- Adivinha? O maluco do seu assaltante me trouxe para cá a força e contra a minha vontade - Macarena disse forçando uma risada.
- O quê? - O Professor perguntou. - Que assaltante?
- Não se faça de idiota, Sérgio. Você sabe que o único assaltante que faria uma coisa dessas é o Palermo.
- Bom, agora o nosso plano de ter você como agente dupla foi por água abaixo.
- Por quê? - Macarena perguntou quase gritando.
- Não tem como você sair - o Professor respondeu bastante calmo para a situação.
- Ué, do mesmo jeito que eu entrei, pela porta.
- Não, você não entendeu. Na cabeça da polícia pegamos você para atingirmos eles, não faz sentido te devolvermos - o Professor explicou.
- Então quer dizer que eu perdi a minha única função no plano? E o que eu faço aqui dentro?
- Pega um dos celulares, finge que conseguiu pegar escondido e continue conversando com a polícia como se estivesse lá fora junto com eles. Depois reúna todos os assaltantes e reféns e se apresente como Macarena - o Professor falou com tanta certeza do que estava fazendo que não dava para saber se aquilo era um improviso ou não.
- Certo. Fala eu mandei um beijo para o Marsella - Macarena disse.
- Para o Marsella? - o Professor perguntou confuso.
- O quê? Ele foi super legal - Macarena disse dando de ombros mesmo que ele não pudesse ver.
- E-eu não vou falar nada para o Marsella - o Professor disse gaguejando.
- Mas eu vou - Nagasaki respondeu ao lado do Professor.
- Não! - o Professor gritou para Nagasaki.
- Obrigada, Nagasaki - Macarena disse e desligou.
No esconderijo do Professor...
- Não se atreva Sier... - o Professor começou a dizer, mas foi interrompido pela Nagazaki.
- Macarena mandou um beijo para você! - Nagazaki gritou antes mesmo do Professor ter chance de interrompê-la.
- Sierra! - o Professor grita e Marsella deu um leve sorriso meio envergonhado.
- Tá namorando! Tá namorando! - Nagazaki falou batendo palmas.
- Ao invés de você ficar rindo de mim, você deveria dar um nome para a sua filha - Marsella disse ainda sorrindo.
- Eu não sabia nem o sexo, você acha que eu tinha um nome em mente? - Nagasaki respondeu.
- Que tipo de mãe você é? - Marsella perguntou entregando a menina para Nagasaki. - Coloca um nome de cidade.
Sierra analisou a menina por alguns segundos até falar.
- Victoria. Ela vai se chamar Victoria, nós vamos vencer isso juntas.
Flashback on:
Macarena chegou na casa de Berlin junto com Palermo, ele estava com a Tatiana e o Professor. Ela correu direto para abraçá-lo.
- Pai! - Macarena disse abraçando Berlin. - Desculpa por não ter vindo para o casamento, realmente não deu para mim.
- Tudo bem, minha Doce Maria. E como a minha princesinha está? - Berlin a soltou e segurou a mão dela.
- Eu estou ótima - Macarena disse sorrindo. - Senti sua falta.
- Eu também senti a sua - Berlin respondeu também sorrindo.
- Parabéns, Tatiana! - Macarena soltou a mão de Berlin e abraçou Tatiana. - Espero que vocês sejam muito felizes juntos.
- Obrigada, é muito bom saber que temos o seu apoio - Tatiana disse e Macarena agarrou o braço de Palermo.
- Dulce, não vai cumprimentar seu tio? - Berlin perguntou se referindo ao Professor.
- Ah, oi Sérgio - Macarena disse forçando um sorriso e sem se mover do lugar onde estava.
- Dulce, não é assim que se cumprimenta seu tio - Berlin falou.
- Tudo bem, eu já estou acostumado - o Professor disse dando de ombros.
- Viu? Até ele já se acostumou - Macarena disse ainda agarrada no braço do Palermo.
- Vejo que continua com o hábito de pintar o cabelo - Rafael disse chegando no recinto. - O roxo ficou muito bom em você.
- O que ele está fazendo aqui? - Macarena perguntou com raiva na voz e apertando um pouco o braço do Palermo o fazendo puxar levemente o braço.
- Dulce, ele é seu irmão! - Berlin disse sério, mas sem alterar a voz.
- Por que você não me disse que ele estava aqui? - Macarena perguntou olhando para o Palermo.
- Porque eu também não sabia! - Palermo respondeu em tom alterado.
