New security ❄ Im Jaebum

By yOverthrow

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Nalu Holyn Wright é uma garota mais que astuta. Filha do tão reconhecido prefeito da cidade e ainda no início... More

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By yOverthrow

IM JAEBUM, 31 DE DEZEMBRO DE 2018.

- Aqui está sua bebida, senhor - o barman informou, deslizando o copo de vodka até minha mão esquerda sem derrubar um pingo sequer no balcão de mármore preto.

Agarrando o copo, desinteressado, dei um rápido gole, sentindo o líquido descer cortando cada centímetro da minha garganta. Mas não me importei. Apenas pedi outra dose e olhei ao redor, afinal, depois de tudo que tinha passado nesta droga de vida, nada mais doía tanto quanto o simples fato de ainda estar existindo. De ainda ser capaz de respirar, mesmo não sendo mais merecedor de tal ato.

- Holden - murmurei, encarando o envelope em minha mão direita.

Era esse o primeiro nome da pessoa cujo eu deveria matar esta noite. A pessoa que provavelmente não iria voltar para casa em segurança e ver as pessoas importantes em sua vida, justamente em plena véspera de ano novo.

Quantas horas faltavam para dar-se fim a 2018? Apenas três horas? Talvez quatro?  Bem, coisas como essa não fariam mais diferença para o tal homem, que sentava-se em uma das mesas mais afastadas, frente ao meu campo de visão perfeitamente esquematizado.

- Holden Wright - eu repeti, dessa vez, seu nome e sobrenome.

Por algum motivo, parecia familiar. Por algum motivo, senti como se o conhecesse. Mas desejava profundamente que não, pois criar laços com pessoas que eu mesmo deveria matar, com minhas próprios mãos, não se valia a pena.

Dando mais um gole da vodka, desta vez maior que o anterior, joguei o dinheiro em cima do balcão, limpando minha garganta com uma das balas que encontravam-se na mesma e me levantei, caminhando em direção as mesas mais afastadas, onde o homem encontrava-se conversando com outras pessoas.

Ele deveria saber que Miami era um lugar perigoso. Deveria saber que boates como estas, no meio da estrada, não deveria ser levadas como tão seguras e inocentes quanto aparentavam ser ao lado de fora. Era tudo fachada. Ninguém dentro desta droga prestava, incluindo eu.

- Mas então, como está sua filha? - um homem não tão velho e de aparente quarenta anos de idade falou, encarando Holden com um sorriso nos lábios. - Faz tempo que você não a traz mais para Miami. Ainda é por aquele motivo?

Filha... então ele tinha uma filha. Meus mais profundos pêsames para ela, mas hoje, de certeza, seu pai não voltaria para casa. Nem nos outros dias, nem nunca mais. E eu sentia muito, só não podia fazer nada para mudar. Ou eu matava-o, ou eu morria. E apesar de odiar minha vida, eu ainda tinha contas pendentes nessa droga.

Eu ainda precisava encontrar a garota outra vez. Saber seu nome, conversar com ela verdadeiramente, saber se ela ainda pintava tanto quanto antes. E se seu talento, tão agradável na época, havia evoluído. Diferente do meu, que tinha sido encerrado por completo quando fui obrigado a vir para Miami com meu pai.

- Está sobrevivendo - Holden disse, sério. - A perda da mãe foi uma coisa muito difícil de lidar. Ambos sofremos. E Nalu simplesmente parou no tempo. Parou de fazer as coisas que amava fazer e deixou-se tomar por uma escuridão. Prometeu a mãe que iria seguir em frente, mas parece estar voltando no tempo, apesar de fingir ser forte.

- Ela era tão jovem, Holden. Tinha tanto para viver ainda e simplesmente... morreu.

- A culpa foi do câncer - uma mulher disse. Cabelos ondulados, não muito grandes, olhos verdes e pele bronzeada da praia. Também estava entre seus trinta e quarenta anos de idade.

- Não foi o câncer - Holden falou.

- Mas foi isso o que os médicos falaram para imprensa.

- E foi isso o que imaginamos ser até seu último dia, mas não foi o câncer - ele retrucou, com um copo de cerveja na mão.

Como poderia estar falando tão alto e tão deliberadamente assim? Mesmo que estivessem numa boate, e principalmente por estarem numa boate, deveriam tomar mais cuidado com as coisas das quais falavam. Paredes não haviam ouvidos, mas pessoas sim. E os grandes estragos proporcionados pelo ser humano iria além de nossas expectativas.

- Ele é idiota? - indaguei para mim mesmo, sentado numa mesa à frente de Holden.

Não poderia matá-lo agora. Não com tantas pessoas em volta. Então só me restava aguardar seu próximo passo, até que finalmente estivesse sozinho. Nesse momento, eu lançaria um único tiro em sua cabeça e ele morreria sem ao menos saber o que o atacou. E eu voltaria para minha deserta casa, onde ninguém me encontraria outra vez.

- O que acha que foi, então?

- Veneno - disse, Holden.

- Como isso é possível? - a mulher indagou.

- Parece que estavam envenenando-a lentamente, dando a entender que era um possível câncer ou uma doença incurável - explicou.

- E por que os médicos não falaram  nada?

- Porque foram comprados.

- Por quem?

- É isso o que preciso descobrir quando voltar para Coréia - falou, dando um gole em sua cerveja. - E é por isso que não trouxe Nalu comigo. Preciso tratar de negócios com alguém está noite.

- Aquele homem outra vez? - o homem indagou, preocupado. Seus olhos cruzaram com os meus por alguns segundos e simulei tirar o cigarro do bolso, com o objetivo de tragá-lo.

