Loki - A Profecia Do Infinito

By adri_bertolin

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Uma das poucas boas ações, sem segundas intenções, de Loki, o deus das travessuras, o levou direto ao maior t... More

Olá, senhor Loki...
Você está horrível
Humanos são tão tolos
Você não recebe ordens de ninguém
Você não tem ideia de como ela é preciosa
Essa parte de mim tem muitos nomes
Boom diia
Você confia em mim?
Ela é incrível
Ela parece quebrada
Eu era muito bobo e inocente
Eternidade vai nos destruir
A humana do Loki
Mas é claro, princesa!
O que sabemos sobre ela afinal?
Que a caça ao tesouro comece.
Vocês demoraram muito para vir me buscar
Você está além das barreiras que impomos
Asgard está sempre nos surpreendendo
O nome dele... és Loki.
Quem é Lin?
Amanhã será um longo dia.
Nós tínhamos um acordo
Ninguém aqui está fugindo.
Vai se foder...
Nemesis
Multiverso
Behkimo...?
Talvez você entenda um dia
Eu sou inevitável
Você não está mais sozinha
Você deu um susto bem grande em todos nós.
Cena extra 1
Cena extra 2
Opa opa

Parte da jornada é o fim...

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By adri_bertolin

Nemesis ouviu o rugido desafiador de alguém igual a ela, um pretendente a alfa disputando por seu posto, um ser tão poderoso, que pela primeira vez, causou sua vontade de responder em igual tom de provocação. A pressão atmosférica mudou e a poucos metros de onde estava, apareceu um macho de armadura reluzente e capa flutuante, transbordando uma aura que não inspirava aos humanos nada além de terror.

O Imperador ergueu a mão levemente e estalou os dedos, mandando para longe a execução antes imposta e revertendo a tortura, mas, além disso, ele afastou os insetos como se os protegesse e se colocou diante da arroxeada. Olhos nos olhos, cada movimento poderia iniciar um massacre e cada respiração poderia significar uma derrota. Ela repetiu o gesto dele como uma afronta e estalou os dedos transformando todos os seres vivos da Terra em pó, nada merecia mais de sua concentração do que aquela criatura. Ele não demorou a redirecionar o estalo outra vez, possibilitando que a população voltasse a vida. Que os deuses ajudem os mais fracos, a fêmea estava sorrindo como em um deleite psicótico pela luta digna que travaria e isso por si só indicava o quão destrutivos estavam prestes a serem.

Poucos conseguiram acompanhar quando eles se lançaram um contra o outro, tão rápidos quanto a luz ou até mais, suas energias se chocaram com estrondo terrível e a intensidade com que seguraram um ao outro foi tamanha que o tempo, o espaço, a realidade, a mente, a alma e o poder se tornaram uma matéria visível aos olhos de qualquer um. Naquela velocidade eles se atacavam como feras selvagens, mas aos olhos humanos nem mesmo parecia que eles estavam se movendo.

Como em uma dança mortal seus corpos se entrelaçaram e seus membros se moveram com a graciosidade de se destruir galáxias. Cada impacto mais devastador que o anterior, cada conjuração mais terrível do que já haviam visto. A paisagem que restava se desfez rapidamente e os sobreviventes se esconderam como puderam, para não serem atingidos.

Um buraco negro apareceu criado por uma das partes e logo outro veio da mão do adversário para combater a investida. O chão se abriu em uma fenda enorme com a colisão e eles se lançaram aos céus, uma energia tentando superar a outra, a força de um tentando submeter a força do outro e ambos falhando em cada tentativa.

Nemesis com o impulso de derruba-lo lançou uma rajada de seu próprio poder com as mãos, mas ele conseguiu antecipar seus movimentos para ataca-la da mesma maneira e, mais do que isso, de seus olhos vieram raios vermelhos como os de um mutante, esta força somada fez com que fosse a Original a se chocar contra a terra e não o Imperador.

- ESSE É O MEU IRMÃO, CARALHO! - Gritou Chris da torcida sentindo-se como o próprio deus do trovão, levantando as mãos em alegria e sorrindo com orgulho. Ele não sabia como conseguia identificar Loki naquela coisa, mas isso lhe parecia tão certo que jamais conseguiria duvidar da identidade de quem se escondia naquela armadura.

