Escândalo [COMPLETO]

Per AutoraMSBarr

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Primeira sinopse
Segunda sinopse
Prólogo
1. Confronto
2. Flagrada
3. Chantagem
4. Namorado indesejado
5. Festa do pijama
6. Família Blackwell
7. Gostosuras ou travessuras
8. Passado
9. O pequeno Jack
10. Rainha do Gelo
11. Stripper
12. Regressão
13. Problemas à vista
14. Declínio
15. Perto demais
16. Impostora
17. Opressão
Epílogo

18. Liberdade

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Per AutoraMSBarr

Libertador é a palavra. É oficialmente meu último dia de trabalho no clube. As poucas aulas que ainda frequento não terminaram, mas o dinheiro que juntei com os turnos dobrados está sendo suficiente para proporcionar certa estabilidade até eu encontrar uma vaga na minha área.

Depois do meu discurso na festa da piscina, o clima acadêmico mudou totalmente, o que não significa que ainda não tenham idiotas fazendo idiotices, mas todo o mal-entendido finalmente foi corrigido.

Sinto o receio de algumas pessoas quando passam por mim, o desconforto vindo de outras e, na maioria das vezes, elas não sabem como agir comigo. A maior parte disso é quebrada quando sou cautelosamente convidada por professores a falar em um evento sobre violência e direitos humanos. Narro uma pequena parte do meu cativeiro, fazendo algumas considerações, e incrivelmente não choro.

Primeiro faço um levantamento de dados sobre garotas desaparecidas que vão desde o México — momento em que aproveito para falar sobre o tráfico de pessoas — passando pelo Canadá e chegando finalmente aos Estados Unidos.

— O desaparecimento de garotas é um problema que ultrapassa as fronteiras norte-americanas. Na maioria das vezes, quando essas garotas chegam a nós, não conseguem verbalizar suas vivências que levaram ao trauma. Nós procuramos ajudá-las a dar um sentido às suas vidas. — Nunca me senti tão útil em poder unir meus conhecimentos da graduação com o que vivenciei. — O meu sequestro faz parte da minha vida, mas ele não é tudo. — Observo cada rosto presente naquele auditório, encontrando a familiar beleza de Holly e Beth. Elas nunca me pareceram tão fragilizadas. — Após anos, posso dizer que aos poucos eu já não vou sendo mais dominada por ele. E, ao estar aqui, sendo capaz de falar tudo isso para vocês, é porque eu me sinto finalmente livre. Obrigada.

Sou aplaudida de pé pela plateia enquanto flashes de câmeras vêm de todos os cantos. No final, consigo fugir dos repórteres antes que me façam perguntas que ainda não quero responder. Daqui a um tempo irei, mas não agora. Agora eu quero apenas terminar o que comecei. Isso significa dizer que estou me preparando psicologicamente para o último dia no trabalho.

Os caras da faculdade pararam de frequentar o clube há algum tempo. Não sou mais perturbada por ninguém, nem mesmo por Dragon, logo depois que uma pequena notícia sobre mim saiu no jornal local. Todos que me conhecem agora sabem quem sou e quem fui. A vantagem sobre trabalhar como stripper é que posso me disfarçar o quanto quiser com acessórios e maquiagem, e ninguém me reconhecerá, pois nem mesmo sabem meu nome. Eles não têm nada além de um nome artístico: Rainha do Gelo. Essa é a utilidade de um nome de palco. Nossas verdadeiras identidades são protegidas.

Danço para dezenas de caras nas mesas, faço lapdances, danças eróticas no balcão e atendo todos que me solicitam na sala VIP. Tudo isso é feito com indiferença. Embora eu mal possa esperar para pisar fora do Dragon's Club, formei laços de amizade com as garotas a ponto de me ver melancólica quando me despeço de cada uma, especialmente de Hannah.

— Vá e seja feliz — ela me diz com um sorriso doce após um abraço. O rádio da casa está ligado em uma estação e meus olhos estão marejando com Rosi Golan cantando algo sobre não poder voltar atrás. É quase como se soubesse como me sinto por dentro. — Você merece, garota.

Depois de algum tempo, encontro Dragon em sua sala particular.

— Essa é a última parte do dinheiro que devo a você. — Coloco o envelope sobre sua mesa.

Ele me olha de uma forma que não sei descrever como nada além de arrependimento. Então me viro, prestes a ir embora.

— Você é uma garota durona, Kristanna. — Suas palavras me fazem parar. Isso é o mais perto de um elogio que ele já fez a mim que não é relacionado aos meus atributos físicos. — Uma verdadeira garota durona... — termina como se estivesse pensativo.

