Destinada ao Rei

By dudavenetillo

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Desde o ventre de sua mãe, Isobel Manteufell teve o destino traçado, todavia, ela só soube aos 18 anos que ir... More

♛Introdução♛
♛CHRISTOPHER♛
♛AVISO♛
♛PRÓLOGO♛
♛CAPÍTULO 2♛
♛CAPÍTULO 3♛
♛CAPÍTULO 4♛
♛CAPÍTULO 5♛
♛CAPÍTULO 6♛
♛CAPÍTULO 7♛
♛CAPÍTULO 8♛
♛CAPÍTULO 9♛
♛CAPÍTULO 10♛
♛CAPÍTULO 11♛
♛CAPÍTULO 12♛
♛CAPÍTULO 13♛
♛CAPÍTULO 14♛
♛CAPÍTULO 15♛
♛CAPÍTULO 16♛
♛CAPÍTULO 17♛
♛CAPÍTULO 18♛
♛CAPÍTULO 19♛
♛CAPÍTULO 20♛
♛CAPÍTULO 21♛
♛CAPÍTULO 22♛
♛CAPÍTULO 23♛
♛CAPÍTULO 24♛
♛CAPÍTULO 25♛
♛CAPÍTULO 26♛
♛CAPÍTULO 27♛
♛CAPÍTULO 28♛
♛CAPÍTULO 29♛
♛CAPÍTULO 30♛
♛CAPÍTULO 31♛
♛CAPÍTULO 32♛
♛CAPÍTULO 33♛
♛CAPÍTULO 34♛
♛CAPÍTULO 35♛
AVISO
♛CAPÍTULO 36♛
♛CAPÍTULO 37♛
♛CAPÍTULO 38♛
♛CARTA ABERTA À ISOBEL MANTEUFELL♛
♛CAPÍTULO 39♛
♛CAPÍTULO 40♛
♛CAPÍTULO 41♛
♛CAPÍTULO 42♛
♛CAPÍTULO 43♛
AVISO
♛PENÚLTIMO CAPÍTULO♛
♛ÚLTIMO CAPÍTULO♛
♛EPÍLOGO♛
OI, GENTE!!!!

♛CAPÍTULO 1♛

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By dudavenetillo

Meus 18 anos não era algo que eu estava esperando ansiosamente, não como as outras meninas da mesma idade que eu costumam esperar. O que irá mudar? Continuarei no mesmo teto que meus pais, não gosto de sair, e provavelmente meus pais jamais iriam deixar que eu saísse de noite.

Meu celular estava embaixo do meu travesseiro e eu o peguei apenas para verificar a hora, bom, tenho em média de 20 minutos até meus pais entrarem no meu quarto cantando parabéns, com um bolo pequeno e um presente que o rei me envia todos os anos quando eu faço aniversário. Eu já até me acostumei com isso, afinal, todos os anos são iguais. Meus pais me acordam, depois minha vó vem almoçar em minha casa e depois do almoço minhas amigas mais próximas, Loren, Ingrid e Jessy vem passar a tarde comigo, onde comemoramos mais ainda, só que fazendo nada além de jogar conversa fora e ouvir músicas internacionais, e eu por sinal estou viciada em ouvir Imagine da Ariana Grande.

Não demorou muito até meus pais abrirem a porta, com um bolo coberto de chantilly rosa e 18 velas coloridas sobre ele. Me sentei na cama, sorrindo para os dois. Assoprei as velas e fui abraçada por eles, minha mãe sentou-se na cama ao meu lado, enquanto meu pai puxava a cadeira da escrivaninha para se sentar ao lado da minha cama.

— Parabéns, minha princesa. — Meu pai segurou a minha mão, visivelmente emocionado, e eu não sei o porquê, afinal, ele nunca foi muito emotivo. — Hoje você se torna uma adulta, e eu gostaria de dizer que eu te amo muito.

— Também te amo, pai. — O abracei apertado, e eu ouvi um longo suspiro da minha mãe. Ela também está chorando?

— O que houve? — Questionei.

Eles se entreolharam e minha mãe bateu palminhas para afastar o clima melancólico e começou a cortar o pequeno bolo. Meu pai se levantou para pegar pratos e talheres para nós três, e segurava uma caixinha quadradinha quando voltou.

— O rei me mandou lhe dar. — Entregou-me a caixa de veludo rosa de tamanho médio.

Nunca entendi o real motivo dos presentes, meu pai sempre trabalhou para ele, antes mesmo de eu nascer, talvez seja por isso. Eu não conheço absolutamente ninguém da família real, apenas os vi de longe, pouquíssimas vezes, até porque eu não sou o tipo de pessoa que idolatra outra pessoa, ainda mais o atual rei. Minhas amigas dizem barbáries sobre ele, desde adolescente sempre aprontava, mas achei que iria diminuir quando seu pai renunciou o trono para poder cuidar de um câncer, mas não. O antigo rei Philip se cuidou, o seu filho Christopher continuou com a coroa, e ainda tinha as mais belas mulheres do país em sua cama.

