*Dylan narrando*
Minha vida acaba de mudar completamente. Eu antes que nem pensava em ter filhos, tenho que admitir que essa sensação de você segura-los no colo pela primeira vez e ver que aquele ser precisa de você, é incrível, me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Eu não poderia ter uma família melhor que essa.
Hoje infelizmente eu volto para a "minha" outra casa, não vejo a hora de voltar de vez, ainda mais agora que Emily precisa mais ainda de mim.
Hoje de manhã elas receberam alta do hospital, coloquei a roupinha de âncora em Rose, e ficou a coisinha mais linda desse mundo.
As deixei em casa e fui no cartório registrar Rose. Quando voltei para casa, ajudei a mãe da Emily no almoço, já que ela não quis que eu fizesse. Depois que almoçamos parece que combinou todo mundo de vir aqui, a casa ficou cheia, até os pais do Nick vieram.
Hoje foi a primeira vez que Angel viu Rose, de começo ela ficou olhando séria para Anne enquanto a mesma estava com Rose no colo, mas em seguida ficou querendo chegar perto. Ela passou a mão de leve na cabeça de Rose e começou a ri.
- Aposto que ela está pensando que é uma boneca. - Anne diz rindo. - É sua prima, meu amor. Você gostou dela? - diz se referindo a Angel.
- Se ela te responder eu juro que eu saio correndo. - Mike diz e eu rio.
- Vai se fo... ferrar, vai se ferrar. - rimos.
- Já vai ensinar essas palavras feias para as minhas afilhadas, que decepção. - Mike diz.
- Não adiantou de nada esse negócio de escolher padrinho e madrinha. - digo rindo. - Todo mundo se autointitula alguma coisa.
- Verdade, mas só eu sou madrinha da Rose, não aceito outra. - Anne diz e Amy lhe encara.
- Só não discordo porque você vai me tacar uma pedra. - Amy diz e eu gargalho.
- Não duvido que ela faça isso mesmo não, essa mulher é descontrolada. - Emily diz.
- Você fala isso porque não conviveu com ela sob o mesmo teto quando os dois estavam brigados. - James diz se referindo a Anne e Nick.
- E nem precisa conviver para saber como ela é. - digo.
- Ah pronto, virou um complô.
- Filho, ela não te bate não né? - a mãe do Nick pergunta e todo mundo gargalha.
- Deve faltar pouco. - Mike diz rindo.
- Eu estou mais calma agora para a informação de vocês. - no exato momento que ela acaba de falar, todos gargalham. - Eu odeio todos vocês, vou ir embora.
- Nós te amamos, mesmo você sendo doidinha assim. - meu pai diz rindo.
- Fale por você, eu não a amo não, apenas aturo. - digo e ela revira os olhos.
- Eu ficaria triste se eu me importasse com você. - rio.
Ficamos jogando conversa fora enquanto Rose passava de mão em mão. Quando deu 16:00hrs fui me arrumar para ir pro aeroporto. Ainda tive que arrumar minha mala às pressas, pois não tive tempo de nada esse fim de semana. Termino em menos de 10 minutos, provavelmente esquecerei de alguma coisa, porém tenho um voo para pegar.
- Oi. - ouço a voz da Emily ecoando pelo quarto. - Já está pronto?
- Sim, só falta eu colocar o sapato. Deixou o pessoal sozinho lá embaixo por quê?
- Subi para dar mamar para Rose e aproveitei para vir falar com você logo. - lhe olho e vejo Rose em seu colo.
- Posso segura-la?
- Claro. - diz sorrindo. - Não precisa nem pedir.
Seguro Rose em meus braços e fico lhe observando.
- Nós fizemos um ótimo trabalho né? - desvio meu olhar para Emily e sorrio. Ela sorri de volta.
- Sim, melhor impossível.
- Eu estou indo com uma vontade enorme de ficar, você não tem noção.
- Minha vontade também é de que você fique, mas vamos pensar pelo lado bom, semana que vem você já vai estar de férias, vai ficar esse tempinho aqui.
- E depois vou ter que voltar de novo.
- E nós continuaremos aqui esperando você voltar. - sorrio. - Você fica tentando fazer com que eu pare de pensar nisso, mas você mesmo não para.
- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. - rimos.
- Ridículo.
- Semana que vem o papai vai estar de volta, tá bom, meu amor? Eu quero que você tenha tudo do melhor e eu vou fazer com que isso aconteça. - digo olhando para Rose que já está começando a acordar. - Eu te amo muito, pequena. - deposito um beijo em sua testa. - Também te amo muito. - digo me referindo a Emily.
- Também te amo muito, linduxo. - sorrimos e lhe dou um selinho.
- Agora vai com a mamãe porque você já está começando a ficar inquieta, daqui a pouco vai começar a chorar. - Emily ri. - Fala pra ela que você está com fome.
- Vou lá enquanto ela não chora. Você já está indo?
- Vou só pegar as minhas coisas. Você viu o meu carregador?
- Não, se não achar por aí, vê se está no sofá. - afirmo com a cabeça.
Ela vai para o quarto da Rose e eu fico procurando o meu carregador. Abri a mala de novo para ver se eu já tinha guardado e ele estava lá. Sinto que estou ficando louco. Pego tudo o que tenho que levar e passo no quarto da Rose.
- Agora eu estou indo. - digo.
- Vai com Deus, se cuida e quando chegar me avisa. - afirmo com a cabeça.
