A Fight For Us

By SkyWithDiamond

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Era um novo ciclo para Kara Danvers, as mudanças a fizeram crescer tornando-a na melhor versão de si mesma. S... More

Sad. Beautiful. Tragic.
Already Gone
The Other Side
False God
Are You With Me?
Suspicious Mind
Sign of The Times
Tell Me It's Real
Crisis On Infinite Earths - Part I
Crisis On Infinite Earths - Part II
Crisis On Infinite Earths - Part III
Crisis On Infinite Earths - Part IV
Crisis On Infinite Earths - Part V
Find You
Surrender
I Did Something Bad
Us
Dark Side
I Put a Spell On You
I Knew You Were Trouble
A Not So Super Life
Come Home
I Will Come To You
Never Tear Us Apart
In Case You Don't Live Forever
Alex In Wonderland
Save You
The Darkest Hour - Part I
The Darkest Hour - Part II
A Fight For Us

Bruises

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By SkyWithDiamond

0,001s. Milissegundo. Um milésimo de segundo.

Esse foi o exato tempo em que Kara usou para pôr seu uniforme, para notar que nada mudava nos convidados, para voar até Lena, o único barulho em que conseguia se concentrar era no lento batimento cardíaco de Lena. Supergirl colocou a CEO em seus braços e tudo pareceu descongelar, a explosão se expandiu enquanto Supergirl voava o mais rápido possível, ela sentiu o aconchego em seu peito e notou a forma como Lena se agarrava a ela mantendo seus olhos fechados por conta da velocidade, se Lena pudesse se concentrar ela conseguiria ouvir pela pulsação no peito de Supergirl o quanto a garota de aço estava preocupada.

Supergirl aterrissou em um lugar seguro e pôs Lena sobre a terra firme, nenhuma das duas falaram nada, Lena observava o novo visual da heroína, ela observava a outra, mas dessa vez era diferente e Kara conseguia sentir, ela conseguia sentir a mudança como Supergirl assim como conseguia como Kara, Lena já não era a mesma.

— Você está bem? - perguntou Supergirl tentando se aproximar, mas Lena deu um passo para trás, era quase como se estivesse com medo de seu herói - Lena? V

— Estou bem... - comentou tentando conter sua emoção, tentando conter as lágrimas que gostavam de aparecer sempre que lembrava de Kara - Como... Como sabia que eu estava em perigo? Você não estava no teatro - retrucou e naquele exato momento ela viu o pânico no olhar alheio.

— Eu... Eu estava rondando o local, é uma noite especial para Kara e eu queria que ela estivesse segura - mentiu sentindo a dor corroer seus ossos como nunca antes, mentir para Lena era um peso em que ela já não suportava - Lena, eu p

— Entendo - respondeu sorrindo mesmo que em descrença - Kara precisa de proteção, afinal ela é sua amiga.

— Eu preciso ir - disse ignorando o semblante de Lena. A CEO viu os pés da heroína sair do chão e começar a flutuar em leveza - Eles precisam de mim.

Lena concordou, mas elas continuaram ali se encarando como duas estranhas, ou talvez era o que Lena imaginava, duas estranhas.

— A propósito, parabéns - disparou. Supergirl sentiu o frio penetrar aquele traje - Pelo novo uniforme - disse apontando para o novo look, mas Kara não sabia se era realmente isso que Lena queria dizer.

Supergirl apenas concordou e voou novamente para o teatro, em seu voo ela olhou uma última vez para a mulher sã e salva, a loira respirou fundo, Lena estava salva e era tudo o que importava.

Supergirl voltou para o teatro, ela viu a multidão no centro das escadarias ao lado de fora, ela viu Alex tentando acalmar os que estavam ali, ela viu Caçador de Marte e Guardião entrando no teatro, ela viu as chamas e foi quando resolveu agir ao sair da inércia. A Garota de Aço usou seu sopro congelante para eliminar as chamas já desastrosas, todos observaram a heroína fazer seu milagre diário, mais uma vez salvando o dia. Quando a chama foi apagada por completo Supergirl olhou para os civis, ela sorriu e ouviu os aplausos mais uma vez sendo oferecidos à ela, porém dessa vez não como Kara Danvers e sim Supergirl.

— Onde você estava? - perguntou o Caçador de Marte parando ao lado de sua companheira de luta.

— Eu tive de salvar Lena - afirmou ainda olhando para a multidão abaixo de si - A explosão iria matá-la, ela estava no andar superior - informou ainda revivendo aquela cena em sua mente.

— Ela veio? - ele sabia o quão importante era a presença da CEO para Kara.

A loira sorriu pois era inevitável não fazer isso.

— Ela veio... - afirmou ainda mantendo o sorriso bobo.

