Thomas Blanchard era alto, possuí belos olhos azuis e cabelos tão loiros que beiravam o branco, o seu sorriso era esplêndido – de acordo com as colunas de jornais – e o seu status de homem poderoso era sempre intocável. Muitos homens já invejaram o meu pai, mas eu apenas me sinto desiludida a cada vez que me lembro do inferno de dois meses atrás. A sua voz simpática chama a atenção de todos no salão, seu semblante é calmo na hora de falar, transmitindo certa tranquilidade para os outros. Deixo a piteira em cima da mesa e me aproximo junto a Noah embaixo da parte coberta da casa, novamente sinto meu corpo tremer de frio e os braços do meu irmão me rodeiam de forma a tentar me aquecer.

– Quero agradecer a presença de todos na nossa festa anual – seu discurso começa de maneira breve e sinto que o pior ainda está por vir. – Como muitos sabem, estamos aqui para arrecadar fundos para a Fundação Somos por Um.

– Não sei porque ele ainda diz o nome fantasia, ele sabe que todos conhecem por Fundação Blanchard – eu reviro os olhos impaciente e Noah apenas ri.

– Ele tem esperança – ele sussurra e vejo nossa mãe se juntar perto ao palco. Ela permanece na parte debaixo e sorri graciosamente.

– Todos os anos vemos pessoas do mundo inteiro passarem por situações de extrema pobreza, de infelizmente não terem condição alguma para se sustentarem. O objetivo da Fundação é levar amor, alimento, apoio, comunicação, alegria e assistência a todos, pois isso é um direito que temos por legislação – a voz de Thomas continua firme em prosseguir em seu discurso. Vejo sinceridade na voz dele porém não vejo compaixão alguma.

– Noah, acho que eu vou dar uma volta – aviso meu irmão e ele apenas franze as sobrancelhas mostrando claro sinal de dúvida.

– Por que?

– Eu amo nosso pai, mas não consigo lidar com o fato de que em um instante ele quer ajudar o mundo e no outro ele me culpa por tudo o que aconteceu – sinto minha voz amargar com facilidade e ele respira com força enquanto me encara. Seus olhos azuis se parecem suaves nesse instante.

– Precisa de companhia? – sua voz soa com calma e paciência.

– Ultimamente o que eu mais preciso é ficar sozinha, maninho – presto um sorriso sincero a ele e apenas toco em seu ombro sorrateiramente enquanto me viro de costas para toda a festa, ignorando a presença de meu pai em cima do palco e me recolho com frio.

Sinto um pequeno fantasma de lembranças me seguir, muitos olhares se voltam a mim e meu coração se afunda com mais força. O desespero vem chegando devagar e meus olhos se tornam embaçados com as lágrimas. Meu peito sobe com firmeza a cada respirada, engulo a vontade de chorar e ignoro todo o sentimento de insegurança, medo e angustia. Força Arabella, mostre a todos que um dia não irá desgraçar a sua vida. Mostre a todos que a notícia que foi enviada a mídia não é um-terço do que realmente aconteceu, mostre a todos que o que eles pensam ser o inferno na verdade não chega perto da realidade em que sentiu.

Meus passos são apressados até uma parte afastada da agitação, viro em um corredor na lateral da minha casa, possui iluminação no chão junto com o gramado florido, me encosto na parede e algumas lágrimas deslizam ser eu pronunciar um barulho sequer, as limpo com agilidade e deixo minhas pernas fraquejarem por um instante, fico sentada sob elas e encaixo minhas mãos em torno do meu pescoço tentando segurar com mais força o choro, minhas bochechas vão se tornando quentes e meu corpo trêmulo.

Tomo um susto assim que vejo um corpo surgir do fundo do corredor e andar com calma até mim, levanto rapidamente trêmula e assustada demais, uma visão daquele dia se repete em minha cabeça e fico estática no mesmo lugar, meus olhos se tornam arregalados e finalmente consigo vislumbrar o rosto, meu coração para por alguns instantes, por puro alívio.

– Precisa de ajuda? – a voz dele era grossa, mas ao mesmo tempo melancólica.

– O que você está fazendo aqui? – digo com raiva ainda sentindo a minhas pernas bambearem, limpo as minhas lágrimas com agilidade e ajeito meu vestido.

– Fazendo o mesmo que você – ele cruza os braços

– E o que estamos fazendo? – minha voz parece mais grossa do que o normal e eu engulo a angústia que sobe em minha garganta.

– Fugindo de toda a hipocrisia – seu corpo se aproxima mais de mim e se encosta na parede ao meu lado, continuo praticamente estática no mesmo lugar, respirando fundo e tentando me conter. Ele mexe em seu blazer e posso vê-lo tirar um isqueiro e uma caixinha metálica, ele abre e revela alguns cigarros de folha de seda.