Abro a porta e saio, fechando-a atrás de mim. Uma vez no camarim, reúno todos os meus pertences, coloco tudo em minha bolsa e, pela primeira vez desde que deixei a máscara cair, presto atenção ao meu reflexo no espelho.

Estou mudada. Completamente. Talvez essas mudanças sejam mais visíveis fisicamente: meus olhos azuis estão serenos e calmos, porém, ao mesmo tempo, parecem vazios como se não tivessem esperança; minha boca assumiu um tom rosa pálido porque não estou mais usando o batom vermelho do disfarce de stripper; meus cabelos louros estão curtos agora, batendo no nível de meu pescoço, cortados em um chanel com as pontas repicadas e uma franja na lateral. As camadas superiores de cabelo estão presas para trás em uma fivela. E minhas roupas são tão ordinárias quanto as de qualquer garota: calças jeans desbotadas, uma camiseta branca e uma jaqueta preta de ginástica aberta na frente, com mangas que batem nos cotovelos.

Olho para essa nova mulher e consigo ver quem ela é, mas não consigo encontrar onde sua felicidade está. Apesar de tudo, ela está aliviada enquanto caminha na rua sorrindo em silêncio por finalmente estar livre dos grilhões de ser stripper.

Qualquer um pode se atrever a dizer que tive uma grande vida, e talvez eu realmente tenha tido. Com apenas 24 anos, já vi mais maldades do que bondades, mas isso não significa que eu esteja desistindo. Não mesmo. Jo está esperando por mim, mamãe e... quem sabe outra pessoa.

Ajeito a alça da bolsa sobre o ombro, fazendo meu caminho usual para o ponto de ônibus, quando olho para o lado, deparando com uma construção que não havia reparado que já está quase pronta. Eu via apenas operários indo de um lado a outro com seus capacetes e ferramentas de construção, alguns dando ordens e outros obedecendo. O que antes era apenas uma construção antiga, agora é um prédio novo e reformado com poucos andares. Mas ainda não tem uma placa de identificação, o que significa que ainda não foi inaugurado.

Eu paro, e um mar de pessoas apressadas estão passando por mim em plena manhã, quando sinto que alguém está me olhando do outro lado. Giro o rosto para minha esquerda e encontro Aiden na multidão.

Minha respiração fica suspensa por alguns segundos. Somos as duas únicas pessoas paradas na calçada sem pressa para chegar aos nossos destinos.

Desvio o olhar, subitamente insegura, ciente das roupas nada atrativas que estou usando e do corte curto que levou junto alguns bons centímetros dos meus cabelos, que antes eram longos. Meus dedos correm timidamente pelas madeixas cortadas, colocando-as atrás de minha orelha.

Ouço passos ao meu lado.

— O que está fazendo aqui? — pergunto assim que me sinto corajosa o suficiente para sustentar seu olhar.

Aiden ainda é aquele homem confiante de que me lembro. Continua encantadoramente bonito e não consigo deixar de olhar para seus olhos castanhos gentis. Ele me pediu e eu não confiei nele. O homem a quem não me doei completamente. Esse seria meu eterno arrependimento.

— Eu trabalho aqui. — Gesticula para o lado, o que me faz olhar na direção indicada e encontrar dois operários carregando uma placa de metal com dois nomes gravados: Blackwell & Connelly.

Ele vai trabalhar aqui. Vai ficar por perto. Deixou toda sua vida em Los Angeles para vir para cá. Faço de tudo para não deixar a surpresa transparecer, mas sei que Aiden percebe enquanto tento me recompor.

— É um belo prédio — elogio. Mal sei o que dizer. O que tudo isso deveria significar?

— E você ainda nem viu nossa casa.

— Nossa? — repito, olhando-o em uma mescla de confusão e nervosismo.

Ele apenas faz um movimento de confirmação com a cabeça. Aiden está se aproximando com um passo na minha direção, seus olhos fixos nos meus, mas não me toca, ainda que eu perceba em seu comportamento contido que ele quer fazer justamente o contrário.

— Não houve um único dia em que eu não pensasse no que perdi, Kristanna.

Meu coração está batendo com tanta força em meu peito por causa de nossa proximidade, lembrando-me do que ainda sinto por este homem, que lágrimas estão se reunindo nas bordas de meus olhos.

— Desde o início, eu não sabia aonde tudo isso ia me levar. Começando com o que aconteceu um ano atrás, quando a chantageei para ser minha namorada. Achei que quanto menos dissesse a você, mais desagradável você poderia ser com todos, ou então simplesmente ignorá-los. Estava esperando que você ficasse brava comigo por estar escondendo detalhes importantes. Eu menti, porque eu não me importava se você fosse agradar meus pais ou não. Apenas esperava levar uma namorada e voltar o mais rápido possível. Era o que esperava que você fizesse. Nada além disso.