Por fim eu abri a caixinha e tinha um colar nele. Era simples, provavelmente ouro branco com um pingente de brilhante em formato de coração.

— Deve ser um diamante. — Minha mãe supôs.

— Por que o rei me daria um diamante?

Coloquei a caixa de lado com o suposto diamante e me ocupei em comer meu bolo. Meus pais novamente se olharam e eu estava achando aquilo tudo muito estranho, mas decidi ignorar.

Quando eu era apenas uma criança, o rei Philip me enviava bonecas, quando eu me interessei por livros ele começou a me mandar dos mais diversos, ganhei inclusive um piano dele. Antigamente eu ficava ansiosa pelos presentes, mas hoje já se tornou algo banal na minha vida. Não sei se outros funcionários do palácio recebem presentes de aniversários para os seus filhos também, talvez meu pai seja especial, apesar de ele nunca falar sobre a proximidade com alguém de lá, ainda mais o rei. Uma vez eu cheguei a suspeitar de que estaria mentido para mim, porém meu pai jamais teria condições de me comprar presentes caros, como roupas de grife — isso passou a acontecer quando Christopher assumiu o trono —, ou um diamante. Então passei a acreditar que era realmente real.

Depois de comer um pouco, meus pais saíram do quarto e eu fui até meu armário para procurar alguma coisa descente para vestir, já que minha avó chegará aqui em breve. Optei por um vestido da Dolce & Gabbana, que ganhei ano passado do rei. Ele é em camadas e florido, e o que eu mais gosto nele é o comprimento que vai um pouco abaixo do joelho, mas as mangas finas e o decote quadrado o deixa bem fresco, ainda mais que em Aregan tem feito um calor dos infernos nesse verão.

Com a roupa já escolhida eu decidi ir até o banheiro, tomar um banho, lavar e hidratar meu cabelo, que está mais parecido com um ninho de pássaros, porque já faz tempo em que eu não cuido bem dele. Por sorte eu sou bem despreocupada com coisas de beleza, minha mãe me ensina algumas coisas e minhas amigas já insistiram no fato de eu ter que me maquiar algumas vezes, mas eu não tenho muita paciência para essas coisas e dispenso o uso de produtos no meu rosto quando estou em casa, às vezes eu passo um batom para sair e já acho muito.

Deixei meu cabelo secar naturalmente, e desci após escovar meus dentes. Minha mãe já estava a todo vapor na cozinha, mexendo em diversas panelas e disse que meu pai havia ido até o mercado para comprar algumas coisas que estavam faltando. Eu liguei a TV para ver o que passava e logo fui chamada para ajudar no preparo do almoço, já que minha vó já deve estar a caminho e ela odeia atrasos.

A campainha tocou e eu corri para recepcionar a minha queridíssima avó, senhora Adelaide odeia ser chamada de senhora, e por esse motivo eu vivo a irritando, porque adoro vê-la fula da vida.

— Vovó! — Pulei em seus braços e ela me agarrou na mesma medida. — A senhora está lindíssima!

— Senhora merda nenhuma, Izzie! — Ela deu um tapa leve na minha mão e voltou a me abraçar, ainda mais apertado, ao ponto de me deixar sem ar. — Finalmente seus 18 anos, eu juro que não queria que esse dia chegasse, você agora é tão adulta e tão crescida, na cabeça, porque seu tamanho continua o de uma criancinha.

— Vó! — Dou um gritinho quando ela fala sobre o fato de eu ter apenas 1.57 de altura, eu não me acho tão baixa, mas é que na minha família por parte de pai todo mundo é alto, e minha mãe que é pequena, porém ela é 5 centímetros mais alta que eu.

Ela tinha trago várias bolsas e eu a ajudei a carregá-las para dentro. Minha mãe e minha vó se cumprimentaram e ficamos na cozinha terminando o almoço, já estava tudo pronto, porém meu pai já estava atrasado. Cheguei a pegar o celular para ligá-lo, mas na hora ele abriu a porta, todo suado e carregando apenas uma sacola.

— Essa demora toda apenas para trazer isso? — Questionei enquanto olhava o conteúdo que ele havia trago. — Uma caixa de cereal e duas maçãs?

— Vamos almoçar! — Minha mãe falou até que alto demais. — A mesa já está pronta.

Tudo bem, decidi me sentar na mesa e comer. Todos os anos eu como macarrão com queijo, porque é a minha comida favorita, mas esse ano eu quis algo diferente. Pedi para comer a famosa torta de carne da minha mãe com purê australiano, uma combinação duvidosa, mas que super combina dentro da minha boca.

