Alex Harris

By analumassena

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Jenny Castillo tinha apenas três regras na vida: 1. Sempre se vista como se estivesse indo à Paris. 2. Se n... More

pegue uma xícara de café
Capítulo 01 - Jenny
Capítulo 02 - Jenny
Capítulo 03 - Alex
Capítulo 04 - Jenny
Capítulo 05 - Jenny
Capítulo 06 - Alex
Capítulo 07 - Jenny
Capítulo 08 - Jenny
Capítulo 09 - Alex
Capítulo 10 - Jenny
Capítulo 11 - Alex
Capítulo 12 - Jenny
Capítulo 13 - Jenny
Capítulo 14 - Alex
Capítulo 16 - Jenny
Capítulo 17 - Jenny
Capítulo 18 - Jenny
Capítulo 19 - Alex
Capítulo 20 - Jenny
Capítulo 21 - Jenny
Capítulo 22 - Jenny
Capítulo 23 - Jenny
Capítulo 24 - Alex
Capítulo 25 - Jenny
Capítulo 26 - Alex
Capítulo 27 - Jenny
Capítulo 28 - Jenny
Capítulo 29 - Alex
Capítulo 30 - Jenny
Capítulo 31 - Alex
Capítulo 32 - Jenny
Capítulo 33 - Alex
Capítulo 34 - Jenny
Capítulo 35 - Alex
Capítulo 36 - Jenny
Capítulo 37 - Jenny
Capítulo 38 - Alex
Capítulo 39 - Jenny
Capítulo 40 - Alex
Capítulo 41 - Jenny
Capítulo 42 - Jenny
Capítulo 43 - Alex
Capítulo 44 - Jenny
Capítulo 45 - Alex
Capítulo 46 - Jenny
Capítulo 47 - Jenny
Capítulo 48 - Alex
Capítulo 49 - Jenny
Capítulo 50 - Jenny
Capítulo 51 - Alex
Capítulo 52 - Alex
Capítulo 53 - Jenny
Capítulo 54 - Jenny
Capítulo 55 - Alex
Capítulo 56 - Jenny
Capítulo 57 - Alex
Capítulo 58 - Jenny
Capítulo 59 - Jenny
Capítulo 60 - Jenny
Capítulo 61 - Alex
Capítulo 62 - Alex
Capítulo 63 - Jenny
Capítulo 64 - Jenny
Capítulo 65 - Alex
Capítulo 66 - Jenny
Capítulo 67 - Jenny
Capítulo 68 - Jenny
Capítulo 69 - Jenny
Capítulo 70 - Jenny
Capítulo 71 - Jenny
Capítulo 72 - Jenny
EPÍLOGO - DANNY
Agradecimentos
Considerações Finais

Capítulo 15 - Jenny

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By analumassena


A sensação de ter milhões de câmeras apontadas para o meu rosto me deixou enjoada. Eu me perguntei como o Alex e o Nick aguentavam essas coisas quase que diariamente. A Jenny de 16 anos estaria me xingando nesse momento se soubesse que eu estava num evento de celebridades extremamente tonta com o tanto de luz na minha cara.

— Tá tudo bem aí? — Nick sussurrou no meu ouvido enquanto entrávamos na parte de dentro do evento. — Eu sei que a primeira vez lidando com câmeras pode ser bem intensa.

— Se por intensa, você quer dizer completamente apavorante, então sim. Intensa. — respondi no mesmo tom de voz. Nick deu uma risadinha, achando graça, provavelmente, da minha completa inabilidade social com repórteres. — É sobre o que esse evento? Sarah não me disse. — perguntei um tanto quanto perdida. Eu não conhecia ninguém além de Tom, Sarah, Nick e Alex.

Eu não fazia ideia de onde estava Tom e Sarah.

E Alex era, bem, o Alex.

Me restava o Nick.