- Sim, ele é. - Falou uma voz idêntica a sua ao colocar a mão em seu ombro em reconhecimento e com a mesma admiração.

Odinson estava ali (o que fez certo ator pular de susto ao vê-lo), forte e recém ressuscitado por uma fera inconsequente com resquícios do que um dia foi o deus trapaceiro. Apesar de ter se recuperado totalmente havia algo diferente em seu semblante, já fazia muito tempo desde a última vez que ele olhou para o irmão com tanto apreço quanto agora...

A mulher arroxeada não deixou que o oponente viesse até ela e conseguisse acerta-la, ela desapareceu quando ele estava a centímetros de alcança-la e reapareceu atrás em suas costas rápida demais para que ele conseguisse evitar totalmente o golpe, forte demais para que não houvesse danos. A regeneração não era um problema para nenhum dos dois, poderiam continuar nesse conflito por biênios antes de chegarem a um resultado, ou terem a sorte de alguém ser finalizado antes que conseguisse se recuperar.

A percepção de localidade não era a mesma para aqueles dois e para os outros seres do planeta, eles não se importavam e nem mesmo percebiam enquanto o mundo sobre seus pés mudava e a luta era arrastada para mais longe. Cidades ruíram por seus poderes e o mar não era um lugar em que se tornaria menos letais. Arrastando um ao outro com tamanha violência e fúria, eles ultrapassaram os céus do México e só encontram o chão de novo em Costa Rica, golpe atrás de golpe o Imperador acabou sendo arremessado para a Colombia e por defesa fez o mesmo com Nemesis, quando sua força a obrigou a seguir direto para o Brasil e aterrissar no que restou da Amazônia.

A lua desprendeu de seu eixo em um chamado feminino e veio até a Terra em instantes, chocando-se com tamanha força que o planeta entrou em colapso e todos os não envolvidos diretamente na batalha (com exceção do Deadpool) morreram. Ou pelos foi assim até que o Imperador manipulou o tempo para retroceder e o satélite natural voltou para o seu devido lugar, restaurando o mundo e fazendo com que todos retornassem como se nada tivesse acontecido.

Sua distração em recuperar Midgard e seus habitantes fez com que Nemesis notasse a falha de seu poder, a forma com que sua vantagem estava diretamente relacionada com aqueles seres vivos e com a insignificante formação rochosa. Sem aquelas vidas ele perderia a única coisa que poderia deixa-lo mais forte e vitorioso. Na crença dela nada poderia ultrapassa-la, nada seria capaz de ir além do que ela já havia chegado em seu auge e por isso ela não hesitou quando seus punhos se encontraram e os transportou para outra realidade.

Os humanos naquele lugar sucumbiram a poucos instantes pelo redirecionamento de sua eliminação, por isso não haviam vidas para se preocupar quando se lançaram contra prédios devastando tudo o que cruzava seus caminhos. Ela sentiu o que dava um pouco mais de poder a ele ir embora e isso fez com que não esperasse mais para mata-lo, acabaria com o desafiante nos segundos que levariam para que ultrapassasse suas proteções.

Como completamente iguais, eles se encontraram naquela vez, porém a Original permanecia em um estado de muito mais lucidez e racionalidade do que o outro, ele reagia com seus instintos e isso não era o suficiente para ser melhor do que ela. Sobrepondo-se ao macho ela o golpeou e o arrancou da atmosfera, levando-o para longe e não permitindo que ele se defendesse de seus piores golpes por mais que tentasse. Procurando recuperar o que lhe dava benefício ele fez exatamente o que ela fez antes, os levou para outra realidade e procurou pela força que ela dispunha.

Sua sorte vinha de um bebe, foi o que percebeu. Todos naquela Terra havia virado pó com o segundo estalar de dedos, menos a criança poderosa e completamente inconsciente do que era capaz de fazer. Alguém que um dia poderia ser como eles, mas que agora nos braços do homem mau que acabou protegendo não era nada além de uma adição a energia supermassiva que poderia se tornar capaz de derrotar a ameaça a humanidade.