Minha vó trouxe um Pavlova delicioso, e depois de comer eu já estava deitada no sofá, com a minha barriga um pouco estufada. Assistia a reportagem local, e era noticiado que o rei estava inaugurando o mais novo resort da ilha, ele começou a investir pesado no turismo desde que assumiu o reinado, e isso tem dado certo, pois temos muitos museus, e a cidade ainda carrega consigo as suas características medievais, coisas bem atrativas no final de contas.

— Filha, nós queremos conversar com você. — Minha mãe se sentou no outro sofá, com meu pai ao seu lado e minha avó apenas observava tudo em sua poltrona.

— Estou aqui. — Me sentei para dar-lhes uma atenção melhor.

Meus pais respiraram fundo, e pude notar o pomo de Adão do meu pai se movendo depois dele engolir em seco. Sei que eles estavam estranhos desde manhã, mas achei que fosse apenas coisas da minha cabeça.

— Não há uma maneira de dizer isso, não há uma forma fácil, na verdade... — Minha mãe estava se enrolando, e suas mãos estavam um pouco trêmulas.

— Então fala logo! — Pedi, já me sentindo nervosa.

— Nós passamos por momentos complicados quando sua mãe estava grávida. Problemas financeiros, e você estava prestes a nascer, sabe?

— Ok, onde vocês querem chegar com isso?

— Pois bem, o rei veio nos visitar.

— Aqui? — Perguntei novamente.

— Apenas ouça seus pais, minha querida. — Minha vó se intrometeu. Ok, talvez eu esteja fazendo perguntas demais, mas eu estou ansiosa com toda essa aflição dos dois.

— Sim, aqui. — Continuou meu pai. — Então em uma conversa sobre o seu nascimento, sobre a nossa preocupação com o seu futuro...

Meu pai começou a chorar no meio de sua fala, e eu já estava me sentindo vermelha de nervoso. Mas que merda está acontecendo? Decidi permanecer calada, apenas ouvindo aos dois, pois eu não consigo entender nada do que está acontecendo agora.

— Seu pai e eu prometemos ao rei Philip que você iria morar no palácio aos seus 18 anos, em troca ele nos ajudaria com a sua criação. — Minha mãe terminou.

— Mas como é? Eu serei o quê? Uma espécie de empregada, ou cozinheira? Vou lavar os banheiros deles, ou limpar a bunda do rei como era na época medieval? — Ainda estava incrédula com essa história, mas bom, não é tão ruim assim no final de contas, se eu trabalhar lá com eles eu poderei ajudar a minha família, mas morar no palácio vai ser algo que iremos negociar, mas com certeza iremos.

— Não, minha filha, vai muito além disso. — Começou a minha avó a explicar. Se antes eu já estava confusa, agora só havia piorado. — Você será esposa do rei Christopher, futura rainha desse país em que vivemos.

Foi como se meu coração parasse de bater. Esposa do rei Christopher? Aquele homem galinha que se deitou com diversas mulheres? Eu nem o conheço, e se conheço é pelo pouco que fico sabendo das fofocas contadas sobre ele, e juro que não são das melhores.

— Isso só pode ser pegadinha, né?

— Não, minha filha. Todos esses anos recebemos ajuda dele. Com comida, sua escola, suas roupas e esses presentes em todos os seus aniversários. Até dinheiro mensal ele nos paga para te dar do bom e do melhor, agora chegou a hora de você viver a vida que foi planejada para você.

— Eu não... Não quero... Não posso... Não pode ser verdade. — Comecei a divagar sobre isso, e foi como se eu estivesse sendo puxada para o fundo de um poço. Agora tudo começou a fazer sentido, talvez tenha sido por isso que eu estudei na melhor escola do país, meu pai jamais conseguiria pagar por isso, nem conseguiria pagar pelas aulas de etiqueta, piano, francês...

— Nós temos um documento oficializando isso, é como um contrato, nós não podemos quebrá-lo. Não depois de tudo que recebemos por isso. — Minha mãe segurou a minha mão, nem notei o momento em que ela se ajoelhou na minha frente.

— Então vocês fizeram isso antes mesmo de eu nascer?

Meus pais e minha avó ficaram em silêncio. E pelo meu corpo passavam vários sentimentos e sensações, uma hora eu fiz ânsia de vômito, outra hora eu ria igual uma hiena de tanto nervoso e depois fiquei chorando por 20 minutos seguidos. Eu chorava e ficava soluçando tanto que quase vomitei duas vezes.

— Como vocês querem que eu me case com ele? Eu nem o conheço! E a reputação que ele tem? Eu sequer beijei alguém na minha vida, como eu vou me casar com ele? Pelo amor de Deus!

Fiquei de pé, andando de um lado para o outro na sala. Meus pais me traíram. Eu me sinto traída, como se tivesse levado uma apunhalada pelas costas, tiveram a minha vida toda para contar isso, mas contam apenas agora.

— Por que me contaram somente agora?

— O rei queria que você crescesse de forma simples, em uma casa humilde e fosse uma pessoa de bom caráter. — Minha mãe respondeu.