O Caçador de Marte tocou no ombro da jovem e concordou. Os dois observaram Guardião e Alex cuidar da multidão, guiando todos para longe daquele lugar, apesar de seguro eles sabiam que era melhor a noite ser encerrada de uma vez por todas e eles voltarem para suas casas. Quando já era seguro descer, Supergirl e J'onn se juntaram ao pequeno grupo formado ali. Eliza, Brainy, Nia, Alex, Kelly e James olharam para os recém-chegados, ignoraram os policiais que entraram no local para fazer o trabalho já feito pelos outros.

— Uau, o que foi aquilo? - questionou Nia em um misto de surpresa e um pouco irritada por não ter participado do salvamento.

— Eu não sei ao certo, eu estava finalizando meu discurso então eu vi aquela luz atrás de Lena e

— Lena? - disparou Alex confusa, ela lembrava da tristeza em sua irmã quando percebeu a ausência de uma certa CEO - Achei que ela não estivesse aqui.

— Eu também, mas então eu sen - Kara parou suas palavras, o que ela iria dizer? Que ouviu os batimentos de Lena e assim sentiu a presença de sua amiga? - Eu a vi, ela estava aqui - respondeu escolhendo bem suas palavras - A explosão aconteceu no andar superior então eu não pensei em mais nada, Lena iria morrer se eu não agisse rápido.

— Estamos todos bem, ninguém se feriu e é isso o que importa - informou Eliza mantendo o sorriso, tudo o que ela conseguia pensar era o quão orgulhosa estava de sua filha.

— Isso não faz sentido, o andar superior estava interditado, ninguém poderia ficar naquela parte do teatro - explicou Alex. Ela sabia disso porque um dos cerimonialistas estava falando o quão sortudos eram os convidados por não estarem naquele andar - Como Lena foi parar lá?

— Ok, podemos esquecer isso? - pediu James intervindo naquela conversa - Podemos focar no que realmente deveria ser celebrado aqui? - o homem ficou ao lado da Super e a loira corou ao ser o centro das atenções do pequeno grupo - Como Eliza disse ninguém se feriu, então o que acham de irmos comemorar o fato de que temos uma ganhadora do Pulitzer entre nós? - todos concordaram, porém Alex se manteve séria olhando para a irmã, aquela explosão ainda estava mexendo com ela.

— Essa é uma das poucas vezes em que vou concordar com meu irmão - comentou Kelly seguindo a ideia do irmão, a bela mulher tocou no braço da ruiva a trazendo de volta para a realidade - O que acha Alex?

— Espera - anunciou Nia com um sorriso malicioso, a jovem tirou algo de sua bolsa.

Todos se surpreenderam, era quase cômico a expressão assustada de Brainy ao lado da jornalista, o garoto olhou para seus amigos e James gargalhou alto.

— Você roubou um Pulitzer? - questionou Kara preocupada, afinal, Nia era sua pupila - Nia! Você ainda vai ter seu momento, não precisava roubar um prêmio desses - sussurrou não querendo que ninguém ouvisse.

— O quê? Não - respondeu negando - Quando você sumiu deixou cair isso no púlpito, ele é seu. Eu só peguei porque ele pertence a você, e se você fosse esperar toda a poeira baixar só receberia o prêmio físico provavelmente quando recebesse por um novo artigo. Eu só pensei rápido - explicou dando de ombros e entregando o objeto para Kara.

James fez hi-five com a jovem jornalista, Brainy finalmente conseguiu fechar a boca ainda surpreso ao ouvir a explicação de Nia.

— Eu deveria sentir orgulho desse ato? - perguntou Brainy olhando para a jovem e depois para os amigos, ele realmente queria uma resposta.

Nia roubou um selinho do garoto e ele esqueceu que precisava de uma resposta.

Alex conseguiu sorrir mesmo com aquela sequência de acontecimentos.

— James está certo, vamos. Precisamos comemorar - Alex tomou as rédeas da situação, mas não viu um sorriso que deveria está ali em Kara - Por que vocês não vão na frente? E você - apontou para a irmã - Precisamos de Kara agora e não Supergirl - respondeu olhando para o uniforme - Eu vou ligar para Lena e dizer onde vamos comemorar, tenho certeza de que ela vai estar lá primeiro do que todos nós - foi ali que Alex viu o sorriso da irmã, o sorriso esperançoso no qual ela tanto sentia falta.

Supergirl voou no mesmo instante, aos poucos todos seguiram para os respectivos veículos. Alex se despediu de Kelly com um rápido selinho prometendo encontrar todos no local marcado, quando já não havia sinal algum de conhecido a Diretora seguiu novamente para o teatro onde policiais e detetives já estavam fazendo o minucioso trabalho para descobrir o motivo da explosão.

