EM SP NÃO EXISTE AMOR.

By jskofc

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Em busca de progresso e nada mais, até porque em SP não existe amor! Ou será que existe? More

Prólogo.
Notas Iniciais.
Capítulo 1.
Capítulo 2.
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Capítulo 36.
Capítulo 37.
Capítulo 38.
Capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Capítulo 43.
Capítulo 44.
Capítulo 45.
Capítulo 46.
Capítulo 47.
Capítulo 48.
Capítulo 49.
Capítulo 50.
Capítulo 51.
Capítulo 52.
Capítulo 53.
Capítulo 54.
Capítulo 55.
Capítulo 56.
Capítulo 57.
Capítulo 58.
Capítulo 59.
Capítulos 60.
Capítulo 61.
Capítulo 62.
⚠️
Capítulo 63.
Capítulo 64.
Capítulo 65.
Capítulo 66.
Capítulo 67.
Capítulo 68.
Capítulo 69.
Capítulo 70.
Capítulo 71.
Notas finais.

Capítulo 12.

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By jskofc

Ayuli.

-Porra, Jhonatan. Até o elevador disso aqui é bonito.-Ele riu e encostou na parede do elevador. Fiquei me olhando pelo espelho até chegar no nosso andar.-Que demora, em?

-Décimo primeiro andar, né, minha filha?-Olhei pra cara dele com uma sombrancelha arqueada pelo deboche do abusado, e ele riu.

-Cê tá feliz?

-Pelo ap?-Concordei com a cabeça e ele fez a mesma coisa.

-Tô, é uma conquista, né? O menor de oito anos que não tinha onde cair morto nem imaginava que um dia eu teria um apartamento no Morumbi. O mundo dá voltas pra caralho.

-Dá mesmo. E você merece cada volta que ele tá dando.-Ele sorriu de lado e eu fui chegando perto, até passar meus braços em volta da cintura dele e colocar a cabeça no pescoço. Ele me abraçou apertado também e eu levantei a cabeça de uma forma que dava pra ver ele.-Tô muito feliz por você!

Eu senti a respiração dele bater no meu rosto e meu coração já acelerou de leve. Ele tava tão pertinho, de verdade.
Ele não desviou o olhar do meu e nem eu do dele, senti quando ele enfiou a mão por dentro do meu cabelo e estremeci com o susto do "plim" que o elevador fez quando a gente chegou. As portas se abriram e eu me soltei dele, meio sem rumo. Fiquei até meio sem graça, mas ele ou disfarçou ou nem se afetou com nada, porque já foi saindo.

Eu fui atrás dele e ele destrancou a porta grande de madeira e abriu o apartamento, me dando a visão de uma sala do caralho. A janela de frente pra sala era grandona, toda de vidro; eu não sei nem explicar a vida disso aqui de noite, é a coisa mais linda do mundo.

O chão todo de porcelanato, daqueles pisos bem de rico mesmo, sabe?
A casa não tinha mobília nenhuma ainda.

-Caralho, Jhonatan. Só a sala é maior que minha casa inteira, e olha que minha casa é grande.-Ele riu e me estendeu a mão, eu peguei e ele foi me puxando pros outros cômodos. Era tudo maravilhoso, a casa toda branca, cheia de luzes e tal. Bem grande e arejada também.-Isso aqui é lindo!

-Tinha que ser, né? Vou parcelar a outra metade do preço em mil vezes sem juros.-Ele fez o drama básico dele e eu ri.

-Cê já pagou uma metade?

-Paguei. Juntei um tempão e dei entrada com um valor grande já.-A gente entrou na cozinha e eu já imaginei a cozinha toda plenejada, toda vermelha e preta. Aleluia, arrepiei!-Quero uma daquelas geladeiras grandonas, saca? Daquelas que sai até gelo da porta.

Concordei com a cabeça, rindo, e ja fui curiar. Abri uma portinha e vi que era a lavanderia, tinha só uns armários já grudados.

-E esses armários aí eu quero trocar também.

-Daqui de dentro? Mas ninguém vai nem ver, é a lavandeira.

-Mesmo assim, quero tudo novo. Escolhe algum bonito pra colocar aí.-Concordei com a cabeça e ele continuou me mostrando cada pedaço do apartamento. Tinha um lavabo meio que escondido por uma porta camuflada na sala, os três quartos tinha banheiro, sendo um quarto o maior, que seria o dele. Tinha até uma sala de jantar que ele disse que iria colocar uma sinuca, porque ele comeria no sofá ou no balcão. Mais Jhonatan impossível, né?

Aí tinha uma área grande onde tinha uma árvorezinha e umas plantas, a árvore ele disse que era pé de jabuticaba. Eu vi meu sonho ali, pena que não tava na época e não tinha uma mísera frutinha.

-Isso aqui é lindo, eu tô feliz demais por você, de verdade.-Ele encostou na grade do terraço e sorriu pra mim.

-Chega aí.

-Deus me livre, minha labirintite ataca se eu olhar pra essa altura.

-Cê nem tem labirintite, Vitória.-Ele olhou pra minha cara e eu ri e neguei com a cabeça.

-Mesmo assim, vou não.

-Vem logo, para de ser medrosa. Eu tô aqui, fia. Vai acontecer nada não.-Fiquei olhando pra ele que tava me encarando e fui chegando perto devagar. Fiquei só olhando pros prédios que tavam longe, nem me arrisquei a olhar pra baixo.

