SUPER ¹ ━ peter parker

By _gwldn

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𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑 ━ ❝não é preciso ter poderes para ser um super-herói❞ SAVANNAH EVANS TEM um segredo. ... More

𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑
━━ CAST & SOUNDTRACK
━━ GALLERY
━━ EPIGRAPH
𝐀𝐂𝐓 𝐈
01. the avengers are the bad guys
02. how to almost run someone over
03. a new case
━━ 1K
04. beautiful irony
05. the double date
06. worries
07. the not so amazing spider-man
08. honesty... or something like that
09. reputation
10. africa by toto
11. a supername
12. a couple of cupids
13. to be a hero
14. the girl in the spider's web
15. are you more like major or spider-man?
16. partners for one night
━━ 21K
17. catch me if you can
18. patience is a virtue
19. the best sandwich in queens
20. snooping around
21. a smelly situation
23. peter tingle
24. the popcorn battle
25. night terrors
26. inner storm
27. this is halloween
28. dancing with a vigilante
29. trick or treat?
30. fugitive
31. web of lies
32. wanted
33. hostage situation
34. just friends
35. what would major do?
36. celebrate
37. starry night
38. falling for a friend
𝐀𝐂𝐓 𝐈𝐈
39. she knows
40. the burden of memories
41. emergency contact
42. partners in crime
43. the tony stark
44. gaslight, gatekeep, girlboss
45. busted
46. rumor has it
47. romeo and juliet
48. investigating
49. down at the docks
50. seeing red

22. bad luck

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By _gwldn

DEITADA DE BRUÇOS NO colchão, Savannah balançava as pernas de um lado para o outro, tão inquieta que mal conseguia concentrar-se; ela estivera tentando ler os relatórios que imprimira antes de ir ao jogo desde que voltara deste, tanto que nem o uniforme de líder de torcida havia tirado, porém não fora capaz de ler nem cinco folhas dentre aquelas duas horas que cedera à investigação. Cada palavra que lia não parecia ser absorvida, de modo que ela tinha de reler. Quando o fazia, não prestava atenção. Relia. E não prestava atenção. E relia mais uma vez...

Ela estava presa naquele ciclo vicioso porque a verdade era que sua cabeça não passava de um turbilhão de pensamentos — pensamentos sobre torcedoras, sobre as suas responsabilidades e, infelizmente, sobre Felicia.

A jovem não pensava, pensava mesmo, em sua ex desde o ano anterior. Embora ambas fizessem parte do time de líderes de torcida, não se falavam, mal se olhavam. As outras garotas, sabendo do histórico entre as duas, montavam coreografias nas quais elas não interagiam, o que simplificava as coisas. Assim, era fácil para Evans ignorar a menina e tudo que tiveram juntas.

Contudo, as coisas agora estavam complicadas devido àqueles novos e constantes olhares furtivos vindos de Felicia. Sempre que os percebia, fosse em festas, treinos ou corredores, a heroína ficava furiosa. Em sua cabeça, aquelas encaradas não faziam o menor sentido, já que, quando terminaram no ano anterior, a loira havia dito com clareza que não queria nada com ela, nada dela, nada que a envolvesse.

Se era assim, por que a olhava tanto? Aquele questionamento despertava as antigas dúvidas da menina: houvera noites, nas primeiras semanas após o término, em que ela se perguntara se aquilo tinha acontecido de verdade, se o motivo para terem se separado era realmente "já ter cumprido o seu propósito de fazer ciúmes" — porque não era possível... A Felicia que conhecera não faria aquilo. Tinha de haver outro motivo!

Só que não tinha. Savy nunca descobriu um e eventualmente deixou de se importar. Não queria mais nada com a antiga namorada. Seguiu em frente, como havia feito com o seu primeiro namorado, um garoto chamado Caleb. (Um relacionamento que acabara em lágrimas, pois o menino teve de se mudar.) Agora, fazia piadinhas com Amelia sobre seus namoros fracassados e se sentia confiante para ficar com meninos e meninas em festas, apesar de não ter saído, simplesmente porque não queria, em nenhum encontro desde então. Quer dizer, isso se não contasse o encontro duplo com Lia e Ned e Peter.