— E não foi o que fiz? — pergunto, finalmente entendendo o que realmente se passava em sua cabeça perturbada naquela época. — Fiz exatamente o que me pediu.

Seus lábios se curvam em um sorriso triste.

— Não, não fez. Eu levei, sim, uma garota. Apresentei-a aos meus pais como minha namorada. Fiz coisas horríveis com ela, chantageei-a de diversas formas. Pedi que fizesse coisas para mim. Mas você? Você fez pior. Conquistou o meu irmão mais novo, fez Lorelai gostar de você o suficiente para apreciar uma ideia de uma próxima visita sua, conseguiu lidar com Philip e... levou o meu coração com você quando partiu. — Baixo os olhos e os fecho dolorosamente, recordando o escândalo na festa e o quão angustiante foi a última vez que nos vimos. — Eu sinto tanto. Não queria que as coisas tivessem acontecido daquele jeito com você. Não estava contando que Philip pudesse ir longe demais, escavando o seu passado com a ajuda de Nathaniel e esperando pelo momento certo para expor os fatos. Só quero que entenda que, antes de nos relacionarmos, por diversas vezes, eu me vi quase contando a você.

Ergo o olhar.

— Contando o quê?

Ele faz uma breve pausa, como se estivesse tomando forças para abrir sua mente e expor seus pensamentos mais íntimos.

— Que durante todo este tempo eu estive apaixonado por você. Em silêncio. Fui criado para ser assim, agir assim. — Sinto uma dor oprimida que emana de seus olhos silenciosos e calmos. Eu me pergunto o que há neles que ainda não sei. — Eu simplesmente não podia lidar com o fato de que uma mulher tinha o meu coração nas mãos dela de novo. Não podia aceitar que caí mais uma vez numa maldita armadilha do destino. Eu me senti enganado, e sei que devia ter te procurado antes. Não devia ter deixado os fatos mexerem com a minha cabeça daquela forma. Não devia ter deixado você ir embora daquela maneira.

— Uma mulher tão nova como eu e que passou por isso tudo... é a última coisa que as pessoas esperam ouvir de mim. Especialmente porque minha história não é a mais bonita e perfeita de todas.

— A sua alma é antiga em um corpo jovem. — Aiden ergue a mão para tocar meu rosto, mas, ao se dar conta do que está fazendo, ele a para no meio do caminho. — Admiro suas forças empregadas, mesmo quando a situação era a mais desvantajosa possível para você. Mesmo contra a minha vontade, eu me encontrava torcendo por você, Kristanna. Em cada momento desde que nos conhecemos. Mas, ao mesmo tempo, aquele cara de um ano atrás não queria que você fosse tão longe, porque ele tinha medo de te perder.

As coisas sobre ele são muito mais complexas do que eu imaginava.

— Você nunca mostrou um comportamento antes que me dissesse que estava apaixonado por mim. Eu nunca realmente entendi você.

— Parte da minha educação ditava para o que servia uma mulher — ele começa a explicar. — Ou ela é parte da sua família que você tem que respeitar, ou aquela com quem você transa, ou a sua esposa. Apenas isso. Desde criança, nunca fui incentivado a fazer amizade com uma garota — esclarece com as sobrancelhas franzidas. — Para mim, mulheres eram... objetos de desejo. Alguém com quem eu podia ter uma foda boa e só. Então, aconteceu Caroline na minha vida. Ela significou uma amiga, a que nunca tive. Philip logicamente não gostava da influência dela sobre mim. Com o passar dos anos, eu me apaixonei por ela, mas não sei se posso dizer que cheguei a amá-la. Eu era jovem demais para entender que amor vai além da simples atração física, além das loucuras que fazemos com e pelo parceiro. Saber anos depois que ela me traiu daquele jeito oportunista me dilacerou por dentro. Matou qualquer sentimento que eu ainda pudesse estar sentindo por ela. Finalmente entendi que o problema nunca fui eu, foi o interesse dela. Eu estava malditamente morrendo de medo de que o mesmo fosse acontecer com você, de que você apenas olhasse para o que tenho, e não para quem sou. Ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia, eu estava me apaixonando por você e não sabia como lidar com esse sentimento intenso que não esperava sentir, mas que me dominava cada vez mais. Eu me via como um fraco e tolo por ter deixado isso acontecer, estava furioso comigo mesmo e por isso me embebedei naquela festa.

Oh, droga. Então este é o verdadeiro motivo para toda a raiva de Aiden naquele dia. Não foi um comportamento apenas devido ao fato de saber que Caroline ia ficar noiva ou as traições de seu pai, Nathaniel e da ex. Aiden estava em um dilema passional que nem mesmo ele compreendia.

— Nunca me importei com seu dinheiro, Aiden.

