VOLTANDO PARA VOCÊ

By Tamaragonc

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Luke Peterson, é apenas um cara bonito, com um sorriso quente de uma cidade pequena. Alicia Campos, por outro... More

AVISOS IMPORTANTES!
epígrafe
um
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
quatorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
Dezenove
Vinte

dois

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By Tamaragonc


Pela janela da sala de reuniões eu conseguia ver o tempo se fechando, o que não é nada bom. Pensar em chamar um táxi para voltar para casa me causa uma ligeira dor de cabeça ao imaginar o trânsito que já está e vai piorar mais tarde.

Maldito dia que fui emprestar o carro para meu irmão delinquente. Resolvo massagear meu pescoço, estou a mais de 3h sentada nessa cadeira, a reunião demorou mais do que esperado, e isso me tirou a possibilidade de almoçar com meu namorado que está sentado de frente a mim concentrado nas palavras de nosso chefe.

Meu celular apita com novas mensagens, de canto de olho vejo que falta apenas meia hora para eu ir para casa me jogar na minha cama e, sei lá, talvez morrer.

Lily, chega de drama.

- Alicia - Meu chefe me chama, Sr. Persson. O melhor e mais gentil chefe que eu poderia pensar em ter.

Minha vida não foi fácil, como de muitos. Aos dezessete anos eu estava me matando para passar no vestibular, e toda vez que eu lembro disso me da vontade de chorar, nunca me senti tão insuficiente na vida como naquele dia quando descobri que não passei, mas na segunda eu finalmente consegui. Foi um longo processo, muitas inseguranças, muitos medos, porém foi caindo que eu aprendi a levantar. Não só nesse quesito mas em muitas outras coisas na minha vida.

Passar no vestibular não foram flores, ganhar bolsa de estudos foi bom e cruel, não pagava a faculdade mas já era maior de idade e tinha que ajudar em casa. Eu passei por vários chefes, desde os arrogantes, ignorantes, moralistas, etc.

Quando finalmente me formei na faculdade há quatro anos e recebi essa oportunidade de emprego, eu fiquei feliz pra caramba, pois foi por isso tudo que eu sempre lutei e chorei.

Sr.Persson foi apenas um brinde, o melhor chefe que eu poderia ter.

- Sim? - Pergunto me sentando reta na cadeira

Na sala se reunião estávamos eu, como diretora de redações. Diego Tardelli, meu namorado, como o principal fotógrafo e supervisor das edições. Amélia Ramos, supervisora do escritório geral, e mais duas pessoas responsáveis pelos ajustes das nossas revistas.

- Você não deu nenhuma sugestão - Sr. Persson diz me encarando de sua cadeira, a ligeira preocupação estampada no olhar mas o chefe que ele é nitidamente para fora.

- Eu acho que a revista está otima.

- Mesmo? - Amélia questiona, estou sendo observada sob o olhar de todos. Suspiro, eu sempre sou a primeira a apontar ajustes e novas idéias.

e hoje não tenho nenhuma. Absolutamente nada.

- Bom - encaro o modelo de capa e principais artigos em minhas mãos, volto a olhar para a revista completa na tela do meu notebook - Poderíamos mudar a sequência das páginas, sei que isso mudaria os títulos principais na capa mas me parece necessário.

- Por que mudar? - Sr.Persson incentiva una continuação

- Porquê acredito que os assinantes e leitores ao abrir a página gostariam de ler os mais interessantes primeiro, ao invés de rodar a revista inteira para encontrar apenas no final. Poderíamos intercalar, interessante, menos interessante, interessante, menos interessante, e por aí vai. Isso obviamente vai resultar em uma nova formatação.

Olhei para William, responsável pelos ajustes. Ele estava anotando tudo que eu falava, mas só sob a permissão de Sr.Persson que ele poderia mudar alguma coisa.

- Diego, faça a simulação - Diz

Diego digita no teclado de seu notebook com agilidade. Eu adoro observar ele trabalhando, a expressão de concentração bastante atraente. Ele coloca sua simulação na tela da televisão a nossa frente, e por fim, levanta o rosto e sorri de lado para mim

- Parece que vai ficar melhor do que o formato atual - Ele diz

- Concordo - Diz Sr. Persson - Muito bem, estamos todos com fome, fim da reunião.

Todos levantam aliviados, arrumando suas coisas e saindo.

- Te espero lá fora - Diego diz para mim, eu assinto. Apesar de todos saber que temos um relacionamento não existe motivos para beijos e carinhos aqui dentro.

Tanto que, quando Sr. Persson soube do nosso relacionamento nos fez prometer que nunca transariamos dentro do escritório.