Peter...

Talvez não quisesse admitir, mas o rapaz também não saía de sua cabeça. Não que houvesse algo errado em pensar no amigo, é claro. Entretanto, era um pouco estranha a forma como ela sorria somente por recordar-se do nome do perfume horroroso dele, que com certeza devia conter peixe podre na fórmula, não era possível. Ou como era esquisito ela ainda conseguir sentir o fantasma da alegria que sentira ao vê-lo nas arquibancadas. Antes de a partida de futebol começar, Ned estivera sozinho, e aí Peter havia aparecido depois. Era legal ter seus novos amigos indo prestigiar Lia e ela.

Era estranha a maneira como ela não se importara nem um pouco com o cheiro péssimo dele. Estranha a maneira como se sentira meio envergonhada ao abraçá-lo, o coração acelerado devido à excitação do jogo. E ainda mais estranha a maneira como tudo parecera parar quando ele lhe dissera "A Felicia provavelmente está arrependida. Afinal, por que não estaria? Quer dizer, olha para você!", tal qual um amigo consolando uma amiga, certo? Certo.

Savannah largou os papéis que tinha em mãos mais do que imediatamente e rolou para o lado. Recusou-se a continuar com aquele raciocínio. Recusou-se a sequer pensar no beijinho impulsivo que tascara na bochecha de Parker. Não, não e não. Seus olhos fixaram-se no teto, no lustre aceso e no ventilador ligado. Estremecendo com o vento sobre a pele exposta, ela tomou sua decisão.

A vigilante substituiu o uniforme de torcida da Midtown High — que, surpresa, cheirava a arenque — pela vestimenta militar. Com a máscara de esqui cobrindo-lhe o rosto, ela agarrou o taco de beisebol e saiu noite adentro.

Patrulhar um pouco ia bom. Uma distração, era o que aquilo era. Ter de ficar alerta a impediria de ter reflexões impertinentes. Mesmo que não achasse alguém contra quem lutar, a simples tarefa de procurar por confusão bastava. Assim, ela não reclamou consigo mesma ao vagar, sem rumo exato, durante um bom tempo, olhos e ouvidos atentos a qualquer sinal de crime.

Quando estava pensando em desistir, voltar para casa e lidar com a própria mente, sua visão periférica captou o vislumbre de uma intensa luz vermelha e azul. Seu cérebro pareceu apitar; viatura de polícia! Por sorte, estava passando em frente a um beco e não hesitou em jogar-se dentro dele. Rente à parede, utilizando a escuridão como um manto, ela permaneceu encolhida atrás de uma lata de lixo conforme o veículo fazia a sua lenta ronda.

Savannah ficou diversos minutos naquela posição, apenas aguardando o carro distanciar-se o suficiente. Um tempinho depois, assim que teve plena certeza de que a viatura estava mais do que longe dali, ela esticou-se para fora do desconfortável esconderijo. Caminhou cuidadosamente para a abertura da viela e estava prestes a voltar para a calçada vazia quando reparou em um movimento no telhado da construção do outro lado da rua.

Mais uma vez, a Major escorou-se contra a parede próxima, os olhos espremidos na tentativa de enxergar o que se passava no estabelecimento, uma joalheria. Foi graças à luz dos postes alinhados pela calçada que a menina foi capaz de ver um corpo esguio, envolvido por um uniforme preto e prata, na beira do telhado, uma cabeleira prateada chicoteando logo atrás.

O coração de Savannah acelerou enquanto ela observava a Gata Negra desaparecer atrás da mureta, indo para além do que os olhos da jovem podiam enxergar. Nada mais importava naquele momento, não quando adrenalina já começava a entorpecer Evans, não quando ela tinha um propósito para aquela noite: deter a ladra de roubar as joias que almejava.