O Imperador a golpeou no estomago antes que ela percebesse onde estavam agora e isso a arremessou para longe de Midgard em direção a Marte. O corpo feminino atravessou asteroides e os destruiu, mas não vagou o suficiente para chegar a orbita do outro grande corpo celeste. Ela atacou, os afastando ainda mais da fonte de poder do adversário e quando se fato passaram pelas proximidades do planeta vermelho não lhe deram a mínima atenção, estavam mais focados em desmembrar um ao outro.

As realidades se alteraram de novo e de novo, em cada momento atendendo a necessidade mais de um do que do outro. Enquanto atravessaram Júpiter, nenhum dos dois se mostrava melhor do que o outro e aquela parecia ser mais uma abertura para se acreditar que não chegaria a resultado nenhum. Eram como dois animais condenados a passarem toda a eternidade vagando pelo multiverso sem nunca poderem se satisfazer com a morte do outro.

Foi de Nemesis que a iniciativa de abrir uma fenda entre todas essas dimensões surgiu e o macho não demorou a segui-la sem pensar nas consequências que aquilo traria. Aquele lugar não passava de uma visão alucinógena incompreensível para a maioria dos seres vivos, mas para aqueles dois era possível se encontrar coerência e logica como se fosse uma existência normal.

Lá dentro, os mundos se moldaram ao redor de cada um dos movimentos feitos por eles, modificando-se e ondulando conforme suas energias se chocavam. Por todos os lados havia um caos de cores, formas e manifestações de pensamento, o que de alguma forma parecia alimentar ainda mais os poderes da Original. O homem parou encarando aquilo que enfrentaria e se sentiu intimidado inicialmente, mas conforme a força dela aumentava a dele seguia pelo mesmo caminho.

Talvez desde o momento que entraram nesta parte normalmente inacessível do multiverso esse tenha sido a intenção da arroxeada, sobrecarrega-lo de tal forma que o seu corpo pararia de aguentar. Ela também havia parado e só reagiria se ele tentasse escapar. A mulher só pararia quando a pele dele ceder, quando seus músculos se arrebentarem, quando sua mente desligar por completo e quando uma explosão tão grande acontecer junto de sua morte que a maior parte do multiverso será destruída junto, só então ela escapará para um lugar onde ninguém jamais se colocará contra sua autoridade.

A dor foi a ainda pior do que o que sentiu quando aceitou os dons da armadura, mesmo que ele não se lembrasse desse momento, mas mesmo assim ele não pretendia aceitar que o seu fim viesse sem mais resistência. Mesmo que cada mínimo movimento o colocasse mais próximo da destruição e que cada instante de paralisia piorasse ainda mais o que estava sentindo, o Imperador não parou até que ela fosse obrigada a toca-lo outra vez. Ele sabia que ela desencadearia o caos extremo quando sua mão o alcançasse, mas mesmo assim era a única saída que conseguia pensar.

Havia uma parte de seu pouco consciente que se lembrava de que ele não era um herói, que ele não lutava justo e que ele sempre trapaceava nas piores e nas melhores circunstancias. Quando a pele dela encostou na arma para acabar com aquele jogo de uma vez por todas, foi preciso que agisse primeiro, que arriscasse, que fosse mais rápido, mais ousado e que não tivesse nada a perder. Ele pensou em um lugar que os poderes dela não funcionariam, o materializou em sua mente e quando seu corpo começou a romper o Imperador os levou para lá.

(...)

Foi Nemesis quem tentou em colapso quando se encontrou naquela realidade, tudo o que ela representava foi drenado de uma vez só. As pedras do infinito em nada significam ali, não representavam ameaça nenhuma. Ela se viu sendo reduzida a uma mera mortal, uma mera e odiosa humana que não conseguia nem mesmo respirar no espaço, enquanto o outro não teve nem de perto a mesma redução. A Original perdeu tudo o que tinha de superioridade, mas o Imperador teve um novo banquete de dons para copiar em substituição ao que havia perdido.

Ele a segurou pelo pescoço com a força do homem de aço, transbordando os poderes de cada vigilante da enorme torre em orbita com aquela Terra e de cada meta-humano vivendo tranquilamente em solo firme. Sua mão quebrou a clavícula dela como se não fosse nada, como se mantê-la viva fosse um esforço maior do que mantê-la eternamente em submissão. O Imperador teria acabado com tudo ali mesmo, teria assumido o lugar dela, mas conforme aquela população se agitava, ele percebia que não tinha interesse nenhum por aquelas pessoas, seu reino não era ali e, portanto, quando o castanho assumiu o lugar do dourado nos olhos femininos ele voltou para a realidade em que havia nascido, ignorando também a agitação crescente daquele povo em reação aos seres estranhos que invadiram sua atmosfera.