— Eu sei. — Ele bufa em um sorriso amargo. — Mas meu ceticismo achava que era bom demais para ser verdade. Quero dizer, você, Kristanna Barton? A Rainha do Gelo? Gostar de um cara como eu? — Aiden fala como se eu estivesse no topo de qualquer coisa importante em sua vida. — Eu não era ninguém. Quando voltei do Canadá, da nossa primeira visita aos meus pais, eu era apenas um cara que acabou de descobrir que tudo o que ele viveu foi uma mentira, uma farsa maquiada para parecer bonita. Fui traído três vezes. Por meu pai, por meu melhor amigo e pela mulher que eu achava que amava. Minha vida estava uma merda naquela época. Mas, ainda assim, continuei sendo atraído para você. Não queria bancar o tolo de novo, tinha prometido a mim mesmo que depois da graduação eu tiraria você da cabeça. Por bem ou por mal. Mas falhei. — Ri amargamente. — Sabe, eu não estava passando ao acaso aquele dia no campus. Não estava ali para pegar a porra dos documentos. Eu não tinha absolutamente nada para fazer ali, exceto... ver você. Precisava desesperadamente saber como você estava.

Seus olhos acompanham quando meus lábios se separam em nítida surpresa. Então ele... voltou por mim? Oh, meu Deus. Este homem é um tremendo quebra-cabeça sem fim.

— Por que está me contando tudo isso?

Flagro-o tomando uma profunda respiração e, em seguida, libera tudo o que esteve preso dentro de si durante tanto tempo:

— Porque eu te amei. Ainda te amo. Quando perdi você, perdi tudo.

Estou tão chocada que dou um passo para trás e acabo trombando em alguém que vem atrás de mim na velocidade da luz, fazendo com que eu seja lançada com tudo para frente. Mas Aiden me segura firme em seus braços, acariciando minhas bochechas com seus polegares. Seu toque deixa minha respiração completamente desregulada. Ele... me ama?

— Tenho um péssimo histórico de me afastar das mulheres com quem me relaciono. Começando por Caroline, as namoradas que não significaram nada para mim e... você. Mas você é a única da qual não consegui me manter longe por muito tempo. Naquele dia, no estacionamento do clube, eu estava contando meus segredos a você e não percebi que havia alguém que precisava ser ouvido mais do que eu naquele momento. Me desculpe. Eu sabia tudo e ao mesmo tempo nada sobre Kristanna Barton, mas eu gostava tanto dela... E então, na festa, vi-me como um estranho que não sabia absolutamente nada sobre a mulher que eu... — De repente para de falar. Seus olhos caem em mim quando estremeço com seus dedos traçando a linha de minha mandíbula. — Que eu amo — completa, deixando-me sem fôlego. — Confesso que sou novo nessas coisas de relacionamento, reciprocidade e confiança. Foi apenas quando reconheci isso em mim que pude entender por que foi tão difícil para você contar tudo.

Balanço a cabeça, angustiada, uma lágrima querendo cair por causa dos segredos que ele pode ainda não saber sobre mim. Tudo o que ele soube na festa é que já estive em um hospital psiquiátrico e que tenho uma mãe que ainda está em tratamento.

— Você ainda não sabe de tudo...

— Não cometerei o mesmo erro duas vezes — ele me interrompe antes que eu possa dizer mais alguma coisa. — Sei quem Kylie Johnson foi, mas sei que há coisas que um jornal ou um artigo de uma revista não são capazes de narrar. Eu quero ouvir você, se quiser contar essa parte da sua vida para mim.

Seu pedido me pega desprevenida.

— Você quer... me ouvir? — Minha voz quer falhar, minha garganta está se fechando sem que eu tenha controle. Aiden se importa comigo ainda. Muito.

— Claro que sim — responde com um sorriso cortês. — Não sei se fui um homem de verdade por tê-la deixado partir daquela maneira, mas eu espero ser o homem que possa ter a oportunidade de te fazer feliz. — Sinto as lágrimas deslizarem pelas minhas bochechas em um choro silencioso. De alegria e paz. Amor e felicidade. — Eu te amo — confessa novamente, sem se importar que outras pessoas possam estar ouvindo. — E imploro para que aceite minhas desculpas. Me perdoe.

Fechando os olhos, ergo o rosto, sorrindo.

— Diga... Diga novamente, por favor — peço com a voz embargada.

— Me perdoe, Kristanna.

— Não. A parte em que você diz que me ama... — esclareço com um sorriso acalentado.

Aiden chega perto, tornando a tomar meu rosto em suas mãos. Ele também não consegue deixar de sorrir para mim.