Sem perder tempo, ela atravessou a rua correndo e parou em frente à fachada da loja. Devido ao vidro escuro, não conseguiu ver nada que não as joias expostas na vitrine, o interior além era um imenso breu. Savannah sabia que não havia nenhum jeito de entrar pela porta da frente, a menos que quebrasse a vidraça (o que estava fora de cogitação, já que isso alertaria a Gata Negra de que estava lá e provavelmente dispararia uma série de alarmes). Considerando que o prédio era colado no do lado, não havia portas laterais para arrombar. Tudo o que lhe restava era o telhado da joalheria.

A garota, então, percorreu a calçada até chegar ao estabelecimento, mais especificamente um restaurante, que se localizava na esquina. Daquela vez, havia uma porta na lateral; a heroína bateu na maçaneta com o taco, e o estalido provocado foi o único barulho a ecoar pela noite deserta. Nenhum alarme havia sido acionado, para a sorte da menina. Talvez a sorte estivesse a seu favor naquele dia, no final das contas.

O que aconteceu a seguir não passou de um borrão para Savannah, tamanho era o seu nervosismo: adentrar o restaurante, achar a porta e a escada que levava para o telhado, passar de um prédio para o outro até que chegasse à joalheria — tudo isso foi obstruído pela sensação de tensão que se alastrava por seu corpo. Não era um sentimento estranho a ela, visto que sempre o sentia antes de uma luta, mas não deixava de afetá-la. Agora, na cobertura da loja de joias, vendo a porta que dava para o interior escancarada, seu estômago pesava.

Ainda assim, ela não deixou que seus sentimentos interferissem em sua tarefa. Afinal, fora exatamente por isso que ela saíra de casa mais cedo, não fora? Uma chance de se distrair, algo com o que ocupar a cabeça. E, de bônus, prenderia uma vilã. Tudo como planejado, ou era o que estava dizendo a si mesma. Savannah passou pela porta.

Ela desceu a escadaria escura com dificuldade, tateando as paredes ao seu redor para amparar-se, espremendo os olhos para enxergar qualquer coisa. Seus passos eram cuidadosos, quase silenciosos, pois não queria dar nenhuma pista de que estava ali. Nem mesmo ligou a lanterna do celular, já que a luz poderia chamar atenção, por mais fraca que fosse. Ela desejava pegar a Gata Negra de surpresa.

Apesar de chique, o lugar não era muito grande, aparentemente: além do corredor que dava para os degraus ligados ao telhado, havia somente uma ampla sala repleta de cadeiras, mesas, espelhos e balcões, nos quais estavam diferentes tipos de joias, uma mais cara que a outra. Não foi difícil avistar a criminosa; ela estava de costas para a Major, debruçada sobre um dos mostruários. Ela parecia estar tentando tirar a cúpula de vidro ao redor das joias em exibição.

Era provável que o uniforme da ladra tivesse o recurso de visão noturna, e assim ela não sofria com uma perspectiva limitada como Savannah. Ela avançou, silenciosa, o bastão em riste, pronta para atacar; já havia subestimado aquela mulher uma vez e não pretendia cometer o mesmo erro duas vezes.

Só que, infelizmente para a jovem, ela não notou o espelho mais adiante graças ao escuro.

— Olá, você — a voz modificada e maliciosa da Gata Negra ecoou pela loja.

Antes que Savannah pudesse sequer se chocar — ou se achar patética, visto que ela havia sido a pessoa pega de surpresa —, a platinada deu um giro e lançou nela as ferramentas que utilizava para tentar abrir o vidro no balcão. A adolescente desviou uma com o taco de beisebol, ao passo que a outra atingiu-a na barriga, a ponta espetada em seu colete à prova de balas. Com um ruído de ultraje, Evans atirou o instrumento para longe enquanto investia contra a oponente.

Apesar de Gata Negra ter avançado em sua direção também, agitando as garras de metal e tudo mais, a heroína conseguiu desviar e bater com o bastão na boca do estômago da outra. O golpe, forte, fez com que a ladra fosse lançada para trás, seu corpo atingindo a vitrine sobre a qual estivera inclinada previamente. O vidro foi estilhaçado, cacos voaram para todos os lados.

O alarme da loja disparou, um barulhinho estridente e irritante perfurando os tímpanos de Savannah, e luzes vermelhas começaram a piscar no ambiente. Provavelmente tinha no máximo dez minutos antes de a polícia chegar, se não menos. Aquilo não pareceu ser um problema para a criminosa, pois ela colocou-se de pé em poucos segundos e, com um rosnado, atacou.

A tática usada daquela vez foi diferente. Ela lançou na vigilante um punhado de joias, adquiridas quando o mostruário foi destruído. Savannah arregalou os olhos e tentou pegá-las, já que provavelmente valiam mais do que seu próprio rim. Naquele interim, tendo a distração perfeita, a Gata Negra saltou sobre ele.

As duas caíram no chão, o bastão de Evans rolou para longe de seu alcance, as joias arrebentaram ao serem violentamente derrubadas. O tilintar das gemas quicando no chão foi encoberto pelos grunhidos das lutadoras, Savannah sendo prensada no chão pelas mãos firmes da platinada. Um soco foi desferido em seu nariz, e seus olhos marejados conseguiram ver o sorriso satisfeito da mulher.

— Se lembra disso? — apesar da voz modulada, o sarcasmo ainda estava presente no seu tom.

Com o peito inflando de raiva, as lembranças do seu último encontro com a criminosa queimando por trás dos olhos, a Major ergueu o punho, acertando-o na lateral da cabeça da Gata Negra, que, com isso, desequilibrou-se. Savannah jogou-a para o lado e conseguiu se erguer antes da outra; um soco na boca e outro no estômago, que nem da última vez em que se encontraram, manteve a mulher de joelhos no chão.

— Se lembra disso? — retrucou, a voz também diferente, como vinha fazendo desde a luta na indústria.

Indo para trás da ladra de maneira veloz, a vigilante tentou puxar os braços dela para as costas, de modo que pudesse algemá-la. No entanto, a Gata Negra ergueu-se e agora fazia força para não deixar seus braços se moverem. Então, ela lançou-se para trás, esmagando Savannah contra um espelho. A adolescente pôde sentir o objeto partindo-se contra suas costas, o impacto tirando-lhe o ar quase que por completo. Como se não bastasse, a criminosa lhe deu uma cotovelada na barriga, o que fez com que fosse largada.

A Gata Negra afastou-se enquanto a Major permanecia parada, sem ar e com pontos brancos dançando em sua visão. Foi somente graças à luz vermelha que ainda piscava no lugar que a heroína conseguiu discernir a forma do próprio bastão vindo de encontro ao seu rosto. Ela agachou ao mesmo tempo em que o que restava do espelho atrás de si era destruído. A platinada ergueu novamente o taco de beisebol, mas Savannah não lhe deu margem para atacar novamente: ela girou os pés e lhe deu uma rasteira, mandando-a para o chão.

Entretanto, a criminosa não demorou para se erguer. Ela avançou com as garras erguidas na direção da Major, que simplesmente jogou-se no chão, deslizando ao lado da ladra. Ela pareceu desconcertada por um minuto, e aquilo foi tempo o suficiente para a heroína agarrar o seu bastão largado no chão e levantar num salto.

Evans brandiu o objeto contra a oponente, acertando-a no abdômen. Ouviu a Gata Negra resfolegar, mas então ela correu em sua direção com os braços abertos. Seus corpos chocaram-se; as duas eram uma confusão de braços e pernas e armas ao colidirem contra a vitrine da entrada da loja. O vidro foi estilhaçado, as colunas sobre as quais joias eram expostas tombaram e ambas as mascaradas foram cuspidas na calçada.

Savannah tentou se levantar de imediato — todavia, uma fisgada de dor em sua perna a fez gritar e cair com tudo no chão. Sua cabeça girava, sentia gosto de sangue na boca e as pernas queimavam.

A Gata Negra, por sua vez, parecia melhor que ela. A mulher conseguiu se levantar e, com um sorriso sangrento, ela balançou um colar cujos brilhantes pareciam ser de diamante.