- Lily - Meu chefe diz antes que eu saia - Alguma problema?

Eu suspiro. Muitos.

- Não senhor, só estou um pouco cansada.

- Todos nós percebemos isso, Alicia- Ele diz de testa franzida - Talvez seja hora de tirar férias.

- Não preciso - me apresso a dizer - Eu não tiro férias, tipo, nunca.

- E isso não faz bem para a saúde mental.

- Senhor...

- Pense na proposta, não estou te forçando. Pense no quanto seria bom tirar um mês de descanso, viver um pouco sua vida Alicia, você é sempre a primeira a chegar e última a sair desse prédio.

- Eu gosto da minha rotina e do meu trabalho. Além do mais como seria se eu tirasse férias? Não imagino ninguém que possa me substituir.

- Sua assistente pode cuidar das coisas importantes do dia a dia, quanto ao artigo do próximo mês - ele pensou - considere uma lição de casa.

- Eu já estou grandinha para fazer lição de casa.

- E eu estou velho para levar processos por não dar férias a meus funcionários.

Estralei o pescoço sem querer o que só me entregou sobre realmente estar cansada. Talvez acabada seja melhor. Lá fora a chuva estava começando a cair, forte e grossa.

- Anda - ele levantou - Vá para casa, e pense sobre.

Eu assenti e ele saiu da sala. Terminei de beber meu café agora gelado que eu mal toquei durante a reunião toda, jogo o copo no lixo. Apoiei as mãos na mesa pensando seriamente sobre, minha cabeça está tão cansada que chego a pensar que é pior do que cansaço físico. Irei pensar sobre tirar férias com mais calma, especificamente deitada no meu sofá, de roupão após um longo banho e segurando uma taça de vinho.

Não imagino coisa melhor.

- Tchau, Alicia! - Jessica diz assim que passo por ela

- Tchau pessoal! - Digo acenando para todos que também arrumavam suas coisas para ir embora, o sorriso mais sincero do nunca. Como eu amo trabalhar nesse lugar, claro que nem todos os dias são perfeitos, mas eu tento sentir que estão bons.

- Segura o elevador! - Diego Tardelli diz, eu seguro com o pé o qual não fugiu do olhar ousado de Diego.

Assim que o fotógrafo mais experiente da revista entrou no elevador, ficando apenas eu e ele sozinhos, ele sorriu maliciosamente, deixando todo seu profissionalismo de lado. Seu olhar me varreu dos meus saltos até meu vestido.

- Linda como sempre.

Eu reviro os olhos

- Não seja estúpido.

ele riu

- Delicada como sempre, também.

Eu sorrio, ele se aproximou cautelosamente, os cabelos pretos perfeitamente arrumados, mas os olhos castanhos claros revelando sua malícia.

Ele aproximou os lábios dos meus, me beijando com cuidado. Bons lábios macios.

Diego e eu namoramos há um ano.

- Veio com seu carro? - Ele pergunta assim que o elevador abre no estacionamento subsolo.

- Não, tive que emprestar para meu irmão. Aparentemente ele tinha uma entrevista bem cedo de emprego do outro lado da cidade e isso custaria dinheiro a qual eu não estou disposta a dar.

- Então você prefere que ele bata seu carro.

- Não tinha pensando nisso.

- Quer carona?

- Ainda pergunta?

Luísa mora no mesmo prédio que eu. Nos conhecemos no primeiro ano da faculdade, uma amizade que tinha tudo para dar errado deu absolutamente certo. Quando toquei a campainha um cara de cabelos castanhos quase ruivos abriu a porta, me encarando com sua perfeita cara de cansaço. Eu sorrio para Eduardo, namorado de Luísa.

- Tudo bem? - Perguntou

- Quem deveria perguntar isso sou eu, você parece acabado.

- E você parece que foi atropelada cinco vezes de tão destruída que está.

- É, você ganhou - Digo entrando, ele riu e me abraçou rapidamente

- Lu está dando banho no bebê. - Voltou a sentar de frente a televisão

Caminhei pelo corredor indo em direção ao banheiro com chuveiro barulhento. Assim que entro no banheiro vejo Luísa segurando seu filho de um ano na banheira, enquanto ensaboava seu corpo. James, seu filho, abriu um sorriso de quatro dentes para mim assim que me viu, batendo as mãos na água de animação ocasionalmente molhando sua mãe que já não estava seca.

- Filho da... - Ela vocifera

- Lembrando que a mãe que é você - interrompo

Ela me nota pela primeira vez e sorri. Os cabelos claros caindo em seu rosto

- Hoje não é dia do Eduardo dar banho nele?

