heyoon's pov
francamente! eu não consegui dormir pensando no almoço de hoje; eu já troquei de roupa umas quarenta vezes, a diarra não me aguenta mais perguntando se está bom; eu estou muito nervosa.
a presença da sofya me conforta, já que eu sei que ela gosta de mim, mas continuo bem nervosa.
heyoon's pov
o uber para no prédio do restaurante, e minhas mãos suam, enquanto eu disco o andar que devo ir no elevador, minhas pernas tremem, respiro fundo, arrumo a postura, coloco um sorriso no rosto, retoco o batom, estou pronta! ou não.
me aproximo da mesa que eles estavam, e todos sorriem quando me olham, >todos< TODOS!
- bom dia, perdão pelo atraso, culpem o motorista do uber! - falo ironizando e eles riem, cumprimento todos com beijos na bochecha, e dou um selinho delicado nela.
- bom dia, srta. jeong - o sr. Deinert fala e eu sinto meu corpo congelar - quais as suas intenções com a minha filha? - ele fala sério e a sofya começa a rir, me deixando confusa
- pai, para de brincar com isso, porque ela acredita! - sofya completa e eu respiro aliviada quando entendi que ele estava brincando.
- você é linda! eu acho a beleza asiática extremamente exótica, os seus traços são lindos! - a mãe da sina me elogia, e eu agradeço.
- mas e então, você veio com quantos anos para Los Angeles? - ele me pergunta
- bem eu vim pra ca aos 18, e tenho 23 atualmente, então faz um tempinho já, eu amo esse lugar! - falo sorrindo
- seus pais - meu coração acelera - como eles lidaram com isso? - sinto uma vontade repentina de chorar
- então... - falo com um olhar triste, segurando as lágrimas, e sina segura minha mão que estava sobre a mesa - eu esperei a vida toda pela independência, eu amo a minha cultura, eu tenho orgulho de dizer que sou coreana, mas as coisas para mim, não foram tão fáceis - sinto minha voz afinando, e uma lagrima desce em meu rosto - eu sinto muito por estar me emocionando, é muito intenso pra mim
- não precisa falar disso se não quiser, nós entendemos - o sr. Deinert completa e eu nego, falando que tudo bem.
- o meu pai é um homem amargo, desde pequena, eu nunca senti seu abraço, nunca ouvi ele dizer que me amava, ele nunca acreditou em mim, como pessoa, como mulher, como filha. - mais lágrimas, sina aperta a minha mão - eu decidi que queria sair dali, quando me vi sozinha, me vi perdida, e eu saí, assim que eu fiz 18, eu peguei todo o dinheiro e confiança que eu havia arrecadado ao longo dos anos, e me mudei para a América - a sofya me olha sorrindo, e seus pais fazem o mesmo
- eu me formei em fotografia, fiz amigos, continuo dançando, e eu consegui amar alguém verdadeiramente - olho com carinho para a sina - tudo aquilo que o meu pai disse que eu não conseguiria.
- é realmente emocionante a sua história, heyoon. que bom que você conseguiu, fico feliz de termos alguém assim, por perto - o pai dela fala e meu coração grita de alegria
- e desde então, eu só tenho notícias deles, no meu aniversário, que eu ouço a voz da minha mãe e da minha irmã, eu passo o Natal sozinha, a páscoa sozinha, o dia de Ação de Graças sozinha, e esses são os dias do ano que mais me doem; mas eu posso afirmar que eu sou bem mais feliz aqui.
- a partir de agora, todos esses feriados, você passará com a gente! - a sra. Deinert fala com lágrimas nos olhos - você não precisa passar por nada sozinha - nesse momento todos na mesa estão marejados, o sr. Deinert levanta, deixando todas nós confusas, e abre os braços em minha direção, chamando por um abraço; eu começo a chorar mais e mais, e te abraço.
ali eu revivi, eu me senti acolhida, amada. foi intenso, rápido, ele me segurava como se quisesse me proteger de tudo.
- talvez seja estranho no começo, mas eu prometo, que vou fazer de tudo pra te acolher, como um membro da família, seja bem-vinda aos Deinert's heyoon! - ele fala e eu desabo
- vocês são incríveis! obrigada por esse momento, por esse almoço! - falo ainda em prantos, e sina se aproxima me abraçando por trás e beijando a minha cabeça com carinho.