-Aqui é altão, em?

-É o penúltimo andar, o de cima é a cobertura.-Olhei pra cima mas só dava pra ver a sacada.

-Caraca... Quanto você pagou nisso aqui?

-Quatrocentos e secenta.-Arregalei meu olho e ele riu.-Fiz a mesma cara.

-Jesus Cristo! Ô Jhonatan, cê não tem medo não? De passar a cobertura pro meu nome e eu não te devolver nunca mais.-Ergui minha sombrancelha, tentando fazer uma cara de perigosa, e ele riu alto, chega gargalhou. Não entendi a graça.

-Cagona do jeito que você é, Vitória? Ate parece.-Dei um tapa no braço dele e ele riu e segurou no meu pulso, me puxando mais pra ele e passando o braço no meu ombro.

-Oxe, filho. Bota fé em mim não, pra você ver.-Ele continuou rindo e eu acabei rindo junto com ele.-Seu besta!

-Vou depositar uma meta na sua conta ainda essa semana, aí cê vai lá comprar os bagulho.

-Ta bom, cê quer alguma cor específica pra decoração?-Perguntei já rezando pelo não, eu só sei que a cozinha eu ia meter um vermelho e preto mesmo se ele não gostasse.

-Eu não, só não quero rosa e nem branco, e nem laranja.-Concordei com a cabeça e fui pra frente dele, ele me soltou e eu peguei o braço dele e passei em volta de mim de novo. Ele riu fraco e levantou o outro braço, me abraçando por trás certinho.-Cê se amarra em um grude, né, garota?

-Huhum...-Concordei com a cabeça e sorri, mesmo que ele não pudesse ver por eu estar de costas. A gente ficou em silêncio um tempinho, só olhando a vista enquanto ele me abraçava.-...A gente sempre foi assim?

-Assim como?

-Grudados.

-Quase sempre. Quando você nasceu eu ficava bobo com você, mas tava novão ainda, eu mal parava em casa e também seus pais já tinham ido morar sozinhos, aí eu não tive tanto contato com você. Quando você tinha uns quatro anos a gente já se dava bemzão, mas aí foi a minha primeira cana. Quando eu voltei cê já tinha seis, sete... Já nem lembrava direito de mim, eu me aproximei de novo de você, aí a gente não se largou mais.-Ele terminou de falar e eu sorri.

-Engraçado que eu fui crescendo e nada mudou, né? A gente continuou apegados.

-Com o tempo foi ficando até mais forte, bagulho loucão. Tempo foi passando e a gente foi se prendendo.

-Até demais...-Falei baixo e soltei um suspiro, ele me apertou mais no abraço e eu senti a cabeça dele encostando na minha.

-Por que "até demais"?

-Ah, sei lá... É que a gente criou uma relação que até confunde.

-Confunde quem?

-As pessoas... Todo mundo.

-Como assim?

-Não sei, Jhonatan. Quem vê nós dois assim, pensa que a gente tem até alguma coisa.-Virei de frente pra ele e ele me soltou.

-A gente sabe que não existe mais do que amizade aqui, e nem tem como. Tem nem nexo isso.-Ele negou com a cabeça e eu mordi a boca .

-É tão absurdo assim?-Abaixei um pouco a cabeça e olhei novamente pra ele, que tava me olhando com uma cara indecifrável.

-Cê tá falando do que, Vitória? É claro que é absurdo, cê é uma sobrinha pra mim.

-Eu não-Respirei fundo e desviei o olhar do dele.-Eu não sou sua sobrinha!

-Que isso agora, em? Cê me vê de outra forma, Ayuli?

-Não é que eu te vejo de outra forma, só que eu te vejo como um melhor amigo, mas tio não. Eu só não acho que tinha que existir todo esse tabu entre a gente, porque você não é meu tio.

-Não faz isso.-Ele negou com a cabeça e passou a mão no rosto, virando de lado.

-Não teria tanto problema se acontecesse alguma coisa entre nós dois. Só tô te explicando, não tô falando que vai acontecer, Jhonatan. Não precisa ficar todo nervoso aí.

-Eu não tô nervoso, só tô sem saber o que dizer... Caralho, Ayuli! Eu nem me ligava que você tinha esses pensamentos comigo. Isso aí tá fora de cogitação.-A vergonha bateu com tudo... Vergonha, decepção, realidade...

-Não precisa achar que eu sou apaixonada em você também, não é isso. Só que eu te vejo como qualquer outro homem.-Tentei fazer ele entender meu lado e desviei o olhar de novo. Tava no auge do constrangimento, da humilhação ali. Eu devia ter ficado com a boca bem fechada, se arrependimento matasse eu tava morta agora.

-Mas você não pode me ver assim, Ayuli. Não tem chance de acontecer nada entre a gente, cê é minha menininha, pô.-Ele virou de costas, andando pra longe de mim e colocou as duas mãos na cabeça.-Caralho, eu não acredito que a gente tá tendo essa conversa.

-Então fica tranquilo que a conversa acabou de acabar, vamos.-Saí andando pra dentro de casa só tentando controlar o choro de decepção e vergonha. Eu já sabia que a reação dele não seria boa se algum dia ele soubesse, só não esperava que eu fosse me sentir tão humilhada.

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