— Eu te amo. Eu. Te. Amo — sussurra palavra por palavra. Então ele retrocede e coloca os braços na horizontal quando grita para a multidão: — Eu te amo! Deus, como amo essa mulher! — Alguns curiosos olham e sorriem, e estou rindo como uma boba.

Sem aviso algum, Aiden avança e me dá o beijo com o qual estive sonhando receber desde a última vez em que o vi. Ele move seus lábios sobre os meus, suas mãos não são capazes de largar meu corpo, tocam-me com um frenesi apaixonante. Fazem-me suspirar, arquejar de deleite. O beijo, então, termina, e me dou conta de que ainda estamos na rua e que respondi a todas as suas carícias na frente daquelas pessoas. Eu coro e ele ri de mim, plantando um último beijo em minha bochecha antes de me levar para seu carro estacionado junto ao meio-fio.

Depois de algum tempo, estou sendo guiada pelos corredores da casa reformada de Aiden. De acordo com ele, é a nossa casa. Ele contou que, durante o tempo em que estivemos separados, Jo e ele andaram se encontrando às escondidas de mim porque ele precisou da opinião de Jo para decorar o próprio quarto dela. E o de Serena, quando ela voltasse, de modo que, segundo Aiden, eu não teria como negar a viabilidade de morar ali, com ele.

Sorrio enquanto estou caminhando ao seu lado para ver o quarto de mamãe. Ainda não estou conseguindo acreditar que ele conseguiu visitá-la e ela não teve um de seus surtos. Aiden é tão cuidadoso, plácido e tranquilo nas coisas que faz que certamente deve ter passado essa calmaria para mamãe no momento em que conversaram. Confesso que saber disso deixou meu estômago embrulhado. Aiden é o primeiro homem na minha vida que ela conhece e que agora sabe que estou me relacionando. Não faço ideia de como ela pode estar se sentindo depois que provavelmente deve ter tirado suas próprias conclusões de que venci nessa parte significativa da minha vida. Uma vitória no amor.

Paramos em frente ao quarto. Ele abre a porta e me mostra cada canto, cada móvel escolhido a dedo, cada objeto que adorna o quarto, em busca de uma confirmação minha. Aiden a obtém através do meu sorriso sincero.

— Obrigada por tudo. — Observo-o enquanto está fechando a porta do quarto. — As coisas que você fez estão... perfeitas. Sua casa ficou linda.

Vejo uma súbita preocupação deixar seus músculos faciais tensos.

— Nossa casa — ele me corrige. — Por favor, não entenda como caridade ou um ato machista. Fiz isso por você porque eu quis, porque te amo e porque quero viver uma vida ao seu lado. Espero que dinheiro não seja um problema entre nós.

Sorrio. Nossa casa... Eu gostei disso. Apenas tenho que me acostumar, mas nada que o tempo não me ajude nessa empreitada.

— Não é. Mas, ainda que não seja um favor, obrigada. Obrigada por pensar em mim e por querer o meu bem. E, acima de tudo, obrigada por estar me ajudando.

— Isso não é ajuda.

Pisco.

— Não?

— Estou somando minhas forças com as suas. — Aiden segura minhas mãos para depositar um beijo delicado em cada palma. — E eu me sentiria um homem honrado se você aceitasse ser minha amiga e amante. Não somente às segundas, às terças, às quintas ou nos fins de semana. Estou falando em tempo integral. Case comigo, Kristanna. Seja minha esposa.

Casamento? Oh, meu Deus. Ele quer casar comigo? Sinto como se pudesse flutuar de tanta felicidade. Não estava esperando por essa reação em mim, mas Aiden é o primeiro homem que diz que me ama e que quer casar comigo. Suas palavras nunca me pareceram tão infinitamente belas e sinceras.

— Sim... — balbucio, mal acreditando no rumo que minha vida está tomando. — Claro que sim.

Eu posso ter uma vida normal. Sou capaz de amar um homem. Vou me casar com este homem que amo. E o melhor de tudo: sinto que estou preparada para todas essas coisas.

— Você me aceita em sua vida? — ele pergunta ao ajeitar uma mecha loura atrás de minha orelha. — Para sempre?

— Aceito — respondo sem dúvidas. Essa é a nossa segunda chance e juro que me doarei inteiramente a ela.

Nos abraçamos, nos beijamos. Um beijo que não parece ter fim.

— Vamos. Você deveria descansar para amanhã. — Aiden está me guiando pelo corredor principal com nossas mãos entrelaçadas, até que uma porta é aberta e logo estou acolhida pelo conforto de seu quarto.

— O que haverá amanhã? — Minha curiosidade é notável.

Seu sorriso é enigmático para mim quando responde:

— Nosso casamento. Tenho pressa para casar com você, mas não poderia dar entrada nos papéis sem o seu consentimento e vontade expressa. Contudo, consegui providenciar uma pequena cerimônia simbólica. Podemos formalizar a união depois, se aceitar que seja assim.