— Sabe, eu adoraria ficar e conversar, mas tenho que ir — limpou o sangue que escorria dos lábios com as costas da mão. — Até logo, Major.

Simples assim, ela desapareceu do campo de visão da vigilante. Reunindo todas as forças que ainda lhe restavam e com o auxílio do bastão, Savannah fez um esforço tremendo para levantar — não só sua perna como todas as outras partes de seu corpo pareceram protestar contra aquilo, mas ela as ignorou. Não que importasse agora. A Gata Negra já havia desaparecido.

A adolescente liberou uma enxurrada de palavrões, frustrada, contudo, sabia que não tinha tempo para se remoer. Tinha de sair de lá antes que a polícia chegasse e a prendesse. Ela, então, lançou um olhar para as suas pernas e descobriu rasgos em sua calça por conta de cortes de vidro. Porém, pior que aquilo: havia um grande caco de vidro afundado em sua panturrilha, alguns menores margeando-o. Sangue empapava sua legging, e o tecido colado contra a pele era a única coisa que impossibilitava o líquido de escorrer e pingar no chão.

Era melhor sair dali antes que aquilo mudasse.

Nauseada, Savannah respirou profundamente antes de sair correndo.

Savannah já estava na metade do percurso para casa quando suas pernas começaram a fraquejar. A garota havia corrido tanto quanto pudera: ela se mantivera nas sombras, escondendo-se sempre que ouvia o som de viaturas que passavam por perto, todas dirigindo-se para a joalheria roubada. A que ela falhara em proteger. Se a Major tivesse energia, teria socado a si mesma.

Apesar de já estar bem longe da joalheria, ainda havia um longo caminho a percorrer, e ela não tinha certeza se conseguiria fazê-lo. A confirmação daquilo veio quando ela tentou dar mais um passo e seus joelhos cederam; com as pernas ardendo como nunca, Savannah precisou apoiar-se na parede mais próxima para se impedir de cair no chão.

Ela tentou respirar fundo. O machucado em sua panturrilha enviava fisgadas de dor para o resto de seu corpo, mas ela não tinha opção alguma além de ignorar aquilo se quisesse chegar em casa ainda naquele dia. Não poderia ficar ali se lamentando na rua para sempre; a vigilante só precisava de alguns minutinhos para se recompor e então recomeçaria a sua caminhada...

Depois de retomar o seu rumo, Savannah teve de dar mais duas pausas para perceber, por fim, que ela não conseguiria chegar em casa naquele século sozinha, não quando cada movimento que suas pernas realizavam bastavam para fazê-la querer gritar.

Assim, ela ligou para Amelia.

Eram onze horas da noite quando o fez e a amiga ainda estava na festa pós-jogo de futebol com Ned. Savy sentiu-se péssima por tirá-la de lá, mas era uma emergência, e ela não conseguiria voltar atrás nem se quisesse, pois, assim que proferiu a primeira palavra com sua voz rouca e cansada, Amelia captou que estava com problemas.

Quando Lia chegou, dentro de quinze minutos depois de Savannah compartilhar a sua localização, a heroína estava encolhida no interior de um beco sem saída. Lia correu para ajudá-la assim que a viu. A menina jogou o braço por cima do ombro da amiga e, com a pernas queimando, foi conduzida até o carro de Bennett. Dentro do veículo, a Major arrancou a máscara e lançou um olhar culpado para a amiga quando esta tomou seu lugar no banco do motorista.

— Nem ouse pedir desculpas, Savannah — ralhou quando a outra fez menção de abrir a boca para fazer exatamente aquilo. Ela deu partida no carro e pisou no acelerador, logo deixando o lugar para trás. — Agora, me diga o que aconteceu.

— Desculpe — ela murmurou, apesar do que Lia dissera. — Não queria tirar você da festa, estava se divertindo e ainda tinha o Ned...

— Pedi a Ava para dar carona ao Ned — a garota contou. — Agora, por favor, fale o que aconteceu.