Alex se aproximou e mostrou seu distintivo aos policiais, a mulher seguiu em direção aos homens de ternos no andar superior e viu a equipe já trabalhando, Alex sorriu em negação ao perceber que quando havia dinheiro envolvido e grande poder a polícia fazia seu trabalho com rapidez e precisão.

— FBI, hun - comentou um dos homens ao olhar para a bela mulher que entrara no andar - Em que posso ajudá-la, Agente Danvers? - perguntou lembrando do nome na identificação de Alex.

— Algum palpite do que tenha causado essa explosão sem sentido? - questionou se aproximando do enorme buraco onde poderia ver parte da cidade, o homem segurou o braço de Alex tentando mantê-la segura, mas a mulher puxou seu braço bruscamente - Não me toque - ordenou.

— Bom, a investigação será minuciosa, mas se eu posso dá um palpite eu diria que o motivo foi apenas para chamar atenção - explicou pegando um cigarro do bolso - O andar superior está interditado há meses, seja lá quem fez isso não queria ferir ninguém, caso contrário teria mirado no andar inferior. Se você tem poder suficiente para possuir um explosivo, você deve ser esperto o bastante para saber onde atacar.

Alex deu um passo para trás, o andar superior estava seguro apenas por uma parte, qualquer minuto a mais ali era arriscar uma grande queda.

— É, talvez tenha sido apenas um susto, ou até mesmo uma falha na eletricidade - as novas desculpas dadas pela a ruiva fez o detetive franzir o cenho, mas ele não questionou - Obrigada pela informação.

Alex marchou para longe daquele teatro, a mulher procurou pelo celular em sua bolsa e ligou para o único nome que piscava em sua mente.

...

A cada nova entrada naquele barzinho escondido na cidade Kara se alertava, sua atenção era direcionada para a porta do local e uma ponta de esperança se expandia em seu pobre coração, ela esperava, ela ansiava por um acerto e que talvez a próxima pessoa a entrar por aquela porta seria alguém que desejava ter ao seu lado naquele momento. Ninguém parecia prestar atenção na repórter, não quando James se fazia o centro das atenções ao contar alguma história envolvendo a amiga, a mesa caia na gargalhada antes mesmo de James terminar o conto, porém alguém já conhecia o modo chamativo do fotógrafo e ali ele não se fazia tão interessante para sua própria irmã.

Kelly não fazia grande caso sobre a nova história, ela se deixava observar com cuidado a loira separada por três assentos de si, ela notou a ânsia de Kara e em como a jovem repórter parecia incomodada com algo, Kelly se viu curiosa por saber o que tanto poderia está incomodando a garota.

Não demorou muito para Kelly juntar todas aquelas peças sobre Supergirl, afinal, seu irmão era o melhor amigo de Clark, braço direito de Superman que por coincidência era primo de Supergirl e Clark de Kara, ainda havia o parentesco de Alex com Kara, Kelly percebeu e apesar de parecer inconveniente, em um final da noite de jogos enquanto Alex e Kelly caminhavam de volta para o apartamento da diretora, Kelly revelou seus pensamentos e Alex não conseguiu encontrar uma desculpa rápida para negar, com tantas provas ela não tinha como negar.

Kelly levantou com uma desculpa de que precisava ir ao banheiro e ao voltar para sua mesa, um sussurro foi contado na orelha de Nia que concordou, a jovem cedeu seu lugar ao lado de Kara e foi para onde antes Kelly estava.

— Ele sempre gostou dos holofotes - sussurrou Kelly trazendo a atenção de Kara para si, a repórter sorriu e olhou para o amigo ainda contando alguma história.

— Está tudo bem - retrucou dando de ombros e mantendo o sorriso amigável.

— Então... - Kelly odiava entrar em um terreno onde não havia sido convidada, porém ver Kara daquela forma em uma noite tão importante a fazia querer usar qualquer poder ao seu alcance para ajudar a repórter - Você não deveria está comemorando a grande noite?

— Eu só estou cansada, só isso - explicou. Era verdade, Kara estava cansada, porém um outro tipo de cansaço.

— Sabe qual o melhor modo de se livrar do cansaço? - Kelly sorriu quando percebeu que Kara não se incomodava com aquela conversa - O cansaço mental, não físico - explicou - É se livrar dos questionamentos que rondam nossa mente, eles sugam nossa energia e nos leva a exaustão. Então, se aceita um conselho de alguém que está entrando agora para esse time, eu diria para você ir em busca de respostas para esses questionamentos, só assim você terá um pouco de paz.

Kara ouviu o sutil barulho da porta se abrindo e imediatamente voltou a olhar para o lugar, mais uma vez sua expectativa foi destruída quando ali mais uma pessoa irrelevante havia entrado. Kara voltou sua atenção para Kelly, a mulher estava certa, eram aqueles questionamentos que estavam sugando suas forças, era a incerteza de Lena que a fazia não se reconhecer toda vez que olhava seu reflexo pelas manhãs. Ela precisava de respostas.

— Obrigada, Kelly - agradeceu e Kelly concordou - Acho que ainda não disse isso, mas - Kara pôs sua mão sobre a de Kelly ali na mesa - Eu estou feliz por ter você aqui, eu não via Alex assim desde... Você sabe.

Kelly deu de ombros e um sorriso tímido apareceu em seu rosto.

— Alex e eu nos entendemos, ela é especial - admitiu mesmo sem dizer aquelas palavras diretamente para a diretora, as duas não tinham pressa nos cuidadosos passos daquela relação - Ela provavelmente já deve está chegando e aposto que não ficará feliz ao ver a irmã triste em um dia tão importante - Kelly olhou por cima do ombro de Kara e acenou para o bartender pedindo mais drinks - Eu sei que o álcool não afeta você como afeta aos humanos, mas não custa nada tentar, certo?

Kara gargalhou com o comentário do novo membro entre amigos e concordou, Kelly estava certa, ela precisava esquecer um pouco seus problemas ou suas angústias.

...

Lena se assustou com o barulho em sua porta, a mulher olhou para o dispositivo em sua mão e com um simples toque na tela ela observou a barreira de energia esconder seu mais novo segredo, a parede de chumbo se tornou apenas uma parede qualquer de uma decoração de bom gosto. Lena colocou o dispositivo sobre o sofá e correu para a porta quando o barulho se fez mais uma vez.

A CEO respirou fundo tentando disfarçar o instantâneo nervosismo e olhou pelo olho mágico, Lena franziu o cenho e finalmente abriu a porta. Alex não pediu licença ou permissão para entrar, a mulher passou por Lena como se ali fosse sua casa. Ainda parada na porta Lena virou-se para encarar a petulante mulher.

— Como me encontrou? - questionou Lena, ela havia mudado de apartamento, ainda ficava em National City, porém não era de conhecimento de ninguém.

— O que está havendo, Lena? - Alex não se explicou, sua pergunta soou como uma ordem.

Lena sorriu, mas não o sorriso que usava quando se divertia nos jogos das Danvers, ou quando Kara sem intenção alguma conseguia tirar um doce e envergonhado sorriso da CEO, ali naquele momento era um sorriso descrente como se não acreditasse na audácia de Alex.

— Estamos preocupados com você... - a voz mansa de Alex veio com uma aproximação da mesma, porém Lena negou ao escapar de Alex.

— Esse não é um bom momento, Alex. Por favor, me deixe sozinha - pediu tentando não se irritar o bastante para despejar toda sua frustração na mulher.

Alex foi em direção a porta apenas para fechá-la, ela permaneceu ali porque era o que seu instinto pedia.

— Você vem mentindo para Kara e

Lena gargalhou alto fazendo Alex parar o restante do comentário, a gargalhada da CEO era como se a mulher realmente achasse algo engraçado.

— Eu venho mentindo para Kara? - repetiu não acreditando que realmente ouvira aquelas palavras. Alex se perguntou se Lena havia bebido naquela noite, pois algo estava errado - Como eu fiz isso, Alex? Por favor, me diga. Foi quando eu dei total acesso e a ajudei quando Lex estava planejando acabar com milhares? Oh não, espera... Já sei - dessa vez Lena se aproximou e Alex se sentiu minúscula, mas com aquela pouca distância ela conseguiu ver os olhos avermelhados da CEO - Talvez eu tenha mentido quando disse que ela era minha família - Alex não tinha nenhuma resposta pronta e tentar defender sua irmã ali parecia impossível - Eu demorei para entender, demorei para aceitar, mas a verdade é que eu sou uma deles... Eu sou uma Lillian, um Lex... - a impulsiva lágrima se libertou de um dos olhos da CEO - Eu sou uma Luthor.

— Lena, não, v

— Para! - ordenou elevando sua voz como nunca antes havia feito - Eu sei o que você vai falar e não será o bastante, então por favor, só me deixe sozinha.

— Não - respondeu segurando sua respiração por um momento. Alex notou a pequena bagunça do local, notou as três garrafas secas de vinho sobre o balcão que separava a pequena cozinha da sala, ela notou que sua amiga não estava bem - Nós conhecemos você, nós sabemos que v

— Eu matei meu irmão - confessou. Lena não se arrependia, ela não se arrependia de ter puxado o gatilho, ela sabia que seu irmão era insano e não iria parar até conseguir o que queria, Lena não tinha outra opção - Eu chamei por socorro, mas eles não encontraram nenhuma vítima, ele já não estava, então acredito que aquele bastardo tenha sobrevivido, mas isso não tira minha culpa. Não tira o fato de que eu puxei o gatilho, de que eu quis matar meu próprio irmão e isso não me torna diferente dele - Alex novamente perdeu as palavras - Então acho que isso me qualifica para se encaixar na perversidade da minha família.

— Eles não são sua família.

— Para! - ordenou fechando os olhos, ela odiava cada palavra que saia de Alex, ela odiava ouvir Alex falar palavras de conforto quando a mentira ainda se fazia presente entre elas.

— Há alguns anos estávamos em uma batalha, Supergirl e eu contra seus familiares - Alex cuidava das próximas palavras - Eu tirei a vida da tia de Supergirl, eu fiz isso para salvá-la, para salvar nossa cidade. No começo eu me senti culpada, porque era alguém próxima de Supergirl e eu não tinha o direito de escolher quem deveria morrer ou viver por mais complicada que fosse a situação, mas ali naquele momento era a decisão mais sábia a se fazer. Você matou Lex porque sabia que na primeira chance que ele tivesse, ele iria matar Supergirl, iria descontar sua raiva em todos nós. Você a salvou, Lena. Você nos salvou. Como pode achar que é uma Luthor quando suas ações mostram o contrário? Como você pode achar que é como seu irmão?

Ouvir a declaração de Alex deveria trazer conforto, porém sua mente sabotava suas conclusões, ela dizia que ali diante de si era apenas mais uma que a julgou por seu sobrenome, que continuava a esconder segredos porque era mais seguro manter uma Luthor ao seu lado por motivos de sobrevivência, então por mais que quisesse acreditar, Lena só conseguia ver mais uma traidora.

— Há três meses você está fugindo de nós, e sabe como eu sei que se passou tanto tempo? - Lena não se atrevia a falar - Porque há três meses minha irmã age como se tivesse perdido algo de si, algo importante e que a cada dia a saudade é mais cruel do que qualquer outra notícia. Hoje deveria ser um dos dias mais felizes para Kara, mas ali sentada ao meu lado minutos antes de receber o prêmio ela só conseguia pensar em você, se você estava bem, se iria aparecer... - Alex voltou a se aproximar, mas novamente Lena deu um passo para trás, a diretora não esperava por tal atitude - Nós estamos aqui por você, Lena. Nós somos sua família.

— Não diga isso - pediu. Alex viu as novas lágrimas em Lena e agradeceu por ela ter vindo e não Kara, porque sabia que a conversa seria muito mais desastrosa - Vocês não são minha família.

Alex não esperava sentir um incômodo dentro de si ao ouvir aquela declaração, mas ela conseguia entender a CEO, por aquela declaração ela imaginava o caos que estava a mente de Lena com toda a culpa corroendo a insegura mulher.

— Você está errada, nós somos - Alex sabia até onde poderia ir mesmo que o caminho fosse incerto - E eu entendo o que se passa em sua cabeça agora, mas você não pode deixar Lex entrar em sua mente, não importa se ele esteja vivo ou não, o que você fez não a torna uma má pessoa. Então tudo bem, eu vou deixar você sozinha porque eu sei que você precisa disso, mas eu não vou abandonar você e muito menos Kara. Estaremos aqui para o que você precisar, quando precisar...E não se preocupe, eu não vou contar a ninguém o que você fez hoje - Lena voltou a olhar para a ruiva - Ainda não acredito que você tentou se matar diante da sua melhor amiga.

Lena observou Alex finalmente ouvir suas palavras e a deixar sozinha, a CEO trancou a porta e caminhou até o sofá, ao se acomodar ali Lena trouxe suas pernas para o móvel e as abraçou como se ali fosse seguro. O choro começou com sentimentos nada agradáveis, Alex agia como se a mentira fosse sua única verdade, como se Lena fosse ingênua o bastante para continuar contando uma história criada ao longo dos anos, por mais que tentasse lutar contra si mesma, a traição era o argumento no qual sempre vencia e no final Lena só conseguia sentir a mágoa.

Alex estava certa, Lena foi a culpada por aquela explosão, mas não para se suicidar, a CEO era mais esperta do que isso e ela planejava viver por um longo período, ela armou tal explosão porque sabia que ali só existiria Kara e ela queria saber se a repórter arriscaria sua identidade para salvá-la, se Kara iria esquecer o manto do herói e salvá-la com aquela roupa de gala... ou se iria deixá-la morrer. Ela queria testar a Garota de Aço.

A CEO enxugou as próprias lágrimas e respirou fundo, ela havia prometido a si mesma que não iria chorar por aquela situação, não mais, não quando não valia a pena.

Todas as informações e padrões foram coletados, Srta. Luthor. Estou enviando os dados para o sistema, previsão de conclusão para primeiro teste é de três horas e treze minutos.

A voz estranha e que Lena se acostumou durante os últimos meses a fez sorrir, o tom de voz já não parecia mecânico como nos primeiros testes, era até real demais para Lena imaginar que talvez só poderia confiar em...

— Midnight, me avise quando o primeiro teste estiver disponível.

Certamente, Srta. Luthor.

A voz ecoava por todo o apartamento mesmo que presa em um computador.

Se me permite dizer sua voz está em um tom melancólico, Srta. Luthor. Há algo no qual eu possa ajudar?

— Você já está me ajudando, Midnight. Enquanto espera os resultados carregarem, quero que você calcule com precisão as possibilidades de falha, preciso ser cuidadosa.

Como quiser, Srta. Luthor.

A voz sumiu e Lena deixou seu corpo descansar naquele grande sofá para uma só pessoa, ali Lena descansou seu corpo, porém não sua mente. Na tentativa de buscar um pouco de paz Lena fechou os olhos e foi traída por si mesma, suas lembranças voltaram para Kara, em como em um simples piscar de olhos a explosão iria tomar seu corpo, mas Supergirl a salvou, colocou em seus braços e a protegeu como se não houvesse lugar mais seguro do que em seu abraço, do que em seus braços.

Era difícil olhar por uma outra perspectiva quando em toda sua vida ela aprendera que não poderia confiar em ninguém, que o amor nunca chegou a ser um porto seguro para si, que o olhar daquela que deveria ser sua mãe não passava de pena ou desprezo, que todas as vezes em que seu irmão a defendia não era para o bem da irmã caçula e sim para manipulá-la no futuro, Lena não conhecia os lados bons de se viver e ela estava se acostumando com isso, a não depender de ninguém além de si mesma, a não confiar em ninguém além daquela que aparecia no reflexo de seu espelho, até que Kara apareceu e sem esforço algum mudou a forma como Lena havia aprendido a viver, porém Lena nunca pensou que depois de conhecer um poderoso e valioso sentimento ela precisaria abrir mão dele, não porque queria, mas porque ela sabia que seria sua ruína insistir e alimentar a mentira de que ela era importante para alguém.

Ela não odiava Kara, Lena odiava a si mesma por ter feito da garota sua esperança.

...

Alex entrou no bar e viu que havia chegado tarde demais, já que ali no círculo de amigos só restava Kelly, James e Kara. J'onn havia acompanhado Eliza de volta para o apartamento de Alex, ela iria embora pela manhã. Brainy e Nia também haviam voltado para seus lares, Nia tinha uma coletiva de imprensa para comparecer no primeiro horário e Brainy, bom, Brainy gostava de andar pela noite de National City acompanhado por sua nova companheira.

Kara levantou ao ver Alex se aproximando da mesa, a ruiva viu a preocupação no semblante de sua irmã e ainda tentava encontrar uma forma de usar uma desculpa que não era de Lena.

— Por onde andou, Alex?! Há três horas você sumiu dizendo que voltaria e só aparece agora? - a preocupação de Kara era evidente, Alex olhou para Kelly sentada ao lado da figura em pé de Kara, a mulher apenas deu um sutil balançar de cabeça incentivando Alex.

Kara olhou por cima do ombro da irmã, mas ninguém havia seguido a Diretora, ninguém a acompanhou, a porta não se abriu novamente. Lena não estava ali.

— Ela não veio... - admitiu Kara tirando sua atenção da porta do bar e voltando para sua irmã.

Alex queria poder tirar qualquer mágoa e dor de Kara, ela queria poder ser seu escudo e mesmo a garota de aço não precisando de proteção, Alex Danvers queria privar a irmã de sentir algo que não fosse uma constante alegria.

— Eu fui até Lena, ela está muito cansada da viagem e de todo o trabalho feito em Silicon Valley, ainda teve todo o susto no teatro, ela estava exausta, mas me pediu para dizer que está orgulhosa de você - Alex sorriu tentando disfarçar sua mentira, mas o semblante de Kara não mudava, continuava melancólico.

— Você está mentindo - retrucou. James e Kelly trocaram olhares não sabendo ao certo como agir diante daquela pequena cena das irmãs Danvers - Ela não quer me ver, não é? Eu preciso falar com ela, preciso saber o que aconte

— Kara, não ok?! - pediu Alex colocando sua mão contra o tórax da irmã, impedindo Kara de sair dali - Está tarde, deixa Lena descansar. Amanhã você fala com ela.

Kara olhou para o braço de sua irmã ainda a impedindo de ir, James imediatamente levantou e colocou suas mãos nos ombros das amigas, ele aplicou um pouco mais de força em Kara e isso chamou a atenção da loira.

— Acredite Kara, eu conheço Lena. Toda vez em que ela tem um dia cansativo ela ignora tudo e todos, ela precisa de descanso e acho que Alex está certa. É melhor você falar com ela amanhã.

— O que você sabe sobre Lena, James?! - as palavras vieram como um faísca de desafio causando surpresa nos irmãos Olsen e em Alex.

James estava para responder quando Kelly também levantou e ficou ao lado do irmão, a mulher olhou para Alex como se pedisse ajuda, ela não sabia o que fazer se uma briga entre os dois fosse o final da noite.

— Kara, já chega - pediu Alex.

James continuava a olhar para sua amiga como se não a reconhecesse, o fotógrafo pegou seu terno descansando na cadeira e voltou a olhar para Kara.

— Eu fui honesto com Lena, porque pelo menos isso eu sei sobre ela - as palavras de James irritaram Kara ainda mais.

Alex e Kelly formaram uma barreira ficando diante de Kara, elas sabiam que os dois ali não estavam no melhor estado para começar alguma discussão, Kara estava magoada e James sempre tinha que responder uma provocação com uma audaciosa resposta.

Kara pegou seu casaco e passou pelas duas, mas ambas sabiam que a repórter não iria confrontar James. Alex tinha certeza de que sua irmã voaria por National City até encontrar Lena.

Alex suspirou e pegou a garrafa de cerveja que era levada por algum atendente daquele lugar, ela não se importava se era um pedido alheio, ela precisava de uma bebida naquele momento. Kelly descansou sua mão no ombro da diretora e lhe ofereceu um conforto no olhar.

— O quão ruim é a situação? - perguntou Kelly percebendo que Alex estava mais incomodada do que o normal.

— Eu posso está errada, mas... - Alex tomou mais um gole da cerveja e voltou a olhar para aquele par de olhos curiosos e gentis - Eu acho que há uma mínima possibilidade de Lena está sabendo de tudo.

Alex acreditou na história de Lex porque a verdade e dor estavam estampadas no olhar de Lena, porém havia algo a mais, algo que fazia Lena querer se distanciar de todos os amigos, principalmente da garota que trouxe Lena para a nova família. Alex imaginou que em alguma das reuniões dos Luthor, um dos perversos sociopatas haviam jogado a bomba sobre Kara.

— E se eu estiver certa - Alex sentiu o frio percorrer todo seu corpo fazendo os finos pêlos de seus braços se arrepiarem - Isso colocará Kara em uma situação perigosa.

— Você acha que Lena faria algum mal à Kara? - Kelly não conhecia bem cada membro do grupo, mas ela não acreditava que Lena poderia fazer isso já que pelas palavras de Kara, Lena jamais machucaria alguém.

— Não, mas eu acho que Kara lutará com unhas e dentes para reconquistar a confiança de Lena, e a cada porta que Lena fechar Kara irá se magoar ainda mais. Eu conheço minha irmã, eu sei o que ela faria por aqueles que ama e Lena definitivamente é uma dessas pessoas.

— Então vamos torcer para Lena não saber de nada e Kara ser aquela que irá compartilhar seu segredo, as pessoas tendem a ser mais compreensíveis quando há uma honestidade mesmo em situações delicadas. Elas são melhores amigas, certo?

Alex pensou sobre isso, melhores amigas? Bom, Alex não tinha certeza se aquele termo se encaixava na estranha relação das duas.

— Talvez um pouco mais do que isso - sussurrou como se fosse um segredo, Kelly não entendeu, porém não questionou.

— Então elas ficarão bem, eventualmente elas ficarão - afirmou como se soubesse o futuro.

Alex se deixou sorrir, Kelly não precisava confortá-la, mas mesmo assim a mulher usava seu sábio poder para amenizar qualquer tempo nublado.

— Acho que há algumas vantagens de namorar uma psicóloga - comentou mostrando o sorriso no qual tanto prendia Kelly.

— Espero conseguir fazer todos vocês marcarem uma sessão de terapia o quanto antes - retrucou se mostrando séria.

Alex gargalhou fraco e roubou um beijo da mulher.

...

Kara entrou em seu apartamento pela porta da frente e não pela janela como estava acostumada, ela havia caminhado o percurso inteiro sem aumentar sua velocidade, sem voar, sem um veículo, seus pés pisaram em cada parte áspera daquele caminho, ela precisava pôr sua mente no lugar e por mais que voar fosse libertador, ela resolveu usar as limitações humanas para lidar com o momento. Seu prêmio e bolsa ficaram na mesa do bar e com certeza Alex entregaria no dia seguinte.

Kara fechou a porta e jogou os sapatos próximo ao sofá, a loira ligou a tv e a reportagem ainda falava sobre o acontecimento em um dos prêmios mais importantes do jornalismo, Kara ignorou e tirou o casaco de si, o celular caiu sobre o sofá e mesmo sem esperança alguma ela o desbloqueou, havia algumas mensagens de Clark, mas ela ignorou, o ícone mostrando uma mensagem de voz a deixou curiosa. Ela se deixou ouvir...

Kara? Sou eu, Lena.

Kara não sabia ao certo como reagir ou controlar suas emoções, um sorriso bobo apareceu em seu rosto ao ouvir Lena, ao ouvir sua voz pronunciar seu nome, ao ouvir a serenidade na voz alheia.

Me perdoa por ter sido uma péssima amiga, eu estou trabalhando dia e noite, é exaustivo. Eu estou bem, Supergirl me salvou, você tem sorte de ter alguém sempre alerta para protegê-la, se ela não estivesse ali por você não sei se eu estaria viva agora.

Kara fechou os olhos, a mentira a fez se sentir culpada pelas palavras de Lena.

Parabéns, é um prêmio importante, não é? Lembro-me da primeira vez em que vi você no meu escritório, você insistia em dizer que não era uma repórter. Você lembra do que eu disse?

— Você poderia ter me enganado - sussurrou Kara quando Lena hesitou.

Você poderia ter me enganado... Bom, você me enganou Kara.

A preocupação fez Kara sentir uma estranha ânsia começar na ponta de seu estômago.

Você me enganou porque na verdade você se tornou uma repórter melhor do que eu poderia imaginar.

Como tive tanta sorte em encontrar você? A única pessoa que não mentiu, não desconfiou de mim, que foi completamente honesta desde o princípio. As vezes me questiono se mereço sua amizade, você é boa demais para mim.

A curta gargalhada de Lena não obteve sucesso em alegrar Kara.

É melhor eu desligar, ainda tenho alguns assuntos para resolver. Me faz um favor? Quando você ver Supergirl diga à ela que eu agradeço pelo o que ela fez hoje por mim.

O final da mensagem não causou o alívio no qual Kara esperava obter ao ouvir a voz de Lena, tudo o que ela conseguia sentir era culpa, uma culpa que esteve presente de uma forma mais intensa nos últimos três meses, a repórter já não aguentava mais, já não conseguia suportar seu próprio segredo. Ela iria contar para Lena, ela estava decidida a contar e dessa vez nada iria impedi-la.

...

Lena abriu uma nova garrafa de vinho e encheu sua taça, o livro aberto nas últimas páginas mostravam que Lena estava chegando ao fim de um mistério que não era o seu.

A mensagem foi entregue e já reproduzida, Srta. Luthor.

— Midnight, espero que não tenha exagerado. Eu pedi uma mensagem simples.

Fui sutil como me orientou, Srta. Luthor. O mecanismo de cordas vocais copiaram sua voz com excelência. Srta. Danvers não desconfiou de nada.

Por mais que quisesse continuar ignorando as mensagens e ligações, por mais que a mágoa não fosse embora tão cedo assim, Lena não poderia deixar de parabenizar aquela profissional em um dia tão importante, mas suas palavras não saiam como deveriam, sua emoção a impedia de manter a voz firme como se nada tivesse acontecido. A inteligência artificial criada por Lena a ajudava em suas limitações, foi quando a CEO pediu por uma mensagem, ela não queria ouvir, não queria aprovar as palavras alheias, ela só queria que a mensagem de que estava orgulhosa chegasse a Kara, mesmo não vindo exatamente de si.

— Midnight, reproduza o arquivo LSG04E002 - Lena trouxe suas pernas para o sofá e se aconchegou ali com sua taça de vinho.

Srta. Luthor, não ac

— Você não acha, Midnight. Me obedeça, reproduza o arquivo agora! - a ordem de Lena logo foi atendida sem outra sugestão.

Ali na nova parede ela revivia aquelas gravações de Lex, as gravações que tiraram tudo o que Lena tinha ou acreditava ter, elas doíam, porém a cada vez que assistia aquela gravação a fazia entender que não podia acreditar nas palavras de Kara, de Alex, ou de qualquer outro membro do time.

Lena poderia se importar, ela ainda poderia sentir, porém era preciso se lembrar do que havia passado, do que estava passando.

Ali suas feridas voltaram a sangrar, voltaram a incomodar, mas era preciso porque só assim ela se acostumaria, só assim poderia tornar a dor uma aliada, ela precisava da dor se um dia quisesse chegar a cura.

Srta. Luthor? Ela está aqui.

Alertou Midnight.

...

N/F: Em hipótese alguma Lena se tornará vilã ou inimiga de Supergirl.
Bjors!

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