ғʀɪᴇɴᴅs; jjk

By Anneszx

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"Haven't I made it obvious?" Já não deixei óbvio? "Haven't I made it clear? Já não deixei claro? "Want me to... More

× Avisos ×
Prólogo
Sextas feiras
Dia-a-dia

Sweet Night

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By Anneszx

Sweet Night

Dias depois
Jeon Jungkook


Acordei demasiadamente cedo para um sábado. Não sabia bem o porquê, mas estava energético demais para continuar dormindo.

Levantei da cama e abri as cortinas da janela, sentindo a brisa geladinha da manhã acariciar meu rosto como um "bom dia" e sorri. Não estava frio, um pouco gelado, mas não frio. O sol estava brilhante demais para essa hora da manhã, fazendo a claridade incomodar um pouco meus olhos. Olhei o redor do meu quarto, que parecia mais um chiqueiro do que propriamente um quarto, enquanto me alongava.

Dei de ombros e fui em direção ao banheiro, depois limparia aquela bagunça.
Tomei um banho morno, lavei meu cabelo e fiquei uns minutos debaixo do chuveiro pensando em absolutamente nada.

Mãe natureza, me perdoe por gastar tanta água.


Saí do banheiro e fui em busca de algo pra vestir, porque se dependesse da minha pessoa andaria de pijama sempre. Decidi de última hora que iria a pracinha, desenhar. Vesti uma roupa confortável porém arrumada, penteando meus cabelos apenas com as mãos.

Estava muito cedo, certamente não haveria ninguém acordado. Minha família sempre tirava finais de semana para descansar e relaxar, os dias eram muito puxados.
E eu? Ficava atoa todos os dias, sou apenas o estudante do ensino médio desempregado. Um pequeno peso, diga-se por passagem.

Sentei para comer meu café da manhã, – que consistia apenas em pão, ovos e leite de banana – e peguei meu celular para verificar as mensagens. Namjoon hyung havia me enviado uma mais cedo, dizendo que sairá para tomar café com Jimin-ssi, seu namorado. Astrid também enviou algo, apenas um bom dia e perguntou o que eu faria hoje. E só haviam eles, somente eles.

Respondo os dois e logo termino meu café. Saio de casa ajustando meus AirPods e pego minha bolsa onde normalmente guardo meus materiais de desenho. Ela foi um presente de Astrid no meu aniversário de 15 anos, faz um bom tempo que a uso e está um tanto surrada, mas tem um valor sentimental grande pra mim.

Fools toca enquanto eu desenho os traços de seu rosto, desenhando cada detalhe como se eles fossem sumir da minha mente a qualquer instante. Era Astrid, obviamente, quem mais desenharia senão ela? Nem tentava mais controlar, virara um hábito.

Eu era tolo mesmo, como ela me veria de outra forma além de seu "irmãozinho"? É um sentimento de tanto tempo que já estou acostumado até mesmo ignorá-lo.

Em meio a tantos devaneios – e perguntas irrespondíveis – Astrid aparece, só que desta vez, em carne e osso, não apenas em pensamentos ou desenhos.

– Gguk! Sabia que encontraria você aqui. – Ela me abraça por detrás, seu hálito quente batendo em meu pescoço, fazendo-me sentir pequenos arrepios, mas que logo são ignorados.

– Eu te mandei mensagem de onde estava, Ash. Aliás, bom dia. – Resmunguei, me sentindo sufocado com o abraço. Talvez com vergonha... Logo ela percebe, afastando-se abruptamente de mim. – O que veio fazer aqui tão cedo? Não era para estar na cama uma hora dessas?

– Quantas perguntas, Koo... Não posso apenas estar com saudades do meu amigo? – Fez manha, com um bico nos lábios e juntando as mãos atrás do próprio corpo. Fofa.

Que vontade de beijá-la agora...

– Hum, não. Nos vimos ontem, é impossível que esteja com saudades. – Falei enquanto, discretamente, trocava meus cadernos de desenho, para que ela não visse seu retrato ali. – Bom, pelo menos eu não estou. – Virei para ela, levantando uma sobrancelha com ar divertido, fazendo-a suspirar e sentar ao meu lado.

– Você adora machucar meus sentimentos, viu? – Ela virou-se para mim, com uma frustração fingida no rosto. – Mas bem, eu vim aqui porque queria te contar algo!