Eu até estava reconhecendo algumas celebridades aqui e lá, mas nem morta que eu faria o papel de fã por aqui. Na verdade, minha habilidade de controlar tão bem minhas emoções estava colhendo seus frutos bem aqui. Com esse vestido, a maquiagem e Nick do meu lado, eu poderia facilmente ser confundida com uma modelo ou socialite.

— Você não sabe? É um pocket de show de lançamento do novo single da Ashley. — Eu franzi a testa, pois pensar na Ashley me lembrava do Alex que me lembrava que ele havia quebrado as regras que me lembrava que por causa disso eu estava aqui. Nick, no entanto, assumiu que era porque eu não sabia quem Ashley era, então ele fez questão de explicar — Ashley é a ex namorada do Alex, lembra da festa?

Eu assenti com a cabeça. Então não apenas o Alex tinha me dado um bolo para vir num evento, como havia me dado um bolo para vir num evento que prestigiava a ex namorada dele. Minha noite ficava cada vez melhor. A essa hora nós estaríamos arrancando as roupas um do outro lá no meu apartamento, mas em vez disso aqui estava eu, no Pocket Show da ex namorada possivelmente namorada novamente do meu... o quê? O que Alex era pra mim?

Amigo? Não.

Namorado? DEFINITIVAMENTE não.

Ficante? Geralmente eu nunca ficava mais do que uma semana com o mesmo cara, então não.

Alguém que eu pegava com uma frequência muito além do normal, que me tirava do sério completamente e que ao mesmo tempo fazia eu suar frio só de imaginá-lo pelado? Sim!

De qualquer forma, cá estava eu, mais uma vez, em um show que eu não queria estar. Nick nos guiou para os nossos lugares. Havia mesas com cadeiras espalhadas por todo o ambiente e aparentemente seria um show acústico. Bem intimista mesmo. A ambientação era escura, com pontos de luz roxa espalhados, dando uma sensação de show de luzes. Havia mesmo uma vibe de música solta no ar, como se a qualquer momento alguém fosse começar a cantar.

Isso me lembrou do Jetts. O pequeno pub onde eu, Sarah, Todd, Leo e... Danny, nos reuníamos para tocar, cantar ou simplesmente matar um tempo quando éramos adolescentes. Naquela época era tudo tão diferente, mas a vibe do Jetts, era como essa. Ele exalava música. Frank, o dono, tinha alguns instrumentos e até um piano que ele deixava a gente usar nas noites de sexta feira para entreter a galera. Foi naquele pub quando cantei pela primeira vez, foi naquele pub onde bebi pela primeira vez e onde beijei Danny pela primeira vez também. Era onde eu passava minhas tardes depois da escola.

Mas é claro que isso tudo estava no passado agora. Eu nunca mais havia voltado no Jetts desde que o Danny havia ido embora. Foi apenas mais uma coisa que sua partida me roubou.

— Você gosta? — Nick me perguntou sorrindo, ele havia me pego observando tudo.

— A decoração me lembra um lugar especial. — Foi tudo que eu disse. Eu não sei se ele notou algo na minha voz, mas ele apertou minha mão de um jeito reconfortante. Como se ele entendesse que era algo que eu não estava disposta a falar naquele momento. E novamente eu tinha aquela sensação com o Nick. A sensação de que ele seria perfeito, de que ele realmente cumpriria a promessa que me fez duas semanas atrás em seu carro: que ele jamais quebraria meu coração. Naquele dia eu havia dito que duvidava, mas eu estava mentindo. Eu sabia que ele era um dos bons. Era mais fácil eu partir o coração dele, que o contrário.

— Esse é um bom lugar para tocar. — Ele respondeu depois de um tempo, sua voz contendo traços de saudosismo. Achei isso muito curioso, porque apesar de eu saber que Nick era famoso também (afinal ele tinha participado da banda do Alex, aparentemente) eu não conhecia muito do trabalho dele. As bandas que eu costumava ouvir não estavam com seus integrantes exatamente vivos, o que me deixava completamente alheia ao mundo musical. Mas pela forma como Nick falava, eu conhecia aquele tom bem demais. Eu mesma passava por isso algumas vezes, mas bloqueava firmemente o sentimento.

