Daisy e o Príncipe Negro

By LSKyle

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Korus: Pelos sóis de Thazan, isto é a espécie feminina da Terra? Pálida, pequena, magra e com estranhos cabe... More

01- Não suficientemente atraente
02-Pelos sóis de Thazan
03-Duas horas
04-Um piada intergaláctica?
05-Que desperdício.
06 - Traidor
07 - Salvos?
08 - Prisioneira?
10 - Inconveniente
11- Uma refeição agradável
12- Deus salve a Rainha mãe
13 - Melhores amigos
14 - No mínimo interessante
15 - Menos feia
16- Primeiro você
17 - Sua humana
18- Quente e frio
19- Enquanto o príncipe não vem...
20 - Príncipes suam?
21- Mágica?
22- Então me abrace forte
23- Mudanças
24 -Instinto de acasalamento
25 - Fuga do quarto, ou quase
26-Você ouve meu coração?
27- Superestimando o oxigênio
28 - Eu não disse que não gosto de você
29 - Conversa entre fêmeas
30 - Cerimônia de Casamento
31- Dia D de "Desculpe-me o inconveniente..."
32 -Uma mulher podia se acostumar...
33-Seja bem-vinda a família
34- Ele é muito persuasivo...
35- Príncipe Dourado
36- Não sou um macho de sorte?
37-Amanhã quem sabe...
38- O Dia da formatura
39- Vá sem luta
40- A Armadilha
41- A chegada
42 - Espere e confie
43- Um bar
44-Inofensiva
45- Serpentes e seus venenos
46-Ets não sabem código Morse
47- O resgate I
48- O resgate II
49-Rasgue as gargantas deles! Grrrrr
50-Conhecendo os sogros
51- Clone, gêmeo, androide?

09 - Seda Negra

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By LSKyle


Daisy

Sua última lembrança era  que estava morrendo, por isso ao a acordar com uma luz brilhante ofuscando seus olhos seu primeiro pensamento foi "Fuja da Luz!". Deus, aqueles filmes antigos lhe viam a mente me momentos mais curioso. Estendeu a mão cobrindo o brilho irritante  e virou a cabeça de lado resmungando. Piscou duas vezes tentando dar foco a sua visão embaralhada enquanto o homem de aparência corpulenta que segurava uma pequena lanterna medica em sua mão entrava em foco. As orelhas pontudas  do homem se movimentaram nitidamente quando ele se afastou observando-a. Era como se ele também tivesse se surpreendido com seu despertar. Observou sua altura, sua pele colorida, seus olhos estranhos que pareciam ter a mesma cor verde azulada do seu corpo e a memória de o que acontecera e onde e estava começou a voltar.

- O que...?

- Você desmaiou - a voz era baixa e calma, o tradutor ainda estava em seu ouvido e  com isso conseguia compreende-lo - Rajah me chamou quando percebeu que você não reagiu após ele desligar o imobilizador.  Sou Elijah, o médico real- o Thazan de brilhante tom verde azulado  vestia um uniforme branco que o cobria quase por inteiro e apesar de ainda se sentir atordoada achou curioso  que mesmo na distância de galáxias um jaleco branco ainda era o uniforme oficial de um doutor.

- Estou um pouco tonta  -  murmurou levando a mão a cabeça e estremeceu. - Penso que aquele objeto de tortura que vocês usaram em mim m afetou para sempre.

- O imobilizador é totalmente inofensivo, testamos em nós mesmos para ter certeza que não causaria nenhum efeito adverso. -  pelo tom de voz ele pareceu pessoalmente ofendido pela acusação, apesar do semblante estar imutável.

- Não testaram em humanos - assinalou levando a mão ao estômago se sentindo  um tanto enjoada. -  Vocês  devem possuir um ritmo de respiração diferente do nosso e como o equipamento me impedia de respirar profundamente meu corpo estava entrando em hipóxia, mas tempo naquele situação eu poderia ter morrido - frisou encarado-o - Penso que devolver o "corpo morto" de um representante diplomático da Terra não seria bem visto pelos meus.

O médico pressionou seus lábios - ou pelo menos onde deveriam se seus lábios, pois nos Thazan aquela área não era especialmente delimitada como nos humanos sendo apenas um tanto saliente em torno da abertura da boca. Interessante verificar que alguns Thazan podiam movimentar músculos faciais além da fala, se ela fosse se basear nos que conhecera até agora poderia jurar que eram incapazes de qualquer alteração no semblante fechado.

- Eu irei informar sua reclamação aos nossos pesquisadores - ele disse neutro.

- Preciso falar com meus superiores na Terra e com o Conselho. - sentou-se sentindo-se um pouco melhor a cada momento que passava, tinha situações urgentes a resolver e não poderia se dar o privilégio de ficar doente.

Elijah permaneceu e silêncio olhando em sua direção. 

- Vocês não possuem músculos faciais ou apenas não os usa? - perguntou por fim curiosa.

Imediatamente ele se empertigou e por fim desligou a lanterna irritante. Suspirou no alívio, sua cabeça latejava  e suspeitava que pioraria antes de melhorar, sempre tivera enxaquecas terríveis e sua medicação ficara na nave o que a deixava sem opção aonde quer que tivesse no momento.

- Logo terá alguém para lhe deixar ciente de sua condição em Thazan - disse o doutor-  Enquanto isso deveria ir para o quarto designado se banhar e comer.  Sei que não esta se sentindo bem, vejo que estar em dor, mas não arriscarei a ministrar as medicações de nossa espécie apesar da incrível semelhança entre nossa anatomia. Não podemos prever como seu corpo humano primitivo reagiria a nossa medicação e não queremos terminar com  o "corpo morto" de uma diplomata nas mãos.

- Eu realmente fico chocada que vocês façam uma piada - resmungou e depois pensou nas palavras que ele acabou de dizer, olhou para si mesma em busca de algum pista se tinha sido "examinada" enquanto inconsciente por algum tipo de curiosidade cientifica do médico.  

- Não se preocupe, eu não precisei a tocar. Temos tecnologia para examinar seu corpo sem a necessidade de lhe despir, algumas espécies não tem pudor com o corpo mas para a maioria delas, inclusive os Thazans,  a nudez  é apenas para a intimidade - e como se ele não tivesse acabado de falar que a vira nua através de um equipamento  continuou - Vi que sua espécie ainda mantém as glândulas mamárias, interessante, vocês amamentam seus filhos?

- O que?! -ela instintivamente cobriu os seios - O que...?

- Penso que esse ato arcaico logo será suprimido, muitas espécies já tem acesso a tecnologia  para deletar traços inúteis do padrão de seu código genético e manter os traços desejosos como dominantes - o doutor parecia distraído enquanto digitava freneticamente em seu note - Seria interessante estudar suas células reprodutoras.

Daisy levantou-se da  cama rapidamente e ignorou a tontura que a acometeu, o doutor se afastou olhando-a  com aquela "falta" de expressão característica dos Thazan. 

-Interessante que esteja curioso em relação aos humanos , mas essa mulher aqui não vai ter suas "células reprodutoras" analisadas - piscou quando o quarto rodou em torno de si - Mas eu me arriscaria a alguns de seus medicamentos. - e voltou a se sentar.

- Como você questionou sobre nossos músculos faciais penso que não há problema em questioná-la quanto as características de sua espécie.

- Questionar quanto a músculos faciais não é a mesma coisa de questionar sobre meus seios! - corou ao falar isso desviando o olhar.

-Hum...vocês também mudam de cores, interessante - e ele se virou anotando algo em um Note. Não quis explicar a ele exatamente porque tinha mudado de cor e ter mais questionamentos constrangedores em sua direção.

- Posso tomar um pouco de seus fluxos e realizar um teste rápido de compatibilidade para averiguar o potencial danoso de uma medicação que usamos em nossas crias em você.

- Não vai tirar nada de mim - recuou abraçando a si mesma.

- Não contra  sua vontade - ele concordou sem se aproximar - Posso assegurar pela minha honra que o material retirado será analisado apenas para esse fim e que se eu realizar qualquer outro experimento será unicamente com sua autorização.

Daisy estreitou os olhos.

- Acha mesmo que bastará a sua palavra para eu deixar coletar amostras de meu corpo?

O homem piscou uma, duas vezes e recuou.

- Nossa palavra é tão valorosa quanto um contrato assinado a sangue.

Droga, agora ele estava ofendido e ela se sentindo culpada.  Pelo pouco que sabia a honra dessa raça era importante para eles.

- Entendo sua desconfiança, você é uma espécie primitiva sob custódia de seres superiores - ele nem piscou quando ela revirou os olhos - sua espécie é traiçoeira e não confiável, deve ser difícil fazer acordos e promessas entre vocês.

- Oh certo - resmungou estendendo o braço - Colete o que precisa, mas apenas para averiguar se posso tomar medicações ou comer algo produzido nesse planeta. Minha cabeça esta latejando e meu estômago roncando.

O homem poderia ter aberto um sorriso, talvez tivesse sido? Aquele leve arquear em torno da abertura de sua boca, o leve sacudir de sua orelha. Logo ele pegava algo que não lembrava e nada uma seringa e se aproximava.

- O que é isso?

- Ele irá retirar uma amostra de seu fluxo vital - ele rodou o pequeno aparelho nas mãos como se mostrando a ela - Tem uma pequena agulha que se guiará automaticamente e coletará o material, não machucará. 

- Certo - observou que Elijah colocava delicadamente o aparelho em seu braço tomando extremo cuidado para não tocá-la, aquilo ativou a lembrança do que acontecerá ao chegar.

 - Um dos guardas tocou meu cabelo - murmurou enquanto observava ele retirar o aparelho, incrivelmente não havia nenhuma marca na pele de perfuração e nem percebera a picada da agulha.

- Espero que tenha sido devidamente punido - foi a resposta dele enquanto levantava e ia até um equipamento que se encontrava afastado.

Sem entender porque puniriam um guarda por tal ato continuou:

- Penso que foi apenas um gesto inocente, mas na hora eu não estava em meu melhor momento. Não gostaria que ele fosse punido apenas por ter tocado meu cabelo - mexeu distraidamente nas mechas.  

- Você estava em uma situação que não poderia impedi-lo e mesmo assim ele a tocou em público. Certamente terá que ser punido. - de costas para ela o médico parecia absorto no que fazia deixando-a à vontade de reconhecer o ambiente.

Parecia uma sala médica com paredes brancas, camas posicionadas ao lado de aparelhos estranhos e câmaras de recuperação e cura. Reconheceu-as pois fora um dos primeiros "presentes" dados pelo Conselho a Terra logo depois do Comunicado.

- Certo, penso que não terá problemas em tomar a medicação - afastando-se do aparelho ele abriu alguns compartimento e voltou com uma jarra, um copo metálico com um líquido amarelo e uma capsula azul. - Tome-os que logo se sentirá melhor.

- Vou permanecer na Matrix - murmurou enquanto tomava a medicação, o líquido tinha um gosto maravilhoso e ela de repente percebeu que estava sedenta, quando Elijah encheu seu copo pela terceira vez  se deu por satisfeita.

- Sinto-me melhor. 

-O líquido de hidratação a fez se sentir melhor. Há minerais e outras substâncias necessárias a sua espécie, pelo que analisei você tem algumas deficiências possivelmente pelo tempo de viagem em hibernação.

- Como você até soube dos padrões normais do meu sangue?

- Uma pesquisa rápida e uma comparação com as substâncias de seu fluxo e nós podemos produzir o que precisa, se nos permitir podemos completar o tratamento usando a câmara de influxo pois algumas substâncias não podem ser fornecidas via oral, a acidez de seu estômago e algumas enzimas as eliminariam antes de seu corpo usá-las - ele pareceu ler algo em seu Note - Com alguma melhoramento genético vocês poderiam produzir o que precisam do próprio corpo sem precisar ingerir toneladas de comidas, isso faria a conversão alimentar ser melhor e assim não produziriam tantos resíduos...

-Certo - cortou. A conversa estava ficando esquisita novamente. - Carlos e Sean estão bem? - Sentiu-se envergonhada por só lembrar dos colegas nesse momento.

- Também tiveram alguma reação ao dispositivo mas não desmaiaram. Um dos homens é um pouco agressivo e teve que acalmado, temos um gás relaxante para esse fim - sorriu - É muito agradável mas só usado medicinalmente pois poderia ser viciante.

- Imagino que Sean não seja um homem do tipo que "relaxa".

- Bem, ele estava cantando - o médico dessa vez repuxou os cantos dos lábios e realmente quase sorriu. Era um tanto agradável conversar com ele, destruirá a impressão que tivera sobre sua espécie serem robôs e não feitos de carne e osso. 