- Mudamos, as quintas são meus dias agora - diz

assinto encostando na porta, ela seca James que está sorridente. Eu ergo os braços pra ele que ergue para mim no mesmo instante.

- Oi, bebê- digo sorrindo com carinho para ele que morde minha bochecha, fiz uma careta

- Ele está com essa mania agora- Diz Luísa andando para fora do banheiro, eu a sigo. Luísa o pega de meus braços e o veste com rapidez, quando percebo James está com os olhos quase fechados. Ela o coloca no berço e apaga a luz, no fim, suspirando de cansaço.

- Não aguento mais. - Diz ela

eu dou de ombros

- Sério, eu amo meu filho mas isso não me impede de as vezes pensar em devolver ele pra mãe, mas a mãe sou eu.

- Acho que um vinho seria bom para nós duas.

Caminhamos até a cozinha e abrimos um vinho, sentando na bancada e se deliciando com o sabor.

- Está pensando em ir? - Luísa pergunta a mim, não precisa de detalhes para eu saber do que estava falando

- Ela me enviou uma carta junto do convite, eu não preciso ir, ela entende.

Luísa negou com a cabeça em discórdia. Franzi a testa

- Sério que você acha que eu devo ir?

- Não só acho como tenho certeza. É o mesmo de você não ir ao meu casamento, Lily!

- Não tem nada a ver, Luísa. Para começar que eu não tive nenhum relacionamento com um irmão seu.

- Lembre-se que você ainda tem.

- Eu tento esquecer isso todos os dias.

- Mas de qualquer forma eu já me decidi, eu vou - Diz ela

Olho para ela boquiaberta

- Como assim você vai? - exclamo

- Você não estava esperando eu pedir sua permissão, certo?

- Querem comer meninas? - Eduardo aparece tentando amenizar a possível briga

- Sai, Eduardo! - nos duas dissemos sem olhar para ele

- Para de ser cabeça dura, Lily! Catarina foi muito especial para eu e para você, ela ainda teve a consideração de te enviar esse convite depois de você simplesmente parar de atender as ligações e mensagens dela!

- Como você sabe que eu fiz isso? - Ela ficou quieta bebendo seu vinho - Você estava conversando com ela todos esses anos?

- Porra, Alicia! Ela era minha amiga também, eu não ia parar de falar com ela simplesmente porque você decidiu que não queria mais!

- Achei que você tinha consideração por mim!

- Consideração é uma coisa diferente. Não sou mais uma menina de dez anos de idade que virava a cara para as outras crianças simplesmente porque meus amigos não gostavam.

Eu ri incrédula

- Céus, que péssima comparação.

- Que tal pararem de beber... - Eduardo apareceu

- Cala a boca, Eduardo! - Rosnamos. Ele ergueu as mãos em sinal de rendição e se afastou novamente

Ficamos alguns minutos em silêncio

- Ela me pergunta quase sempre de você, Lily. Me diz que está orgulhosa de onde você chegou, nós duas estamos. Ela me contou quando conheceu o Rodrigo e principalmente que estava pensando em te enviar um convite, então eu passei seu endereço.

Enchi a taça com mais vinho

- Catarina te considerou como irmã desde o momento que te conheceu, temos uma história naquele lugar, você principalmente, você deveria considerar em ir.

- Eu não quero ver ele, sabe disso.

- Não precisa falar com ele, simples assim.

- Não é simples, Luísa.

- Não é, mas não complica mais as coisas você mesma!

fiquei em silêncio pensando profundamente em mudar de assunto, então falei a primeira coisa que me veio na cabeça.

- Sr. Persson acha que devo tirar férias.

- Eu também acho, você quase não tem vida social.

- Claro que tenho - me senti ofendida

- Céus, você é a primeira a chegar e se deixar a última a sair.

dei de ombros

- Eu gosto do meu trabalho.

- Você ir talvez seja bom, você pode finalmente colocar fim a isso tudo, seguir de vez com sua vida.

- Você acha?

- Tenho certeza. Eles vão fazer diversas comemorações até o casamento, que é em - olhou no calendário na parede - três semanas, seria ótimas férias, não acha?

me mantive em silêncio

- Qual é, Lily! Portugal, vamos de novo. você tira férias, curte o que tiver que curtir, coloca fim na sua história com Luke Peterson e volta para sua vida de novo, sem nenhum problema com o passado. Além do mais eu preciso de férias, eu estou quase deixando meu bebê aqui e fugindo pro Canadá, eu preciso muito de um tempo só meu.

- Eu vou pensar, ok? - falo

- Tá bom, mas não demora para dar tempo de pedir férias e se mandar. Eduardo vem fazer a comida agora!

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