– Por que acha que estou fazendo isso? Essa é a minha família – encaro seu semblante duro. Seu maxilar é quadrado, perfeitamente bem delineado com a barba, seu pomo de adão desce e sobe enquanto ele molha seus lábios com a língua antes de sorrir sorrateiramente.

– Digamos que suas atitudes falem mais do que você – ele tira o pequeno cigarro bolado e acende a ponta, o forte cheiro de tabaco me invade e apenas por estar perto do cheiro me sinto mais calma.

Me encosto ao seu lado tentando não o ficar encarando, encaro a paisagem aberta e solto o ar vendo uma pequena neblina de frio se formar, meu corpo treme levemente e tento me conter. Por mais quente que esse homem seja eu continuo com frio. Olho para os meus saltos e tento ignorar o fato de que ele sabe o que se passou comigo, por mais que não nos conhecemos ele sabe.

– Digamos – eu começo levemente, tentando conter o sarcasmo em minha voz – Que lugares cheios não sejam mais o meu forte.

Ouço uma risada vindo de dele e se parece um som calmo, sinto vontade de rir por saber que pelo menos uma parte minha não foi embora. Olho para o lado afim de encarar o seu rosto e vejo ele me encarando enquanto leva seu cigarro entre os lábios e puxa com força. Deixo-me analisar alguns longos segundos seu belo rosto, olhos azuis profundos e traços fortes. Vejo que ele está fazendo o mesmo e minhas bochechas esquentam levemente. Que merda, Arabella.

– Acho que você só não gosta de lugares onde não se sinta confortável – ele fala enquanto solta levemente a fumaça da garganta, ele assopra para o lado mas não desvio o contato próximo do meu.

– Isso seria uma análise? – provoco-o e ele se vira completamente para mim.

– Acho que somente com uma consulta não dá para analisar bem – seus olhos parecem atrevidos – Preciso de mais alguns dias para te analisar melhor.

– Isso seria um convite?

– Se fosse, você aceitaria? – ele se aproxima levemente e meu corpo se ascende, algo que imaginei nunca mais sentir começa a pegar fogo dentro de mim, se alastrando e me deixando quente.

– Hipoteticamente falando – começo com a voz mais baixa e uma leve mordida nos lábios – Eu não gosto muito de análises, mas gostaria de um café.

– Ótimo, podemos ir agora? – ele sorri descaradamente e meu coração se aperta com o sorriso, me sinto leve como não me sentia a muito tempo.

– Adoraria sair daqui, mas infelizmente não posso, ainda tenho algumas coisas que cumprir – olho para baixo e o momento flerte acaba.

Ficamos em silêncio por pouco tempo e quase pude lembrar da antiga eu em que flertava descaradamente, em que agarrava o primeiro homem bonito que aparecia na minha frente, pude quase sentir como se nada tivesse mudado. Me sinto frustrada por saber que eu tenho vontade mas que não consigo, como se o medo me consumisse por inteira. Se fosse para fazer uma autoanálise eu diria: eu quero agarrar o homem na minha frente por meramente prazer sexual, mas se ele me tocasse com um pingo de carinho sequer eu correria e me esconderia, pois algo dentro de mim se quebrou inteiramente, como se tivesse mudado uma pequena chavinha.

– Posso ter o seu número de telefone? – ele está quase no final do seu cigarro e eu riu, aproveitando para olhá-lo novamente.

– Só se prometer não salvar meu nome de algo idiota – vejo-o rir enquanto pega o seu celular do bolso e o dá em minha mão, salvo o meu número e passo novamente para ele.

– Pequena Blanchard é clichê o suficiente para você? – eu me pego rindo com a meia graça e ele me observa firmemente.

– Pode me chamar de Bella – cruzo os braços com friagem que passa e ele apenas ri enquanto salva o meu número e guarda o celular no bolso.

– Arabella! – ouço a voz do meu irmão me chamar e me viro o encarando, ele ignora a presença do Hunter enquanto se aproxima – Vamos, está na hora.

Encaro Noah por breve segundos e balanço a cabeça afirmando que já irei, me volto novamente a Hunter e encaro seus olhos azuis enquanto ele se desencosta da parede e fica bem perto de mim, percebo a nossa clara diferença de altura mesmo com os meus saltos e olho levemente para baixo, e ouço a risada abafada dele e o encaro com o semblante sério.

– Boa sorte lá na frente – ele deseja enquanto cruza os braços e me encara – Nos falamos depois, Bella.