Houve um momento de extremo silencio quando ambos voltaram, como se cada alma viva prendesse o fôlego em expectativa ao que estava por vir. Alguns comemoravam internamente, outros não se davam o luxo de acreditar que ganhariam, mas também existiam aqueles que perceberam que algo estava não estava certo e que não era mais um monstro que pendia nas mãos poderosas do adversário. Xavier, graças ao alerta de Jean, já se esforçava ao longo de quase toda a batalha para entrar nos pensamentos do inimigo e ver com o que realmente estavam lidando, porém foi somente conforme o corpo da mulher era atirado no chão para pura humilhação que ele conseguiu algum progresso.

A humana lá dentro era a coisa mais graciosa que já havia visto, brilhava em um poder tão extenso que era capaz de manter uma fera enjaulada e de suprimi-la onde não conseguiria fazer mal a ninguém. De alguma forma a garota quebrada havia conseguido controlar o incontrolável, cada ramificação da energia naquele lugar partia dela e se espalhava por todo o mundo que era consciência de Nemesis, alterando o que a arroxeada acreditava anteriormente ser parte de suas próprias decisões. Se o mutante conhecesse o passado da Stark teria entendido que, quando a Original assumiu o corpo, ela ficou com a posição que antes a invasora ocupava em seu próprio ser.

Outras manifestações de vida contribuíam para a contenção, deixando que Linna usasse de seus poderes contra a própria portadora. Era quase como se eles houvessem entrado em um acordo que ofereceria mais benefícios do que a lealdade ao Ego poderia lhes dar, algo que faria com que rejeitar suas próprias naturezas valesse a pena. Aquelas coisas não eram meramente altruístas, mas haviam parado de considerar Ego uma igual da mesma forma que ela não os considerava e ajudaram quando a humana quis salvar vidas mesmo que elas não merecessem. O telepata percebeu que se não haviam morrido de imediato ao ressurgimento da divindade foi porque a filha de um herói impediu.

O que quer que tenha permitido que permanecessem naquela posição estava se desfazendo como se houvesse uma luta interna para o comando tão árdua quanto a externa. Não durariam em sua resistência mesmo que fossem parte essencial da superioridade do inimigo, mas só precisavam aguentar até que o Imperador os destruísse ou até o momento que ele tirasse a coroa da cabeça dela e então tudo estaria acabado. Independentemente de quais seriam seus métodos eles pareciam ter dificuldade em finalizar suas ações e nisso, a ajuda de Xavier era mais que bem-vinda.

Sem as mesmas percepções do telepata e sem saberem que ele era parte daquela quase vitória, os ainda vivos contemplaram quando o corpo arroxeado se ajoelhou diante de seu adversário como se o declarasse vencedor e esperasse por sua sentença, mas não era esse o gesto que os impactava... A fera selvagem não percebeu ou não se importou com as lagrimas que os outros podiam ver e que não eram as lagrimas de uma criatura invencível que encontrara seu fim, ele era o único que não via quem realmente estava diante dele.

Não era com tristeza que a Garota de Ferro encarava aquela forma de seu melhor amigo e sim com o mais profundo alivio. Ela sempre soube que morreria pelas mãos dele. Sua pele se envolveu com a segunda armadura produzida exatamente para aquele momento, algo que prenderia seu pior lado com tanta força que ele não conseguira se recuperar de novo quando a destruição chegasse.

A lança lendária de um rei jotun veio para mãos do monstro que a reivindicava e todos prenderam a respiração com os rostos cheios de dúvidas, porém não havia nada que o fizesse hesitar e não esperaram mais do que mínimos segundos para ver a cabeça da rainha rolar. A pressão sobre o mundo se desfez por completo, mas em nada parecia certo comemorar a queda da soberana. Ganharam, o que deveria ser ótimo, entretanto, quando olhavam agora para quem proporcionou isso não se sentiam nem um pouco aliviados.