Nick soava como alguém que vivia para a música, mas havia passado tempo demais longe dela. E eu sabia exatamente como ele se sentia. Dessa vez eu dei um aperto reconfortante na mão dele. Ele me encarou e pareceu ver algo nos meus olhos. Compreensão.

— Você toca, Jenny?

— Há muito tempo, sim... — admiti, pois havia algo nele que fazia eu me sentir segura o suficiente para isso. — Mas não mais. — fiz questão de acrescentar fazendo uma careta.

— Por que não?

Eu olhei para ele sem saber o que responder. O que eu poderia falar? Que eu tinha uma banda aos 16 anos? Que eu era a vocalista e que havia cometido o erro de me apaixonar pelo guitarrista? Que o guitarrista em questão me abandonou há três anos sem absolutamente motivo nenhum e que eu não fazia ideia de onde ele estava? Mas que ele levou consigo não apenas a minha vontade de me relacionar com qualquer outra pessoa, como também minha vontade de cantar? Fazia três anos que eu não subia em um palco, nem em karaokê eu cantava. Fazia três anos que eu não tocava no meu violão, agora pegando poeira dentro do armário. Fazia três anos que eu não escrevia músicas, porque as únicas músicas que eu queria escrever eram sobre ele e eu me recusava a fazer isso. A minha garganta chegou a se fechar por um segundo enquanto eu pensava no que responder.

Mas no final não precisei. As luzes se apagaram, houve um barulho alto ao fundo e eu sabia que o show ia começar. Aproveite a deixa e ao Nick, eu disse:

— Vou ficar te devendo essa. Parece que o show vai começar. — Eu dei uma piscadinha em sua direção enquanto aplaudia junto com todo mundo pelo início do show. Nunca pensei que diria isso, mas: Ashley Monroe tinha acabado de me salvar sem saber.

Os primeiros acordes eram fortes e a batida era agitada. Ashley entrou cantando rápido, porém numa voz controlada. Ela deixava as emoções transparecer em pequenos versos e parecia proposital. Como se ela tivesse de fato falando com alguém na plateia. Na verdade, a julgar pelos olhares que ela lançava na direção do Alex, eu seria capaz de afirmar que a música era pra ele. E pela letra e a maneira enérgica que ela cantava, eu não duvidava que fosse.

A música falava sobre um relacionamento que havia sido uma perda de tempo, e que ela não havia vivido o amor que imaginava. Ela falava como ele amava mais a ele mesmo, do que poderia amar ela. Ela falava sobre como ele podia falar pros amigos e pra quem ele quisesse que ela era maluca, ela não ligava. Pra ela, ele era apenas mais uma foto para queimar.

Alex nem mesmo se mexeu enquanto ouvia a música. Parecia que ele já sabia que ela escreveria pra ele. E ele não se importava também. Na verdade, ele parecia perdido nos seus próprios pensamentos. Talvez, até, um pouco entediado. De onde eu estava só conseguia vê-lo de perfil, já que ele estava mais perto do palco que eu. Ele estava de braços cruzados e parecia especialmente lindo com aquele terno vermelho. Eu não podia acreditar que de todas as cores para ele usar, ele havia escolhido justo a do meu vestido. Se tivéssemos chegado lado a lado teriam nos confundido com um desses casais que coordenam os looks. Eu adorava o Nick, mas eu não podia negar que eu gostava de como eu ficava perto do Alex. Eu gostava como mesmo ele sendo mais alto, nossos corpos apenas se encaixavam com perfeição. E no fundo, bem no fundo, eu gostava da sensação que tocar nele me trazia. As pontas dos meus dedos ainda formigavam do aperto de mãos que demos lá fora...

