Daisy e o Príncipe Negro

By LSKyle

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Korus: Pelos sóis de Thazan, isto é a espécie feminina da Terra? Pálida, pequena, magra e com estranhos cabe... More

01- Não suficientemente atraente
02-Pelos sóis de Thazan
03-Duas horas
04-Um piada intergaláctica?
06 - Traidor
07 - Salvos?
08 - Prisioneira?
09 - Seda Negra
10 - Inconveniente
11- Uma refeição agradável
12- Deus salve a Rainha mãe
13 - Melhores amigos
14 - No mínimo interessante
15 - Menos feia
16- Primeiro você
17 - Sua humana
18- Quente e frio
19- Enquanto o príncipe não vem...
20 - Príncipes suam?
21- Mágica?
22- Então me abrace forte
23- Mudanças
24 -Instinto de acasalamento
25 - Fuga do quarto, ou quase
26-Você ouve meu coração?
27- Superestimando o oxigênio
28 - Eu não disse que não gosto de você
29 - Conversa entre fêmeas
30 - Cerimônia de Casamento
31- Dia D de "Desculpe-me o inconveniente..."
32 -Uma mulher podia se acostumar...
33-Seja bem-vinda a família
34- Ele é muito persuasivo...
35- Príncipe Dourado
36- Não sou um macho de sorte?
37-Amanhã quem sabe...
38- O Dia da formatura
39- Vá sem luta
40- A Armadilha
41- A chegada
42 - Espere e confie
43- Um bar
44-Inofensiva
45- Serpentes e seus venenos
46-Ets não sabem código Morse
47- O resgate I
48- O resgate II
49-Rasgue as gargantas deles! Grrrrr
50-Conhecendo os sogros
51- Clone, gêmeo, androide?

05-Que desperdício.

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By LSKyle


Daisy

- O que você pensa que estava fazendo?

Daisy não levantou os olhos para responder.

- Meu trabalho.

Podia ouvir a respiração ofegante de Marc mas tentou não se distrair, era boa em manter a concentração no que fazia e nesse momento todo seu foco estava em identificar padrões e funcionalidades, a linguagem era diferente de tudo que ela conhecia, mas algoritmos eram algoritmos em qualquer linguagem e sua especialidade era identificá-los e reconhece-los. Não tinha sido mera sorte que a fizera estar ali naquele momento. Só não entendia o que  Marc estava fazendo lá, pois até agora parecera nervoso e perdido.

-Não temos tempo para isso.

-Temos duas horas.

- Precisamos levar esses dados para a nave.

-Posso verificá-los em qualquer lugar.

Deus, ele podia fechar a boca e deixa-la em paz?

- Nossos superiores irão saber disso.

Ela parou e lançou um olhar incrédulo em sua direção.

- Que eu estou fazendo exatamente o que me foi ordenado? Ótimo, fale com eles sobre isso.

E voltou para os traçados que decodificavam de maneira perfeita  disposta a não dar mais ouvidos ao homem que se mostrava mais uma dor de cabeça do que um diplomata estrangeiro. O que ele estivera fazendo durante os meses de treinamento se não podia nem ao menos se portar diante de uma espécie alienígena?  Mesmo concentrada em seu trabalho ela percebia ele lançar olhares no Thazan parado atrás deles.

Passou quase  uma hora e meia de trabalho enquanto ela ouvia resmungos de Marc, silêncio vindo do guarda da estação e o barulho leve de seus dedos na borracha macia do teclado. Realmente ela não conseguiria fazer toda decodificação em duas horas, mas já identificara os padrões que se assemelhavam a uma linguagem já utilizada na terra e que poderia trabalhar para desenvolver o escudo. A construção do equipamento não era simples, ela pôde verificar que não havia parte do material citado disponível naturalmente na Terra e que teriam que adquirir de algum comércio intergalático, mas não era grande quantidade, o principal material já tinham em mãos, que era o Darkyn fornecido pelos Thazan junto com o "Manual para o escudo" que estava decodificando. Havia também desenhos e instruções de construção do equipamentos, mas Hardware não era sua especialidade, esperava que os engenheiros na nave pudessem analisar melhor o esquema ou quando voltassem para a Terra.

Parou mais uma vez em um módulo que achou intrigante e repetiu a execução, trabalhou modificando duas funções e executou de novo. Interessante.  Rapidamente separou toda a codificação e foi modificando e executando e ao fim piscou duas vezes.

- Hum...

- O que foi?

