VOLTANDO PARA VOCÊ

By Tamaragonc

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Luke Peterson, é apenas um cara bonito, com um sorriso quente de uma cidade pequena. Alicia Campos, por outro... More

AVISOS IMPORTANTES!
epígrafe
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
onze
doze
treze
quatorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
Dezenove
Vinte

dez

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By Tamaragonc

- Como está sua viagem? - Perguntou Diego do outro lado da linha

Eu estava olhando pela janela do quarto os arredores da casa. O sol voltou a estralar nesse dia, o que me faz pensar que a noite de ontem foi uma pegadinha de Deus, destino, não sei.

- Lily? - Diego chama me acordando de meus devaneios

- Oi, desculpa. O que você perguntou?

- Como está sua viagem.

- Estão ótimas, e com seus pais?

- Bom, minha mãe perguntou por você.

- E o que disse?

- Que você fugiu para a Europa só para não conhecê-los.

Não é tecnicamente uma mentira.

Ele riu

- Estou brincando.

- Ha ha - Faço forçando uma risada

- De qualquer forma, quero pedir desculpas por não ligar antes, estou cheio de trabalho.

- Imagino. Como vai as coisas na empresa?

- Ótimas, Persson fechou quatro parcerias em três dias!

- Uau, você deve estar feliz, né?

- Sim, estou. Mas confesso que eu ficaria mais se minha namorada estivesse aqui.

Sorrio como se ele estivesse vendo

- Eu também sinto sua...

- Estão me chamando - interrompe - tenho que ir, sessão de fotos em cinco minutos, tchau!

Não termino de falar, e concordo com a cabeça.

- Tchau!

- Amanhã eu te ligo de novo, tá bom?

- Certo.

Diego desligou e eu joguei o celular na cama, minha barriga ronca de fome. Luísa coça a garganta atraindo minha atenção

- Tudo bem? - pergunta

- Sim, e você?

- Estou ótima - arrumou os cabelos claros - Além do fato de ontem eu querer atropelar Bill e John. Tinha esquecido que mais de 1h com eles torna até o ar que respiramos insuportável.

- Todo mundo pra você é insuportável, até seu filho.

ela sorriu

- A diferença é que meu filho eu amo. Agora me responde por que diabos você e seu querido marido chegaram ontem molhados e sujos de lama?

- Nada demais. Começou a chover forte na hora que estávamos voltando, os pneus da frente da caminhonete ficaram presos na lama e tivemos que empurrar.

- Imagino que caíram no processo.

- Depois do processo, na verdade.

Ele assentiu

- E como foi?

- Como foi o quê?

- Ficar um tempo com seu primeiro amor e se ainda me lembro, marido.

eu reviro os olhos

- Vai ficar repetindo "marido" até quando?

- Até quando me der na telha.

- Foi normal, ok? Não teve nada demais.

- Nenhum beijo? - ergui minha sobrancelha - Nenhuma rapidinha de saudades?

neguei com a cabeça, Luísa fez uma expressão de menina decepcionada

- Se te consola ele tirou à camisa, já que estava toda molhada.

- Isso não é nada perto de um sexo de reconciliação.

- Sexo de reconciliação? Acha mesmo que vamos acabar transando em algum momento?

- Oro todos os dias pra isso acontecer e olha que eu não sou religiosa.

- Luisa, eu namoro, lembra-se?

- Quem liga?

- Eu ligo. Não vou trair Diego, e muito menos com Luke.

- Na verdade você está traindo o Luke, ele que é casado com você.

- e ele tem um relacionamento com Penélope não sei o que, estamos quites - dei de ombros - Além do mais, a gente não consegue conversar, tudo que a gente fala é motivo de brigas.

- Deve ser porque você só abre a boca para falar de divórcio.

- Eu preciso desse divórcio, foi pra isso que eu vim, para acabar com isso tudo e deixar no passado de uma vez.

Luísa negou com a cabeça

- Tudo bem, chega de insistir nesse assunto.

- Fico feliz - suspiro impaciente

- Só mais uma coisa - Luísa diz antes de sair do quarto - Viemos curtir essas férias, se ele não quer te dar o divórcio nem quando você grita com ele, por que não aproveita de verdade esse lugar e a companhia de Luke? Pare de se colocar como inimiga dele, ele nunca vai te dar nada desse jeito.

Assinto, queria que ela não tivesse razão.

Almoçamos todos em volta da grande mesa, Luísa, Camila, Catarina, Rodrigo, Srs.Peterson, John, a bebê Helena, Bill e sua namorada, Paula.

