02_ ISSO É UMA PRISÃO?

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Ok, meu pai ta me olhando sem entender, a diretora me encarando da mesma forma e o bonitinho na minha frente queria rir mas não podia.

- Digo... o meu quarto! Eu não teria interesse algum no quarto dele. - Cruzei meus braços suando frio.

Se eu não chegar passando alguma vergonha, eu não cheguei direito.

- Bem... - A diretora falou em seguida para quebrar o clima estranho que havia se formado. - Pode mostra-la o quarto DELA? - Ela perguntou olhando para Thomas que assentiu com as mãos juntas na frente do corpo.

- Claro mãe. - Ele sorriu e logo caminhou até minhas malas, pegando as duas e depois saindo da sala.

Me despedi do meu pai e logo o segui puxando de sua mão uma das malas.

- Não precisa levar as duas. - Falei olhando para o chão. Eu ainda estava meio envergonhada com o acontecido a uns minutos atrás.

- Tudo bem. - Ele assentiu e em seguida entramos num largo corredor bege com várias portas.

Estava um silêncio imenso e constrangedor naquele corredor. Eu não diria nada. Já disse demais hoje. Sempre que eu abro a boca sai alguma merda.

- Você não parece feliz. - Thomas quebrou o silêncio de repente.

- Oi? - O olhei.

- Não parece feliz de estar aqui. - Ele respondeu ainda olhando para frente. Thomas andava muito rápido, eu estava quase correndo para acompanha-lo. - Deixa eu adivinhar, veio obrigada pelos pais?

- Por aí. - Suspirei olhando para o chão, até que do nada ele parou, coisa que quase me fez trombar nele.

- Seu quarto é esse. - Ele apontou para uma porta bem ao nosso lado que tinha um pequeno papel em branco escrito:

Brooke
Dana
Lua

- Não era mais fácil terem mandado eu procurar a porta com meu nome? Não tinha necessidade de você vir.

- Não gostou da minha presença? - Thomas cruzou seus braços e abriu um sorriso de canto de boca que me fez perder as palavras por um tempo.

- Eu não disse isso. - Olhei para a porta para tentar evitar encara-lo.

- Então gostou? - Ele inclinou seu corpo para o lado me fazendo olha-lo novamente.

- Eu também não disse isso. - O encarei tentando parecer o mais normal possível.

O que tava havendo ali? O cara conseguia me deixar sem graça e sem palavras apenas com um olhar! Eu devo ta com fome.

- Thomas? - Uma garota de cabelos bem pretos e óculos de grau apareceu atrás de mim e nos olhou. - O que ta acontecendo?

- Ah.. essa é a Lua. Sua nova colega de quarto. - Thomas respondeu à garota, porém ele não sorriu nem nada. Foi totalmente seco e ríspido. Eu não entendi o porquê dessa mudança brusca de semblantes assim do nada.

- Sério? - A menina sorriu pra mim. - Então vamos entrar. Te ajudo a se instalar. - A garota entrou entre nós dois e abriu a porta do quarto que iluminou meus olhos. Aquele corredor que estávamos era um pouco escuro demais.

Antes de entrar, eu olhei novamente para Thomas, mas ele saiu sem olhar pra mim.

Euem, garoto estranho.

Ignorei aquilo e entrei no que seria o meu quarto daqui pra frente. Um local simples, com três camas de solteiro, algumas cômodas e uma mesa de cabeceira para cada cama.

No Colégio InternoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora