Fruto Podre

بواسطة Mayko_Martins

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Colhendo os frutos de ser a Salvadora do Rei, Luna precisará adaptar-se ao estilo de vida de uma raça difere... المزيد

Epígrafe
Prólogo
Capítulo 2 - O Mestre Impiedoso
Capítulo 3 - A Ascensão de Uma Heroína
Capítulo 4 - Retribuição Infame
Capítulo 5 - Sussurros
Capítulo 6 - Festejo Insólito
Capítulo 7 - Verdade Anacrônica
Capítulo 8 - A Queda da Mentira
Capítulo 9 - O Passe Dourado
Capítulo 10 - O Lugar Ao Qual Pertenço
Capítulo 11 - A Ascensão da Assassina
Capítulo 12 - Monstros
Capítulo 13 - Xeque Mate da Rainha
Epílogo
Agradecimentos
???

Capítulo 1 - A Grande Planície

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بواسطة Mayko_Martins


Uma semana atrás


Aquele mundo era tão antigo quanto o sol. Tão grandioso como a imensidão do universo. Por eras, chamavam aquela terra de A Grande Planície. Ali, existiam apenas três cidades. A primeira foi construída no chão em meio a natureza. Já as outras duas, um pouco mais distante, foram arquitetadas na direção do céu, uma em cima da outra.

No solo, situava-se a cidade de Lunaelumen, lar dos Hyacinthums. Uma raça pobre e inferior, vivendo em casebres empilhados, cercados por um mar de árvores.

Quilômetros para o leste, flutuando nas nuvens, localizava-se a cidade Soberania, lar do rei Solis e da rainha Caelis, governantes daquele mundo. Uma cidade abundante em riquezas, predominado pela raça dos Albas.

A única coisa que interligava as cidades era uma construção de vidro opaco, chamada O Elevador; um transporte levadiço usado somente quando um morador de Lunaelumen era contemplado com O Passe (na cor prateada), para assim viver entre os Albas, desfrutando os privilégios da cidade Soberania. Essa regalia era sorteada somente aos Hyacinthums com mais de trinta anos de idade.

Acima de Soberania, no topo do mundo, situava-se a cidade Celestial. Um lugar misterioso, destinado apenas aos Evoluídos: cidadãos com intelecto superior. Não existia registro desta cidade em livros, nem em lugar algum. As mentes mais velhas da Grande Planície não lembravam quem fora o último ser agraciado a viver lá. O mesmo Elevador era usado, a diferença era que o passe para a cidade Celestial possuía a cor dourada.

Albas e Hyacinthums coexistiam, apesar da desigualdade entre os povos. Duas raças parecidas, mas diferenciadas por uma característica que poucos conheciam.

Em qualquer direção que o vento soprava, bandeiras farfalhavam com o símbolo deste mundo: uma árvore frutífera.

*****

Luna subiu no topo de uma macieira para espiar O Elevador. Algumas crianças imitavam-na, se arriscando entre galhos e troncos. Mesmo distante, era possível ver o mais novo Hyacinthum contemplado com O Passe, caminhando rumo a uma vida melhor.

Nas ruas de Lunaelumen, os moradores festejavam pela graça recebida por aquele homem. Preces eram feitas para que esta dádiva se repetisse mais vezes.

— Mamãe, quando iremos morar lá nas nuvens? — perguntou o irmão mais novo de Luna, que estava abaixo da árvore, na cacunda de uma mulher com uma expressão cansada.

— Vai demorar um pouco. Por isso, você precisa se concentrar em ser um bom cidadão para garantir seu Passe — respondeu Angela, mãe do garotinho. — Filha, desça daí! — Disse ela olhando para a copa da árvore.

Luna ignorou a ordem, permanecendo no mesmo lugar. Sua mente recordava o dia em que Dominus, seu mestre, partiu para o mesmo lugar. Desde a infância, a garota foi treinada por ele, em diversas práticas de luta. Contudo, viver numa sociedade "igualitária" garantia paz, o que a impediu de praticar tudo o que aprendeu. Mas, o futuro poderia ser incerto e ao mesmo tempo irônico.

O irmão mais novo de Luna chamava-se Puer, o outro Fratris. A família se reuniu para jantar um pouco mais tarde do que estavam habituados. Uma cadeira estava desocupada, posta à cabeceira da mesa, como se aguardassem a chegada de um convidado. Ao fundo, fixada na parede, a bandeira da Grande Planície chamava a atenção. A casa era pequena, o chão rangia a cada passo e o telhado possuía alguns buracos.

— Mãe o que significa a nossa bandeira? — perguntou Puer, que mal alcançava a mesa.

— Dizem que a raiz representa a nossa cidade, Lunaelumen. Nós, os Hyacinthums, somos a base. O tronco representa os Albas na cidade Soberania. A copa é a cidade Celestial. E está vendo aquelas frutas desenhadas? — Ela apontou o dedo. — Somos nós, habitantes desse mundo, no lugar que almejamos alcançar para se tornar um Evoluído.

— Quero crescer logo para ganhar meu Passe — murmurou o garotinho de boca cheia.

Na parede, ao lado da bandeira, o calendário do ano de 7544 continha riscos consecutivos nos últimos 17 dias. A contagem regressiva feita por Fratris, o irmão do meio, deixava claro sua excitação para tão esperado dia seguinte.

— Realmente está ansioso para ver o desfile do Rei Solis? — perguntou Luna, curiosa.

— E você não? — Fratris perguntou de volta. — Uma vez por ano, antes do aniversário do nosso rei, podemos vê-lo. Isso é incrível. É como se fossemos cidadãos de Soberania.

— O rei ficará dentro da liteira! É só um desfile idiota! — desdenhou Luna, fazendo ruídos de sucção ao tomar a sopa, o que irritava sua mãe.

— Não seja rude, Luna! Deixe seu irmão... — começou a mãe.

— Ele vai crescer logo! Ele precisa saber que talvez nunca morará na cidade Soberania! — retrucou a garota.

— É claro que eu vou — rebateu Fratris, fazendo uma careta. — Não sou pessimista como você! Todos temos uma chance!

— Esqueceu o que aconteceu com o nosso pai? — indagou Luna, arqueando a cabeça na direção da cadeira vazia. — E a chance dele, Fratris?

Angela fuzilou a filha com o olhar, esperando que o gesto bastasse.

— Do que ela está falando? — indagou Puer, a voz baixinha no meio da discussão.

— Chega! — Ordenou a matriarca.

A garota ignorou novamente a ordem.

— Fratris você não deve se agarrar a algo impossível. O papai sonhou por toda a vida dele e morreu sem receber O Passe! — disse Luna, entredentes. — Você precisa crescer!

— Luna, basta! — berrou Angela.

— A verdade é dura. Somos Hyacinthums. Aqui é o nosso lugar — bradou Luna para toda sua família. Ela voltou-se para sua mãe, dizendo: — Mesmo que você ainda guarde um lugar à mesa para o papai, ele não ganhará O Passe! Se nem os vivos ganham, imagina os mortos...

Angela esmurrou a mesa, quebrando alguns pratos. Todos ficaram em silêncio. Luna se levantou, o rosto amargurado. A garota deixou a mesa, caminhando para fora de casa.

Mais tarde, Angela subiu na macieira. Luna estava sentada numa forquilha, o rosto duro como pedra.

— Você parece seu pai, subindo em árvores.

— Ele me ensinou a escalar bem — disse Luna, olhando para o horizonte. — Essa era a árvore favorita dele.

Angela acompanhou o olhar da filha, admirando o céu escuro. Sorrindo, a mãe colocou uma mecha do cabelo de Luna para trás.

— Você me fez quebrar dois pratos. Já somam cinco em menos de um mês — disse Angela, gargalhando.

— Desculpa. Eu não deveria ter falado daquele jeito.

— Deveria sim. Eu precisava ouvir aquilo — confessou a mãe.

— Eu odeio isso. Eu odeio que tudo o que podemos ter ou sonhar é apenas O Passe — murmurou Luna. — Vivemos a nossa vida à mercê disso. É como se o nosso futuro estivesse determinado, antes mesmo de vivê-lo. E ainda por cima, sem garantias de alcançarmos Soberania.

— Como mãe, eu apenas espero que meus filhos sejam agraciados, enquanto eu ainda estiver viva.

— Por que acredita tanto nisso? Por que ainda tem fé?

— Porque tudo o que eu tenho para você, filha, é a esperança de um futuro bom. Às vezes, isso é única coisa que uma mãe pode oferecer ao seu filho.

Luna olhou para ela, seus olhos diziam "eu te amo" sem pronunciar uma palavra sequer.

— Tenho algo para te contar — falou a mãe.

— O que? — indagou Luna, curiosa.

— Me livrei da cadeira — revelou Angela.

Elas se encararam por alguns segundos. Luna sorriu, segurando a mão dela. Pela primeira vez, Angela permitiu que o luto arrancasse-lhe lágrimas.


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