-Nada - murmurou não querendo alarmá-lo.Não era algo incomum. A espécie colocara um código que enviava informações do funcionamento  do escudo diretamente da Terra para eles. Não era algo que iria chegar imediato, usando o portal aberto deveria levar alguns meses. Pelo que podia perceber eram informações sobre funcionamento e falhas do escudo, o que  seria algo bem comum em qualquer softwares da Terra, porém temia que citar algo assim poderia colocar Marc desconfiado e atrapalhar alguma transação. Pelo modo que ele estava nervoso talvez desconfiasse que os estrangeiros poderiam querer espioná-los, poderia verificar com a agência o quanto seria arriscado retirar a programação do código geral, por enquanto iria mante-lo como estava.

- Acho que terminamos por aqui - estava aliviada e triste ao mesmo tempo - Não conseguirei avançar mais do que isso, precisaria realmente de mais algumas horas, ou dias.

Marc pela primeira vez desde que chegaram ali pareceu feliz.

-  Provavelmente a superestimaram - resmungou parecendo satisfeito - Ótimo, vamos  para a nave. Me dê o dispositivo.

Como ela tinha feito uma cópia das instruções no próprio note ela entregou o dispositivo estrangeiro esperando que depois pudesse avaliá-lo.

- Temos que esperar o ...-como devia chamá-lo? Sua alteza real?- Príncipe Korus para assinar o contrato de cessão de uso da tecnologia.

- Sim, sim - Marc olhou nervoso novamente ou ansioso, não saberia dizer. - Vamos esperá-lo e partir, estou ansioso para voltar para casa.

- Eu gostaria de poder ficar e conhecer mais o planeta, ou pelo menos ter a chance de ir até sua superfície.

- É um honra para poucos, senhorita - o guarda disse sério, mas ela percebeu uma leve mudança no tom de sua pele e um certo orgulho em sua voz.

-Sua pele muda de cor - comentou Marc parecendo surpreso.

Dessa vez Daisy realmente olhou para ele surpresa.  Mesmo tendo pouca informação sobre a raça eles tinham estudado sobre a fisiologia básica da espécie e mudanças de cores era uma das poucas coisas que os poucos parágrafos que acharam falava s obre a espécie, além de algumas fotos, posicionamento de sua galáxia e estação e sua linguagem além das características gerais da raça. Realmente, perguntou-se mais uma vez, será que o sono de hibernação o tinha afeitado tanto assim?

Korus

- Ela realmente identificou nossa codificação de retorno? - Korus inclinou-se para verificar as informações no computador. Programação não era sua especialidade e nem fora seu assunto preferido nos estudos , sendo mecânica espacial e estratégias de defesa e guerra seus principais interesses quando jovem e que ainda repercutia em suas funções atualmente.  Mas como todo Thazan ele podia identificar manejar um computador e reconhecer as instruções que passavam na tela a sua frente que eram exatamente o que a terráquea fazia em seu próprio computador na sala onde a deixara.

Percebeu o exato momento que ela separara a função  e começara a trabalhar nela identificando o padrão e testando a execução.  Não era algo para ser identificado com tanta facilidade no código apesar de ser inofensivo.  Usavam a informação para aprimorar a tecnologia e identificar se estava sendo usado por espécies não autorizadas, o que seria uma quebra de contrato, quase uma traição para sua espécie.

 - Vai ser alguma problema?

Pudera vê-la escrevendo paralelamente ao código Thazan um que eles não podiam identificar, possivelmente em linguagem da Terra. Estava mesmo aquela jovem humana decodificando o código deles em sua própria linguagem em apenas poucas horas? Ela era ágil e inteligente, o que o surpreendeu pois o soubera da nova espécie  tinha se desenvolvido muito pouco em milhões de anos e só foram apresentados formalmente ás outras espécies porque o Conselho não tivera como esconde-los mais. A orientação sempre fora deixá-los em paz com seus rituais e costumes primitivos, o que os Thazan estavam de acordo até agora.

- Sim,  senhor. Ela conseguiu identificar mas não retirou isso do código principal, acho que estava apenas curiosa. Nossa, ela é realmente rápida.- o guarda fez alguns movimentos com a mesa que trabalhavam - Acho que ela terminou o que tinha para fazer, não conseguiu decodificar todo o código mas parte dele e possivelmente fará o resto na Terra. 

Korus percebeu admiração na voz do jovem vigilante.

Estavam na sala de controle de segurança da estação, dali os vigilantes da estação podiam ter acesso a toda estação através de câmeras fixas e drones que identificavam todos presentes e conferiam se estava autorizados para permanência. Qualquer intruso seria imediatamente escoltado de volta a sua nave e retirado da estação. Nada acontecia na  Estação de Albour sem os guardas saberem. O índice de roubo era zero e alguns situações de violência aconteciam mas eram imediatamente suprimidas. 

- Daisy White é seu nome -  quem diria que aquele ser minúsculo e atrevido podia decodificar em alguns minutos nossa linguagem tecnológica padrão. - Ela não é agradável se se olhar.

O guarda mexeu nos controles e logo a imagem dela encheu a tela, tinha parado de digitar e estava conversando com seu colega humano. Os cabelos volumosos e vermelhos cintilavam na tela e era possível ver seus olhos verdes, a tela se aproximou mais até estar próximo de seu rosto.

-  Meu capitão, são cabelos saindo de seus olhos?

- Sim. 

- Ela parece conosco, mas diferente. - o macho pareceu pensativo - Ela possui cabelos muito longos, para uma fêmea - completou fazendo uma careta. - Que desperdício. 

- Sim, deviam estar na cabeça de um macho. - Cenya concordou - E lisos. Ninguém usa cabelos de mola.

Ouviu alguns jovens vigias rirem junto com Cenya e  balançou a cabeça diante da demonstração de humor.

- A cor lembra de um Glorje- o outro vigia se aproximou para olhar a tela- Alguém já viu cabelos dessa cor?

- Para que tamanha demonstração de virilidade vinda de uma fêmea? - como se só lembrasse com que falava o macho empertigou-se e completou - Desculpe, Meu senhor.

Mas Korus não se aborreceu com a formalidade naquele momento, estava um tanto incomodado com o modo que estavam lidando com algo tão fútil quanto a aparência de uma nova espécie. Todos deviam já esta acostumados com a variedade de formas que sempre ocupavam a estação de Albour.

 Cenya atrás dele se inclinou para ver melhor a tela.

 -  Posso adquirir um depilador laser portátil. Penso que será útil para ela, talvez na Terra não há tecnologia para se livrar deles. - Cenya balançou a cabeça - Pobre criatura.

- Não é necessário. - Korus estreitou o olhar - Não creio que ela o fará, penso que é uma característica da espécie. Virou-se para o macho sentado - Mostre-nos outras fêmeas da espécie dela.

E assim foi que várias espécies de humanos coloridos e de todos os tamanhos passaram pela tela. Todos com cabelos, alguns curtos outros longos e de cores variados. A pele dos humanos também podia adquirir várias cores mas todas elas em tons neutros  de claro bege a quase negros. Mas não eram brilhantes como Thazan, eram cores apagadas. 

-Acho que não devemos ficar analisando a aparência de uma espécie que não teremos mais contato. - declarou por fim, mesmo sabendo que fora ele que pedira para verificar as imagens - Temos que assinar o contrato e terminar logo com isso - declarou firme enquanto desviava o olhar da tela. Sentia-se estranhamente aborrecido e desconfortável e não sabia definir exatamente a causa.- Acho que os humanos devem estar ansiosos para partir tanto quanto eu de voltar para minhas obrigações. 

- Pelo menos o macho esta, a fêmea deseja poder ir até Thazan e conhecer o planeta. - o sistema de monitoramento podia identificar e relatar toda a conversa a partir da sala, a legenda sobre a imagem demonstrava que a humana realmente desejara conhecer a superfície do planeta.

- Ela não terá a oportunidade - Cenya balançou a cabeça- Mas seria interessante.

- Vamos, Cenya -  declarou firme, mas desviou o olhar para a tela mais uma vez. Daisy parecia conversar com  o chefe da estação e de repente sorriu mostrando dentes brancos e lisos para em seguida jogar o rosto para trás e  rir abertamente.

- Uau, como ela pode se sentir tão à vontade para rir assim a frente de estranhos?

Todos da sala olhavam para a tela nesse momento e sem pensar Korus desligou o equipamento. A fêmea representante da Terra não poderia saber o quão íntimo eram gestos como aquele para seu povo. Expressar emoções e toques de pele eram para ser feito entre familiares diretos, companheiros e amigos próximos na intimidade de suas casas e quartos privados e não em público. Talvez se fosse outra raça de aparência bem diferenciada o gesto pareceria grotesco ou repulsivo, até sem atrativos, mas  em uma raça de aparência semelhante a deles era estranhamento excitante de se observar e não queria que a humana inocente ficasse tão exposta.

- Voltem para suas funções - ordenou brusco, o que surpreendeu até Cenya - Vamos acabar com isso.

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