O Imperador era a própria Terra, era parte de cada um deles e era o alfa de uma população inconstante. Atualmente conseguiam perceber que a origem de seus poderes era o que o tornava pior do que a Nemesis foi, ele não era um salvador, era um governador na qual não eram capazes de negar os comandos como eventualmente conseguiam fazer quando a outra tentava controlar suas ações.

Um a um, cada ser ao redor se colocou de joelhos conforme o som terrível do rosnado vitorioso da criatura se espalhava. Não conseguiam resistir aos impulsos causados pelo desejo de aclamação da fera vaidosa. Os fios manipuladores os envolviam e não conseguiam fazer nada a respeito da submissão que inegavelmente abraçavam com tanta facilidade.

A coroa foi arrancada brutalmente da cabeça decepada, quebrando a armadura tão parecida com a sua própria e fazendo com que a tecnologia se desfizesse no restante do corpo. Ele segurava o objeto como se fosse um troféu e se deliciava com as respostas de seus súditos, nem ao menos percebia que eram apenas um reflexo de sua vontade. Para o que restava de um deus naquela coisa aquilo era como um sonho a muito almejado e finalmente alcançado, mais real que qualquer outra experiência semelhante que já havia vivido.

Havia um rosto de desejava contemplar, alguém que queria sobre seus pés, mesmo que não lembrasse o nome de tal pessoa. Ele procurou pelos cabelos loiros e pelos olhos azuis, pelo porte poderoso e pelo ar soberano enquanto caminhava entre a multidão que se afastava com respeito. Mantinha sua antecessora morta flutuando por perto apenas para apreciar mais daquela contemplação, seu alvo não estava muito longe. Odinson permanecia de cabeça baixa conforme o irmão se colocava a sua frente, ele não conseguia nem ao menos se mexer.

Vida longa ao rei.

(...)

Scarlett soube que não havia acabado quando não sentiu nenhuma motivação para se ajoelhar e o fez apenas para não atrair uma atenção desnecessária. A influência do Imperador não se atribuía a ela. Sua mente trabalhava para entender o que aquilo significava, quantas possibilidades se abriam e quais eram chances de poder fazer alguma coisa a respeito, mas nada pesava mais do que o entendimento que não veria sua filha outra vez. Não se quisesse mantê-la em segurança.

Seu corpo tremia e ela fazia um imenso esforço para não chorar. Tom havia mentido, nenhum deles voltaria, desde o início não havia esperança nenhuma e eles entraram naquele portal por pura idiotice. Quando tiveram o impulso de salvar o multiverso era apenas o lado humano de cada um falando, não eram heróis, ela não é a Natasha, Chris Hemsworth não é o Thor, Chris Evans não é o Steve, Benedict Cumberbatch não é o Strange, Mark Ruffalo não é o Hulk, Jeremy Renner não é o Clint, Elizabeth Olsen não é a Wanda, Ryan Reynolds não é o Wade, Tom Hiddleston não é o Loki e Robert Downey Junior não é Tony Stark. Todos esses nomes que atribuem a cada um eles não passam de personagens que já incorporaram, alguém que deveriam ser diante das câmeras, uma parte importante de suas vidas com certeza, mas pessoas muito diferentes daqueles que vivem fora das histórias. Apenas... davam vidas a eles.

Seus olhos estavam procurando pelo Hiddleston antes que pudesse se impedir e quando o encontrou constatou que era encarada de volta, ele sabia, mas é claro que sabia. A responsabilidade de um ator é dar vida ao personagem, porém aqueles representam estão muito além do que demonstram na adaptação cinematográfica quando consideramos um outro plano. Nas HQs alguns deles estão tão próximos ao divino e com poderes sobre a realidade tão grandiosos que podem ser capazes destruir pedras do infinito com meras palavras...

Ela buscou os outros de sua realidade, todos possuíam expressões de compreensão idênticas a que com certeza que também estava estampada em seu rosto. Elizabeth estava muito perto, com a atenção focada em outro lugar, como se soubesse o deveria fazer e odiasse isso.

- Houve um dia em que a Feiticeira Escarlate disse três palavras e a raça mutante desapareceu da Terra... - Johansson sussurrou tão baixo que ninguém além da outra atriz ouviu.

- Eu sei. - Ela disse em igual tom. - Mas vou causar um segundo Big Bang se fizer isso.