— E o que isso tem a ver com me contar isso somente agora? Eu não consigo entender, me expliquem, por favor. Eu não...

Deixei a frase pela metade e corri para ir até meu quarto, porque quero me trancar e ficar sozinha para pôr a minha mente no lugar. Sentei no chão, encostada na minha cama e o choro veio com força. Passei a minha vida inteira lendo livros, diversos romances e sempre imaginei amar de verdade e passar a minha vida ao lado de alguém que eu escolhesse. E a pior parte é saber que talvez ele saiba disso e tenha concordado com tudo.

Fiquei um bom tempo com todos os questionamentos rondando a minha cabeça, cheguei a me sentir um pouco tonta, mas voltei a vida real quando meu telefone começou a tocar, era as meninas fazendo uma ligação de vídeo em grupo, mas eu recusei a chamada e decidi respondê-las por mensagem. Disse que não estava me sentindo muito bem depois do almoço e que cancelaria a tarde com elas. Não tive vontade e nem coragem de dizer o real motivo de não querer mais vê-las, até porque ficariam eufóricas.

Passamos a maior parte do tempo conversando quando nos juntamos, e às vezes comentamos sobre o que acontece na vida badalada do rei, pois diversas vezes suas palhaçadas caem na boca do povo, e eu não sei se quero que falem sobre mim, não quero mesmo. Vivi a minha vida toda de forma bem sútil, não gosto de redes sociais, tanto que nunca criei uma para mim, passo a maior parte do meu tempo ajudando a minha mãe em seus afazeres, que passamos a dividir conforme eu fui crescendo, ou lia algum livro. Talvez o rei Philip quis se referir a isso quando falou sobre eu manter meu bom caráter, já que hoje em dia as pessoas vivem expondo as suas vidas na internet e sendo fúteis atrás de números de seguidores e likes, mas acho que em momento algum ele pensou em mim, ou no filho dele. Tentou me comprar e comprar aos meus pais com dinheiro e presentes caros, mas com o que ele comprou o seu filho? É uma ótima questão.

Minha mãe bateu na porta do meu quarto e eu resolvi deixá-la entrar. Estava com os olhos vermelhos por conta do choro. Ela apenas me abraçou apertado e me puxou para nos sentarmos em minha cama.

— Há muitas coisas para conversarmos e nos entendermos, eu sei que não está sendo fácil receber essa notícia, mas vamos tentar seguir os planos, por favor. Há muitas coisas para serem feitas.

— Planos, que planos? O que há para ser feito? Eu já não estou entendendo mais nada. Na verdade, ainda não entendi nada.

— Bom, temos que arrumar suas malas, um carro irá vir buscá-la hoje.

— Hoje? — Perguntei com a voz já fraca. Senti meu estômago dar um nó.

— O rei Christopher está preparando um jantar para comemorar seu aniversário e a sua chegada ao palácio, inclusive enviou um vestido novo para que você possa usar essa noite.

Deitei para tentar processar todas as informações que estavam sendo enviadas ao meu cérebro nesse momento. Ir embora hoje? Eu não estava preparada para receber a notícia, quanto mais sair de casa. Eu vivi a minha vida toda aqui, se dormi fora duas vezes foi muito. Fiquei deitada chorando na cama, e minha mãe tirava tudo que eu tinha do armário e ia dobrando. Não havia muitas coisas além do que eu ganhava do rei, pois eram coisas caras e eu ia guardando, as outras com o tempo doava o que já não usava mais.

Deixei que minha mãe arrumasse tudo nas duas malas grandes que tínhamos, e ficou uma pequena para guardar as coisas que eu iria querer levar, então me deixou sozinha para que eu organizasse tudo. Olhei em volta do meu quarto e não soube bem o que levar, ou o que eu iria precisar. Talvez meu laptop, fones de ouvido, elásticos de cabelo... Fui pegando o que via pela frente, ainda me sentindo um pouco desorientada. No final a mala quase não fechava.

Quando estava quase anoitecendo, a minha mãe apareceu novamente para me levar o novo vestido e sapatos de salto alto, estavam cheirosos e bem passados. O cheiro não era da roupa que lavamos em casa. O coloquei sobre a minha cama, afim de analisá-lo. É um vestido chiffon longo, a cor é salmão, decote em V e mangas finas. O tecido e leve e de boa qualidade, assim como tudo que eu venho ganhando em todos esses anos.

Minha vontade era rasgar tudo e fugir pela janela do meu quarto, mas seria justo com meus pais? O que eles fizeram foi justo comigo? E se eu não querer, o que iria acontecer aos meus pais com essa quebra de contrato? Fui tomada pelo pavor e corri até o banheiro para tomar meu banho. Um bom banho demorado. Dessa vez eu sequei meu cabelo com o secador e o reparti ao meio, gosto quando fica assim, ainda mais quando deixo algumas mexas atrás da orelha.

Coloquei o vestido, que coube perfeitamente em mim, e senti um pouco de incômodo com o decote, mas ele ficou bem no meu corpo, e deixou a minha cintura bem evidente.