E como se ele tivesse sentido que eu o estava encarando ele se virou bem na minha direção. Seus olhos verdes encontrando os meus, mesmo de longe eles brilhavam pra mim. Ele sorriu. Um sorriso pequeno, de canto do lábio, bem sutil. Se eu já não estivesse o observando não teria notado. Mas ele sorriu pra mim como se tivesse me pego fazendo algo errado. Eu desviei os olhos nesse momento porque eu já conseguia sentir meu rosto esquentando. Só de olhar pra mim, meu deus do céu. Eu tinha certeza que deveria estar totalmente vermelha e agradeci pelas luzes escuras, que não deixava ninguém perceber.

Voltei minha atenção à Ashley. Ela agora cantava uma música lenda e melódica. Como um desabafo dolorido sobre seus sentimentos. Bem diferente da música anterior que ela parecia movida à raiva. Nessa, ela não buscava vingança. Nessa música ela sofria.

Ela falava como ele a atingia facilmente e como tirava o melhor que havia nela. Ela contava como preferia começar brigas, apenas para sentir que ele estava sentindo algo. Porque ele sempre fazia o que ele queria, e ela não era o que ele queria. O refrão parecia uma reflexão árdua sobre um relacionamento (mas que a letra deixava claro não ser um relacionamento de verdade).

Que pena!, ela cantava, que fim chuvoso para um dia perfeito. Apenas vá embora!

Ela finalizava o refrão dizendo que ela nunca fora tão fria quanto ele.

Você ergue muros, Ashley continuava no vocal, e os pinta de cinza. E eu fiquei lá te amando, tentando derrubá-los. E você sempre voltava com uma bela história. E confundia meu coração sonhador porque eu tinha coragem de te adorar.

Parecia muito óbvio, que mais uma vez, ela falava do Alex. Mas ele continuava agindo como se suas palavras não o atingissem. Porra, isso é que é frieza, pensei ironicamente no mesmo momento em que Ashley repetia a frase do refrão "e agora que parei pra pensar, eu nunca fui tão fria quanto você".

Os próximos versos da música eu achei especialmente emotivos. Ela admitia que ele realmente nunca havia se importado com ela, mas que ela chorou por ele mesmo assim. E que se ela morresse por ele... bem, ele nem se importaria ao ponto de contar pra alguém.

Que pena!, o refrão voltava mais uma vez antes dela finalizar a música, que fim chuvoso para um dia perfeito. Mas ao invés de continuar como nas outras vezes ela mudou a letra nesse momento, Seu sorriso falso conta as cicatrizes que você deixou. E ela encerra o chamando de frio uma última vez.

Era difícil não sentir pena dela depois dessa música. Me pareceu muito claro que a única machucada de seja lá qual tipo de relação ambos tiveram havia sido a Ashley. E também ficava claro, o quanto ela ainda gostava dele. No final dessa música o Alex reagiu, ele olhou pra baixo por alguns segundos, como se ele tivesse sentido a dor dela também. Ele parecia culpado. Então ele fez uma coisa que eu não esperava que ele fizesse. Acho que Ashley não esperava também porque ela o observou durante todo o momento. Ele simplesmente se levantou, deu meia volta e saiu do show. Indo em direção à saída, à rua.

Se as pessoas haviam se importado com isso não demonstraram. Ashley, no entanto, encarou o lugar, agora vazio, de Alex por alguns segundos. Sua próxima música começou a tocar e ela foi obrigada a se concentrar.

Eu sabia que não deveria seguí-lo. Se havia uma coisa que tinha ficado perfeitamente clara, é que o Alex não era um dos bons. Eu já sabia disso, é claro. Eu não precisava que a Ashley cantasse sobre isso. Eu já sabia. Ele era frio. Ele não se importava com ninguém além dele mesmo. Ele usava as meninas e quebrava o coração delas sem pensar duas vezes. Eu sabia de tudo isso.