- Saiba que sua companhia também não é das mais agradáveis para mim, Dulce Maria - Rafael falou calmamente, mas com um leve ar de deboche.
- E eu achando que não podia piorar. O que é isso? - Macarena disse alterada e Palermo segurou o braço dela para evitar uma briga. - Vocês resolveram colocar todo mundo que eu odeio junto comigo para ver quem sai vivo?
- Se acalma, Dulce - Palermo falou perto de abaixando um pouco para falar no ouvido de Macarena. - Ele também é filho do Andrés, tem todo direito de vir aqui.
- Eu me recuso a ficar no mesmo lugar que ele - Macarena disse num tom de ordem. - Se ele não for embora, eu vou.
Flashback off
Todos estavam no salão principal do banco, os reféns juntos em pé de frente para os assaltantes.
- Essa é a nova integrante do grupo - Tókio disse para os reféns. - Por favor, apresente-se, senhorita.
- Eu não posso falar meu nome verdadeiro e vocês sabem bem o porquê, mas podem me chamar de Macarena. Eu fui contratada pela polícia, mas mudei de lado e acabei vindo parar aqui, e já que estou aqui, pretendo fazer meu trabalho direito.
- Por mais que ela tenha essa carinha fofa - Denver começou a falar -, ela é uma das pessoas que mandam nessa porra, então nem pensem em desrespeitá-la ou afrontá-la. Entendido?
- Sim! - Todos os reféns responderam juntos.
- Bom, era só isso, podem voltar para suas funções e os reféns podem se sentarem - Macarena disse e o salão deixou de parecer uma base militar para se tornar um monte de adolescentes na saída do colégio.
- Você pretende voltar a falar com o Palermo? - Helsinki perguntou para Macarena que estava no primeiro degrau da escada.
- Talvez - Macarena respondeu. - Bom, é meio impossível seguir o plano sem trocar uma palavra sequer com ele.
- Ele claramente não está bem. Se ele não fosse tão orgulhoso, eu diria que ele te pediria desculpas.
- Aí é que está, se ele realmente estivesse mal, ao menos viria me pedir desculpas. Mas como ele é orgulhoso e egocêntrico demais para fazer isso.
Ela continuou subindo as escadas e Denver acabou acompanhando ela no corredor.
- Adorei sua apresentação - Denver disse esticando a mão para cumprimentá-la. - Eu sou o Denver.
- Macarena - Macarena disse apertando a mão dele.
- Eu sei. Tipo "Dale a tu cuerpo alegria Macarena".
- Não, tipo "La Macarena" um município na Colômbia - ela disse sorrindo.
- Já ia esquecendo - Denver soltou a mão de Macarena, tirou um celular do bolso e entregou a ela. - Para você ligar para a polícia.
Quando ele entregou o celular, as suas mãos de encostaram e seus olhares se cruzaram.
- Obrigada - Macarena disse e Denver saiu.
Macarena ligou para a polícia e teve um retorno imediatamente.
- Coronel Tamayo? - Macarena disse baixo ao telefone.
- Monteiro? - Tamayo perguntou do outro lado.
- Sim, sou eu - ela continuou em voz baixa. - Eu consegui pegar um celular escondido, mas não posso falar muito... Pedi para vir ao banheiro.
- Como você está? - Tamayo perguntou.
- Estou bem, não se preocupem. E o governador?
- Chega daqui a pouco.
- Eu vou ter que desligar, já estão reclamado da minha demora. Manterei o contato - Macarena desligou o celular e quando virou-se quase trombou em Palermo.
- Você ficou linda de macacão - Palermo disse olhando Macarena.
- Obrigada - Macarena disse e ia embora, mas Palermo segurou o seu braço.
- Você sabe que eu sempre fui péssimo com isso, não é? - Ele soltou o braço dela e segurou o seu rosto.
- Eu sei - ela disse deitando na sua mão, segurando o braço dele fazendo um leve carinho e o olhando nos olhos.
- Você me perdoa?
- Eu fiquei com medo de você ter mudado tanto ao ponto de não ser o mesmo Martín de antes, o meu Martín - ela disse ainda fazendo carinho em seu braço.
- Eu sempre vou ser o seu Martín - ele disse e a puxou pela cintura e a abraçou. Depois de alguns segundos ele segurou o rosto dela com as duas mãos e beijou sua testa. - Eu vou descer, tá bom?
Macarena concorda com a cabeça e eles vão para lados opostos. Quando ela entrou no outro corredor, ela ouviu um disparo e voltou correndo.
- Martín!