— Você está linda. — Meu pai apareceu no meu quarto, enquanto eu olhava meu reflexo no espelho.

Sim, eu realmente estava linda, mas não me sentia assim. Ainda penso em uma maneira de como irei fugir disso tudo, porém, antes eu devo analisar todas as minhas opções, conhecer o terreno e só então tomar uma decisão, afinal, eu estou envolvida em algo muito sério, e talvez maior do que eu imagine. Por fim a minha mãe acabou invadindo o meu quarto também, e meu pai saiu carregando todas as malas.

— Pensei que um pouco de maquiagem iria lhe fazer bem. — Me mostrou o estojo de que trazia consigo, mas eu fiz pouco caso disso, apenas me sentei e fechei os olhos.

Senti quando ela passava algo em meus olhos com um pincel macio, o momento em que passou o blush em mim, passou o rímel e finalizou com um batom meloso em meus lábios. Odiei a sensação disso, mas o gostinho era bom.

— Ei, não coma o gloss. — Me repreendeu. — Sua pele é perfeita, não precisa de muita coisa. — Dizia. — Mas estava tão pálida que eu vim fazer alguma coisa para melhorar isso.

Preferi não dizer nada, e assim permaneci até que ela saísse do meu quarto. Olhei-me novamente no espelho e eu estava bonita, o que minha mãe fez foi algo bem simples, me deixou mais corada, já que minha pele é tão branca, que às vezes eu tenho a sensação de ter nascido no país errado, porém, eu não sou muito de ficar fora de casa debaixo do sol quente, então o bronzeado corre de mim.

Quando deu a hora de ir, eu pude ouvir um carro buzinando em frente a minha casa. Coloquei os sapatos de salto alto e o colar que eu ganhei mais cedo, e me senti como se fosse um pato, porque eu nunca consegui andar bem com um negócio desse.

Meu pai veio me avisar que chegaram para nos buscar e eu desci a escada sem dizer nada. Dois Audi's estavam parados em frente ao portão da minha casa e eu ri sem humor. Os vizinhos estavam olhando aquela movimentação esquisita, um cara todo bem vestido colocava a minha bagagem no porta malas. Não é comum ver dois carros extremamente caros em frente a uma casa na parte menos abastada da ilha. Entrei no automóvel com as janelas tão escuras e meus pais entraram logo em seguida. O cheiro de couro novo me embrulhava o estômago, e eu queria apenas abrir a porta e me jogar no chão, possivelmente embaixo de alguma roda do veículo.

— Do que ri? — Minha mãe questionou.

— Talvez eu me mate até o caminho do palácio. — Respondi no exato momento em que o motorista almofadinha entrava no carro, e ele acabou forçando uma tosse com o meu comentário.

— Boa noite a todos. — Disse de forma educada e o veículo começou a andar pela estrada.

De noite tudo fica bem iluminado, e as pessoas ficam em seus quintais por conta do calor, ou muitas vezes ficam conversando com os vizinhos enquanto seus filhos brincam juntos na rua. Eu já fui uma dessas crianças, todos invejavam os presentes que eu ganhava do rei, e eles — nem eu — sabiam o que o futuro reservava para mim.

Algumas lágrimas escaparam dos meus olhos, chorei silenciosamente dentro daquele carro, com a cabeça apoiada na janela. O trajeto foi tranquilo e eu cheguei mais rápido do que imaginei. Nunca havia vindo para essa parte da ilha, e fiquei impressionada com as mansões que vi pelo caminho, e todos os prédios que pertenciam a família real, prédios do governo, como meu pai havia explicado.

Os muros do palácio eram enormes, e um portão enorme de grades douradas. Minha barriga gelou, e eu senti vontade de vomitar mais uma vez aquele dia, mas me segurei. Olhei para os meus pais, estou nervosa, e eles me pediram para ter calma.

— Mas como eu vou ter calma? — Quase gritei dentro do carro, e o motorista apenas me olhava pelo retrovisor. Eu quis fazer sinal feio para ele naquele momento.

Olhei em volta e o caminho até o prédio era bem grande, e de longe eu pude ver três pessoas em pé na entrada. Olhei em volta, o jardim era de fato muito lindo, a grama verdinha bem aparada, alguns arbustos e flores formavam um círculo em volta de alguns bancos e mesas na cor cobre, tudo muito bem preservado, fora o lago do lado oposto, onde pude ver algumas aves descansando tranquilamente.

Paramos em frente ao grande prédio. As três pessoas em pé na entrada era a família real, o antigo rei e rainha, e seu filho. A porta do carro foi aberta pelo motorista e meus pais saíram, quando eu menos imagino a porta do meu lado também se abre, e uma mão grande é estendida para mim. O relógio Rolex de ouro reluzente me chamou a atenção. Olhei para cima e rei Christopher estava em pé na minha frente, carregando um largo sorriso estupidamente branco. Me senti tonta, e não conseguia me mover. Por fim ele pegou na minha mão sem a minha permissão eu fui quase que obrigada a sair do carro.