De que homem estava falando? Por acaso era a pessoa cujo havia dado as ordens para mim? Aquela da qual me passou as informações, ordenando que eu matasse-o ainda hoje? Eu não achava que fosse capaz, mas possibilidade eram possibilidades. E a mais absurda, algumas vezes, são as mais prováveis. 

- Ele pediu uma foto dela - Holden disso. - O quão louco isso soa?

- Ele deve estar preocupado.

- Aquele homem não tem um coração, Santiago - Holden disse, seco. - Ele foi um filho da puta em todo o momento.

- Mas ele amava a Nalu.

- Amava-a tanto, que quase a matou nas primeiras horas de seu nascimento - friamente, o homem disse. - Se eu não estivesse aparecido naquele dia, o que poderia ter acontecido com ela? Talvez não estivesse viva. Talvez não estivesse crescido tão bem quanto cresceu. Talvez não tivesse um coração tão puro quanto sua mãe.

Era uma pena, pensei, de repente.

Matar alguém que parecia ter sofrido tanto e que acima disso ainda se importava tão grandiosamente com a família... era uma pena. Mas eram coisas da vida.  Lutar ou morrer, vencer ou perder... Por Deus!

- Por falar nisso, ela estará bem? - a mulher indagou.

- Sobre o que está falando?

- Estou falando sobre contá-la a verdade. Não acha que Nalu merece saber o que aconteceu com a mãe?

- E depois o quê? Ela vai querer desvendar as coisas, vai querer se envolver em assuntos perigosos e então arriscar sua vida? Conheço minha filha bem o suficiente ao ponto de saber seus passos.

- Então contrate um novo segurança para ela - Santiago deu a ideia. - Ela não pode ficar sem um por perto.

- Não será fácil. Depois do acontecimento na boate, ela ficou tão...

- Traumatizada?

- Inquieta.

- Wiley disse que ela não vai mais tocar piano na boate.

- É difícil para ela só de pensar em pôr os pés lá, Marta -Holden falou para mulher.

- Isso é tão triste. The Last Breath realmente era como um segundo lar para ela. Você descobriu o que diabos aconteceu naquela noite? Um assalto naquele lugar parecia um pouco improvável.

- Oh, merda - eu disse, surpreso.

Se eles estivessem falando sobre o acontecimento de meses atrás... eu também estava lá quando tudo aconteceu. Também estava na Coréia. E eu sabia quem era essa tal Nalu. Lembrava da expressão de dor nos olhos da garota quando aquele cara, que na época supus ser seu namorado, foi baleado. E também fiquei surpreso ao ver algo assim acontecer. A boate era muito conhecida por sua segurança, então deixar qualquer pessoa adentrar não era uma opção. E ainda assim, ninguém pegou o cara que atirou no garoto.

Permaneci mais alguns segundos acompanhando aquela conversa, enquanto colocava em minha cabeça que não deveria absorver verdadeiramente todas aquelas informações. No final tudo deveria ser descartado. Uma morte, um fugitivo, um caso não resolvido e então novos acontecimentos.

Uma hora depois, o casal que conversava com Holden levantaram-se e foram embora. Nesse momento, olhei para ele, que retirou uma cartela de cigarro do bolso e notou estar vazio. Soltou um sorriso frustrado, pois a mão na cabeça e bebeu o restante de sua cerveja.

Quem era esse homem? E por que diabos tinha que morrer?

- Eu tenho um cigarro - ofereci, notando quando, surpreso, ele olhou para mim.

- Ah, obrigado garoto. Mas acho que não posso mais fumar. Se minha filha souber de algo assim, provavelmente irá me matar.

- Eu não vou contar. E muito menos sei quem é sua filha - disse, aproximando-me dele e sentado na cadeira a sua frente. - Aqui, pega.

Era meu último cigarro, mas eu poderia facilmente comprar outro depois. O homem em minha frente não. Porque ele iria morrer daqui há alguns minutos, quando resolvesse ir embora.

- Obrigado - falou, retirando o isqueiro de dentro do blazer preto. Entretanto, juntamente a isso, algo parecido a uma foto caiu em cima de mesa e, ao invés de pegar e guardar, o homem apenas admirou quem estava lá, com um sorriso surpreendente nos lábios. O sorriso que dizia o quão feliz ele era. - Ela é linda, não é? - indagou para mim.

Eu não tinha visto a foto ainda, não com nitidez, mas, no momento em que meus olhos pousaram na pessoa que estava ali, instantaneamente, senti que não era capaz mais disso. Capaz de matar o homem.  Porque a pessoa na minha frente, a pessoa que encontrava-se num estado tão deplorável agora, era a pessoa que falava de forma tão amorosa com ela. Com a garota do quatro. A mesma de anos atrás, dentro daquele cursinho. E aquela que atiçou minha curiosidade, antes de eu ir embora.

E ela tinha sofrido tanto durante esses longos anos de vida... assim como eu. Ela havia sido tão forte em aguentar tantas perdas como aguentou...

- É a sua filha? - indaguei. Na fotografia, sorrindo de maneira tão pura e animada, uma garota de oito anos encontrava-se desenhando belos quadros numa possível sala de arte e, em seu pulso, uma pulseira azul encontrava-se presa. Era aquela que eu havia entregado-lhe em troca do desenho.

- Sim - Holdei afirmou. - Mas ela já está grande. Agora ela já é uma bela mulher.

- É, eu sei disso - disse baixinho, recordando-me da noite na boate.

Ela realmente havia crescido bem.

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Jaebum, por que tão perfeito?

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