Seu sorriso abriu-se como um sol nascendo após dias de incensáveis chuva, me fazendo sorrir instintivamente, como mágica.

– O que seria esse "algo"? – Perguntei, mas antes que ela me respondesse um barulho de ronco alto atingiu nossos ouvidos, atrapalhando sua fala. Olhamos um para o rosto do outro, sérios, tentando saber de onde tinha vindo aquilo. Quando percebo, outro som desses vem e vejo seu rosto ruborizar rudemente.

– Você, por acaso, tomou café antes de vir, Astrid? – Perguntei já sabendo a resposta. Ela era esquecida demais...

– Hm, não... Fiquei tão animada que esqueci.

– Vem, vamos comprar algo pra você comer.

Guardei minhas coisas dentro da bolsa e entreguei um dos lados do fone a ela. Fomos andando até a loja de conveniência que ficava algumas ruas da praça. Sempre comprávamos lá, o dono nos conhecia desde quando éramos pirralhos.

Compramos alguns salgadinhos com os trocados que estavam em minha bolsa, nos sentamos no banco de pedra que havia em frente da loja e ficamos observando a rua vazia. Ela estava quieta demais, o que não era um bom sinal. Ela estava pensando demais.

– O que você tinha de tão importante para me contar? – Ela apenas me olhou de soslaio, suspirando e depois abrindo um pequeno sorriso.

– Lembra da viagem que eu fiz a Seul, no começo do ano? Bem, tinha um folheto na cafeteria que eu visitei... Nesse folheto dizia que estavam dando bolsas de 100% para uma faculdade de dança, obviamente eu me interessei e fui ao local indicado. – Respirou fundo, parecendo juntar forças para terminar. Vendo isso, eu peguei sua mão, sinalizando que estava tudo bem.

"Eu fui ao local no outro dia, era uma central pequena mas aconchegante e muito bem cuidada. Perguntei a atendente de lá sobre a bolsa, como conseguia e essas coisas. Ela me explicou tudo, menos onde era a faculdade. Para ganhar a bolsa precisava participar das duas etapas: a primeira etapa que consistia em enviar um vídeo dançando, poderia ser em qualquer estilo; já a segunda eles escolheriam 20 dos vídeos e chamariam para uma apresentação, para assim finalmente escolher 5 ganhadores da bolsa.

Quando eu cheguei no hotel acabei pesquisando pra ter certeza se eu mandaria o vídeo pra audição, por segurança. Bem, descobri que é uma das maiores faculdades de dança da Itália. Eu me inscrevi.

Por mais que eu queira, não consegui segurar meu sorriso, que morreu assim que a palavra Itália foi pronunciada.

Como assim Itália?! Por quanto tempo?! Ela conhece a Itália?! Ela fala italiano?!

– Jeon? Você entrou em modo jungshook de novo. – Ela disse, passando a mão em frente os meus olhos – eu sei que você deve estar se sentindo traído, mas eu não tive coragem de contar e...

– Tá tudo bem, Ash. Você tem todo o direito, é algo particular seu. – Não estava tudo bem, eu queria saber antes para, pelo menos, me preparar emocionalmente. Mas a verdade é que eu nunca estaria preparado para dizer adeus. – Hum... Quando eles vão selecionar para a segunda etapa?

Daqui a quatro dias.

O dia que havia começado brilhante e quente, se tornou uma tarde chuvosa e nublada. Decidi que passaria o dia com Astrid e que aproveitaria melhor meu tempo com ela. Almoçamos em sua casa, Sra. Lewis, mãe de Astrid, e a Sra. Kwon, avó dela, prepararam um almoço maravilhoso, ambas já sabendo da audição. Todo mundo já sabia, até mesmo Hoseok hyung e Tae-hyung. Todos menos eu.

Juro que tentei relevar isso, mas nunca doeu tanto ser o último. Me senti mais uma vez sobrando.

Tentei jogar esse sentimento para o fundo do baú, precisava ficar melhor. Seria egoísta demais pensar somente em mim agora, Astrid estava cabisbaixa desde a hora que chegamos em sua casa. Partia meu o coração vê-la assim, mais do que eu ficar assim. Decidi que veríamos algum Dorama avulso na TV, tentaria animar ela a qualquer custo.

– Venha, vamos assistir Dorama. – Puxei-a para a sala, nos sentamos no sofá antigo, cheio de crochê e ligamos a televisão.