E mesmo assim havia alguma coisa em mim que me atraía a ele. Que fazia com que eu quisesse ir atrás, ver se ele estava bem, ficar perto... Eu simplesmente não pensava racionalmente quando se tratava de Alex Harris. E eu tinha plena noção disso quando me inclinei na direção do Nick e menti dizendo que ia ao banheiro. Eu também tinha essa noção quando peguei o mesmo caminho que ele fez, já indo em direção à saída.

Ele estava encostado na parede, do lado de fora. Não havia ninguém na rua. Era de madrugada e os repórteres, que antes apontavam flashes de luz na minha cara, agora já não estavam mais aqui. Era só eu e ele. Ele olhava pra cima, pro céu, pras estrelas. Eu me aproximei devagar, tentando não fazer barulho. Eu não achava que ele tinha me notado, até ele abrir a boca.

— Por que você me seguiu até aqui? — Então seus olhos estavam em mim, no meu rosto. Eu podia sentí-los queimando de novo, como haviam feito lá dentro. A necessidade de estar perto dele só aumentou. Havia alguma coisa que me puxava em sua direção, mas eu me mantive firme no lugar a partir do momento que ele me encarou.

— Eu não estava te seguindo — eu respondi calmamente. Porque eu jamais iria admitir as coisas que ele fazia eu me sentir. Não pra ele. Não depois do que Ashley cantou lá dentro. Não depois de Danny.

— Seguiu sim. — Ele rebateu, imitando meu tom tranquilo. Mas ele soava muito mais seguro do que eu, porque é claro, eu estava mentindo. Ele não. — Você não ouviu as músicas? As coisas que ela disse?

— Ouvi.

— Por que você me seguiu até aqui? — ele repetiu sua pergunta.

— Não sei. — admiti. Porque era inútil esconder certas coisas dele, aparentemente. Ele suspirou. Veio em minha direção. Eu prendi a respiração. Ele segurou meu rosto em suas mãos, seus dedos deixando minha pele ardente e forçou meu olhar no dele.

— Eu não sou uma boa pessoa.

— Eu sei. — eu respondi automaticamente.

— Eu não vou ser bom pra você. — eu engoli em seco. Ignorei firmemente o que suas palavras causavam no meu estômago. Ignorei meu coração batendo desesperadamente, prestes a sair a qualquer momento.

— Que bom que você vai embora em dois dias, então, né? — Suas mãos ainda seguravam meu rosto. Ele não fazia quase pressão nenhuma, mas mesmo assim eu me sentia como se estivesse pregada no chão.

Ele não disse nada. Então eu tentei novamente.

— É só sexo, lembra? Sem sentimentos... — Alex fechou os olhos. Deixando que minhas palavras o penetrassem devagar.

— Você ficou com o Nick?

— Não fiquei. — eu sabia que dessa vez ele conseguia ouvir a sinceridade na minha voz. Ele abriu os olhos e suspirou de novo, dessa vez, de alívio.

— Você sabe o esforço que eu tive que fazer para não arrancar você dos braços dele? — Não disse nada. Não sabia o que dizer depois disso. Eu imaginava que teria sido a mesma sensação que tive quando soube que ele viria com sua ex namorada. Alex me olhou de cima a baixo.

— Você está realmente linda hoje, Jenny. — Novamente, me mantive calada. Apenas sorri em resposta. — Você sabe como eu amo vermelho. — Eu passei minhas mãos nos seus ombros, por cima do seu blazer vermelho. E sorri mais uma vez.

— Eu sei — concordei com convicção.

— Eu realmente, realmente, quero muito arrancar ele de você.

