A sensação de ter Thomas apenas de toalha tão perto de mim me fazia desacreditar da minha capacidade de controlar meu próprio corpo.
O mesmo segurava um de meus braços com uma mão, enquanto a outra mão apertava a minha cintura contra seu corpo.
Eu não sabia o porquê dele ainda estar me segurando, era óbvio que eu não sairia dali. Mas eu não reclamei.
Thomas me olhava nos olhos de uma forma que eu não sabia decifrar o que ele passava. Eu estava orando para que algo acontecesse e nos separasse. Eu conhecia meus limites, se Thomas tentasse algo eu não conseguiria evitar, e me sentiria culpada para sempre por ter traído Jonny.
- Thomas? - Alguém bateu a porta chamando por ele. - Thomas? Você está ai? - Era voz da inspetora e ela batia na porta com insistência.
Thomas me soltou rapidamente e me mandou entrar no banheiro apontando para lá. Entendi seu recado e corri para o banheiro dele que era bem maior do que o do meu quarto.
Outra injustiça.
Fechei a porta do banheiro e me encostei nela sentindo o cheiro forte de sabonete que eu também havia sentido quando Thomas havia me " agarrado ".
Ouvi a voz de Thomas explicando algo para a inspetora e logo tudo ficou silencioso. Demorou algum tempinho, mas logo Thomas abriu a porta do banheiro já vestindo sua calça do uniforme, porém ainda estava sem camisa. Qual o problema dele?
Thomas me encarou com um sorriso.
- Que foi? - Olhei pra ele.
- Não pensei que te teria no meu quarto tão cedo. - Ele sorriu maroto, coisa que me fez corar totalmente.
- Não me olha com essa cara. - Saí de seu banheiro passando por ele e indo em direção a porta.
- Aonde vai? - Thomas perguntou.
- Sair daqui. - Falei o óbvio e ele negou com a cabeça vindo até mim e puxando meu braço novamente. - O que ta fazendo?
- Deixa eu ver primeiro se a inspetora já foi. - Thomas me afastou de mim e foi até a porta, a abrindo e olhando para o corredor. Notei que ele abriu um sorriso quando olhou pra lá. - Ok, pode ir agora. - O mesmo pegou em minha mão e me levou para fora de seu quarto.
Assim que saí de lá, vi Erick sentado no chão do corredor com um livro em mãos, encostado na parede.
- Lua? - O mesmo perguntou assim que me viu e inclinou sua cabeça pra frente vendo Thomas sem camisa.
Fiquei totalmente surpresa quando Thomas sorriu debochado para Erick.
- Volte quando quiser. - Thomas puxou minha mão que ele ainda segurava e me deu um beijo na bochecha.
Em seguida o mesmo sorriu e fechou a porta de seu quarto me deixando completamente confusa.
Eu fiquei parada por um tempo tentando prossessar o que havia acontecido. Era óbvio que Thomas tinha feito aquilo para provocar Erick. Mas eu não disse nada porque, pra variar, fiquei meio abobada quando Thomas beijou meu rosto.
Me repreendi no momento em que desejei que ele tivesse errado a mira.
- Eu não vou contar, mas poderia ser outra pessoa aqui. - A voz de Erick me fez voltar a terra e eu o olhei.
- O que?
- Não sabia que vocês já estavam assim. - O mesmo se levantou fechando seu livro.
- O que?? Não é nada disso do que ta pensando! - Cruzei meus braços.
- Não tem que me explicar nada. - Ele sorriu cruzando os braços. - A sua cara de espanto mostrou que não rolou nada.
- E por que ta me olhando com essa cara então? - Soltei meus braços e o mesmo sorriu novamente.
- Não é nada. - Erick veio na minha direção e me abraçou de lado. - Vamos sair daqui antes que a inspetora apareça de novo. - O mesmo começou a andar me puxando para sair de lá com ele.
- O que deu em você? - Olhei para ele enquanto andávamos em direção ao refeitório.
- Ta falando de que?
- Ta todo sorridente. - Dei de ombros. Era impossível não perceber os olhares de um monte de meninas em cima de nós dois. Erick era, de fato, muito bonito. Obviamente era muito cobiçado pelas meninas do Colégio, andar abraçada a ele só me renderam olhares tortos.
- Eu to de bom humor ué. - Ele sorriu novamente.
Eu e ele entramos no refeitório atraindo a atenção de mais gente. Logo avistamos Amy e Dana sentadas a uma mesa e fomos até elas.
- Vocês dois juntos? - Dana perguntou. - E a Lua ainda não te matou?
- Tinham muitas testemunhas. - Me sentei na cadeira ao lado de Amy e Erick ao lado de Dana.
- Acho que temos que focar em assassinar uma pessoa só de cada vez. E a primeira é a Brooke. - Amy falou nos fazendo rir. - Eu faço todo o trabalho e vocês escondem o corpo, ok?
- Você é louca. - Dana falou rindo.
- Espera um minuto, da onde vocês dois estão vindo? - Amy olhou para mim e para Erick. Eu ia responder, mas Erick falou primeiro.
- Bem, EU venho do meu quarto, a bonitinha aí vem do quarto do Thomas. - Erick sorriu debochado para mim e bebeu um pouco do suco que pertencia a Dana.
- O QUE?? - Dana e Amy gritaram ao mesmo tempo atraindo a atenção de geral.
- Parem de gritar, suas retardadas. - Olhei pra elas. - E você tinha que contar né, seu palhaço! - Erick sorriu novamente.
- Nos conte isso agora, dona Lua! - Amy se virou pra mim. - Como assim você estava no quarto do Thomas??
- Quer um microfone pra você anunciar pra todo mundo? - Perguntei num tom irônico e a mesma me deu um tapa no braço rindo.
- Conta, conta, conta! - Dana sorriu animada e assim que eu ia começar a falar, Thomas entrou no refeitório tirando todo o meu foco da conversa.
Ele caminhou lentamente com as mãos no bolso da calça como sempre. Olhar para ele só me lembrou do que havia acontecido a uns minutos atrás.
Eu acho que encarei tanto ele que o mesmo percebeu e olhou pra mim.
Eu congelei no momento em que nossos olhos se encontraram e esqueci completamente o que estava fazendo.
Me lembrei quando Erick se inclinou pro lado entrando na frente do Thomas, assim me fazendo olha-lo.
- Terra chama Lua. - O mesmo sorriu acenando pra mim.
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Continua...
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