Depois de assistirmos quase todos episódios, Astrid se levantou falando que prepararia um café para si. Levantei junto, a seguindo até a cozinha americana. O espaço não era grandioso, por isso fiquei na bancada que separava a cozinha da sala, sentado na banqueta verde-água.

– Ei, você viu o comeback do Mamamoo? A Wheeinie tava tão linda... – Eu falei enquanto ela enchia o bule de água e logo acendeu o fogão. Mamamoo era sua Girl Group favorita, mas também não era pra menos, e a Wheein era sua bias. A minha era a Moonbyul.

– Sim, eu vi. Aliás, você estava surtando no meu Kakao Talk, não teria como não ter visto. – Ela disse, enquanto eu estava concentrado em mexer no vasinho de plantas, mas logo parei pois não queria quebrar; – mas você viu a Moon? Perfeita demais!

– Todas ali são perfeitas, é um fato. – Concordei com a cabeça, batucando meus dedos na bancada. Conversamos mais um pouco sobre o comeback até que eu me lembrei de algo.

– Eu ia perguntar, mas acabei esquecendo. Cadê a sua avó? – Ela se virou em minha direção, me olhando como se dissesse "agora que você percebeu?"

– Ela vai passar a tarde fora, seu grupo de ginástica tem um passeio hoje, acho que para visitar algum templo antigo. Você sabe como a vovó é, qualquer chance de sair de casa, ela está indo. – Rimos, era a mais pura verdade. Sra. Kwon era uma comédia, parecia ter bem menos que sua idade por conta do espírito jovem. Acho que isso era de família, todas ali eram assim.

– Se eu ficar velho, tenho certeza que vou ser mais resmungão do que já sou. Um pé no saco e sozinho. – Comentei, mas logo me arrependendo por causa da cara que Astrid fez. Ela odeia quando faço esse tipo de piada.

– Duvido muito, você vai ver. Vai se casar com uma supermodelo e ter vários catarrentinhos' correndo pela sua mansão de milhões de dólares – Falou enquanto sentava em minha frente, já com a xícara de café em suas mãos.

Não queria uma supermodelo, longe disso...

– Eu vou fingir que isso vai ser real. E além do mais, eu não quero me casar com uma supermodelo. Não é o meu tipo.

Vi Astrid franzir as sobrancelhas, como se o que eu falasse fosse estranho.

Quero me casar com você, sua tola.

– Então qual seria seu tipo? – Perguntou, com um quê de curiosidade e mais algo que eu não sabia identificar.

Você

– Não tenho tipo ideal, simples. – Dei de ombros, eu até tinha um, mas não era algo que me importava. Deixei de lado na época em que me apaixonei.

– Impossível! Você tem que ter um. Hum... O meu tipo ideal de garoto é o Yoongi do 1302. – Colocou a xícara com uma certa força na mesa, animada. E lá vamos nós com Min Yoongi de novo...

– Repetente, baixinho e carrancudo? Péssimo gosto, Ash. – Zombei levantando uma das sobrancelhas, não ia com a cara dele.

– Para de ser implicante! Ele é fofo, bonito e tem uma bela mão.

Mãos? Quem olha as mãos dos outros?! Astrid era louca, não é possível.

– Você não bate bem da cabeça. Ok, meu tipo ideal é a Sana, do 1201. Ela é fofa. – Menti. Ela é bonita, mas não meu tipo ideal.

– Hum, então temos um tipo ideal. – Sorriu com um olhar malicioso, me fazendo revirar os olhos. – Por que nunca conversou com ela? Você tem potencial e é bonito!

– Sei lá, só nunca quis. E eu só sou normal, apenas, nada de extraordinário. Mas e você? Já mandou mensagem para o número que conseguiu com o Jimin?

– Ainda não... eu não acho que conseguiria algo com ele, hm, sabe, tem muitas garotas bonitas na nossa escola... – Essa foi uma das poucas vezes que eu vi Astrid se encolhendo e tentando não olhar diretamente pra mim, insegura.

– Ei, olha pra mim, sério. – Ela levantou o olhar, curiosa. – Você é linda, Ash. Mesmo não sendo do padrão coreano, você é linda do seu jeito. Eu, hm, poderia ter me interessado em você... mas claro, se não fossemos quase irmãos.... – Estava tudo indo bem, até eu ver o que estava falando e ficar com vergonha. Não era muito bom em me expressar. Mas me recompus rápido, sorrindo. – Vamos pegar seu celular, você vai mandar mensagem pra Min Yoongi hoje ou eu não me chamo Jeon Jungkook! – Ela abriu um sorriso grande, se animando.

