GOLDEN BOYS

Par xyomishawick

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❝ Oh, querida você ainda não entendeu? ninguém aqui é um garoto de ouro somos totalmente o oposto dessa merda... Plus

notas
00 | prólogo
nota de esclarecimento

um

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Par xyomishawick

meses antes

O ar frio colidiu-se contra meu corpo por debaixo das poucas roupas quentes que usava, alcançando meus ossos e rachando-os lenta e cruelmente por conta das fortes rajadas frígidas da ventania daquela manhã. Sem temperaturas muito estáveis, a cidade com um pouco mais de dois mil habitantes era quente como uma fornalha e gélida como se estivéssemos vivendo dentro de um iglu. Localizada no estado de Washington, ao meio de vastas florestas e montanhas distantes, os ventos de Pointlanch eram mortais e odiados por mim profunda e desmedidamente.

Contudo, mesmo eu não gostando muito do clima irracional, apreciava a cidade em si; suas paisagens e toda estrutura minuciosamente pensada e perfeitamente feita lhe dava inúmeros pontos positivos comigo. Menos, é claro, as pessoas.

Se você realmente conhecesse um por um da cidade incrível implantada na cabeça de muitos aos nossos arredores, você pensaria duas vezes antes de falar que éramos dignos de passagem para o céu e, quando finalmente abrisse os olhos, mudaria o rumo para o inferno. Até porque, como dizem por aí, as aparências enganam. Ninguém sabia que a maioria das pessoas que moravam na cidade possuíam um coração sujo, cegos por status e completamente luxuriados. Ninguém poderia imaginar que, na realidade, Pointlanch era uma cidade podre, com pessoas podres, que contavam mentiras podres e guardavam segredos podres por trás de suas máscaras.

Máscaras que se deslizavam a qualquer momento.

Minutos.

Ou segundos.

Inspirei profundamente e endireitei-me contra o capô do carro de Holder, namorado de Sebastian e primo de segundo grau de Pandora. Como de costume, estávamos todos juntos, encostados contra o carro entre outros universitários que faziam o mesmo.

— Droga de frio — Rangeu Holder, ao meu lado, com os braços cruzados.

— Acho que vamos morrer de hipotermia.

Pandora negou com a cabeça.

— Diga isso por vocês, eu me recuso a morrer feito um picolé.

— Por que não ligamos o aquecedor do carro? — eu sugeri, mirando minhas íris em Holder que não teve tempo para responder-me pois Sebastian o fez, completamente cáustico.

— Holder o quebrou.

Meus dentes bateram um contra o outro com o frio irritante.

— Que ótimo — murmurei.

— Obrigada, gênio — Pandora disse, forçando um sorriso odioso em seus lábios finos, cobertos por batom rosa sutil, em direção ao dono de íris esmeraldas que bufou, mal humorado.

— Foi um acidente, não é como se eu tivesse feito propositalmente.

— Um acidente muito burro — ela rebateu, rude.

Olhei de soslaio para Holder que exalou profundamente.

Em cerca de segundos, seus traços se endureceram, deixando explicitamente notável em seu rosto que sua paciência estava no limite com os insultos da ruiva que, mesmo notando o quão irritado estava deixando-o, não perdeu o sorrisinho sarcástico que crescia ainda mais em sua boca e muito menos sua postura egocêntrica. Holder não aturava o jeito minimamente irritante de superioridade de Pandora e perdia a cabeça em muito pouco tempo com a garota de sardas.

Diferentemente de mim e Sebastian que já havíamos nos acostumado.

A sua boca contorceu-se para cima e quando Holder ameaçou abri-la, o som ensurdecedor de motores preencheu todo estacionamento da faculdade. Um Aston Martin, totalmente prateado, e uma BMW se aproximaram e em seguida pararam em uma das vagas da primeira fileira de carros, capturando a atenção de todos e fazendo com que murmúrios se escorregassem da boca das pessoas aos arredores.

Sebastian disse algo, quase em um murmúrio, totalmente atraído nos carros potentes enquanto forcei-me a conter a vontade de rolar os olhos quando, no próximo segundo, os inabaláveis e diabolicamente atraentes integrantes da Golden Boys finalmente desceram dos seus automóveis, acelerando a pulsação de algumas garotas e possivelmente de alguns caras.

— Eles são muito quentes — Pandora resmungou com seus olhos caramelos cravados aos quatro, encostados contra os carros, começando a conversar entre si, sem muitas expressões em seus rostos e sem gesticulações, enquanto mantinham todos ao seu redor hipnotizados - o que era longe de ser surpreendente. Portadores de rostos bonitos, olhares fulminantes, luxúria intoxicante e de vozes marcantes, era tudo que precisavam para serem os queridinhos da cidade.

Odiava a forma como todos os glorificavam; como se fossem deuses ou donos do mundo. E, honestamente, não conseguia entender como quatro caras, antes não muito conhecidos, de repente, haviam se tornado tudo o que qualquer um adoraria ser ou ter. Muito menos conseguia acreditar nas suas famas de garotos de ouro, por não terem problemas que pudessem quebrar com toda sua impecável reputação. Não fazia sentido. Todos nós éramos sujos por dentro, ninguém em Pointlanch estava livre disso. Eles podiam ser tudo, menos garotos de ouro.