Eu fiquei na ponta dos pés e encostei meus lábios de leve nos dele. Lábio no lábio, se tocando por apenas um segundo. Ele fechou os olhos novamente, como se estivesse se controlando muito forte pra não me beijar. E de repente eu me tornei consciente do quando eu queria que ele me beijasse. Eu me lembrei das noites que ficamos juntos e podia sentir minhas pernas tremerem levemente. Um desespero crescente tomando conta do meu corpo, ansiosa por um toque mais profundo. Aqui, nos seus braços, ficava muito difícil lembrar do motivo que eu tinha vindo em primeiro lugar. Ficava difícil lembrar que eu estava com raiva. Ficava difícil lembrar dos milhões de motivos que eu tinha para não estar aqui nesse momento. Para não deixar ele me tocar daquele jeito. Para não querer tocá-lo daquele jeito. Eu sabia que era um caminho muito perigoso esse que eu estava escolhendo seguir. Eu sabia que devia dizer não, voltar lá para dentro, pros braços seguros e aconchegantes do Nick. Eu sabia o que eu deveria responder. E mesmo assim o que saiu da minha boca foi o completo oposto:

— Faça isso. — sussurrei bem perto dos seus lábios. Alex abriu os olhos no mesmo segundo e o verde inundou os meus. Ele fechou a pequena distância entre nós me beijando intensamente. Uma de suas mãos escorregou pra minha cintura. E fomos andando até minhas costas baterem na parede que ele estava encostado antes. Eu enrosquei seu pescoço e o trouxe para perto de mim. Seu corpo me prensava na parede de um jeito delicioso, que apenas fazia com que eu desejasse mais proximidade entre nós e menos roupas.

As mãos de Alex agora passeavam pela minha perna direita, que a fenda do meu vestido deixava exposta. Ele a levantou e enroscou em sua cintura, com a outra mão escorregando para a minha bunda, roubando-lhe um apertão. Eu mordi seu lábio em resposta. Dei um sorriso como resposta ao olhar completamente faminto que ele me deu. Eu o beijei novamente e ele respondeu imediatamente, urgente. Desesperado. Nossas línguas brigando de forma extremamente agressiva, ambas querendo estar no controle. Eu podia sentir a gente se perdendo um no outro, o beijo se aprofundando até que...

Alex interrompeu o beijo do nada e encostou sua testa na minha, respirando com dificuldade. Soltou minha perna e suas mãos estavam agora nos meus ombros, me segurando no lugar, levemente afastada dele.

— Alex — eu o chamei. Ele fechou os olhos, ainda recuperando a respiração. — Alex, por favor.

Eu tinha uma vaga noção que estava implorando para que ele me tocasse. Mas meu cérebro mal conseguia processar essa informação, tornando impossível que eu pensasse racionalmente. Eu só queria que ele continuasse me tocando, me beijando...

Não para... — pedi mais uma vez.

Ele abriu os olhos. Levou uma mão ao meu pescoço e me trouxe pra perto de novo. Nossos rostos a centímetros um do outro. A tensão que passava entre nós já passava dos limites. Eu conseguia sentir o meu desespero crescendo no peito.

— Você vai se arrepender disso pela manhã. — Ele sussurrou bem baixinho, mais pra ele do que pra mim.

— Não vou. — Novamente, minha resposta veio automática e sincera.

— Você ouviu as músicas, Jenny, eu vou destruir você.

— A gente pode destruir um ao outro. — a esse ponto eu estava plenamente consciente do quão masoquista eu era. E também do quanto eu não ligava, na mesma medida.

— Isso não vai ser como num conto de fadas — ele tornou a repetir, como se estivesse tentando convencer mais a si mesmo, do que a mim. Ele parecia controlar seus impulsos com muito força de vontade, porque eu já tinha desistido de tentar me fazer desistir. Eu admirei isso nele. Mas eu não podia voltar atrás, agora. Não agora. Não nesse momento. Nesse momento eu só me importava com uma única coisa. Ter Alex Harris.

— Que bom que eu nunca fui uma princesa.

Minhas palavras surtiram efeito porque no segundo seguinte eu estava prensada na parede novamente e sua boca estava colada na minha mais uma vez. E eu me deixei levar. Na entrada do evento da sua ex namorada, onde meu par ainda se encontrava.

E eu me deixei levar.

Na rua,

sob as estrelas.

Eu me deixei levar e me perdi em Alex Harris.

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