BELO, CONNOR.

By Tamaragonc

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3° livro dos irmãos James. Os opostos realmente se atraí ou é tudo uma farsa para enganar a mente daquela... More

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E p í l o g o
D e s p e d i d a
NOTA DA AUTORA

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By Tamaragonc

Segunda-feira

Connor C. James

     Em meus vinte e um anos já fui convidado para inúmeras festas, não cheguei a participar de todas mas participei de muitas.

Odeio barulho e bagunça, isso é motivo o bastante para me manter longe, mas olha onde estou, sentado no sofá de mais uma festa que vim por não ter nada melhor pra fazer.

- Gostou? - pergunta a morena ao meu lado. Levemente inclinada sobre mim

- Sim - respondo, é isso o que ela quer ouvir. No segundo que ouve, abre um sorriso

- E que tal a gente subir para conversar mais tranquilamente?

Eu sentia o tom malicioso. Bebi um gole da minha cerveja, pensando na tentadora proposta.

As pessoas ao redor sorriem e dançam ao som da música baixa. Raramente a UFH tem festas tão tranquilas como essa, sem gritaria, sem bagunça. Isso me faz querer aproveitar um pouco, então recuso o convite dela.

- Quem sabe outro dia?

Ela não esconde a decepção, entretanto, esconde com facilidade. Ela pega uma caneta na orelha de um cara ao nosso lado no sofá, ele encara ela como forma de questionamento, ela escreve seu número na minha mão e devolve para o mesmo sem ao menos dizer obrigada.

Ergui uma sobrancelha, franzindo os lábios. Ela beija minha bochecha e sussurra:

- Espero que a gente se veja logo.

Levantou e saiu em direção a suas amigas.

Observo, bebendo outro gole de cerveja. Seu número vai sumir da palma da minha mão num piscar de olhos.

- A festa está tranquila, não acha? - Pergunta Logan Miller pra mim

- Acho.

- Vai um baseado? - ofereceu

- Desde quando usa drogas? - pergunto

- Desde esse semestre, estou tão estressado.

- Aposto que é sua TPM.

- Você é engraçado demais, James. Estou rindo pra caralho. - ironiza

Evito um sorriso, não vou mentir que gosto de encher o saco desses caras.

- Vai querer ou não?

- Prefiro ficar no meu cigarro - Falo levantando do sofá - Não abusa disso aí.

- Beleza, papai- resmunga dando atenção para alguém próximo dele. Saio andando por entre as pessoas indo em direção ao jardim da fraternidade.

Quando chego lá, aproveito o silêncio, escuro e solidão para acender um cigarro e olhar para o céu.

Confesso que gosto de olhar para a noite e sentir essa paz e tranquilidade. Coloco minhas mãos no bolso da blusa, sentindo o frio da madrugada.

Ouço som de passos sob o gramado e suspiro com impaciência, minha paz possivelmente acaba agora. Não olho para trás para saber quem é, não me interesso.

A pessoa, no entanto, para a poucos metros de mim, nem próxima e nem longe demais. Noto seus cabelos loiros, e é a descrição necessária para saber quem é. Anelise Evans, vestindo um dos seus habituais vestidos elegantes mas ao mesmo tempo simples, segurando uma garrafa de vinho em uma mão e os saltos na outra.

Ela não olhou pra mim um instante, não me viu aqui. Seu olhar parece perdido enquanto ela observa o céu exatamente como eu fazia antes da sua chegada.

Acendi meu cigarro que estava entre meus dedos, puxando e soprando. Este simples movimento foi o bastante para fazer ela olhar pra mim, por cima dos ombros.

Diferente de qualquer outra vez que Anelise Evans olhou pra mim, dessa vez ela não tem determinação no olhar e muito menos desejo. É um simples olhar.

- Não notei você, desculpa. - respondeu voltando a olhar pro céu estrelado

Assenti, apesar de ela não estar olhando pra mim agora. Anelise senta no gramado molhado em cima de seu vestido claro e suspira, abrindo a garrafa de vinho

- Espero que não notem que roubei um vinho da geladeira - murmura, tomando um gole e olhando pra mim - Quer um gole?

- Não.

- Ótimo, sobra mais - sussurra, bebendo.

passo a língua pelos lábios, focado em tudo agora menos no céu. Ainda de pé, olho para mais além.

Quando ela olhou por cima do ombro, por um momento esqueci do porque vim aqui fora. Meus pés estão tentados a voltar, não tem nada pra mim aqui fora, mas eu me mantenho parado no lugar.

Ao invés de qualquer movimento que deveria fazer com as pernas o único que faço é aproximar o cigarro novamente dos meus lábios.

- Lá na minha cidade é impossível ver as estrelas, inclusive quando o céu está limpo - ouço ela dizer - Por causa da poluição.

Não falei nada, não precisei olhar pra ela e saber que não espera que eu diga alguma coisa.

- Por isso vim pra cá, como forma de rebeldia contra meus pais mas principalmente pra ficar longe da agitação de cidade grande. Vim pra cá achando que essa festa ia estar mais animada mas está tão sem graça, e minha carona simplesmente sumiu. O jeito era roubar um vinho e vir aqui pro jardim pensar na vida.

Se tem uma coisa que tenho certeza nessa vida, é que Anelise Evans fala demais. Suspiro novamente, não sei se é de impaciência ou não.

Ela ficou em silêncio, suspirando também. Ela toma mais um gole de vinho, e suspira de novo.

- Se continuar suspirando desse jeito vai acabar jogando um dos seus pulmões pra fora - Falo

- Pelo menos os meus estão saudáveis - disse, me fazendo pela primeira vez nessa noite abrir um sorriso com a leve provocação

Tiro o cigarro dos meus lábios e viro meu corpo em sua direção.

- Já experimentou?

- Cigarro? Deus me livre.

- Não é tão ruim quanto parece.

- Vegetais não são tão ruins quanto parece, depilação a laser não é tão ruim quanto parece - dá exemplos - Cigarro é ruim como parece, posso citar pelo menos quatro coisas ruins que isso causa.

- Cite, então.

Ela ergue um dedo

- Primeiro, causa câncer, segundo, risco de derrame, terceiro dificulta na digestão, quarto e na minha opinião o pior - passa a língua pelos lábios levemente vermelhos, como se fosse contar um segredo - O uso contínuo de cigarro deixar as artérias entupidas e com pouca dilatação, diminuindo o fluxo sanguíneo que percorrem seu - Olhou para mim, para um ponto abaixo da barriga - Pênis.

- Está dizendo vou sofrer de impotência sexual?

- Exatamente - cruzou os braços me observando - Aposto que você já sabia de tudo isso.

- Não se pode usar coisas que podem te causar mal sem saber a que perigoso está exposto - Falo, jogando o cigarro no gramado e pisando para apagar.

Anelise me observa surpresa, franze os lábios e estende sua garrafa de vinho pra mim

- Última chance de saborear esse vinho terrível.

- Prefiro cerveja.

- Cerveja no futuro vai te deixar com uma barriga enorme - Diz

E pela segunda vez, tenho vontade de rir.

- Vinho pelo menos não faz mal, estudos dizem que se você tomar pelo menos uma taça de vinho ao dia isso além de fazer bem pra saúde faz bem pro coração, bom, foi o que eu li numa dessas revistas da recepção do meu dentista.

Assenti, pensando.

- Você sabe que esse gramado tá molhado, certo?

- Sei, estou sentindo minha bunda molhada. Que foi, tá com medo de molhar seu popô?

Reviro os olhos e sento ao seu lado no gramado. Não sei porquê estou fazendo isso, insisto em colocar na minha mente que já vou entrar.

Pego a garrafa de vinho de suas mãos, e bebo. Anelise observa cada detalhe, desde minha boca tocando onde a sua segundos atrás tocou, desde meus goles fazendo minha garganta se mexer e atrair sua atenção para meu pescoço.

Ela engole em seco, eu devolvo seu vinho

- E então?

- O que?

- Vinho ou cerveja?

- Cerveja.

- Você é péssimo em decisões.

- E você vai sair dessa festa com a bunda molhada.

- Você também.

- Quando eu sentei já estava um pouco seco.

Ela riu, dando outro gole. Anelise está com os cabelos mais claros que o comum nessa noite escura, a pele além de pálida trás consigo um tom avermelhado em suas bochechas. Não preciso me olhar em nenhum espelho para saber que meus lábios neste instante estão igual aos dela, vermelho devido ao vinho.

Então ficamos calados, os dois em um silêncio simples fazendo o que de fato viemos fazer, observar a escuridão da noite.

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