Fiquei de pé ao seu lado, e eu me senti uma smurf. Ele beijou a minha mão e sorria de uma maneira simpática para mim, mas eu sabia que estava assustada e que meu rosto estava demonstrando exatamente como eu estava me sentindo.

— É um prazer finalmente conhecê-la.

Sua voz era grave e calma, me deixou com um frio incômodo na barriga. Eu nem sabia como reagir e nem o que falar, então apenas fiquei quieta, sem dizer nada. Rei Christopher fechou a porta do carro e me guiou até para onde os outros estavam e sua mão permaneceu nas minhas costas. Não me senti a vontade com o seu toque, mas decidi que não iria me opor a ele, não no momento, porque eu iria soltar os meus cachorros quando estivéssemos a sós.

Os pais dele me abraçaram e diziam diversas vezes como estavam felizes com a minha chegada e que preparam tudo para mim. Rei Christopher conversava com meus pais, mas não saiu de trás de mim em nenhum segundo.

Começamos a caminhar para dentro do palácio, todos falavam tanto em minha volta que eu mal consegui reparar o ambiente. A mão do rei agora estava me segurando pela cintura, e apenas olhei para cima, a fim de olhá-lo. Ele é bonito, não posso negar, puxou o cabelo loiro de sua mãe e os olhos escuros de seu pai. A pele bronzeada chamava a atenção e pude ver que ele era forte e musculoso por dentro da roupa formal.

Percebi que eu o olhava demais quando ele voltou sua atenção para mim, sorrindo.

— Seu pai contou-me mais cedo que sua comida favorita é macarrão com queijo, então pedi ao chef para fazer essa noite.

Apenas confirmei com a cabeça e continuei o meu caminho por dentro do enorme palácio. Chegamos em uma sala de convivência e todos os móveis pareciam ser antigos, mas muito bem conservados. Sentei-me em um sofá, com Christopher ao meu lado, muito bem acomodado e a vontade, e eu mal conseguia respirar.

— Bom, até o momento eu não ouvi sua voz. — Christopher chamou a minha atenção. Eu estava em estado catatônico desde que eu havia chego.

— É, eu... Sinto muito. — Minha voz saiu tão baixa que eu tenho certeza que apenas o rei havia escutado.

Ele sorriu em resposta e eu parei apenas para prestar a atenção na conversa de todos.

— Fico feliz que esse dia finalmente chegou, venho preparado meu filho durante todos esses anos para o casamento com a filha de vocês. — Acabei rindo sem humor com a frase do antigo rei Philip.

— Nós estivemos preparando a nossa filha também. — Minha mãe respondeu de forma simpática.

— Só que eu não sabia disso. — Falei baixinho, e rei Christopher me olhou novamente, e eu apenas levantei as sobrancelhas para ele e sorri de forma cínica. Mas agora ele estava sério.

A conversa se perdurou por uns 20 minutos, até alguém vir avisar que a mesa já estava pronta. Levantei antes de rei Christopher e caminhei rapidamente para perto dos meus pais, dando o braço para a minha mãe. Não quero que ele ache que tem intimidade comigo. Rei Christopher deve achar que todas as mulheres carecem em cair aos seus pés só porque é rei e um homem bonito, obviamente isso o ajuda em suas conquistas, mas comigo não vai ser fácil.

Me apressei para sentar entre os meus pais na mesa, e fiquei impressionada com o cheiro bom que saía das diversas travessas postas sobre a grande mesa. Eu sabia tudo sobre as talheres e normas de etiquetas, e bom, iria ser a primeira vez que eu iria testar tudo que me foi ensinado nas aulas de etiquetas.

Rei Christopher se sentou na minha frente e conversava com as pessoas sobre o novo resort, mas não deixava de me olhar em momento algum. Durante o jantar eu me senti incomodada, que mal conseguia sentir o sabor da comida que foi feita especialmente para mim naquela noite. Permaneci quieta, apenas comendo educadamente, mas comi o mínimo, pois eu não tive apetite.

— Pedimos ao nosso chefe para preparar um bolo, hoje iremos comemorar o seu aniversário e a sua chegada. — Rainha Edith dizia empolgada e batia palminhas constantemente. Meu sorriso debochado foi inevitável, senti o olhar de repreensão da minha mãe me queimando.

Fomos todos até a sala em que estávamos antes, e uma mesa com um grande bolo estava no meio. Senti minha mão sendo pega por alguém e era Christopher, que me levava para perto do bolo. Olhei para nossas mãos juntos e depois para ele, e na mesma hora meus olhos se encheram de lágrimas, os fechei, pois não queria chorar agora, mas acho que o rei notou, porque um finco se formou em sua testa.