Luke nunca almoçava ou jantava conosco, o que eu achava estranho.

Quando o almoço terminou fomos em direção a praia ajudar a arrumar de maneira simples para o ensaio de casamento. Catarina quer tudo perfeito, não é novidade.

Duas ou três vezes eu parei para admirar o mar, eu adoro sentir a brisa, ou pisar na areia.

O casamento vai ser na praia, a festa de casamento na frente da casa dos Peterson, já que o gramado é bonito e bem cuidado.

Quando finalmente tudo estava pronto as pessoas foram chegando. Muitas pessoas, devo acrescentar. Tomamos banho e nos arrumamos. Eu vesti um vestido branco leve, rodado e que ia até um pouco acima do joelho.

Luísa vestiu um vestido longo cor de areia, estava simplesmente linda. Soltei meus cabelos castanhos para trás e calcei um chinelo.

- Está pronta? - perguntou Luísa

- Estou, vamos?

Descemos para a praia. A casa estava vazia, mais a praia estava com um grande número de pessoas. E pelo que soube no dia do casamento mesmo iria vir mais gente.

O por do sol diante do mar é a coisa mais linda de se ver, Catarina escolheu um belo momento.

- Meninas - Catarina veio até nós animada e produzida. Obviamente não usava seu vestido de noiva mas seu vestido branco e grosso era lindo - Estou bonita?

- Parece um anjo - digo

Ela sorriu nervosa

- Venham, vou apresentar vocês a algumas pessoas.

acompanhamos Catarina para uma roda de pessoas bem vestidas e descalças por estarmos na praia. Meus olhos rodam Luke, com uma calça que ia até a panturrilha cor de areia igual ao vestido de Luísa e uma camiseta branca com dois botões abertos. É, eu contei.

Tinha mais de sete pessoas naquela roda, entre homens e mulheres, eu só conhecia Luke, Penélope e John.

- Pessoal, quero apresentar minhas grandes amigas - Disse Catarina - Essas são Lily e Luísa.

- Alicia - corrijo sorrindo

- Prazer, Alicia - Uma mulher diz

Um cara desce seus olhos por meu corpo, e estende a mão pra mim

- Lily Campos? - pergunta, Assinto. Ele olha para Luke que está bebendo uma cerveja - Mulher do meu primo Luke?

Luke encara ele sério, eu reviro os olhos

-Esposa - corrijo

Ele riu

- Sou o Carlos, essa é Luana nossa outra prima, Luís nosso amigo e Michelle sua esposa. Penolope já imagino que conheça

- Já tive o prazer - respondo sorrindo sem mostrar os dentes

- Achei que morreria mas nunca conheceria a mulher que deixou meu primo deprimido - Luana diz

Luísa riu adorando. Luke estava nitidamente irritado e isso me faz sorrir com sinceridade. Ao seu lado Penélope parece igualmente irritada.

- E muito bonita por sinal - Luís pega na minha mão e a beija

- Que tal começar esse ensaio logo?
- Luke diz irritado

- Certo, tem razão - Catarina diz - Vamos pessoal?

Todo mundo concorda e senta nas cadeiras que colocamos para facilitar o ensaio. Os mais velhos que eu não tive a honra de conhecer mais imagino que seja tios e amigos da família senta na frente. Rodrigo está lá na frente sorrindo para Catarina.

Logo os dois começam a falar de acordo com o celebrante. Queriam casar na igreja mas Catarina sempre sonhou em casar na praia de frente a sua casa, o que dificulta. Por regra, a igreja Católica dita que é expressamente proibido a realização do Sacramento do Matrimônio fora do ambiente eclesial.

- Eu, Rodrigo - Diz atraindo nossas atenções, o dia já chegando ao seu fim - Te recebo Catarina, como minha esposa e mãe dos meus filhos. Para amar-te e respeitar-te, na saude e na...

- Que lindo, né - Luisa fulga o nariz

- Sim, muito lindo - digo e me arrepio com aquela lembrança que passava por minha cabeça

- Eu Luke Peterson - Diz olhando fundo em meus olhos - Te aceito Alicia Campos, como mulher, esposa e futura mãe dos meus filhos. Para amar-te, respeitar-te - Seus belos olhos brilham, o sorriso quente em seus lábios - Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe.

Sorrio derrubando algumas lágrimas. Nunca imaginei que casaria assim, mas parece mais que perfeito. O amor que eu sinto por ele queima em meu peito me fazendo dizer meus votos de casamento.