— Não vejo problema aqui. — A certeza em minha voz é a prova da confiança que tenho nele e em seus sentimentos por mim.

Torno-me inquieta por dentro, totalmente ansiosa e nervosa com uma cerimônia de casamento que acontecerá dentro de vinte e quatro horas. O meu casamento. Nem mesmo sei o que vou vestir. Sou um desastre nessas coisas.

Fico aérea, pensando sobre os preparativos, enquanto estou me despindo para tomarmos banho juntos. Aiden logo tira minha atenção quando começa a me paquerar dentro do boxe do banheiro. Seus lábios reivindicam os meus e depois cada parte de meu corpo, murmurando em meu ouvido que não devo me preocupar com nada, porque ele tem tudo sob controle.

Desmancho os lábios em um sorriso contra sua boca. Tudo sob controle... Já não sei mais o que é ter isso quando estou com ele. Após o banho, nós vestimos nossos roupões, em seguida seguimos para o quarto. Quando olho para o chão, instantaneamente sou assaltada por lembranças de nossa passagem pelo Canadá. Nossa queda no chão, o momento extraordinário de emoções que nunca realmente teve um fim.

Pego a mão dele antes que se dirija para a cama.

— Eu não quero descansar. — Soa quase como um ronronar provocante.

Ao contrário do que espero, ele não aparenta confusão quando segue meu olhar para o chão que estamos pisando, como se estivesse pensando o mesmo que eu.

— Então acho que deveríamos terminar o que começamos naquele dia...

Cristo, então ele também não esqueceu.

Aiden lentamente desliza meu roupão para baixo e faço o mesmo com o dele, as peças felpudas emaranhando-se aos nossos pés. Estamos completamente nus, quando cuidadosamente me faz ajoelhar junto com ele, ereta, no chão. Não posso deixar de olhar para sua constituição corporal esculpida, o traçado de pelos que leva para o caminho da minha perdição.

Coloca suas mãos em minha cintura, trazendo-me o suficiente para meus seios esfregarem em seu peito. Meus mamilos endurecem de excitação, com sua ereção roçando minha barriga, que está ondulando contra a dele a cada respiração. Estamos tão perto, grudados um ao outro, e, ainda assim, não estamos nos tocando com as mãos. Aiden me mantém fixamente em seu campo de visão. Por Deus, conheço esse olhar. Ele está me provocando. Decido entrar em seu jogo.

Sou a primeira a ceder, no entanto. Beijo seu queixo, o oco de seu pescoço e seus ombros, deliciando-me com o contato de meus lábios em sua pele enquanto inalo o aroma refrescante do sabonete, com os meus braços em volta de suas costas. Eu me agarro a ele com urgência em uma mescla de saudade, paixão e necessidade. Meu queixo está pressionado em seu ombro e, em seguida, minha boca traça um caminho de beijos lentos até seu pescoço. Ouço-o exalar o ar de seus lábios, um sinal de que estou agradando-o, e então deslizo para cima a ponta da língua em uma linha vertical na sua garganta.

Pouco a pouco sinto seus músculos se retesarem com a libido contida à medida que estou retirando todo seu autocontrole com apenas minha língua em uma carícia erótica que agora está traçando o contorno de seu queixo barbeado, chegando aos seus lábios. Provoco-o quando lambo uma linha reta em seus lábios uma segunda vez, sem deixar de sustentar seu olhar escurecido pelo desejo enquanto faço isso.

No lugar do homem calmo e cortês, vejo Aiden se transformar na fera incontrolável de quando é provocado por mim. Suas mãos se fecham em meus braços e forçam meu corpo para trás a fim de que eu me deite no chão. Ele se move junto comigo, seu corpo está sobre o meu e sua boca me devora, suga meus seios. Ele lança um último olhar malicioso para mim antes de colocar a língua para fora e lamber para baixo, em uma linha reta, do meu umbigo até meu clitóris.

Deus — estremeço, deixando que suas mãos me orientem até deixar meus joelhos dobrados e separados.

Sua língua é morna contra meu sexo liso. Honestamente, é a primeira vez que experimento sexo oral com ele, por isso estou dividida entre o nervosismo e a entrega ao prazer. Tremo, contorço-me incontrolavelmente enquanto ele lambe minha umidade, minhas coxas se tensionando e minha barriga se contraindo enquanto sinto sua língua me explorando centímetro por centímetro.

Momentos depois, estou completamente suada, delirando, arrebatada no chão do quarto quando Aiden sobe para murmurar roucamente em meu ouvido:

— Sabor de céu...

Em seguida me beija, acalentando-me em seus braços, e me faz rolar com ele pelo chão até que eu fique por cima. De repente ele levanta o braço e puxa a perna de sua calça que estava jogada sobre a cama. Com dedos ágeis, Aiden pega a carteira do bolso traseiro, de onde retira um pequeno pacote quadrado.

Ajudo-o a colocar a camisinha. Em menos de alguns minutos, estou com as palmas em seu peito quando lentamente encaixo sua ereção dentro de minha abertura. É tão glorioso que me faz fechar os olhos e exalar em êxtase. Eu me movo para cima e depois para baixo, correndo as palmas das mãos pelos sulcos de seu abdômen firme.

— Kristanna?

— Humm?

Ouço meus próprios gemidos luxuriosos quando ele volta a ficar por cima e arremete para dentro de mim sem pressa.

— Estamos esquecendo uma coisa essencial antes de nos casarmos. Você ainda não me contou se me ama.

Na minha cabeça, obviamente já sei qual é a resposta. Certamente não estou acostumada a sair falando para um homem que o amo, mas, quando menos espero, as palavras já estão pulando da minha boca.

— Oh, Aiden, eu te amo. Muito. Te amo tanto que dói em mim. Tenho sonhado com você. Durante todo esse tempo, você esteve em meus pensamentos, tem sido o alvo dos meus desejos mais ocultos, dos meus sonhos mais dignos de censura. Na verdade, eu tenho te amado em segredo por tanto tempo...

Minha respiração acelerada é a única coisa que escuto em meio ao silêncio do quarto. Abro as pálpebras, surpresa como tudo saiu tão fácil, e o pego sorrindo para mim.

— Viu como foi fácil? Só precisou de um empurrãozinho. — Rio da brincadeira. Aiden beija minha boca com suavidade. — Você confia em mim?

— Confio. Com toda a minha vida — respondo com honestidade. — Com tudo o que sou e com o que serei, pois sinto que sou uma pessoa melhor ao seu lado.

De repente ele está me olhando sério, batendo ao acaso seus longos cílios castanhos para mim.

— Você tem que parar de fazer essas coisas — fala em tom de bronca. — Um dia eu ainda vou levar a sério esses seus galanteios...

Não foi para ser sedutor, mas, quando menos espero, também estou acompanhando-o em seu sorriso. Recomeçamos as carícias e o ritmo. Mais forte. Mais rápido. Estou arfando em cada penetração. O ato torna-se tão doce e angustiante que minhas unhas correm furiosamente por suas costas, arranhando-o, um gemido rasgando de minha garganta quando recebo o prazer cru através de mim. Ele retira e em seguida empurra o quadril para frente, apertando minha mandíbula para arrancar o beijo voraz que não consigo retribuir porque estou ofegando ininterruptamente a cada conexão nossa.

Arquejo com meu corpo se fechando ao seu redor e o ritmo reinicia, cada vez mais duro, rápido e profundo. Fecho os olhos, perdendo-me no que está sendo proporcionado a mim. Oh, Deus. Estou vibrando de prazer, o chão parece tremer e não sei se posso aguentar por muito mais tempo. Meus músculos se contraem e eu grito, e depois de um tempo escuto seu rugido de prazer com seus lábios pressionados em minha orelha.

Mas ele não para.

Morde o lóbulo de minha orelha, realizando uma série de beijos por todo meu corpo, e logo está me carregando em seus braços para a cama...

E me faz sentir alguém melhor quando me abraça com ternura. Alguém completa e amada. Alguém que sabe que pode ter seu próprio final feliz sem mais dor, mágoas e ressentimento. Alguém... em paz.

* * * * *

A cerimônia do nosso casamento acontece ao ar livre, em um vasto jardim de um espaço alugado que fica relativamente longe da correria da cidade. Todas as minhas amigas estão lá. Holly, Beth, Hannah, Crystal, Hope, até mesmo Jo. Tudo parte dos planos de Aiden. Elas estão usando uma maquiagem simples, com seus vestidos curtos e coloridos. Todas são minhas madrinhas de casamento.

Tento não chorar enquanto estou caminhando a passos lentos até o altar segurando meu buquê com as duas mãos. Assisto a incrível interação que se estabeleceu entre as garotas da faculdade e as do clube. Elas sorriem de excitação quando me veem, cochicham no ouvido umas das outras, então estão dando risadinhas bobas com seus olhos deslumbrados e brilhantes sobre mim.

No outro lado do altar, ao lado de Aiden, está a fileira de homens composta por Caden, Lester, Guy, Ray e dois advogados amigos de Aiden, todos em seus ternos sofisticados. Não consigo deixar de notar que eles estão flertando sutilmente com as garotas, exceto Caden, que não para de sorrir para seu par, Holly. Jo fica vermelha, arregalando o olhar desconcertado para o outro lado quando os olhos meigos de Guy aterrissam nela. Ela aumenta a força em torno de seu buquê, segurando-o firme, e se concentra na cerimônia.