- Essa pode ser a nossa única chance contra ele. - Suas vozes permaneceram baixas para que ninguém mais desviasse a atenção para a conversa. - Nós não vamos voltar para casa, não enquanto aquela coisa controlar todos por aqui.

Mesmo que a hesitação de Olsen atrasasse a completa destruição de um inimigo que ninguém mais conseguia enfrentar, Scarlett a entendia completamente. Quando a ameaça se constituía de Nemesis cada um deles se deixou tomar pela parte heroica que habitava em seus corações, eles se esqueceram do que eram e abraçaram a fantasia, a morte não parecia tão assustadora quanto agora. A incerteza era a pior parte do que estava por vir, se não agissem, poderiam nunca mais ver seus entes mais queridos outra vez e serem obrigados a encenar uma outra vida à mercê da vontade de um monstro, se agissem poderiam morrer junto de outros infinitos seres vivos. Suas vidas não valiam mais do que a de todo um universo. Talvez a melhor escolha realmente fosse permanecer ali e aceitar o que o destino estava os impondo.

Se a criatura não os olhasse como um conquistador, se ele não demonstrasse deleite e prazer com a submissão de um planeta e se sua aura poderosa demais não deixasse claro para todos eles o quanto estava gostando de ser vitorioso, poderiam ter acreditado que estavam dando um rumo melhor para todas aquelas vidas ficando quietos.

Eles poderiam ser mais fortes que o Imperador caso buscassem os dons de seus personagens nos quadrinhos, contando que ele não copiasse seus talentos seriam capazes de ir além do limite dele. Enquanto a Original estava viva ninguém jamais conseguiria ser poderoso ao ponto de vence-lo, mas sem os poderes dela dando a ele tamanha grandiosidade tudo o que restava era apenas a reprodução dos talentos de quem permanecia na Terra sob a influência dele.

Os olhos de Scarlett buscaram por Benedict e ela viu que ele havia chegado a mesma saída, mas esperava como se qualquer movimento errado pudesse lhes custar a chance. Todos os atores prendiam a respiração com o mesmo medo, poderiam ser poderosos, mas não era imortais e a coroa ainda estava com o inimigo. Não haveria uma segunda filmagem se falhassem.

- Existe um lugar em que ninguém precisaria morrer além de nós... - Seu tom não passava de um sussurro, porém ela sabia que a outra estava escutando e o relaxar de ombros que se seguiu mostrou que ela já havia feito a sua escolha.

O Imperador olhou diretamente para as duas como se seus sentidos houvessem o alertado, ele segurou as joias com ainda mais força e deixou Odinson para se aproximar de seus novos inimigos. Cada passo a mais significava a morte, cada centímetro mais perto era o completo fim da esperança. Ele entrou em suas mentes em segundos, buscando por respostas, pelo lugar que havia originado tamanho poder e por meios de como conquista-lo. Todos ouviram o gemido de satisfação que ecoou pela região quando a coisa encontrou a mina de ouro que é a realidade de onde vinham. Por que conquistar todos os universos interessantes com seu poder se, conquistando aquele, todos os outros também cairiam?

A fera se aproximava como um predador diante da presa a passos lentos, como se aproveitasse cada momento de expectativa antes de atacar o banquete. Chris Evans se viu falando com o sentimento que tomava todos aqueles que vinham do mesmo lugar que ele. Por seus filhos, por suas famílias, por seu mundo e por todos os outros...

- Atores... - Houveram os segundos em que cada um deles se armou outra vez com aquilo que foram obrigados a largar quando se joelharam. - Ação!

Mark, Robert, Jeremy, Hiddleston, Evans e Hemsworth se adiantaram ao se colocarem entre a criatura e seu alvo atrasando-o pelos instantes preciosos que trouxeram o ambiente que precisavam.

- Dimensão espelhada...

As joias foram removidas de seu suporte e se moveram para a manopla da armadura do inimigo. Sua força foi drenada para quase zero quando a realidade foi mudada, mas as singularidades em sua posse faziam com que ainda fosse uma das criaturas mais poderosas do universo. Ele sentiu a ameaça antes que ela fosse de fato real e nada no mundo o impediria de ver aquela mulher grandiosa se desintegrar.