- Se cuida e cuida dessa nenis. Amo vocês.
- Também te amamos. - lhe beijo e ela retribui.
- Até semana que vem. - digo assim que cessamos o beijo.
- Até. - ela sorri.
Deposito um beijo no topo da cabeça de Rose e saio do quarto. Desço, me despeço de todos e entro no carro do Nick. Ele me deixou no aeroporto e se despediu de mim.
*Emily narrado*
Quando terminei de dar mamar para Rose, aproveitei que ela estava acordada e desci.
- Aqui mãe, ela está acordada. - digo e lhe entrego Rose.
- Olha Richard, ela puxou meus olhos. - minha mãe diz empolgada. - Que coisa mais linda da vovó. - diz fazendo aquela voz que usamos para falar com bebês e eu fico rindo.
- É, Emily, você definitivamente só serviu de moradia para Rose durante esse tempo, porque ela puxou todo mundo, menos você, se bobear parece mais comigo do que com você. - Mike diz rindo.
- Cala a boca, ela é a minha cara. - digo e aí mesmo que ele ri, não aguento e rio junto. - Não tenho o que fazer né, o negócio é aceitar.
Ficamos jogando conversa fora até umas 19:00hrs, depois disso o pessoal foi embora, dei banho em Rose e mamar novamente, em seguida deixei ela com meu pai e aproveitei para tomar um banho. Tenho que admitir que já estou exausta, ainda mais que estou acostumada a repor o sono quando acontece de eu perder, mas agora vai ser bem difícil eu fazer isso, quase impossível.
- Ela dormiu? - pergunto assim que saio do banheiro.
- Está quase. - meu pai diz.
- Cadê minha mãe?
- Foi fazer algo para comermos. Sabe... agora eu fico me lembrando de quando você nasceu. - ele diz enquanto olha para Rose e eu sorrio. - Eu estava tão feliz, que nem posso descrever em palavras, eu só pedia para que você ficasse daquele tamanho para sempre, pois eu pensava que não saberia lidar quando você não precisasse mais de mim para nada. - me sento ao seu lado. - E eu realmente não lidei muito bem, não te apoiei quando era pra ter apoiado, sei lá, uma parte de mim ainda achava que você era aquele ser que eu segurava em meus braços e se sentia protegida comigo. Mas agora a minha ficha caiu de vez de que você cresceu, e eu sou tão orgulhoso de você. - sorrio com os olhos marejados. - Me perdoe pelos meus erros, eu só estava tentando te proteger.
- Tudo bem, pai, todos nós erramos, inclusive os pais. Tudo aconteceu conforme tinha que acontecer, eu te amo e nada mais importa. - ele sorri e deposita um beijo na minha testa.
- Eu também te amo.
- Agora chegou a minha vez de errar mais um pouco. - digo olhando para Rose.
- Tenho certeza que você se sairá uma ótima mãe.
- Ah para, você só fala isso porque eu sou sua filha, e sua função é falar coisas positivas para mim. - rimos.
- Pode ser que seja isso, mas eu realmente acho que você será uma ótima mãe.
- Tomara que você esteja certo. - meu celular começa a tocar.
- Oi amor, esqueci de avisar que eu cheguei, mas eu cheguei. - Dylan diz assim que atendo o telefone.
- Ah, você é perfeito. - digo sendo irônica.
- Obrigado, eu já sabia disso. - rimos.
- Eu vou colocá-la no berço. - meu pai diz sussurrando enquanto ia em direção para a porta do quarto, e eu apenas afirmo com a cabeça.
- Você já jantou? - ele pergunta.
- Ainda não, minha mãe está fazendo. E você?
- Acabei de comer, e agora tenho que terminar de preparar a prova de amanhã.
- E está aqui enrolando falando comigo, que feio, você era mais pontual. - digo rindo.
- Se eu pudesse estaria aí com vocês, não aqui. - ele suspira.
- Amor, já conversamos sobre isso, não fica assim, por favor. Não gosto de te ver cabisbaixo.
- Mas você não está me vendo. - reviro os olhos.
- Você me entendeu, para de se fazer de maluco. - ele ri. - Eu estou falando sério, me promete que você vai tentar para de ficar se remoendo por isso.
- Tá, eu prometo.
- Obrigada. Semana que vem você volta né?
- 99% de certeza que sim.
- Ebaa. - digo animada. - Espero que a semana passe rápido.
- Esperamos.
- Emily, a comida está pronta. - minha mãe aparece na porta do quarto e eu assinto com a cabeça.
- Vou comer, amor.
- Vai lá, vou aproveitar para terminar as coisas aqui.
- Beijos, te amo.
- Também te amo, beijos. - encerramos a ligação.
Conversamos enquanto jatávamos, me senti no passado, quando eu morava com eles, sempre comíamos juntos e colocávamos o assunto em dia.
- Você já tomou seu remédio, Richard? - minha mãe pergunta.
- Remédio de quê? - pergunto.
- De pressão, ele é muito teimoso, teima que não vai tomar.
- Tem que tomar, pai, tem que cuidar da sua saúde. - ele bufa.
- Ele pensa que tem 15 anos ainda. - minha mãe diz e eu rio.
- Eu vou tomar, ok? - ele diz.
- Acho bom mesmo. - digo.
Depois que jantamos, escovei meu dente e aproveitei que Rose já estava dormindo para ir dormir também.