- Interessante seu fluxo vital ser vermelho e você não ter uma cor em sua pele. - o médico a estudava  novamente - Parece que coloriu apenas seus cabelos alguns pontos perto de seus olhos e peito.

Oh céus, Daisy não conseguiu suprimir a risada, realmente, pelo que podia perceber a exposição da nudez podia ser privada para sua espécie, mas o assunto não parecia deixá-lo constrangido. Para sua surpresa o médico recuou deixando cair o copo que ainda segurava e piscou várias vezes em sua direção. 

- O que ...?! - perguntou sem entender   porque de repente o homem reagira como se ele tivesse apontado uma arma para ele.

- Eu...- o médico hesitou - Penso que...

- Elijah - a voz masculina que ela reconheceu como sua alteza real príncipe Korus soou atrás de si fazendo-a vira-se para vê-lo a poucos metros, próximo a porta, possivelmente acabara de entrar. Fora por isso que o médico reagira daquele modo? Temia o frio capitão-príncipe de Thazan.

- Sim, senhor - o homem respondeu imediatamente, sua voz soou respeitosa .

- A fêmea humana se encontra recuperada pelo que posso vê.

- Sim, senhor - ele repetiu.

Não entendendo a tensão no ambiente Daisy desceu da cama, dessa vez se sentia bem melhor.

- Obrigada Elijah - sorriu e imediatamente o médico desviou o olhar . Seu sorriso esvaneceu perguntando-se o que estava acontecendo. - Espero poder vê-lo novamente, mas não porque estarei doente - completou rápida tentado fazer uma piada para cortar o clima estranho.

- Fiz apenas meu trabalho - ele movimentou ligeiramente a cabeça e se afastou rapidamente saindo pela porta por onde o príncipe entrara.

Virou-se lentamente para o homem sentindo novamente o impacto de sua presença.

- Bem...- começou mas foi interrompida.

- Não faça  isso. É constrangedor para meus homens.

Não entendeu o sentido das palavras. Era difícil quando elas não vinham acompanhadas de entonações . Era como se todos os Thazan falassem como um IA programado para não ter caraterísticas humanas. 

- Eu não fiz nada - disse por fim baixinho balançando a cabeça tentando compreender.

- Inclinar-se para trás expondo seu pescoço,  mostrar o interior de sua boca e o som  que faz - para cada item ele estende um dedo a sua frente como se tivesse falando com uma criança, o que resolveu relevar em nome da boa diplomacia - Não posso julgar se é proposital ou não, mas não irá manipular meus homens dessa maneira, só os envergonha.

- Eu...balançou a cabeça tentando compreender o significado daquela conversa- Expor meu pescoço é...?

- Constrangedor. Para nossas pessoas seus gestos são um convite para sexo.  Vindos de uma mulher com sua aparência só é...constrangedor.

Abriu e fechou a boca sem saber o que dizer. Agora Korus estava a sua frente e olhava de cima para baixo como se fitasse uma barata ou qualquer outro inseto indesejável. Céus, ele era tão frio e suas características o faziam parecer um personagem de contos de terror de sua infância, não conseguiria entender porque ver sua pele de seda negra tão próxima a fazia sentir tanta vontade de tocá-lo que seus dedos formigavam.

- Eu não sabia. - respondeu por fim consternada - Desculpe-me a ignorância, não havia nada sobre seus costumes ...sexuais... - tentou não corar ao falar a palavra, o homem mantinha aquele semblante frio e os olhos negros fixos em sua direção - ...nos arquivos do Conselho, não poderia saber.

- Só não o faça.

- Certo - Céus, teria que se desculpar com Elijah, nunca quisera constrange-lo.

Espere um segundo.

- O que quer dizer com "mulher com minha aparência"? 

- Sua falta de atrativos é óbvia, tenho certeza que na Terra os machos de sua espécie podem achá-la aceitável para um intercurso,  mas você conheceu nossas mulheres. Sua aparência não a faria uma escolha óbvia para uma interação sexual apesar de nossa sociedade ser bem mais flexível em relação a este aspecto do que a maioria das civilizações conhecidas. - pausa - Mas não interagimos com outras espécies para fins sexuais e muito menos reprodutivos, nossa carga genética levou milhares de anos para ser purificada e não podemos estragá-la por uma genética inferior.

Certo. Então era isso. O príncipe negro acabou de jogar a última pá de terra em sua missão diplomática.



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