Assim como as meninas, estou usando um vestido curto em relação aos tradicionais de casamento. É um modelo tomara-que-caia com camadas brancas de seda que bate no meio de minhas coxas. O tecido se ajusta a cada curva do meu corpo, moldando-as agradavelmente a meu favor. Nunca me senti uma mulher tão feliz e bonita quanto agora.

Os olhos de Aiden passeiam sobre mim com grande estima. Os meus fazem o mesmo sobre ele, admirando seu terno preto, a camisa social branca e a gravata cor de creme. Ele nunca esteve mais atraente do que está neste momento. Estou olhando seu rosto, observando como ele trabalha para controlar suas emoções com a visão que tem de mim.

Meus olhos lacrimejam quando ele toma minha mão com gentileza e me guia em direção à celebrante. Tento controlar a respiração pesada e irregular, as emoções que querem explodir de felicidade através de mim, e repito os votos quando chega a hora.

— Eu aceito. — Essas duas palavras possuem um significado infinito em minha vida. Para sempre. Quando sentir que estou perdendo as forças, sei que Aiden me emprestará as dele. Porque agora somos um. Pertencemos um ao outro. Estamos unidos e ligados permanentemente. E, caramba, eu me sinto tão bem com isso.

Estou nas nuvens quando caminhamos de braços dados através da chuva de arroz que é lançada sobre nós antes de nossa partida. Na calçada do lado de fora, abraço cada uma das meninas e dou um abraço especial de irmã em Jo. Hannah prometeu que ia cuidar dela para que eu e Aiden possamos aproveitar nossa lua de mel sem preocupação. Passaremos um fim de semana em Las Vegas, onde formalizaremos o casamento com uma cerimônia só entre nós, depois voltaremos a tempo para as minhas últimas semanas de aula. E então, se eu passar em todos os exames, a única coisa com a qual terei de me preocupar será a tão esperada formatura.

Quando Aiden se aproxima de Jo, ouço-a falar toda altiva:

— Você me deve uma grande.

— É, acho que devo. — Ele a abraça rapidamente. — Pelos melhores conselhos que uma adolescente pé no saco poderia me dar.

— Ei! — Ela soca de brincadeira o braço dele.

Eu rio, mas a curiosidade está me matando. O que ela disse a ele?

Assim que me despeço dos garotos, Aiden já está me puxando com ele para o carro. Num gesto cavalheiresco, abre a porta de seu carro esporte para mim e espera eu entrar para fechá-la. Rodeia o automóvel vermelho, entra e afivela o cinto quando está ao meu lado.

— Que conselhos foram esses? — Tenho que perguntar.

Ele abre um sorriso arrasador para mim.

— Nada de mais. Ela apenas me disse uma coisa sobre você.

Ergo a sobrancelha, e a boca sobe do mesmo lado.

— E o que é?

— Ah, não se preocupe. — Vislumbro um brilho cintilante e brincalhão em seus olhos. — É algo que farei questão de ouvi-la dizer pelo resto de nossas vidas juntos...

O motor do carro é ligado, cantarolando para a vida com um rugido alto e poderoso. Estou com medo, mas é um medo delicioso de saber que estamos a caminho da nossa felicidade. Do nosso final feliz. Nosso para sempre.

O carro começa a andar quando Aiden aciona a marcha lenta. Vibro por dentro enquanto estou acenando para todos, mal me contendo quando coloco metade do corpo para fora do carro para gritar que amo todas aquelas garotas. As minhas companheiras. As velhas marujas que têm acompanhado minha vida e me apoiado. Parceiras para qualquer hora.

— Kris, o buquê! — grita Hannah em euforia.

Quando olho para meu colo, percebo que o buquê ainda está comigo. Seguro-o pela base, contemplando as rosas brancas envolvidas por um laço, e, com um movimento de braço, lanço-o para trás sem realmente ver quem pega.

Aiden está sorrindo ao meu lado, com as duas mãos no volante, quando me aconchego ao seu corpo, com a cabeça apoiada em seu ombro. Ouço o barulho das latinhas arrastando, que estão amarradas na parte de trás do carro. Uma placa nos acompanha durante todo o percurso: Recém-casados.

Relaxo ao lado do meu marido, iluminada de pura felicidade enquanto corremos pela estrada. Aiden foi o homem que me desarmou por completo. O único que nunca desistiu de ficar comigo. Ele acreditou em nós até o fim.

Sorrio em completo estado de graça.

Tenho tudo o que poderia pedir, e muito mais...

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