Bastou um olhar na direção daqueles insetos para entender que eles fariam qualquer coisa para impedir que ele a alcançasse, nem mesmo arriscaria dar-lhes tempo. Sua mão se cerrou, os dedos se preparando para serem estalados e então um manto intrometido se colocou no caminho, seguido pela tecnologia que respondia a sua própria e travava seus movimentos, aqueles falsos heróis estavam realmente pedindo por uma morte dolorosa. Um rosnado de raiva saiu de seus lábios, que seja pela força bruta então.

Stormbreaker respondeu o seu chamado, mesmo que alguém que deveria servir estivesse a alguns passos de distância. Arrancaria a cabeça de cada um dos malditos desafiantes. Aparentemente ninguém ousou duvidar de suas intenções, ele acertou o rosto da fera verde e ela foi afastada de seu alcance pelo mago, alguém que continuou fazendo o mesmo com todos os outros instantes antes deles terem suas vidas tomadas. Criaturinhas irritantes e tolas, o recuou lhe deu a abertura que precisava para ir direto para a maldita humana.

Não precisou de nada além de segundos para chegar até a ela, com a arma lendária de Asgard em mãos ele não precisava de mais nada para coloca-la aos seus pés. Porém quando ele desceu o golpe outra pessoa entrou em frente, outra fêmea para aguentar o ataque. A armadura dela teria se partido facilmente e sua carne teria o mesmo caminho, aquele escudo criado no desespero não a protegeria minimamente e seu ato impensado somente a faria morrer mais rápido que os outros, porém a cópia barata do deus do trovão reivindicou o machado quando viu o que ele faria e, em consequência, o Imperador errou. Os olhos vermelhos da mais poderosa fizeram com que a coisa enxergasse a própria morte.

Um pensamento coerente veio a sua mente quando a magia dela o envolveu com sua sentença, ele implorou a si mesmo que voltasse para casa, que encontrasse segurança e alguém que se importasse o suficiente para esmagar cada célula de seus inimigos por ele. Os lábios da ameaça se mexeram e ele soube que havia acabado, porém em um canto de seus olhos uma coisa chamou sua atenção: os insetos trouxeram o corpo da fêmea que havia desafiado anteriormente junto dele quando convocaram aquela dimensão estranha. Ele não se lembrava do porquê, mas ela se parecia com um lar. Seu corpo se moveu para envolver o dela e foi preciso que usasse a joia do espaço para que fosse mais rápido que as palavras que viriam. Houveram alguns instantes em que ele se sentiu bem, mas isso não durou.

- Sem mais pedras do infinito. - A magia da feiticeira que a atriz representava envolveu toda a dimensão e então se focou naqueles seis pequenos pontos. Ela sentiu que o monstro tentava escapar, mas não permitiu, ela manteve o foco e então o expandiu em destruição.

O segundo big bang se desencadeou quando a forma de pedra se rompeu e toda a energia contida em cada uma delas foi liberada com a força monstruosa que guardavam. A pele dos atores ardeu e o clarão que se seguiu poderia ter tomado suas visões, caso houvessem permanecido com matéria naquele lugar após o caos ter tomado conta. Nada restou na dimensão espelhada, mas ver a luz do sol outra vez como pessoas livres foi uma sensação muito gratificante. Que bom que Benedict decidiu levar todos de volta quando percebeu que conseguiriam dar um fim para aquele confronto.

Silêncio. Um silêncio massivo e frágil, como se cada ser ainda presente esperasse que o pior voltasse e que comemorar apenas pudesse trazer mais inimigos em potencial. Com a respiração ofegante e com o corpo lutando para se estabilizar, os atores se permitiram cair no chão em exaustão. Havia acabado, venceram e sobreviveram para contar histórias que ninguém mais acreditaria.

Não houveram vivas, ou gritos em comemoração, não quando o sangue de seus colegas e amigos manchava o chão e a dor era tão recente que não conseguiam suportar. Muitos permitiram que suas guardas abaixassem e se deixaram cair como aqueles que deram o golpe final fizeram, outros permaneceram de pé com o olhar tão perdido que talvez nem houvesse percebido que agora podiam respirar com mais tranquilidade.

Lagrimas da alivio brotaram na maioria dos olhos. Seus mundos estavam a salvo, agora podiam voltar para casa sem o medo de que falhas resultariam na morte de tudo aquilo que mais queriam proteger.

Parte da jornada é o fim... 

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