Me recusei a chorar naquele momento, deixaria para fazer isso quando eu ficasse sozinha. Fui para trás do bolo, com o rei Christopher ao meu lado, o assisti enquanto acendia as 18 velas sobre o bolo decorado todo em dourado, com fitas e bolinhas da mesma cor. Começaram a cantar parabéns para mim, e meus pais me olhavam a todo momento, no olhar de cada um deles eu via preocupação, às vezes orgulho por eu estar naquela posição, ao lado do rei. Tentei sorrir, mas não era um sorriso bom, era forçado, então vi que a antiga rainha pegou seu celular e apontou para nós dois, tirando fotos.

Levei minhas mãos ao meu rosto, me segurei mais ainda para não chorar, então a cantoria terminou, e o antigo rei Philip e Edith vieram me abraçar.

— Meus parabéns, querida Isobel. Esperei demais por esse dia. — Edith era sempre simpática, sorria abertamente e alisava meus braços enquanto me olhava com compaixão. — Iremos nos esforçar muito para que sejas feliz aqui.

— Obrigada. — Falei baixinho, engolindo a seco aquela última frase dela.

— Anos atrás eu soube que havia tomado a melhor decisão. Meus parabéns, Isobel. — Preferi não responder ao que o antigo rei Philip disse. Apenas forcei um sorriso.

Então chegou a vez de rei Christopher. Foi estranho ser abraçada por ele, ainda mais que todos em nossa volta estavam aguardando por esse momento de contato mais próximo entre nós dois. Sentia seus olhares cheios de expectativas sobre minha pele.

Fui envolvida por longos braços, ele me trouxe para bem perto de si, e eu meio que fiquei estacada no lugar, olhei nervosa para minha mãe e li seu lábio que dizia "o abrace agora", então envolvi meus braços em sua cintura. Ele é forte, bem forte. E seu corpo emana um calor intenso, fora o cheiro bom. Minha cabeça batia em seu peito, a nossa diferença de tamanho é quase que um absurdo. Era como estar presa em um casulo, mas a sensação de estranheza só ficou pior quando um beijo — com intimidade demais — foi depositado em meu pescoço. Meus pelos todinhos ficaram eriçados, pelos em lugares que eu jamais imaginei ter. Nos separamos, e ele beijou minha testa. Eu me tremi todinha, dos pés a cabeça, quase pedi para me sentar.

— Parabéns. — Disse. — Tenho mais um presente para você.

Christopher tirou uma caixinha de veludo rosa do bolso de sua calça, então eu me sentei com a mão na boca, senti meu coração bater mais rápido que nunca nessa vida, nem sabia até o exato momento que era possível sentir a minha corrente sanguínea. Ele abriu a caixinha e tinha um par de brincos lá. Coloquei a mão no peito totalmente aliviada.

Parece ser conjunto com o colar, as pedrinhas de diamantes em formato de coração, só que em tamanho menor, estavam penduradas em uma pequena argola de ouro branco. Peguei a caixinha de sua mão, fingi interesse e a fechei.

— Obrigada. — Foi tudo que eu disse.

— Por nada, não era a sua aliança, não ainda. — Christopher piscou para mim, e eu quis fazer um gesto feio para ele.

— Seria incrível se vocês dois tirassem uma foto juntos. Quero fazer uma postagem em nossas mídias sociais anunciando que Chris agora está comprometido. Não seria elegante anunciar um noivado do nada. — Edith dizia e parece que todos concordaram com a sua opinião sem antes ouvir o que eu tinha a dizer. — Agora eu quero os dois bem juntinhos.

Tudo bem, eu posso fazer isso, não será pior que o abraço que demos antes. Só que irei conversar com Christopher futuramente sobre toda essa exposição, não quero fotos minhas na internet.

Me aproximo dele por livre e espontânea pressão, e o sinto me puxando para perto de si pela cintura, com uma pegada bem forte, forço um sorriso e tiramos a foto. Que deve ter ficado horrível.

— Agradeço a todos, mas eu quero descansar agora. — Digo alto, pela primeira vez essa noite.

— Mas e o bolo, querida? — Meu pai pergunta.

— Já estou satisfeita por hoje. — Respondo de forma seca.

Todos me olham surpresos, porém acatam a minha decisão. Os membros da família real me deixam sozinha com meus pais para que possamos nos despedir, mas já estou tão esgotada que só quero ficar sozinha e tomar um banho, e eu espero conseguir isso aqui. Me sentei em uma poltrona de forma desleixada, queria relaxar, parecia que eu estava prendendo meu ar desde o momento em que cheguei aqui.

— Você foi mau educada hoje, sei que não é assim, Isobel! — Minha mãe me repreendeu. — Essas pessoas estavam fazendo de tudo para te agradar, e você com cara feia e sem falar uma palavra. E coitado de Christopher, sempre sendo carinhoso e cuidadoso com você.