- Eu, Alicia Campos - Aperto sua mão - Te aceito Luke Peterson, como homem, marido e futuro pai dos meus filhos. Para amar-te, respeitar-te, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe.

Ele sorriu

- Eu te amo, Lily. Amo pra caralho.

Todos batem palmas me despertando e assustando ao mesmo tempo. Olho ao redor procurando por ele, Luke está do outro lado na segunda fileira, com os olhos na irmã que sorria e beijava Rodrigo.

- Você está bem? - Luísa aperta minha mão

- Tô, por quê?

- Não sei, está pálida.

- Eu estou bem - repito suspirando - É que isso tudo me lembrou que só amar não é o suficiente.

- Essa veio do coração - Luísa assobia baixo

- Muito bem, pessoal - Maria Peterson levanta - Vamos lá para casa se encher de cerveja e comer carne!

Todo mundo levantou animado. Algumas pessoas me cumprimetaram como esposa de Luke, obviamente a fofoca de que aquela que o abandonou estava aqui correria rápido.

- Vamos? - perguntou Luisa

- Só um instante, eu já vou.

- Quer que eu fique aqui com você?

- Não precisa, vai beber, eu sei que quer.

Ela riu e subiu para a casa dos Peterson, como todos ali fazia.

Respiro fundo e me aproximei mais da água do mar, sentindo quando meus pés se perderam na água.

A minha mente seria preenchida com muitas lembranças, desde essa praia, a outras coisas. Mas eu não deixo, porque sei que se pensar em tudo isso eu estarei completamente ferrada.

As ondas do mar se aproxima, aos poucos ficando pequenas enquanto se estende.

Olhei para trás e não tinha mais ninguém na praia, bom, pelo menos eu achava. Luke estava olhando o mar como eu, três passos atrás de mim.

- O que minha esposa tanto pensa? - pergunta sem desgrudar os olhos do mar

Ouvir ele me chamando de esposa é estranho, e isso me faz querer rir.

- Eu não estou pensando, na verdade estou afastando qualquer pensamento de mim.

- Tem medo dos seus pensamentos?

- Tenho medo de pra onde meus pensamentos vão.

- De lembrar como a gente era?

voltei a olhar pra frente

- Eu lembro como a gente era.

Ele se aproximou, parando perigosamente atrás de mim. Eu podia sentir sua respiração em meu ouvido, e só isso é capaz de me fazer sugar o ar com força.

Não tocou em mim, mas eu ainda sim sentia seu corpo perto, colado ao meu.

- Se você olhar para essa noite, para o mar louco, e pensar que estamos nós dois sozinhos, o que você lembra?

- Nada.

Colocou sua mão em minha cintura, me fazendo fechar os olhos ao sentir sua mão em mim

- Tenta lembrar

Passei a língua pelos lábios

- Você sabe que eu lembro, não tenho memória ruim.

- Eu quero ouvir você falar.

- Pra quê?

- Só fala, Lily.

respirei fundo

- Doze de setembro de 2012 - Ele diz - Estávamos eu e você tomando cerveja sentados nessa areia olhando o mar durante a noite, então você levantou e deslizou seu shorts para baixo e tirou sua camiseta.

- Luke

- Você tirou toda sua roupa, inclusive roupas íntimas - Eu podia sentir seu sorriso - Você sorriu pra mim e correu para a água gelada me chamando.

- Luke...

- Então eu entrei na água junto com você, os dois nús, rindo e se beijando. Quando a gente saiu da água eu tive a certeza que era você que eu queria para sempre na minha vida...

- Você me perguntou se eu ainda queria casar com você - interrompi - eu ri de você te chamando de louco, mas você não riu. Quando eu percebi que era aquilo que realmente queria e o que eu queria, eu disse sim.

- A gente transou naquele canto, bem ali - apontou, segui meu olhar para o coqueiro distante - E depois entramos na minha caminhonete caindo aos pedaços e procuramos um cartório aberto, encontramos um que estava quase fechando, eu dei o único dinheiro que eu tinha para deixarem aberto por mais vinte minutos.

mordo o lábio, imersa naquela lembrança. Não falamos mais nada, não precisamos. Senti seu corpo quente se afastando, me fazendo sentir por um instante falta do calor do seu corpo.

Não precisei olhar para trás para ver que ele estava indo embora. Acho que pela primeira vez, desde que estou de volta, concordamos juntos de forma silenciosa sobre a hora certa de parar.

Sabemos que isso não é bom para nenhum de nós.

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