Savannah suspirou. Não queria preocupar Amelia mais do que já o estava fazendo, mas, de um jeito ou de outro, a jovem veria o seu estado. O que ela poderia fazer era explicar como havia se metido naquilo e assegurar de que estava bem na medida do possível. Assim, narrou o seu encontro com a Gata Negra, contou todo o azar que aquela ladra parecia lhe dar. Lia escutou tudo calada e, no fim do relato, estacionou o carro no meio-fio para poder ver o estado da perna de Savy. Quando o fez, arquejou.

— Parece pior do que é — Savannah tentou tranquilizá-la, mesmo que tivesse certeza de que a pouca luz do carro tornava a aparência do ferimento melhor. — Provavelmente não teria chegado a esse ponto se eu estivesse com a minha calça militar, já que o tecido é mais grosso, mas eu resolvi usar a calça legging e...

— Vou levar você ao médico. — Lia cortou a divagação de Evans, que tinha como puro intuito distrair a amiga para que não dissesse aquelas cinco palavrinhas. — Não existe a menor possibilidade de você tratar isso sozinha!

— Então você me ajuda! — sugeriu, o que fez Amelia soltar uma risada incrédula. — Qual é, você tirou a nota mais alta no curso de primeiros socorros na escola!

— Por fazer respiração boca a boca, não remendar alguém! — exclamou. — Temos que levar você para um hospital! Se a gente não tratar isso direito, você pode pegar uma infecção e aí vamos ter que amputar a sua perna!

Savannah fez uma careta.

— Acho que você está exagerando um pouco. — Bennett lhe lançou um olhar exasperado. — Lia, honestamente! Eu estou com o uniforme de Major, não tem como eu ir para qualquer lugar assim!

Sem dizer uma palavra, Amelia arrancou o cinto de segurança para esticar-se até o banco de trás, este que ela revirou até parecer achar o que queria: um suéter azul marinho e felpudo. Estendeu-o para a heroína, a qual entendeu o recado. Com um suspiro, Savannah arrancou o casaco militar e o colete à prova de balas, ficando somente com uma regata preta por baixo, e em seguida vestiu a outra peça de roupa. Enquanto isso, ela dizia:

— Certo, tudo bem, roupa resolvida. Mas ainda que a gente forje um álibi, não vai parecer suspeito eu aparecer lá com cacos de vidros nas pernas, depois de um confronto que obviamente poderia deixar ferimentos desse tipo? E se a polícia resolver procurar alguma pista no hospital?

— Duvido que eles achariam que vigilantes e criminosos fossem se remendar no médico. E mesmo que achassem, há dezenas de hospitais por aqui — ela falou. — Além do mais, você não vai para os registros, não se formos até a minha mãe. — Lia permitiu-se abrir um pequeno sorriso diante da cartada final, a mãe doutora, mas qualquer traço de triunfo desapareceu de seu rosto conforme ela olhava bem para a amiga e pegava suas mãos. — Savy, por favor. Sei que você não curte hospitais, mas... por favor. Disso a gente não pode cuidar sozinha.

Savannah engoliu em seco. Entretanto, encarando os olhos de Amelia, ela percebeu que a amiga tinha razão. Não podiam fazer tudo sozinhas, especialmente aquilo. Era melhor tratar o ferimento propriamente para que não houvesse complicações no futuro. Assim, a vigilante anuiu com a cabeça. Lia abriu um sorriso aliviado antes de soltar sua mão e dar partida no carro.

[24/01/2020]

olá, gente, tudo bem com vocês? estão aproveitando as férias?

eu particularmente gostei desse cap, a amizade da savy e da lia é tudo pra mim aiai

ai, vocês viram que eu dividi super em partes? to apaixonadíssima

então, com black widow vindo aí, eu fiz um concept trailer de um filme de origem da natasha. vou deixar aqui para quem quiser ver, to mto apaixonadinha por ele:

tem legendas em português e em inglês no yt, aliás. assistam em hd!!

bem, espero que vocês tenham gostado! até a próxima!

beijos!

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