— Como você queria que eu agisse? Me diz! Jogaram essa notícia em cima da minha cabeça como uma bomba e agora fiquei presa nessa merda de lugar! — Praticamente grito. — E aquele cara que foi carinhoso comigo tem 30 anos!

Eles se calaram, sabiam que eu estava na minha total razão e não poderiam dizer absolutamente nada. Dei as costas para eles, ficando de frente ao bolo, queria jogar essa merda dourada no chão e pisotear até não sobrar um pedaço inteiro.

— Venha nos abraçar, iremos embora agora. — Meu pai pediu.

— Eu não quero. — Minha voz saiu chorosa. — Posso fazer isso, posso passar por tudo isso, mas não sei se irei conseguir perdoar vocês. Estou me sentindo traída. Então só saíam, e me deixem aqui, por favor.

O silêncio se perdurou por longos minutos, até eu ouvir seus passos quando começaram a andar. A porta foi aberta e fechada, então eu fechei os olhos novamente e olhei para cima, me recusando a chorar, porque eu sei que aquela família chata irá voltar quando eu menos esperar. Me sentei na poltrona e me ocupei em olhar meus próprios pés. Sentia um frio de ansiedade me subir pela espinha e obviamente se alojou em meu intestino, pois veio-me uma vontade absurda de ir ao banheiro. Acho que nunca estive tão nervosa na minha vida.

Tomei um susto quando a porta se abriu novamente e rei Christopher entrou na sala, estava sozinho dessa vez e fechou a porta atrás de si.

— Pedi aos meus pais para que nos deixasse a sós.

Estive calada e calada permaneci. Ele andou com uma naturalidade e arrogância irritante até onde o bolo estava e o vi cortar um pedaço para pôr sobre um prato, que estava escondido por debaixo da toalha da mesa.

— Se você não quer, eu quero. — Apenas dei de ombros, e ele ficou me olhando. Levou uma colher cheia até a boca e soltou um gemido de satisfação, o que me fez revirar os olhos. — Vejo que é de poucas palavras.

— Falo somente o necessário.

— Entendo.

Ele estava todo desleixado na poltrona em minha frente, enquanto eu tentei manter a minha postura o mais ereta possível. A sua presença me irritava de uma maneira tão ridícula, que parecia que o ambiente em nossa volta ia ficando cada vez menor, e ouvi-lo comer só me deixava com mais raiva ainda, parecia que o fazia para me provocar apenas.

— Agora podemos ir. — Ficou de pé e me estendeu a mão, porém a ignorei. Levantei-me sozinha e caminhei até a porta e apenas o esperei para abri-la. Ouvi uma risadinha vinda dele, mas não disse nada, apenas abriu a porta e já estávamos no corredor.

O segui pelo prédio, mas fomos até a saída, só que não por onde entrei, era para o lado oposto. O lugar é tão grande que eu me perderia facilmente aqui dentro sem a ajuda de um GPS. Tentava olhar tudo em volta, e havia muitos seguranças, eles estavam por todos os lugares.

— Vamos até o apartamento onde eu moro. — Disse enquanto caminhava, mantinha suas mãos dentro dos bolsos, acho que agora nosso fingimento de aturar um ao outro acabou, e que assim seja.

— Pensei que morasse onde estávamos.

— O palácio é gigante, como pode ver, então são divididos em apartamentos, ou alas. Onde estávamos é o lugar que costumamos receber visitas, onde fazemos entrevistas e os bailes. Eventos em forma geral. — Explicou. Novamente dei de ombros.

Andamos por pouco tempo até entrarmos em uma porta. Tudo tinha aparência antiga do lado de fora, mas o hall de entrada agora era moderno, com móveis claros e bem iluminado. Um segurança nos deu boa noite e reverenciou a Christopher.

— Sinta-se à vontade, já que agora irá morar aqui. — Esticou o braço direito para me deixar passar na sua frente e eu andei um pouco, e vi que estava em uma sala de estar, havia uma escada e o ambiente era enorme, com três sofás brancos e um piano no canto, branco também. Havia uma estante com algumas fotos, prêmios e decoração. — Posso lhe mostrar tudo se quiser.

— Onde estão as minhas coisas? — Ignorei o que havia dito antes e fiz uma pergunta importante. As coisas entre nós dois seriam assim, exatamente dessa forma.

— Pedi para que guardassem.

— Me leve até lá, por favor.

— Tudo bem, só me seguir.

Ele seguiu até a escada e havia um grande hall no segundo andar, com mais corredores e portas. Para que tantas portas? Andamos até uma porta, e tinha um corredor, onde haviam duas portas e parecia ser um lugar bem privado até.

— É aqui. Não sabia se iria querer passar a noite comigo, então pedi que preparassem um quarto para você. — Olhei para ele me sentindo totalmente ofendida, acho que até abri a boca por um breve momento.

— Jamais passaria a noite com você. — Respondi de imediato.

— Uma pena. Está entregue, senhorita Manteufell. Meu quarto é logo ali, caso mude de ideia. 


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