– Até daqui a pouco, Chermont – dou-lhe um ligeiro sorriso enquanto me afasto e posso vislumbrar seu sorriso galanteador e um pequeno piscar de olhos.

Me afasto dele com uma sensação estranha de leveza e uma faísca de felicidade como não sentia a tempos. Hunter Chermont é um grande talvez, bonito, charmoso, conquistador e pode-se dizer respeitador. Mesmo ele sabendo em parte, por tudo o que eu passei, ele preferiu não conversar sobre isso, ou me perguntar, ele simplesmente me fez sentir outra pessoa por poucos minutos, algo que ninguém conseguiu fazer. Saio com um sorriso mínimo mas que infelizmente logo se desfaz quando encaro a multidão de pessoas batendo palma e muitos fotógrafos com seus flash's. Uma mão é posta no meio das minhas costas enquanto me influencia a andar com mais pressa e ir para cima do improvisado palco, me junto para o meio dos meus pais e Noah se posiciona ao meu lado, alguns assessores do meu pai pedem que nos abracemos em conjunto e somos obrigados a forçar muitos sorrisos, muitas pessoas aplaudem, muitas câmeras são ajustadas e focadas em nós. Vejo rostos familiares e outros nem tanto, começo a sentir uma angústia subir novamente pela a minha garganta e meu coração bate com mais força, minhas mãos começam a suar enquanto meu semblante cai levemente, ouço alguém chamar o meu nome, mas não consigo focar, tudo esta se misturando e me atordoando. Meus pensamentos são uma mistura de desespero, angústia e medo, muito medo, tento não deixar que a multidão me influencie, mas isso é vão, meu corpo cede levemente e vejo centenas de pontos escuros em minha vista, meu corpo vai apagando levemente e a última coisa que me lembro é de Noah gritando desesperado algo que não pude sequer assimilar.

Meu corpo estava cansado de tanto dançar e eu ria descontroladamente de algo que não tinha sentido nenhum. Olhava minhas amigas despejando garrafas de bebidas em suas bocas, elas se sujavam e me oferecem para fazer o mesmo. Mas eu estava com essa sensação, essa sensação esquisita de desespero. Como se eu fosse levada rapidamente para outro lugar, eu me vejo gritando, mas não saía som algum, estava presa em uma cadeira, amarrada na minha cintura, minhas pernas estavam banhadas de sangue, estava completamente sem roupa e aberta a qualquer um que olhasse. Ouvia risadas abafadas, sentia mãos passarem por cima do meu busto, algo gelado passava centena de vezes pelo o meu corpo, tinha a vaga sensação de que haviam muitas pessoas olhando a cena, mas não via nenhuma delas, e nenhuma me ajudava. Tentei me desvencilhar de todos os jeitos da cadeira, tentei me cobrir, fechar os olhos, gritar. Eu tentei de tudo, mas foi em vão, até que senti algo perfurar o meu coração e uma dor imensa me atingiu, foi nesse momento que eu pude perceber alguém na minha frente, com uma faca na mão, um corpo muito alto, com cabelos compridos e olhos escuros, ele tinha muitas marcas e uma máscara sob a boca, se aproximava mais de mim e eu me sentia mais desesperada, ele apontou sua faca para o meio das minhas pernas e quando fez menção de afundar em mim, eu acordei.

Eu acordei. Gritando desesperadamente.

– Calma, Bella! Eu estou aqui – Noah prende meus braços com força enquanto leva minha cabeça até o seu peito afim de me abraçar.

Seu cheiro me acalma, tem uma sensação de lar, de um lar seguro e bem protegido. Meu rosto está grudento das lágrimas, meu peito sobe e desce como se tivesse corrido uma maratona, o medo estava me consumindo enquanto meu corpo tremia, me sentia gelada, suando frio e com calafrios. Ainda posso sentir o metal gelado passando pelo o meu corpo e sinto nojo de mim, sinto raiva da minha pessoa e uma dor imensurável na minha cabeça.

– Ei, por favor calma, converse comigo – Noah tenta puxar meu rosto para que eu o olhe mas estou com vergonha o suficiente do que aconteceu.

– Que horas são? – me afasto limpando o meu rosto e percebendo que eu continuo com a mesma roupa da festa. Não deve ter se passado tanto tempo assim.

– São 5 horas da manhã – ele deita na minha cama ao meu lado e esfrega seus olhos.

Vejo seu terno completamente amassado, ele tem a gravata frouxa em seu pescoço e o cabelo em total desordem, grandes olheiras estão sob seus olhos e caio em si, percebo que ele passou a noite inteira ao meu lado, tomando conta de mim, tendo a certeza que eu acordaria e estaria bem. Afago seus cabelos e vejo um pequeno sorriso em seus lábios, ele me olha completamente cansado e se levanta ficando ao meu lado, ele pisca várias vezes como se quisesse acordar e eu apenas consigo o pedir desculpas com o olhar.