Como eu disse, tudo valia a pena se ela sorri-se.


Tudo bem, fazer Astrid se desprender de pensamentos depreciativos não era nem um pouco fácil, mas com uma certa determinação eu consegui. Já se passava das seis horas quando conseguimos chegar ao acordo sobre a primeira mensagem.

"Oi, Yoongi-ssi. Sou eu a Astrid, do 1301."

Sim, demoramos uma eternidade para ela enviar apenas isso, mas é um começo.

Quando enviou, o aplicativo indicou apenas uma setinha na mensagem, frustrando Astrid.

– Calma, talvez o celular dele só esteja desligado. – Falei tirando o celular de suas mãos e colocando no armário ao lado. – Vem, vamos jogar Just Dance! Ainda quero revanche sobre ontem! – levantei e estiquei minha mão para ela, que logo segurou-a com um sorriso doce estampado em sua face e com olhos intensos.

Saímos de seu quarto e fomos para a sala, descendo as escadas rindo como duas hienas e correndo pra ver quem chegava primeiro ao console.

E óbvio que quem chegou primeiro foi eu. Apenas por que ela não parava de rir, mas fingimos.

– Qual música vamos dançar? Você escolhe dessa vez. – Perguntei com o controle na mão, entrando na lista de músicas.

– Qualquer uma. – Deu de ombros, arrastando a mesinha e centro para o lado.

E assim dançamos várias outras músicas, nos divertindo mais e mais a cada uma delas. Uma hora fomos interrompidos pelo meu telefone tocando Bloom — sim, eu sou fã de carteirinha do Troye Sivan — era alguém ligando, especificamente minha mãe.

"Jungkook, querido! Tudo bem aí?"

– Sim mãe, o que houve?

"Será que tem como você dormir aí hoje?"

– Hum? Por quê?

"É... seu pai e eu vamos sair, eu sei que você odeia ficar sozinho. Namjoon avisou que não voltaria hoje."

– Hã, ok. Eu tenho que perguntar a-

"Não precisa! Já liguei para Adelle, ela liberou. Não se preocupe."

Mas o que...

– Tudo bem. Tchau, mãe. Aproveitem a noite.

"Tchau, filho! Você também."

– O que houve, Guk? – Astrid perguntou, vendo minha cara de bunda enquanto encarava o celular em minhas mãos. Suspirei, de qualquer modo eu já estava cogitando a ideia de dormir aqui.

–... Eu vou ter que dormir aqui hoje – dei um sorriso amarelo, deixando o celular em cima da mesa de centro que agora estava no canto da sala. Ash apenas sorriu mais e deu soquinhos no ar, animada.

– Mamma Mia?! – perguntou enquanto pegava o controle em cima do sofá, mudando para um site de filmes.

– Mamma mia.

Depois de um tempo, a mãe e avó de Astrid chegaram em casa – a primeira tinha saído para resolver algo no trabalho – e pedimos pizza para o jantar. Foi uma noite divertida, a sra. Kwon adorava contar histórias antigas enquanto jogávamos dominó. Já se passava das dez quando Adelle nos mandou dormir; nos arrumamos e eu ajeitei meu colchão no chão. Ficamos conversando com as luzes apagadas, conversas bobas e aleatórias de sempre. Antes de pegarmos no sono, Astrid me pediu para cantar, eu não sabia o por quê, mas ela gostava e muito da minha voz. Havia vezes em que ela me ligava em plena madrugada, por que estava sem sono, apenas para me ouvir cantar.

Sweet Night não saia de minha cabeça, então o cantei, alto o suficiente apenas para nós dois ouvirmos. Era uma música que eu compus em algumas das noites de insonia.

I wanna ask you if this is all just in my head (Quero te perguntar se tudo isso está na minha cabeça)
My heart is pounding tonight, I wonder (Meu coração está batendo hoje à noite, eu me pergunto)
If you are too good to be true (Se você é bom demais para ser verdade)
And would it be alright if I (E estaria tudo bem se eu)
Pulled you closer (Te puxasse para mais perto?)

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