No entanto, não importava o quão sujos fossem, eles ainda estariam no topo de Pointlanch e todos ainda se curvariam aos pés de Connor Koch, Lorcan Thorp, Axel Bamford e Sean Mitchell Grey — como faziam naquele momento.

Eu não podia negar, eles realmente eram de tirar o fôlego.

Nem um pouco parecidos com os engomadinhos de Pointlanch, eles carregavam toda a atenção para si. Axel tinha olhos verdes azulados, cabelos negros como uma noite aveludada e um corpo esguio. Sean possuía cabelos castanhos com alguns cachos e pele negra que dava um belo contraste com seus olhos acinzentados e nebulosos. Lorcan não ficava para trás com um porte físico atlético que fazia a maior parte das mulheres se derreterem, cabelos castanhos perfeitamente alinhados e orbes castanhos-escuros. E em seguida vinha a peça principal, a cereja do bolo como eu costumava pensar. Connor Koch Foster. Os seus cabelos eram loiros naturais assim como seus glóbulos oceânicos, feito um mar falsamente pacifico, que completava todo o pacote.

Entretanto, pouco me importava seus rostinhos atraentes porque, de qualquer forma, eu continuava a não gostar de nenhum deles.

— Tão quentes que poderiam transformar o alasca no próprio inferno — retruquei, abrindo um sorrisinho em implicância.

Holder achou graça enquanto os fanáticos ao nosso lado, ignoraram-me completamente.

— As minhas teorias de que eles não são reais e sim algum tipo de robôs muito bem feitos ainda estão de pé — Sebastian disse, apoiando seu queixo em uma de suas mãos e com os glóbulos grudados aos quatro rapazes, igual Pandora — Não faz o menor sentido alguém ter uma aparência tão impecável como esses quatro.

Talvez fossem demônios disfarçados, pensei em zombaria, detendo um riso sarcástico que ameaçou escapar por meus lábios.

— Seja lá o que são, eu deixaria eles fazerem qualquer coisa comigo — Pandora continuou em um tom de voz completamente malicioso e com as orbes brilhando em um evidente interesse nada indiscreto.

— Menos, Pandora — eu falei, tentando a conter — Eles nem são tudo isso — completei, soando o mais séria possível, por mais que eu soubesse que isso fosse uma  grande mentira.

Eles eram tudo isso e até mais um pouco.

Mas, eu jamais admitiria aquilo em voz alta.

Pandora virou o rosto em minha direção e me analisou por alguns segundos, antes de abrir um sorrisinho divertido ao dizer provocadoramente:

— Entre Nolan Winston e eles, eu preferiria eles. E você?

— Meu Deus, não escolhe o Winston — Sebastian interveio.

Sorri sem mostrar os dentes, amarga.

— Nenhum deles. Prefiro morrer sozinha.

A ruiva de sardas rolou os olhos, apertando os lábios em uma linha fina, retornando a olhar para os quatro rapazes à nossa frente, especificamente ao garoto de pele negra e sorriso feito diamantes.

— Eu realmente espero que você não fique com esse mau humor amanhã à noite — Sebastian falou com suas orbes grudadas na tela do celular que ele segurava em uma de suas mãos.

Arqueei minha sobrancelha, confusa.

— Merda, o imbecil do Sr. Ambrose já tá no auditório — ele arregalou os olhos levemente.

— O que tem amanhã à noite? — inquiri, ignorando seu quase desespero, fazendo-o levantar seu olhar até o meu e responder-me seguidamente:

— O show deles.

Ri em desdém.

— E o que eu tenho haver com isso?

Holder trouxe os livros pertencentes ao namorado que lhe mirou um sorriso caloroso antes de retornar suas atenção até mim.

— Você disse que ia.

Um vinco profundo se formou entre minhas sobrancelhas.

— Não me lembro de ter batido a cabeça tão forte assim ao ponto de dizer isso.

Holder riu fraco enquanto o dono de íris escuras ao seu lado suspirou fundo.

— Vai ser divertido, Skyler — afirmou em um tom convicto, fazendo uma breve pausa antes de continuar, enquanto andava em passos curtos e lentos, virado de costas, ainda olhando-me: — Além disso, ir nesse show vai ser bom pra você fazer alguma matéria, sei lá... — ele deu de ombros, indiferente das razões que me levariam até o show — Apenas apareça lá! — exclamou por fim, lançando-me um olhar sério previamente antes de se afastar.

Cruzei meus braços, absorvendo a proposta do asiático em silêncio, considerando-a por um momento.

Embora eu não gostasse muito da ideia de ir ver a banda, os acontecimentos em um show reservado eram o suficiente para dar início a uma matéria ótima e meramente escandalosa ao ponto de ser colocada na LLY; uma das maiores revistas de Pointlanch e de algumas cidades que ficavam aos arredores. Era uma chance única.

Dei uma breve olhada na banda e durante um segundo, as orbes verde-azuladas de Axel se esbarraram com as minhas e em seguida voltaram-se até os outros integrantes. Minha garganta coçou com o breve contato visual, mas ignorei.

— Parece que você não tem escolhas.

Holder me cutucou levemente.

— Pelo visto, não — concordei, em um murmúrio, desviando meus olhos para o chão.



E suponho que seja assim como tudo começou.
Com descobertas








•••

sinto muito pela demora, mas, como vocês provavelmente sabem, minha saúde mental é uma merda maior que a minha força de vontade de escrever.
mas, estou melhorando!! vejo vocês em breve hein

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