– Obrigada por ficar comigo – puxo-o para um abraço e ele apenas retribui com um afago nas minhas costas.

– Você precisa da Dra. Solther – ele me afasta de maneira séria. – Você não pode resolver tudo sozinha, você está traumatizada, Arabella!

– Não estou! – se eu pudesse apostar em algo, eu falaria que meu rosto se aparecia em completo choque com essa afirmação.

– Fazem 2 meses em que você acorda gritando todas as noites, você chora todos os dias, não come direito, não conversa com ninguém sobre nada, está cada vez se afundando mais, fumando mais, bebendo mais! Você não é essa mulher, você é mais que isso – sua voz parece zangada, chateado, totalmente frustrado.

– Noah ... – eu apenas sussurro e concordo – Eu não consigo ser a mesma pessoa que eu era antes, eles me quebraram, tiraram tudo de mim naquela noite! E eu sou a culpada, eu sou a culpada por isso, e irei viver com essa culpa. – me levanto da cama e fico de frente para ele, com os olhos cheios de lágrima, ele se levanta rapidamente e fica de frente para mim.

– Você não tem culpa nenhuma do que aconteceu, não deixe a porra do mundo te convencer que você tem culpa. Você foi a vítima! Caralho, Arabella, só você sabe o inferno que viveu – ele me sacode com força e logo depois me abraça, como se aquele abraço fosse tirar toda a dor de mim.

– Noah, eu vou melhorar, eu só preciso de um tempo, preciso entender que aquela pessoa que eu era não pode mais existir, porque eu me coloquei naquela situação por quem eu era, e eu preciso de mudanças, se não eu continuarei me machucando.

– Arabella, não faça isso – ele afaga meus cabelos e sinto meu ombro molhado pela as suas lágrimas – Eu te juro que farei o possível para te proteger, eu vou matar quem fez isso com você.

– Tudo bem, tudo bem – eu afasto Noah e sorrio o máximo que posso – Por hora apenas vá descansar, não podemos fazer nada agora.

Ele se afasta de mim e eu vejo seus olhos azuis imensamente claros e cheios de dor, como se ele pudesse sentir o que eu sinto. Ele tem uma raiva posta em seu semblante, como se naquele momento ele pudesse matar qualquer pessoa com o seu próprio punho. Ele sai do meu quarto com ódio, pisa furiosamente no chão e bate a porta atrás de si com força me fazendo saltar com o barulho. Respiro fundo e limpo as minhas lágrimas, abro meu vestido, tiro meus saltos e caminho até o banheiro ainda sentindo o meu corpo fraco. Depois de muito tempo sem me olhar diretamente eu resolvo ficar em frente ao enorme espelho que há entre os guarda-roupas.

Meu rosto está pálido, mais fino e magro, não há mais nenhum brilho em meus olhos, meus cabelos, agora mais curtos do que dois meses atrás, está preso no coque que se parece falso. Meu corpo está magro, sem vida. Fecho meus olhos enquanto observo minhas coxas e mais lágrimas ousam em cair, observo a enorme cicatriz ainda avermelhada da minha virilha até o meio da minha coxa esquerda e me sinto mais atordoada que o normal. Me viro de costas e olha bem em minha nádega direta a marca roxeada, quase preta em formato de uma mordida. Saio correndo da frente do espelho e vou até o banheiro, meu coração se afunda mais ainda enquanto entro dentro do chuveiro com raiva. Solto meus cabelos e deixo a água cair sob mim, passo a bucha com força sobre o meu corpo sentindo dor no couro. Me limpo por inteira, com ódio e repulsa. Saio do banho e ignoro todos os espelhos possíveis enquanto vou até o quarto, ouço meu celular vibrar em cima da pequena mesinha do lado da minha cama. Olho as notificações e vejo um número não salvo com três mensagens novas.







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NOTAS DA AUTORA: gente!!! quero muito agradecer a todos que estão lendo (já estamos em mais de 2mil lidos!!!!), acompanhando, eu estou muito muito feliz e espero que vocês gostam, estou mega ansiosa com os próximos capítulos!!! Pessoas com TEPT (Transtorno de Estresses Pós-Traumático) costumam reviver os momentos com muita facilidade, o corpo encontra um melhor mecanismo de defesa para se proteger de muita tensão, no caso da Arabella ela simplesmente apaga (desmaios)!! Me digam, o que vocês estão achando?

Já seguiram o instagram de frases hoje? @putsagatha

Deem suas opiniões sobre o que acham que aconteceu com ela!!


com amor, agatha

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